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Escola de Engenharia de Lorena - USP Cinética Química – Capítulo 02 – Estequiometria Cinética _____________________________________________________ Notas de Aula – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 1 1 – Avanço de Reação A quantidade de uma substância química em um sistema reacional pode ser medida pelo número de moles ou pela massa desse componente. Seja a reação definida pela equação estequiométrica seguinte: onde : NAo , NBo , NRo , NSo = número de moles iniciais de A, B, R e S respectivamente, presentes no início da reação MA, MB, MR, MS = pesos moleculares dos componentes A, B, R e S, respectivamente NA, NB, NR, NS = número de moles de A, B, R, e S respectivamente, após decorrido um tempo t desde o início da reação A variação do número de moles, transformados durante a reação, é diretamente proporcional ao grau de extensão da reação (α). Pela Lei das Proporções Definidas, tem-se que: SRBA NNNN ∆∝∆∝∆∝∆ onde então α = − = n n a A A0 n n b B B0 − = n n r R R− = 0 n n s S S− 0 onde α = grau de extensão ou de avanço da reação. Em conseqüência, tem-se então que : αaNN AA −= 0 e ( )AABBB NNabNbNN −−=−= 000 α e ( )AARRR NN a rNrNN −+=+= 000 α e ( )AASSS NN a sNsNN −+=+= 000 α 2 – Variáveis Intensivas As variáveis intensivas que serão utilizadas ao longo do curso de cinética são várias, dentre as quais destacam-se principalmente : (i) – Concentração e (ii) Fração Convertida (ou Conversão). Concentração Molar : é o número de moles de uma espécie química pelo volume de um meio reacional. V NC = ; em moles/Litro Conversão : É a relação entre o Avanço de uma Reação até um instante t qualquer e o avanço máximo que esta reação possa ter.Para as reações irreversíveis, tem-se: aA + bB → rR + sS Escola de Engenharia de Lorena - USP Cinética Química – Capítulo 02 – Estequiometria Cinética _____________________________________________________ Notas de Aula – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 2 maxα α =x = a tNN a ttNN x AA AA )( )( 0 0 ∞=− =− = e como NA = 0 no final da reação, tem-se então que 0 0 A AA N NN x − = Para a reação em fase liquida : aA + bB → rR tem-se então que : 0 0 0 0 A AA A AA A C CC N NN X − = − = 0 0 0 0 B BB B BB B C CC N NN X − = − = e 0 0 0max 0 max RR RR RR RR R CC CC NN NN X − − = − − = 3 – Estado Gasoso – Pressão Parcial Para sistemas de reação de misturas gasosas, é usual utilizar-se a pressão parcial como parâmetro proporcional à concentração, desde que se seja possível acompanhar a evolução da pressão total do sistema a volume constante ou não. Para um gás ideal, a pressão parcial de um componente A é dada por: piAA yp = onde: pA = pressão parcial da espécie química A y n n A A total = = fração molar da espécie química A pi = pressão total do sistema Seja uma reação em fase gasosa e mistura ideal: aA + bB → rR onde: ooo RBA NNN ,, = números de moles iniciais de A, B e R, respectivamente. Num dado instante após o início da reação, os números de moles NA, NB e NR podem ser expressos em função do grau de extensão da reação α: α α α rNN bNN aNN o o o RR BB AA −= −= −= Tem-se ainda que: ooo RBAo NNNN ++= onde No = número total de moles iniciais e RBAt NNNN ++= onde Nt = número total de moles num instante t Logo: αν .∆+= ot NN onde: ∆ν = r - a - b Escola de Engenharia de Lorena - USP Cinética Química – Capítulo 02 – Estequiometria Cinética _____________________________________________________ Notas de Aula – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 3 Reação a Volume Constante Para um sistema de reação simples e a volume constante, obtém-se diretamente as pressões parciais dos componentes em função da pressão total do sistema , partindo-se da Lei dos Gases Ideais. Para a reação A ⇒ Produtos a pressão parcial do componente A, em função do grau de extensão da reação, é dada por: RT V N V RTN p oAAA −== V a α ou RT V app AoA α−= O grau de extensão da reação pode ser relacionado com os números totais de moles inicial e final pela equação: ν α ∆ −= ot NN Substituindo esta ultima equação na equação acima, tem-se : ( ) RT V Napp oAoA . N . t − ∆ −= ν Pela Lei dos Gases Ideais, tem-se: RT V No O .=pi , para t = 0 e RTV N t .=pi , para t qualquer Após um tratamento geral entre as equações, obtém-se então: ( )0pipi ν − ∆ −= aPp AoA 4 – Diluição em Sistemas Descontínuos É muito comum em reações químicas a mistura de duas ou mais soluções distintas em um recipiente. No momento em que ocorre a mistura das duas soluções é que ocorre o INÍCIO DA REAÇÃO QUÍMICA, o que na cinética é denominado de tempo zero da reação. Para efeitos cinéticos a Concentração Inicial de um Reagente é aquela que ele possui no momento em que as duas soluções são misturadas, pois ambas se diluem mutuamente. Portanto, é importante conhecer as concentrações das soluções isoladamente para que a partir da regra geral de diluição de soluções, seja possível efetivamente calcular a Concentração Inicial dos Reagentes Químicos no momento em que as soluções são misturadas e a reação química tem o seu início real (tempo zero) solução 1 solução 2 Escola de Engenharia de Lorena - USP Cinética Química – Capítulo 02 – Estequiometria Cinética _____________________________________________________ Notas de Aula – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira 4 Seja: CA1 concentração da substância A na solução 1 CA2 concentração da substância A na solução 2 CA0 concentração inicial da substância A para a reação química (após a mistura de ambas as soluções) V1 volume da solução 1 V2 volume da solução 2 V0 volume inicial da reação (V1 + V2 ) A regra geral de uma diluição sempre será somar os números de moles de cada uma das soluções: 21 AAA NNN o += e que analisada sobre o conceito de concentração, conduz a : 21 21 VCVCVC AAAo += e que conduz a : V VCVC C AAAo 21 21 + = 5– Conceitos Complementares Relevantes Reagente Limitante (ou Crítico) Reagente Limitante é aquele que em uma reação Irreversível atinge a conversão máxima possível de (100%) e com isto determina o final da reação. Tempo de Meia – Vida (t1/2) É o tempo necessário para que ocorra 50% da reação. Havendo mais de um reagente, o tempo de meia-vida será referente ao reagente limitante. (ou crítico). Tempo Infinito É o tempo no qual para efeitos práticos, uma reação é considerada completa (digamos, mais de 99,9% de reação).
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