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Apostila de Gestao de Custos

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S U M Á R I OGestão Estratégica de Custos
1
SUMÁRIO
ABERTURA .................................................................................................................................. 7
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 9
PROFESSORES-AUTORES ....................................................................................................................................................... 10
MÓDULO 1 – FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS ......................................................... 11
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 11
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE DE CUSTOS ....................................................................................... 11
1.1 ORIGENS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................................................................................ 11
1.2 MODIFICAÇÕES NA APURAÇÃO DE CUSTOS ......................................................................................................... 11
1.3 FINS GERENCIAIS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ........................................................................................... 12
1.4 CONTABILIDADE FINANCEIRA VERSUS CONTABILIDADE GERENCIAL ......................................................... 12
1.5 PÚBLICO-ALVO DA CONTABILIDADE FINANCEIRA .............................................................................................. 13
1.6 LÓGICA GERENCIAL ......................................................................................................................................................... 14
1.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 14
UNIDADE 2 – CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................................... 15
2.1 RECEITAS .............................................................................................................................................................................. 15
2.2 GASTOS ................................................................................................................................................................................ 15
2.3 GANHOS E PERDAS .......................................................................................................................................................... 16
2.4 ESQUEMA DE CONCEITOS ............................................................................................................................................ 16
2.5 CUSTO DE CAPITAL .......................................................................................................................................................... 16
2.6 SUNK COST OU CUSTO AFUNDADO ........................................................................................................................ 16
2.7 CUSTO IMPUTADO ........................................................................................................................................................... 17
2.8 CUSTOS NA GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS .................................................................................................. 17
2.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 18
UNIDADE 3 – CONCEITO DE RELEVÂNCIA ......................................................................................... 18
3.1 TRADE-OFF ENTRE PRECISÃO E RELEVÂNCIA ........................................................................................................ 18
3.1.1 EXEMPLO 1 – À LA CARTE .......................................................................................................................................... 18
3.1.2 EXEMPLO 2 – DIVISÃO DA PIZZA ............................................................................................................................ 19
3.1.2.1 EXEMPLO 2 – DIVISÃO DO VINHO ...................................................................................................................... 19
3.1.2.2 EXEMPLO 2 – DIVISÃO DE TUDO ......................................................................................................................... 20
3.2 VALOR DAS INFORMAÇÕES DE CUSTO .................................................................................................................... 20
3.2.1 EXEMPLO 3 – CUSTO DE ENERGIA ......................................................................................................................... 21
3.3 PONTO ÓTIMO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO ....................................................................................................... 21
3.3.1 CUSTOS DOS ERROS ..................................................................................................................................................... 22
3.3.2 BUSCA DO PONTO ÓTIMO ......................................................................................................................................... 22
3.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 23
UNIDADE 4 – CENÁRIO CULTURAL ..................................................................................................... 23
4.1 FILME .................................................................................................................................................................................... 23
4.2 OBRA LITERÁRIA ................................................................................................................................................................ 23
4.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................... 23
S U M Á R I O Gestão Estratégica de Custos
2
MÓDULO 2 – MODELO VARIÁVEL ............................................................................................ 25
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 25
UNIDADE 1 – EQUAÇÃO BASE DA LUCRATIVIDADE .......................................................................... 25
1.1 DESENVOLVIMENTO DA EQUAÇÃO ........................................................................................................................... 25
1.2 CUSTOS VARIÁVEIS E CUSTOS FIXOS ....................................................................................................................... 25
1.2.1 CUSTOS VARIÁVEIS – CV ............................................................................................................................................ 25
1.2.2 CUSTOS FIXOS – CF ...................................................................................................................................................... 26
1.2.2.1DIFERENÇA ENTRE CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS ............................................................................................ 26
1.2.2.2 REPRESENTAÇÃO DOS CUSTOS FIXOS ............................................................................................................... 27
1.3 EQUAÇÃO BASE COM OS CONCEITOS DE CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS ..................................................... 27
1.3.1 TRANSFORMAÇÃO DA RECEITA E DO CUSTO ..................................................................................................... 27
1.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 28
UNIDADE 2 – CUSTO/VOLUME/LUCRO – NOÇÃO INTUITIVA ........................................................... 28
2.1 RELAÇÃO ENTRE CUSTO, VOLUME E LUCRO ......................................................................................................... 28
2.2 EXEMPLO ............................................................................................................................................................................. 28
2.3 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO – MC ........................................................................................................................... 29
2.4 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO ........................................................................................................................ 30
2.5 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL ............................................................................................................................. 30
2.6 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO ....................................................................................................................... 31
2.6.1 DEPRECIAÇÃO ................................................................................................................................................................. 32
2.6.2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO E CAPITAL PRÓPRIO ................................................................................... 32
2.6.3 CUSTO DE REPOSIÇÃO ................................................................................................................................................ 33
2.6.4 INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA .................................................................................................................. 33
2.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 36
UNIDADE 3 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ...................................................................................... 36
3.1 DESENVOLVIMENTO DA EQUAÇÃO BÁSICA .......................................................................................................... 36
3.2 MISSÃO DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS ................................................................................................... 36
3.3 MAXIMIZAÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL ................................................................................. 37
3.4 PONTO DE EQUILÍBRIO ..................................................................................................... 37
3.5 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO ........................................................................................................................ 38
3.6 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL ............................................................................................................................. 39
3.7 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO ....................................................................................................................... 39
3.7.1 CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO ................................................................................................................................... 39
3.7.2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO – FRAGILIDADE DO CONCEITO DE DEPRECIAÇÃO ........................ 40
3.7.2.1 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 40
3.7.3 ANÁLISE DA FÓRMULA DE PONTO DE EQUILÍBRIO SOB A ÓTICA ECONÔMICA .................................. 41
3.7.3.1 ADAPTAÇÃO DA FÓRMULA AO CONCEITO DE PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO .................... 42
3.7.3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O IMPOSTO DE RENDA .......................................................................................... 42
3.7.3.2.1 EXEMPLO ................................................................................................................................................................... 43
3.7.3.3 EQUAÇÃO COMPLETA .............................................................................................................................................. 44
3.7.3.3.1 EXEMPLO ................................................................................................................................................................... 44
3.7.3.4 GERAÇÃO DE VALOR ................................................................................................................................................. 45
3.8 APLICAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO ....................................................................................... 45
3.8.1 CÁLCULO DOS PONTOS DE EQUILÍBRIO .............................................................................................................. 47
3.8.1.1 PONTOS DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO .............................................................................................................. 47
S U M Á R I OGestão Estratégica de Custos
3
3.8.2 RESPOSTA .......................................................................................................................................................................... 48
3.8.3 SIMULAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO ................................................................................... 49
3.8.4 SIMULAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL ....................................................................................... 50
3.8.5 SIMULAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO .................................................................................. 51
3.8.6 VERIFICAÇÃO DO VPL .................................................................................................................................................. 51
3.8.6.1 CÁLCULO NA HP12C ................................................................................................................................................. 52
3.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 52
UNIDADE 4 – MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL ................................................................................ 53
4.1 DEFINIÇÃO DO MÉTODO ............................................................................................................................................... 53
4.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO MÉTODO ................................................................................................................ 53
4.3 EXEMPLO ............................................................................................................................................................................. 54
4.3.1 ANÁLISE DO EXEMPLO ................................................................................................................................................ 54
4.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................55
UNIDADE 5 – CENÁRIO CULTURAL ..................................................................................................... 55
5.1 FILME .................................................................................................................................................................................... 55
5.2 OBRA LITERÁRIA ................................................................................................................................................................ 55
5.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................... 55
MÓDULO 3 – OVERHEAD – IDENTIFICAÇÃO E DEPARTAMENTALIZAÇÃO .............................. 57
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 57
UNIDADE 1 – IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................................ 57
1.1 DEFINIÇÃO .......................................................................................................................................................................... 57
1.2 CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS ................................................................................................................................... 57
1.2.1 MEDIDA ............................................................................................................................................................................. 57
1.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 58
UNIDADE 2 – MODELO DIRETO .......................................................................................................... 58
2.1 SEGUNDA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ................................................................................................................ 58
2.2 RELATÓRIO FINANCEIRO PELO MÉTODO DE CUSTEIO DIRETO ....................................................................... 59
2.3 ANÁLISE DO RELATÓRIO ................................................................................................................................................ 60
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................................ 61
2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 61
UNIDADE 3 – SISTEMA DE CUSTEIO TRADICIONAL SIMPLES ............................................................ 61
3.1 CONCEITO DE OVERHEAD ............................................................................................................................................. 61
3.2 PRIMEIRO MODELO – TRADICIONAL SIMPLES ...................................................................................................... 62
3.3 EXEMPLO ............................................................................................................................................................................. 62
3.4 CÁLCULO DO CUSTO TOTAL ........................................................................................................................................ 63
3.5 CÁLCULO DO CUSTO TOTAL ........................................................................................................................................ 64
3.6 CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO ........................................................................................................................... 64
3.7 RESULTADO UNITÁRIO .................................................................................................................................................... 65
3.8 MODELO DE IDENTIFICAÇÃO DO OVERHEAD ....................................................................................................... 65
3.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 65
UNIDADE 4 – SISTEMA DE CUSTEIO TRADICIONAL DEPARTAMENTALIZADO .................................. 65
4.1 DEPARTAMENTO E CENTRO DE CUSTOS .................................................................................................................. 65
4.2 PASSOS PARA O CUSTEIO DO PRODUTO ................................................................................................................. 66
4.2.1 CRIAÇÃO DOS CENTROS DE CUSTOS .................................................................................................................... 66
S U M Á R I O Gestão Estratégica de Custos
4
4.2.2 TRANSFERÊNCIA DOS CENTROS DE CUSTOS ..................................................................................................... 67
4.2.3 TRANSFERÊNCIA DOS DEPARTAMENTOS .............................................................................................................. 68
4.2.4 BASES DE RATEIO ........................................................................................................................................................... 68
4.3 EXEMPLO ............................................................................................................................................................................. 68
4.3.1 CÁLCULO DO OVERHEAD .......................................................................................................................................... 69
4.3.2 OUTROS DADOS PARA DEFINIÇÃO DA BASE DE RATEIO ................................................................................ 69
4.3.3 PRIMEIRO PASSO – CRIAÇÃO DOS CENTROS DE CUSTOS .............................................................................. 70
4.3.3.1 ALUGUEL ....................................................................................................................................................................... 70
4.3.3.2 ENERGIA ELÉTRICA .................................................................................................................................................... 71
4.3.3.3 DEPRECIAÇÃO .............................................................................................................................................................. 71
4.3.3.4 GASTOS RESTANTES .................................................................................................................................................. 72
4.3.3.5 DADOS PARA CUSTOS .............................................................................................................................................. 72
4.3.3.6 CONFERÊNCIA DE CUSTOS ..................................................................................................................................... 73
4.3.4 SEGUNDO PASSO – TRANSFERÊNCIA DOS CENTROS DE CUSTOS ............................................................. 73
4.3.4.1 PERCENTUAL DE CUSTOS POR DEPARTAMENTO ........................................................................................... 74
4.3.4.2 ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................................................................................ 74
4.3.4.3 CONTROLE DE QUALIDADE ................................................................................................................................... 75
4.3.4.4 CUSTOS ACUMULADOS ..........................................................................................................................................75
4.3.5 TERCEIRO PASSO – TRANSFERÊNCIA DOS DEPARTAMENTOS ....................................................................... 76
4.3.5.1 DEPARTAMENTO DE PROCESSAMENTO ............................................................................................................. 76
4.3.5.2 DADOS PARA CUSTOS – HORAS DE MÁQUINA ............................................................................................... 76
4.3.5.3 DEPARTAMENTO DE ESTERILIZAÇÃO .................................................................................................................. 77
4.3.6 CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS .................................................................................................................................. 78
4.3.6.1 CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS ............................................................................................................................. 79
4.3.6.2 RECEITA TOTAL ............................................................................................................................................................ 79
4.3.6.3 MARGEM DE LUCRO ................................................................................................................................................. 79
4.3.6.4 RESULTADO UNITÁRIO .............................................................................................................................................. 79
4.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 80
UNIDADE 5 – ANÁLISE DOS MODELOS APRESENTADOS .................................................................. 80
5.1 COMPARAÇÃO DE DADOS ............................................................................................................................................. 80
5.1.1 MARGEM DE LUCRO DA EMPRESA ......................................................................................................................... 80
5.1.2 MARGEM DE LUCRO DOS DOIS PRODUTOS ....................................................................................................... 81
5.2 BENEFÍCIOS DA DEPARTAMENTALIZAÇÃO PARA O SISTEMA DE CUSTEIO TRADICIONAL .................... 81
5.2.1 TRANSFORMAÇÃO DE CONTAS INDIRETAS EM DIRETAS ................................................................................ 81
5.2.1.1 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 82
5.2.1.2 OUTRA INTERPRETAÇÃO .......................................................................................................................................... 82
5.2.1.2.1 DIFERENÇA NO RESULTADO ............................................................................................................................... 83
5.2.2 MELHOR OPÇÃO DE BASES DE RATEIO PARA O CENTRO DE PRODUÇÃO ................................................ 83
5.2.2.1 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 84
5.3 BENEFÍCIOS DA DEPARTAMENTALIZAÇÃO PARA OUTROS MÉTODOS DE CUSTEIO ................................ 84
5.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 84
UNIDADE 6 – CENÁRIO CULTURAL ..................................................................................................... 84
6.1 FILME .................................................................................................................................................................................... 84
6.2 OBRA LITERÁRIA ................................................................................................................................................................ 85
6.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................... 85
S U M Á R I OGestão Estratégica de Custos
5
MÓDULO 4 – CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES ................................................................. 87
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 87
UNIDADE 1 – PROBLEMAS DOS SISTEMAS DE CUSTEIO TRADICIONAIS .......................................... 87
1.1 PRINCIPAIS PROBLEMAS ................................................................................................................................................. 87
1.2 LIMITAÇÕES DAS BASES DE RATEIO .......................................................................................................................... 87
1.2.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 88
1.2.2 GASTOS ............................................................................................................................................................................. 88
1.3 IMPORTÂNCIA DOS CENTROS DE CUSTEIO ............................................................................................................ 89
1.3.1 VISÃO VERTICAL DOS CUSTOS ................................................................................................................................. 89
1.3.2 MUDANÇA DE FOCO .................................................................................................................................................... 89
1.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 90
UNIDADE 2 – SISTEMA DE CUSTEIO POR ATIVIDADE ........................................................................ 90
2.1 ATIVIDADES ........................................................................................................................................................................ 90
2.2 LÓGICA DO ABC ................................................................................................................................................................ 91
2.3 CUSTEIO DE ATIVIDADES .............................................................................................................................................. 92
2.4 DRIVERS – DIRECIONADORES OU CAUSADORES DE EFEITO ........................................................................... 92
2.4.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 93
2.4.2 REPRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................ 93
2.5 CUSTEIO DOS OBJETOS DE CUSTEIO ........................................................................................................................ 94
2.6 CUSTEIO DOS PROCESSOS ............................................................................................................................................ 94
2.6.1 EXEMPLO – CUSTO DE UMA CIRURGIA OFTALMOLÓGICA ........................................................................... 95
2.6.2 EXEMPLO – DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES BÁSICAS .......................................................................................... 95
2.6.3 EXEMPLO –OUTRAS ATIVIDADES........................................................................................................................... 96
2.7 BENEFÍCIOS ADICIONAIS DO ABC .............................................................................................................................. 97
2.7.1 SISTEMA TRADICIONAL ............................................................................................................................................... 97
2.7.2 PAPEL DOS GERENTES DE CUSTOS ........................................................................................................................ 98
2.8 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 98
UNIDADE 3 – IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ABC ................................................................................ 98
3.1 IMPLANTAÇÃO DO ABC .................................................................................................................................................. 98
3.1.1 PASSOS BÁSICOS ........................................................................................................................................................... 99
3.2 EXEMPLO – CASO TUBAÍNAS QUALITAS ............................................................................................................... 100
3.3 EXEMPLO – FASE DE INOVAÇÃO .............................................................................................................................. 100
3.3.1 PESQUISA ........................................................................................................................................................................100
3.4 EXEMPLO – PARECER DO GERENTE DE PRODUÇÃO .........................................................................................101
3.5 EXEMPLO – RESULTADOS NEGATIVOS ...................................................................................................................101
3.6 EXEMPLO – NÓ DA QUESTÃO ...................................................................................................................................102
3.7 EXEMPLO – JUSTIFICATIVA DO PROBLEMA ..........................................................................................................102
3.8 EXEMPLO – CONSULTORIA .........................................................................................................................................103
3.8.1 EXEMPLO – REFORÇO DE AFIRMAÇÕES ............................................................................................................. 103
3.9 EXEMPLO – SUGESTÕES ..............................................................................................................................................103
3.9.1 OUTRAS SUGESTÕES ..................................................................................................................................................104
3.10 EXEMPLO – NOVAS REGRAS ..................................................................................................................................... 104
3.11 EXEMPLO – CUSTEIO DAS ATIVIDADES ..............................................................................................................105
3.11.1 EXEMPLO – IDENTIFCAÇÃO DO OVERHEAD ..................................................................................................106
3.12 EXEMPLO – ESCOLHA E CÁLCULO DAS TAXAS DE DRIVERS ......................................................................107
S U M Á R I O Gestão Estratégica de Custos
6
3.13 EXEMPLO – OBJETOS DE CUSTEIO ........................................................................................................................ 107
3.14 EXEMPLO – RELATÓRIO DE CUSTOS ..................................................................................................................... 109
3.15 EXEMPLO – COMPARAÇÃO DE RESULTADOS .................................................................................................... 109
3.16 EXEMPLO – INSUFICIÊNCIA DE DADOS .............................................................................................................. 110
3.16.1 EXEMPLO – DEFINIÇÃO DE ATIVIDADES E DRIVERS ................................................................................... 111
3.16.2 EXEMPLO – CUSTOS UNITÁRIOS ......................................................................................................................... 112
3.16.3 CUSTOS UNITÁRIOS ................................................................................................................................................. 112
3.17 EXEMPLO – CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 113
3.18 SÍNTESE ............................................................................................................................................................................ 113
UNIDADE 4 – CENÁRIO CULTURAL ................................................................................................... 113
4.1 FILME .................................................................................................................................................................................. 113
4.2 OBRA LITERÁRIA .............................................................................................................................................................. 113
4.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................. 113
MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO .............................................................................................. 115
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................... 115
A B E R T U R AGestão Estratégica de Custos
7
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
O Gestão Estratégica de Custos parte do pressuposto de que, no mundo atual – em que a
competitividade e a velocidade das mudanças são brutais, e as empresas reportam resultados
percentuais de um, e não mais de dois dígitos, como no passado –, o estudo da contabilidade de
custos se afasta cada vez mais do objetivo que a criou e caminha para o desenvolvimento de
sistemas gerenciais que forneçam rápido feedback aos gestores sobre desempenho econômico
de produtos, processos, unidades de negócios, relacionamentos com clientes e fornecedores,
com o objetivo de trazer vantagem competitiva relevante nesse cenário.
Desse modo, esta disciplina tem como foco principal o estudo de ferramentas de custos que
auxiliem o gestor na formulação e implementação de estratégias que possibilitem a conversão
do plano estratégico em medidas administrativas e operacionais – que possam criar valor para a
empresa.
Ao optar por fazer o Gestão Estratégica de Custos, você optou também por participar de um
novo método de ensino – o ensino a distância. Dessa forma, você terá bastante flexibilidade para
realizar as atividades nele previstas. Embora você possa definir o tempo que irá dedicar a este
trabalho, ele foi planejado para ser concluído em um prazo determinado. Verifique sempre, no
calendário, o tempo de que você dispõe para dar conta das atividades nele propostas. Lá estarão
agendadas todas as atividades, inclusive aquelas a serem realizadas em equipe ou encaminhadas,
em data previamente determinada, ao Professor-Tutor.
OBJETIVO E CONTEÚDO
O objetivo fundamental do Gestão Estratégica de Custos é proporcionar ferramentas gerenciais
que possam ser úteis noapoio à tomada de decisão, visando dar suporte às escolhas que gerem
valor para a empresa, objetivo maior dos tomadores de decisão. Para atingir esse objetivo, todo o
conteúdo do curso foi estruturado dentro da ótica da contabilidade gerencial, que difere um
pouco da contabilidade financeira.
Sob esse foco, o Gestão Estratégica de Custos foi estruturado em cinco módulos, nos quais
foi inserido o seguinte conteúdo...
Módulo 1 – Fundamentos da Gestão de Custos
Neste módulo, destacaremos as principais diferenças entre as contabilidades gerencial
e a financeira, enfocando seus relacionamentos com a contabilidade de custos. Além
disso, apresentaremos os conceitos básicos necessários ao bom desenvolvimento de
nosso estudo bem como a visão da Gestão Estratégica de Custos sobre o conceito de
relevância.
A B E R T U R A Gestão Estratégica de Custos
8
Módulo 2 – Modelo variável
Neste módulo, refletiremos sobre a equação base da lucratividade, que será desenvolvida
no decorrer deste módulo e dos outros que se seguem. Abordaremos o primeiro sistema
criado para tomada de decisão – o sistema de custeio variável. Nesse sentido, analisaremos,
em primeiro lugar, o conceito de margem de contribuição, expoente máximo desse
modelo, passando pelos conceitos dos diferentes pontos de equilíbrio – financeiro, contábil
e econômico –, até chegar ao modelo propriamente dito.
Módulo 3 – Overhead – identificação e departamentalização
Iniciaremos este módulo falando do primeiro modelo de identificação – o modelo
direto – que amplia o conceito de margem de contribuição, trazido pelo modelo
variável. Em seguida, faremos uma análise crítica dos custos e das despesas indiretos –
ou overhead –, percorrendo os passos lógicos na evolução dos conceitos de custos
criados para tratar desse importante grupo de contas. Falaremos do primeiro modelo
de custeio tradicional simples. Em seguida, trataremos da departamentalização, que
servirá de base para sofisticar o modelo tradicional simples, criando o modelo tradicional
departamentalizado, e analisaremos o avanço que essa técnica trouxe para os modelos
de custos. Por último, discutiremos as limitações dos modelos tradicionais, preparando
o leitor para entender o funcionamento dos sistemas de custeio mais modernos.
Módulo 4 – Custeio baseado em atividades
Neste módulo, abordaremos o sistema de custeio por atividade, também conhecido
como ABC – Activity-Based Costing. Iniciaremos abordando os motivos que estimularam
a criação desse sistema e discutiremos a hierarquia do ABC, definindo atividades e
direcionadores de custos. O próximo passo será a comparação entre os modelos
baseados em volume e os modelos baseados em atividades, encerrando com uma
breve definição do gerenciamento baseado em atividades.
Módulo 5 – Encerramento
Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas
opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos
anteriores: caça-palavras, jogo da memória, jogo da caça e jogo do labirinto. Entre neles
e bom trabalho!
A B E R T U R AGestão Estratégica de Custos
9
BIBLIOGRAFIA
ATKINSON, Anthony A. et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1997.
Este livro é um clássico no estudo da gestão estratégica de custos para quem pretende
aplicar os conceitos à prática. Completamente baseado em estudos de casos, reunidos
na vasta experiência que os quatro autores têm em consultoria empresarial, o livro
relata a aplicação dos conceitos em empresas conhecidas e nos mais diversos ramos
de atividades.
HORNEGREN, Charles T. et al. Contabilidade de custos. Rio de Janeiro: LTC, 1997.
Este livro é considerado, por muitos estudiosos do assunto, como o mais completo livro
de contabilidade de custos. Os autores – professores da Universidade de Stanford –
abordam os conceitos contemporâneos de custos, unindo um bom arcabouço teórico
a estudos de casos bem interessantes. É leitura obrigatória para quem quer se aprofundar
no assunto.
KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus custos para ser mais
competitivo. São Paulo: Futura, 1998.
Kaplan e Cooper fazem, neste livro, uma perfeita conexão entre gestão de custos e
estratégia competitiva. Com muita visão estratégica e pouca numerologia, os autores
mostram conceitos extremamente importantes, e quase não abordados na literatura
nacional, para quem quer ter um sistema de gerenciamento de custos e desempenho
que traga informações estratégicas relevantes.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1977.
Este livro é considerado, por muitos, o melhor livro nacional de contabilidade de custos.
O autor aborda os principais conceitos da contabilidade de custos de forma organizada
e didática, além de fornecer exercícios para fixação dos conceitos. Aborda tanto os
conceitos de custos mais utilizados para a contabilidade financeira quanto os conceitos
mais utilizados na contabilidade gerencial.
NAKAGAWA, Masayuki. ABC: custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1994.
Este livro é fruto de pesquisas feitas pelo professor Masayuki Nakagawa na Universidade
de Illinois – Estados Unidos –, durante o período de 1988 a 1989, refletindo sua vasta
experiência no tema. Considerado o precursor do sistema de custeio por atividade no
Brasil, o autor aborda o tema com clareza e a profundidade necessária em um curso de
pós-graduação.
______. Gestão estratégica de custos: conceitos, sistemas e implementação. São Paulo: Atlas, 1991.
Neste livro, o autor faz uma excelente contextualização do novo cenário de competição
global, mostrando a aplicação de ferramentas de custos importantes para quem quer
ser eficaz nesse jogo. Além disso, ele aponta mudanças importantes que ocorreram no
perfil dos custos das empresas e as adaptações necessárias a essa nova realidade.
A B E R T U R A Gestão Estratégica de Custos
10
PROFESSORES-AUTORES
Betovem Coura é Mestre em Administração de Empresas com ênfase
em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Instituto Brasileiro
de Mercado de Capitais – IBMEC – e possui MBA em Engenharia
Econômico-Financeira pela Universidade Federal Fluminense. É
professor do programa de pós-graduação da Fundação Getulio Vargas,
da Universidade Federal Fluminense e das Faculdades São Camilo. Autor
de artigos científicos nas áreas de Gestão Estratégica de Custos,
Contabilidade Gerencial e Finanças Corporativas, tem como área de pesquisa sistemas de controle
gerencial. Possui vasta experiência profissional, atuando em uma multinacional farmacêutica e
em um banco de investimentos, além de ser sócio da empresa MVCon – Sistemas de Controle
Gerencial.
Marcos de Andrade Reis Villela é Ph.D. Business Administration com
concentração na área de Controle Gerencial pela Manchester Business
School – Inglaterra. Tem como áreas de interesse posição relativa de
custos – PRC –, benchmarking, cadeia de valores e alianças estratégicas.
Foi diretor do IBMEC e responsável pelos programas de Executive
Education, além de ter sido também diretor e sócio da Sociedade de
Desenvolvimento Empresarial – SDE –, empresa dedicada à formação
de executivos sênior. Como professor, foi responsável pela área de controles da COPPEAD/UFRJ,
e também coordenador de projetos e pesquisas. Atualmente, é professor da EBAPE/FGV e
coordenador de programas especiais do FGV Management e FGV Online.
M Ó D U L O 1Gestão Estratégica de Custos
11
MÓDULO 1 – FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, destacaremos as principais diferenças entre a contabilidade gerencial e a financeira,
enfocando seus relacionamentos com a contabilidade de custos.
Além disso, apresentaremos os conceitos básicos necessários ao bom desenvolvimento de nossoestudo bem como a visão da Gestão Estratégica de Custos sobre o conceito de relevância.
UNIDADE 1 – CONTABILIDADE DE CUSTOS
1.1 ORIGENS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade de custos nasceu no século XVIII para atender às novas demandas de
informação exigidas pela Revolução Industrial.
Até essa época, só existia a contabilidade financeira. A apuração do custo das mercadorias vendidas
– necessária à apuração do resultado nos balanços – era extremamente simples.
A produção ficava a cargo dos artesãos, que não constituíam pessoas jurídicas e não
precisavam apurar custos.
Nos relatórios financeiros, as empresas comerciais apontavam os custos como sendo o valor pago
pelas compras, já que os produtos que seriam comercializados já estavam, geralmente, prontos
para sua comercialização.
1.2 MODIFICAÇÕES NA APURAÇÃO DE CUSTOS
As indústrias que começaram a nascer no século XVIII trouxeram escala ao trabalho que,
anteriormente, era exclusividade dos artesãos.
Dessa forma, o trabalho de apuração de custos começou a ficar muito mais complexo.
O processo de apuração de custo do produto vendido na indústria não é tão simples quanto na
empresa mercantil, e sua apuração é formada pela utilização dos fatores de produção.
Para esse fim, o trabalho dos contadores de apuração do custo dos produtos vendidos
passou a ser muito mais complexo e uma contabilidade específica passou a ser
desenvolvida.
Criar métodos para apuração de custos passou a ser importante também porque o advento da
produção em massa criado pela Revolução Industrial levou à formação de grandes estoques
sobre regras padronizadas – princípios da contabilidade geralmente aceitos...
M Ó D U L O 1 Gestão Estratégica de Custos
12
...que precisavam ser custeados sob pena de sua mensuração provocar distorções nos
resultados, afetando todos os stakeholders – acionistas, bancos, fisco...
1.3 FINS GERENCIAIS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A incorporação dos princípios da contabilidade geralmente aceitos à contabilidade de custos foi
muito importante para evitar distorções nos relatórios financeiros das empresas que, sob regras
rígidas, podem ter seu desempenho financeiro melhor analisado.
Apesar de a contabilidade de custos ter sido criada para atender a objetivos contábeis,
sua função mais nobre talvez seja a de apoio à tomada de decisão gerencial.
Contudo, diferentemente da contabilidade de custos usada para fins de apuração de resultado, a
contabilidade de custos para fins gerenciais incorporou conceitos de Economia, Administração,
Engenharia, entre outros, visando acompanhar as rápidas mudanças do mundo moderno para
fornecer feedback para os gerentes.
1.4 CONTABILIDADE FINANCEIRA VERSUS CONTABILIDADE GERENCIAL
A contabilidade de custos para fins gerenciais tornou-se então a ferramenta básica para a
contabilidade gerencial, que tem como palavras de ordem inferência futura, flexibilidade,
velocidade de mudança, relevância das decisões, lógica e ‘feedback’.
Isso faz a contabilidade gerencial diferir muito da contabilidade financeira, que usa a contabilidade
de custos para apuração de resultado.
Essa vertente mais nova da contabilidade de custos começou a crescer no
meio do século passado.
M Ó D U L O 1Gestão Estratégica de Custos
13
Para entendermos melhor as diferenças entre as contabilidades financeira e gerencial,
e os diferentes caminhos que a contabilidade de custos seguiu – visando atender a
essas duas ciências –, vamos analisar o seguinte quadro comparativo...
Fonte: Atkinson e outros (1997).
1.5 PÚBLICO-ALVO DA CONTABILIDADE FINANCEIRA
O público-alvo da contabilidade financeira – público externo – precisa ter condições
de avaliar a saúde financeira das empresas de que é stakeholder.
Ao contrário dos gerentes, esse público não precisa de informações detalhadas e específicas de
linha de produtos, por exemplo.
Dessa forma, para o público externo, não é tão importante entender como o
administrador obtém os retornos que os acionistas exigem, desde que os retornos
estejam garantidos.
M Ó D U L O 1 Gestão Estratégica de Custos
14
Quando um investidor constrói um portfólio composto de ações do Walmart, da Coca-Cola e da
Microsoft, por exemplo, ele está preocupado com indicadores globais, como retorno sobre os
investimentos, lucro operacional e risco.
1.6 LÓGICA GERENCIAL
As regras rígidas expressas nos princípios contábeis geralmente aceitos são necessárias
para que a comparação entre empresas possa ser feita sem que o resultado seja
fortemente influenciado pelo uso de diferentes metodologias de apuração – alterando
o pagamento de impostos e os indicadores financeiros.
Todos os dias, as empresas criam produtos e serviços novos, atendendo a clientes que demandam
diferentes esforços financeiros, de marketing e de produção.
Além disso, cada administrador tem uma visão diferente de...
...como superar as expectativas do cliente – ser eficaz...
...como racionalizar os recursos necessários ao cumprimento desse objetivo – ser
eficiente.
Ideias completamente diferentes podem levar empresas distintas a terem rentabilidades
espetaculares ou medíocres.
Reportar, de forma confiável, esses resultados é função da contabilidade financeira.
Cabe à contabilidade gerencial estudar os melhores caminhos para chegarmos lá.
1.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Ao administrador cabe a função de acompanhar a linha de produtos, os
serviços, os recursos utilizados e os clientes que atendem aos anseios dos
stakeholders.
Resumindo, muitos caminhos levam ao sucesso ou ao fracasso corporativo.
M Ó D U L O 1Gestão Estratégica de Custos
15
UNIDADE 2 – CONCEITOS BÁSICOS
2.1 RECEITAS
Receitas são ingressos de recursos para o patrimônio de uma entidade sob a forma de bens ou
direitos correspondentes normalmente à venda de mercadorias e de produtos ou à prestação de
serviços, podendo também derivar de remunerações sobre aplicações ou operações financeiras.
Como exemplo, temos receitas obtidas com produtos vendidos ou com serviços prestados.
2.2 GASTOS
Gastos são os sacrifícios financeiros com que uma entidade arca para a obtenção de
produtos ou serviços.
Os gastos se dividem em...
Custos...
São os gastos relativos aos fatores utilizados na produção de bens ou serviços. O que
define se o gasto é custo ou despesa é o fato de estar envolvido na produção.
A mão de obra envolvida na produção de um bem, por exemplo, é um custo.
Despesas...
São bens ou serviços utilizados de forma direta ou indireta para a obtenção de receitas.
Ao contrário dos custos, as despesas não estão envolvidas na produção de bens ou
serviços.
A depreciação do computador do gerente financeiro, por exemplo, é uma
despesa com depreciação.
Investimentos...
São os gastos que vão para o ativo e são baixados no momento de sua venda, seu
consumo, seu desaparecimento ou sua desvalorização. Primeiro os investimentos são
estocados no ativo e depois são transferidos para o resultado, transformando-se em
uma despesa ou em um custo.
 
O computador do gerente financeiro, antes de ir para a demonstração do
resultado como despesa, é, primeiramente, configurado no ativo no grupo do
ativo imobilizado.
Abordaremos alguns conceitos fundamentais para a melhor comunicação no
ambiente empresarial.
M Ó D U L O 1 Gestão Estratégica de Custos
16
2.3 GANHOS E PERDAS
Os ganhos são os bens e serviços obtidos de forma anormal ou involuntária.
Essa é a característica que diferencia os ganhos das receitas.
Como exemplo de ganhos, temos os ganhos cambiais.
As perdas são os bens ou serviços consumidos de forma anormal ou involuntária.
Como exemplo de perdas, temos os danos causados por uma enchente.
2.4 ESQUEMA DE CONCEITOS
Vejamos,esquematicamente, os conceitos tratados...
2.5 CUSTO DE CAPITAL
Apesar de a legislação brasileira só permitir que o custo do capital de terceiros – juros – seja
contabilizado, para efeitos gerenciais, o custo do capital próprio também é um importante item
de custo.
2.6 SUNK COST OU CUSTO AFUNDADO
Sunk cost ou custo afundado são valores que, apesar de ainda terem impacto contábil
e afetarem os resultados, não fazem mais parte do processo de produção de produtos
e serviços, e precisam sair da conta de custeio.
A relação que as perdas têm com os gastos é a mesma relação que os
ganhos têm com as receitas.
O custo de capital é a remuneração do capital de terceiros e do capital
próprio.
M Ó D U L O 1Gestão Estratégica de Custos
17
Vamos supor que uma empresa tenha uma máquina que, segundo os princípios da contabilidade
geralmente aceitos, pode ser depreciada em 10 anos.
Três anos depois, uma máquina mais moderna começa a ser vendida no mercado e,
para se tornar competitiva, essa empresa precisa adquiri-la.
Qual item de custo participa da equação de custos – a máquina antiga, a máquina nova
ou as duas?
Para efeito gerencial, se a máquina antiga não participa mais dos recursos utilizados pela empresa,
ela deve sair de sua conta de custo, mesmo que a empresa possa se beneficiar da redução de
imposto por mais sete anos, causada pela apropriação restante da depreciação da máquina antiga.
2.7 CUSTO IMPUTADO
Um exemplo é o custo do capital próprio. Apesar de esse custo ter um impedimento legal para
sua contabilização, como já expusemos, faz todo sentido gerencial e, portanto, faz parte da
equação de custo gerencial.
2.8 CUSTOS NA GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
A diferença entre os custos e as despesas é importante porque muitos relatórios financeiros são
compartilhados tanto pela contabilidade financeira quanto pela gerencial – na Demonstração do
Resultado do Exercício, por exemplo.
Por isso, mesmo que alguns conceitos sejam aqui abordados por uma ótica diferente,
o entendimento da nomenclatura sob a ótica da contabilidade financeira facilita a
comunicação no ambiente empresarial.
Para o gestor, a separação dos gastos entre custos – gastos relacionados à produção – e despesas
– gastos não relacionados à produção – não faz muito sentido.
Já é consenso, entre os estudiosos da Administração, que a missão maior do gestor é a
geração de valor para o cliente – seja ele interno ou externo.
O custo imputado é representado pelos valores que são usados nas equações
de custos gerenciais, mas não são usados nas equações de custos contábeis – de
contabilidade financeira.
Trataremos da gestão estratégica de custos sob a ótica do gestor –
contabilidade gerencial.
M Ó D U L O 1 Gestão Estratégica de Custos
18
Portanto, para a gestão estratégica de custos...
...custos não são apenas os gastos necessários à produção de um produto – como
considera a contabilidade financeira...
...custos são todos os gastos necessários à geração de valor para o cliente, sejam eles
relacionados à produção ou não.
Dessa forma, chamaremos de custo todos os gastos necessários à geração de valor, e não apenas
os gastos relacionados à produção.
2.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – CONCEITO DE RELEVÂNCIA
3.1 TRADE-OFF ENTRE PRECISÃO E RELEVÂNCIA
Quando desenhamos um sistema de custeio, existe sempre um trade-off entre precisão e relevância
das informações geradas por esse sistema.
3.1.1 EXEMPLO 1 – À LA CARTE
Você e seus colegas de turma resolveram se juntar para fazer um almoço de confraternização.
A turma optou por um restaurante que servia comida brasileira à la carte.
Pensando que o mais importante do almoço é a integração, vocês acordaram, previamente, que
a conta seria dividida pelos participantes do almoço de forma igual, sem preocupação com o que
cada um tivesse consumido.
O início do almoço foi muito agradável. No entanto, no decorrer da confraternização,
uma cena começou a gerar um certo desconforto por parte de alguns participantes.
Vejamos se conseguimos imaginar o que aconteceu...
Quanto mais preciso, mais caro fica o sistema.
Vamos entender melhor essa questão com exemplos.
M Ó D U L O 1Gestão Estratégica de Custos
19
3.1.2 EXEMPLO 2 – DIVISÃO DA PIZZA
Alguns meses depois, alguns colegas que não puderam estar presentes no primeiro almoço de
confraternização estavam tentando organizar outro evento, e o lugar escolhido, desta vez, foi
uma pizzaria.
O organizador do primeiro evento, já com uma certa experiência nesse tipo de reunião,
resolveu sugerir que a conta fosse dividida pelo consumo real de cada pessoa, e não
rateada de forma igual entre os participantes, visando evitar maiores desconfortos.
Algumas pessoas que não estiveram no primeiro encontro não acharam essa metodologia de
divisão a melhor opção.
Entretanto, depois de ouvirem seu depoimento sobre o ocorrido no primeiro evento, mudaram
de ideia.
E agora, tudo está resolvido? Infelizmente, não.
Quando o custo da conta não era um fator importante para o evento, uma estimativa grosseira,
como o rateio que foi feito no primeiro encontro, parecia resolver o problema.
Depois de descobrir que essa forma usada para dividir – ou ratear – a conta entre os
participantes do almoço não se mostrou eficaz, uma forma mais elaborada passou a ser
discutida.
Se a conta fosse de R$ 100,00 e se houvesse 10 fatias de pizzas, cada pedaço de pizza
corresponderia a R$ 10,00. Uma pessoa que comesse 3 fatias pagaria R$ 30,00 pelo
almoço.
3.1.2.1 EXEMPLO 2 – DIVISÃO DO VINHO
Uma segunda pessoa achava que a sugestão do colega anterior seria muito boa se não houvesse
o consumo de vinho.
Havendo o consumo de vinho, as pessoas que optassem por uma bebida mais barata
estariam pagando pelo vinho, que é uma bebida bem mais cara.
Para resolver esse problema, sugeriram que o rateio com base nas fatias de pizzas incluísse todos
os itens da conta, menos o vinho, que seria dividido com base no número de taças de vinho que
cada pessoa tivesse bebido.
Alguém sugeriu que as pizzas fossem divididas em fatias e que toda a conta
fosse dividida pelo número de fatias de pizza.
M Ó D U L O 1 Gestão Estratégica de Custos
20
Supondo que o vinho tivesse custado R$ 50,00 e que uma garrafa servisse 5 taças, cada taça
custaria R$ 10,00.
Como a conta foi de R$ 100,00, e R$ 50,00 foram consumidos em vinho, sobrariam R$
50,00 para serem rateados pelo número de pizzas consumido.
Em uma pizza com 10 fatias, cada fatia custaria R$ 5,00. Uma pessoa que tivesse consumido uma
taça de vinho e 3 fatias de pizza pagaria, portanto, R$ 25,00 – R$ 10,00 do vinho e R$ 15,00 das
pizzas.
3.1.2.2 EXEMPLO 2 – DIVISÃO DE TUDO
Uma terceira pessoa achava que, já que o vinho estava sendo dividido de forma separada, era
justo também que eles dividissem o refrigerante de forma separada.
Quem toma vinho, come pizza e não toma refrigerante, estaria pagando, no rateio das
fatias de pizza, parte do refrigerante de outra pessoa.
Uma quarta pessoa argumentou que, já que era para dividir, toda divisão deveria ser feita de forma
separada, ou seja, a água, os sucos, o couvert, a sobremesa...
Além disso, nem todos comem fatias inteiras de pizza, algumas comem duas ou três fatias e meia,
por exemplo.
Para resolver isso, resolveram cortar a pizza à francesa e dividir o custo da pizza pelos
pedacinhos cortados, e não pelas fatias.
Uma quinta pessoa acabou tendo uma ideia que, no calor da discussão, pareceu ser a mais
interessante...
3.2 VALOR DAS INFORMAÇÕES DE CUSTO
Agora fica mais fácil analisar o conflito entre relevância das informações de custos e
precisão.
Imaginemos então uma empresa em que os itens que compõem o custo de um produtoou
serviço vão muito além de apenas pizzas e bebidas.
No caso das pizzas, até quando vale a pena melhorar o sistema de
custeamento da conta?
M Ó D U L O 1Gestão Estratégica de Custos
21
Para que possamos fazer uma reflexão melhor, vamos até o plano de contas de nossa empresa e
verifiquemos a quantidade de itens que precisam ser atribuídos a produtos, serviços, centros de
custos ou qualquer outro objeto que queiramos custear.
O mundo hoje é extremamente competitivo e melhores informações de custos podem ser
muito importantes para dar embasamento às decisões corporativas.
Contudo, informações mais precisas custam dinheiro.
Esse custo está relacionado a sistemas de informação, pessoas que programam e
operam esses sistemas, tecnologia de medição...
3.2.1 EXEMPLO 3 – CUSTO DE ENERGIA
Imaginemos, por exemplo, que, em um departamento de produção, tenhamos três máquinas
consumindo energia.
Existe um medidor de consumo de energia que mede o consumo de energia do
departamento.
No entanto, para saber quanto cada máquina consome de energia, a empresa precisa
de um rateio qualquer.
Uma opção é comprar três medidores de energia que possam mostrar o consumo efetivo de cada
máquina.
Se o consumo de energia for um item significativo no custeamento de um objeto de custo,
melhorar a precisão do custeamento comprando esses medidores pode ser uma boa opção.
Contudo, se o custo da energia não for significativo, a compra dos medidores de
energia só aumentaria o custo do produto, sem trazer informação relevante.
3.3 PONTO ÓTIMO DE UM SISTEMA DE CUSTEIO
Um dos pontos mais difíceis quando se projeta um sistema de custeio é, justamente, o
entendimento de até quando melhorar a precisão do sistema de custeio vale a pena.
O gráfico seguinte mostra o ponto ótimo que devemos buscar em um sistema de
custeio ideal.
M Ó D U L O 1 Gestão Estratégica de Custos
22
3.3.1 CUSTOS DOS ERROS
À medida que a competição se tornou mais vigorosa e global, o custo das decisões erradas –
tomadas com base em informações distorcidas – aumentou muito.
Ao mesmo tempo, a evolução contínua da tecnologia de informação, principalmente
nos últimos anos, reduziu, imensamente, o custo de medição.
Os recursos empregados nos esforços para melhorar as medições nos sistemas de custeio trazem
grandes reduções nos erros relacionados à má qualidade do sistema, que compensam o custo da
medição.
Além disso, os custos incrementais de medir tendem a ser muito menores do que os
custos incrementais gerados pelos erros em seu sistema de custeio.
3.3.2 BUSCA DO PONTO ÓTIMO
Achar o ponto ótimo é uma das tarefas mais difíceis do gerente de custos.
Enquanto essa afirmativa for verdadeira, o sistema de custeio estará trazendo
informações relevantes para seu processo decisório.
M Ó D U L O 1Gestão Estratégica de Custos
23
Essa discussão foi iniciada por dois dos maiores ícones da contabilidade de custos gerencial...
3.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – CENÁRIO CULTURAL
4.1 FILME
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, assista a
uma cena do filme JFK no CD que acompanha a apostila.
4.2 OBRA LITERÁRIA
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, leia o texto
O dote no ambiente on-line.
4.3 OBRA DE ARTE
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, aprecie o
quadro As fiandeiras no ambiente on-line.
Thomas Johnson e Robert Kaplan, da Universidade de Harvard, em 1987, com
a autoria do livro The relevance lost: raise and fall of management accounting.
M Ó D U L O 2Gestão Estratégica de Custos
25
MÓDULO 2 – MODELO VARIÁVEL
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, refletiremos sobre a equação base da lucratividade.
Falaremos do primeiro sistema criado para tomada de decisão – o sistema de custeio variável.
Nesse sentido, abordaremos o conceito de margem de contribuição, expoente máximo desse
modelo, passando pelos conceitos dos diferentes pontos de equilíbrio – financeiro, contábil e
econômico...
UNIDADE 1 – EQUAÇÃO BASE DA LUCRATIVIDADE
1.1 DESENVOLVIMENTO DA EQUAÇÃO
Vamos relembrar a equação básica da lucratividade...
1.2 CUSTOS VARIÁVEIS E CUSTOS FIXOS
A equação base da lucratividade pode parecer simples, mas seu desenvolvimento nos leva a
conclusões interessantes.
O primeiro passo é entender que os custos podem variar em relação ao volume de produção de
duas formas...
§ custos variáveis;
§ custos fixos.
1.2.1 CUSTOS VARIÁVEIS – CV
Custos variáveis são aqueles que variam em função do volume de produção, tal como
a matéria-prima.
Em uma indústria de fabricação de queijos, quanto mais queijos são produzidos, mais matéria-
prima – no caso, leite – é utilizada. Dessa forma, esse custo, para a produção de queijo, é um custo
variável.
lucro = receita – custo total
M Ó D U L O 2 Gestão Estratégica de Custos
26
Graficamente, os custos variáveis se comportam da seguinte forma...
1.2.2 CUSTOS FIXOS – CF
Custos fixos são aqueles que não variam com o aumento do volume de produção,
dentro de determinados limites.
Esse conceito é um pouco mais complexo do que o de custos variáveis porque, dependendo do
aumento ou da diminuição na capacidade de produção, esses custos podem também variar.
No exemplo anterior – o da fábrica de queijos –, o aluguel do espaço utilizado para produção de
queijos é um custo fixo porque, mesmo que a produção de queijo aumente, o preço que se paga
pelo aluguel não sofre variação.
Contudo, se a fábrica de queijos começar a ter um crescimento de vendas muito grande e
precisar aumentar 2, 3 ou 10 vezes a produção de queijo, a empresa não precisaria alugar
um espaço maior para aumentar a produção?
A chave da resposta para essa pergunta encontra-se na expressão dentro de determinados limites.
1.2.2.1 DIFERENÇA ENTRE CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS
Quando a produção aumenta muito, toda a estrutura de custos se altera.
Quando quisermos saber se um custo é fixo ou variável, devemos pensar em pequenos aumentos
– aumentos incrementais.
Então como saber se um custo é fixo ou variável ?
M Ó D U L O 2Gestão Estratégica de Custos
27
Toda empresa tem um limite de produção, o que chamamos de capacidade instalada.
No entanto, dentro desse limite, os custos podem ser considerados fixos ou variáveis segundo a
variação na quantidade produzida.
Exemplos de custos fixos são funcionários que recebem salário fixo, depreciação de
equipamentos, aluguéis...
1.2.2.2 REPRESENTAÇÃO DOS CUSTOS FIXOS
Graficamente, os custos fixos se comportam da seguinte forma...
1.3 EQUAÇÃO BASE COM OS CONCEITOS DE CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS
Já conhecendo as diferenças entre custo fixo e variável, podemos substituir o custo total, na
equação base, por dois componentes...
1.3.1 TRANSFORMAÇÃO DA RECEITA E DO CUSTO
O próximo passo é transformar a receita e o custo, na equação da lucratividade, em
seus componentes unitários.
Sabemos que a receita é formada pelo preço de venda unitário do produto – P – multiplicado pela
quantidade de produtos vendidos – Q.
lucro = receita – custo total 
lucro = receita – custo variável – custo fixo
M Ó D U L O 2 Gestão Estratégica de Custos
28
Por sua vez, o custo variável é formado pelo custo variável unitário de cada produto produzido –
CV – multiplicado pela quantidade de produtos produzida – Q.
1.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – CUSTO/VOLUME/LUCRO – NOÇÃO INTUITIVA
2.1 RELAÇÃO ENTRE CUSTO, VOLUME E LUCRO
Do estudo das relações entre custo, volume e lucro, retiramos alguns conceitos muito importantes.
Alguns desses conceitos são utilizados no dia a dia da empresa maissimples – como a
de um vendedor ambulante, por exemplo – e até no da mais complexa – como uma
multinacional.
2.2 EXEMPLO
Antes de passarmos ao desenvolvimento da fórmula, vamos analisar um exemplo
intuitivo.
Senhor Getulio é um imigrante europeu que veio para o Brasil trazendo, na bagagem, muita
experiência comercial e algum dinheiro para investir em novos negócios.
Depois de avaliar alguns potenciais investimentos, ele optou por abrir uma rede de barracas que
venderia coco – ele estava em um país tropical e este parecia ser um bom negócio.
Para assumir uma dessas barracas, ele convidou seu cunhado, Vargas, prometendo que
pagaria a ele um salário fixo de R$ 200,00 e que, assim que a barraca começasse a dar
lucro, eles discutiriam uma comissão que seria acrescida ao salário de Vargas.
Dessa forma, a fórmula base fica da seguinte forma...
A diferença entre esses dois modelos está na nomenclatura, na sofisticação
dos conceitos e na sistematização dos modelos.
M Ó D U L O 2Gestão Estratégica de Custos
29
Vargas, apesar de sempre ter sido funcionário exemplar nas empresas em que trabalhou na
Europa, diferente de Getulio, nunca foi proprietário, e sua visão de lucro era um pouco diferente
da visão de seu cunhado.
Como era de interesse mútuo, os dois começaram a fazer as contas de quantos cocos
teriam de vender mensalmente para que a Cocos GV passasse a dar lucro.
2.3 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO – MC
Pesquisando os fornecedores de coco do mercado, Getulio e Vargas verificaram que o preço
médio que os fornecedores cobravam pelo coco de boa qualidade era R$ 1,00.
Como a ideia de Vargas era colocar as barracas de coco nas praias, com barracas de
qualidade superior às de seus concorrentes, eles acharam que poderiam vender o
coco a R$ 3,00.
Vargas, já empolgado com a oportunidade de receber participação nos lucros, disse a Getulio...
– Prezado cunhado, se vendermos o coco que compramos por R$ 1,00 a R$ 3,00, vamos
receber um lucro de R$ 2,00 por coco. Como já temos lucro, qual vai ser minha participação
nele?
Getulio, que já fora empresário e tinha uma visão um pouco mais ampla do negócio, argumentou...
– Vargas, ainda não temos lucro. Esse valor de R$ 2,00, na verdade, chama-se ‘margem de
contribuição’. Cada coco que é vendido gera um valor de R$ 2,00, que contribuirá para
pagar os gastos fixos da empresa. Só depois que esses gastos forem pagos é que
passaremos a ter lucro.
M Ó D U L O 2 Gestão Estratégica de Custos
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2.4 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO
Entendendo o novo conceito, Vargas disse a Getulio...
– Então se nós recebemos R$ 2,00 de margem de contribuição por cada coco que vendemos
e temos de pagar meu salário fixo – que será de R$ 200,00 – antes de passarmos a ter
lucro, precisaremos de...
– Se, em cada coco que vendemos nós ganhamos R$ 2,00 e temos de pagar R$ 200,00 de
custo fixo relativo a meu salário, vendendo 100 cocos, nós passaremos a ter lucro. Correto,
Getulio?
2.5 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL
Observemos o desenrolar da história...
– Infelizmente, não é tão simples assim. Para podermos funcionar, eu terei de comprar
uma barraca que tem um valor estimado de R$ 2.400,00. Essa barraca tem uma previsão
de desgaste de 2 anos.
– Ou seja, a cada 2 anos, eu terei de recomprar uma barraca se nós quisermos continuar
funcionando. Esse conceito é o que a contabilidade chama de ‘depreciação’. Se vamos
comprar outra barraca daqui a 2 anos – 24 meses –, temos de juntar um valor de R$ 100,00
por mês para chegarmos aos R$ 2.400,00...
M Ó D U L O 2Gestão Estratégica de Custos
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– Esse sim, é o ponto a partir do qual passamos a ter lucro, segundo a ótica da contabilidade.
O primeiro nível de vendas que nós calculamos – 100 unidades – cobre nossa necessidade
de dinheiro para trabalhar. Se atingirmos essa quantidade, não precisaremos pedir
dinheiro emprestado para que nosso negócio funcione. Esse ponto é chamado de ‘ponto
de equilíbrio financeiro’.
– Mesmo atingindo o ponto de equilíbrio financeiro e tendo condições de continuar
trabalhando sem a ajuda financeira de outros, se atingirmos apenas esse nível de vendas
em 2 anos, nosso negócio estará morto, pois não teremos condições de comprar outra
barraca e continuar operando.
– Para continuarmos a empresa, precisamos vender, no mínimo, 150 cocos por mês. Só a
partir desse ponto é que passaremos a ter lucro em nossos relatórios contábeis. Esse nível
de vendas é que se chama ‘ponto de equilíbrio contábil’.
2.6 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO
Depois de fazer uma análise do potencial do negócio, Getulio resolveu abrir a barraca
de cocos.
Ele sabia que levaria algum tempo para que sua empresa começasse a dar lucro, porque era muito
importante para o sucesso de seu negócio que as pessoas entendessem que sua barraca era
especial – tendo um coco de boa qualidade e um bom atendimento, prestado por seu caríssimo
cunhado.
Getulio esperava que, nos primeiros 2 anos, a barraca atingisse o ponto de equilíbrio contábil e
que, só a partir daí, os lucros começassem a aparecer.
A previsão de vendas do empresário europeu se concretizou, e, nos dois primeiros
anos, a barraca vendeu uma média mensal de 150 cocos, não dando lucro nem prejuízo.
Vargas – R$ 200,00
preço do coco – R$ 3,00
custo do coco – R$ 1,00
MC – R$ 2,00
R$ 2.400,00
R$ 100,00 (R$ 2.400,00/24)
Q =
200 + 100
2
= 150
COCOS GV
M Ó D U L O 2 Gestão Estratégica de Custos
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2.6.1 DEPRECIAÇÃO
No final do segundo ano, a barraca já estava velha e, visando manter o aspecto de qualidade do
empreendimento, Getulio resolveu usar os R$ 2.400,00 que tinha juntado da depreciação para
comprar uma barraca nova.
O problema é que esse dinheiro, há 2 anos, era suficiente para a compra da barraca.
Contudo, agora o preço da barraca nova tinha acompanhado a inflação e o valor que
Getulio tinha já não era suficiente para a compra.
Na Europa, quando Getulio perguntara a seu contador o que significava depreciação – termo que
estava presente na demonstração do resultado do exercício da mercearia que Getulio tinha em
seu país natal, ele respondeu que era o valor estimado do desgaste dos investimentos que
Getulio havia feito nas máquinas e nos equipamentos da mercearia, ou seja, o valor que ele tinha
de juntar para comprar outros equipamentos iguais, após determinado tempo.
Como a empresa que Getulio tinha na Europa era muito bem-sucedida, apresentando lucros
expressivos, e a maioria dos países europeus tinha histórico de inflações muito baixas, a definição
de depreciação sempre pareceu razoável, mas, na situação atual, Getulio sentia que faltava alguma
coisa nesse conceito.
2.6.2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO E CAPITAL PRÓPRIO
Para resolver suas dúvidas sobre depreciação, Getulio procurou um amigo que tinha acabado de
fazer pós-graduação na Fundação Getulio Vargas e estava trabalhando como consultor
empresarial...
Após explicar ao consultor o que estava acontecendo, o consultor respondeu...
– Caro amigo, seu sistema de cálculo de ponto de equilíbrio tem algumas fragilidades que
precisam ser resolvidas para que sua empresa tenha saúde financeira a longo prazo. Essas
fragilidades são as seguintes: o conceito de depreciação não leva em conta o ‘valor do
dinheiro no tempo’.
– Você comprovou essa afirmativa quando verificou que R$ 2.400,00 compravam a
barraca há dois anos, mas não são suficientes para comprá-la agora. Para que a empresa
atinja, realmente, o ponto de equilíbrio, outro custo que temos de levar em conta é o ‘custo
de capital próprio’.
– Imagine que sua empresa cresça e você resolva emitir ações para financiar seu
crescimento. Da mesma forma que os bancos emprestam dinheiro para a empresa e
cobram juros por esse empréstimo, os acionistas fazem o mesmo e

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