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1. INTRODUÇÃO
Os antígenos de grupos sanguíneos eritrocitários são estruturas macromoleculares localizadas na superfície extracelular da membrana eritrocitária. Com o desenvolvimento de estudos moleculares, mais de 250 antígenos são conhecidos e estão organizados em 27 sistemas de grupos sanguíneos reconhecidos pela Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea
Os grupos sanguíneos são constituídos por antígenos que são a expressão de genes herdados da geração anterior. Quando um antígeno está presente, isto significa que o indivíduo herdou o gene de um ou de ambos os pais, e que este gene poderá ser transmitido para a próxima geração. O gene é uma unidade fundamental da hereditariedade, tanto física quanto funcionalmente.
No início do século XX, um pesquisador Austríaco chamado Karl Landsteiner trabalhou com transfusões sanguíneas e percebeu que quando misturava alguns tipos diferentes de sangue poderia ocorrer incompatibilidade entre eles, resultando na aglutinação (formação de aglomerados) das hemácias. Essa descoberta foi muito importante para o avanço das transfusões sanguíneas, pois a incompatibilidade sanguínea entre o doador e o receptor pode causar sérios prejuízos à saúde do receptor.
Os tipos sanguíneos são determinados pela presença, na superfície das hemácias, de antígenos que podem ser de natureza bioquímica variada, podendo ser compostos por carboidratos, lipídeos, proteínas ou uma mistura desses compostos. Estes antígenos eritrocitários são independentes do Complexo principal de histocompatibilidade (HLA), o qual determina a histocompatibilidade humana e é importante nos transplantes.
2. ANTIGENOS ERITROCITÁRIOS
Antígenos eritrocitários são substâncias presentes nas membranas dos glóbulos vermelhos, herdados geneticamente. Bioquimicamente, podem ser proteicos ou carboidratos (ligados a lipídios ou proteínas). Já foram reconhecidos e classificados aproximadamente 285 antígenos eritrocitários de importância clínica, divididos em sistemas individualizados, bem como alguns antígenos de alta ou baixa incidência populacional ainda não ligados a sistemas ou coleções. Define-se um Sistema de grupos sanguíneos conjunto de antígenos formados a partir da expressão de genes alelos de mesmo locus gênico, ou mesmo por um complexo de dois ou mais genes homólogos intimamente ligados. Cada sistema apresenta potencialidade imunogênica característica, variando desde os antígenos que raramente causam problemas clínicos até os que, em caso de transfusão incompatível, podem resultar na morte do paciente. Cada sistema antigênico é também específico - vale dizer, os anticorpos correspondentes se fixam especificamente aos sítios antigênicos determinados por cada grupo correspondente. Dentre estes, há os antígenos denominados públicos (comuns à maioria dos seres humanos) e familiares ou privados (extremamente raros, de ocorrência limitada a grupamentos humanos restritos ou familiares).
Para alguns destes grupos, os anticorpos são ditos naturais (quando existem no soro da maioria dos seres humanos, sem que estes tenham sido expostos a inoculação dos antígenos correspondentes por via parenteral --- como é o caso do Sistema ABO. Em sua maioria, contudo, os anticorpos só surgem no soro de um determinado indivíduo após inoculação (anticorpos ditos imunes). Considera-se que os anticorpos naturais sejam formados através da imunização por antígenos iguais ou semelhantes presentes em alimentos e microorganismos.
3. SISTEMA ABO
Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou que, quando amostras de sangue de determinadas pessoas eram misturadas, as hemácias se juntavam, formando aglomerados semelhantes a coágulos. Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm sangues incompatíveis, e, de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos sanguíneos, nos diferentes indivíduos da população.
Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando a circulação do sangue.
3.1. AGLUTINOGÊNIOS E AGLUTININAS
Determinação dos grupos sanguíneos utilizando soros anti-A e anti-B. Amostra 1- sangue tipo A. Amostra 2 - sangue tipo B. Amostra 3 - sangue tipo 
AB. Amostra 4 - sangue tipo O.
No sistema ABO existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses tipos são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os aglutinogênios, e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas, no plasma sanguíneo.
Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do grupo O não tem aglutinogênios na hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma.
3.2. COMPATIBILIDADE ENTRE OS DIVERSOS TIPOS DE SANGUE
	ABO
	Substâncias
	%
	Pode receber de
	Tipos
	Aglutinogênio
	Aglutinina
	Frequência
	A+
	B+
	A+
	0+
	A-
	B-
	AB-
	O-
	AB+
	A e B
	Não Contém
	3%
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	A+
	A
	Anti-B
	34%
	X
	
	
	X
	X
	
	
	X
	B+
	B
	Anti-A
	9%
	
	X
	
	X
	
	X
	
	X
	O+
	Não Contém
	Anti-A e Anti-B
	38%
	
	
	
	X
	
	
	
	X
	AB-
	Ae B
	Não Contém
	1%
	
	
	
	
	X
	X
	X
	X
	A-
	A
	Anti-B
	6%
	
	
	
	
	X
	
	
	X
	B-
	B
	Anti-A
	2%
	
	
	
	
	
	X
	
	X
	O-
	Não Contém
	Anti-A e Anti-B
	7%
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
3.3. POSSIVEIS TIPOS DE TRANSFUSÕES
As aglutinações que caracterizam as incompatibilidades sanguíneas do sistema acontecem quando uma pessoa possuidora de determinada aglutinina recebe sangue com o aglutinogênio correspondente.
 	Indivíduos do grupo A não podem doar sangue para indivíduos do grupo B, porque as hemácias A, ao entrarem na corrente sanguínea do receptor B, são imediatamente aglutinadas pelo anti – A nele presente. A recíproca é verdadeira: indivíduos do grupo B não podem doar sangue para indivíduos do grupo A. Tampouco indivíduos A, B ou AB podem doar sangue para indivíduos O, uma vez que estes têm aglutininas anti – A e anti – B, que aglutinam as hemácias portadoras de aglutinogênios A e B ou de ambos.
Assim, o aspecto realmente importante da transfusão é o tipo de aglutinação da hemácia do doador e o tipo de aglutinina do plasma do receptor. Indivíduos do tipo O podem doar sangue para qualquer pessoa, porque não possuem aglutinogênios A e B em suas hemácias. Indivíduos AB, por outro lado, podem receber qualquer tipo de sangue, porque não possuem aglutininas no plasma. Por isso, indivíduos do grupo O são chamadas de doadores universais, enquanto os do tipo AB são receptores universais.
4. SISTEMA RH
	O grupo sanguíneo Rh é assim conhecido pelo fato do antígeno Rh ter sido identificado primeiramente através de pesquisas no sangue de um macaco Rhesus.
	As pessoas que apresentam o fator Rh em seus glóbulos vermelhos são identificadas como Rh+ (Rh positivas). Aquelas que não apresentam o antígeno Rh são denominados Rh- (Rh negativas).
 	Quando se procede a uma transfusão sanguínea é necessário verificar se o receptor tem Rh-, pois, se assim for, ele não poderá receber sangue do tipo Rh+, uma vez que, seu sistema imune produzirá anticorpos anti-Rh.
Uma pessoa do grupo sanguíneo Rh+ pode receber transfusão de sangue tanto do fator Rh+ quanto do Rh-; já as pessoas do fator Rh- podem somente receber sangue Rh-.
 Apesar destas diferenças importantes, o sangue é o tecido humano mais compartilhado entre as pessoas. As transfusões de sangue, que éa transferência total ou parcial (apenas componentes do sangue como plasma ou glóbulos vermelhos) é capaz de salvar muitas vidas.
4.1. A HERANÇA DO SISTEMA RH
	Três pares de genes estão envolvidos na herança do fator Rh, tratando – se portanto, de casos de alelos múltiplos.
	Considera – se o envolvimento de apenas um desses pares na produção do fator Rh, motivo pelo qual passa a ser considerado um caso de herança mendeliana simples. O gene R, dominante, determina a presença do fator Rh, enquanto o gene r, recessivo, condiciona a ausência do referido fator.
	Fenótipos
	Genótipos
	Rh +
	RR ou Rr
	Rh -
	rr
5. SISTEMA LEWIS
	O sistema de grupos sanguíneos Lewis, caracteriza – se pela expressão de dois antígenos glicolipídicos Lea e Leb, cuja síntese resulta da interação dos genes FUT3 e FUT2. O gene FUT3 codifica a fucosiltransferase FUTIII, a qual fucolisa o oligossacarídeo precursor lactotetrasilceramídio, para formar o antígeno Lea. Paralelamente, a fucosiltranferase FUTII, codificada pelo gene FUT2, fucolisa o mesmo precursor para formar o antígeno H tipo 1. A posterior fucosilação desse antígeno pela FUTII dá origem ao antígeno Leb Dessa forma, os individuos que possuem amn=bas as fucosiltranferases serão classificados como secretores positivos e expressam o fenótipo eritrocitário Le (a-b+). Aqueles que possuem apenas a FUTII serão secretores negativo, cujo fenótipo eritrocitário Le (a+b-). Os indivíduos que não possuem a fucosiltransferase FUTII expressam o fenótipo eritrocitário Le (a-b+) e poderão ser secretores positivos ou negativos, na dependência de possuírem ou não a fucosiltranferase FUTII. Portanto, a expressão dos antígenos Lea e Leb e dos fenótipos eritrocitários Lewis dependem de interações epitáticas entre os genes FUT3 e FUT2.
A primeira descrição de um anticorpo do Sistema Lewis foi publicado em 1946 pelo hematologista britânico Arthur Ernest Mourant. O sistema de anticorpos Lewis é um dos mais frequentemente encontrados na pré-transfusão e no pré-natal. A expressão dos grupos sanguíneos ABH e Lewis foi determinada em amostras de sangue e saliva de duas comunidades negras semi-isoladas do Norte do Brasil. 
Este sistema é designado pelo símbolo “LE” e seu gene denominado “FUT3”. Possui 6 antígenos e o gene que codifica esta proteína, sendo encontrado no cromossomo 19p-13.3, ligado ao locus C3 do sistema complemento. 
De acordo com Harmening et al. (1992), o antígeno Lewis é o único a não ser sintetizado pelos eritrócitos. Ele é produzido por células teciduais e secretado nos líquidos orgânicos, sendo seus antígenos principalmente encontrados nas secreções e no plasma.Ainda em Harmening et al. (1992), é descrito que este sistema apresenta uma interação genética com o Sistema ABO, sendo a quantidade de antígeno eritrocitário influenciada pelos genes ABO herdados.
Seus anticorpos são geralmente da classe IgM, o tipo de anticorpo que não atravessa a barreira placentária, evitando assim a DHPN, sendo estes anticorpos classificados como anticorpos frios, mais reativos à temperaturas inferiores à 37ºC.
6. SISTEMA MNs
Sistema proposto em 1927, por Landsteiner e Levine, observando a capacidade de aglutinação de hemácias humanas em teste realizado em coelhos, sendo a partir de então possível a caracterização de dois tipos de aglutinogênios presentes conjuntamente ou isolados na membrana dos eritrócitos: o antígeno M e o antígeno N.
Portanto, trata-se de uma herança codominante (sem ação dominante ou recessiva) do grupo sanguíneo, formado pelos alelos LM e LN.
Nesse sistema, existem três tipos de genótipos para seus correspondentes fenótipos: dois homozigóticos, sendo o primeiro deles LMLM do grupo M, o segundo LNLN do grupo N e o terceiro heterozigótico LMLN do grupo MN.
	Genótipo
	Fenótipo
	LMLM
	Grupo M
	LNLN
	Grupo N
	LMLN
	Grupo MN
As letras M e N foram adotadas como representações aos antígenos produzidos a partir da síntese coordenada pelo par de genes alelos Lm e Ln (“L” em homenagem aos cientistas), não havendo relação de dominância ou recessividade entre eles, mas sim uma herança codominante.
7. SISTEMA KELL
O Sistema Kell é um dos anticorpos irregulares com maior incidência em politransfundidos. Este foi o primeiro sistema a ser descoberto após a introdução de testes de antiglobulina humana, em 1946. Foi definido através do anticorpo encontradono soro de uma paciente cujo nome era Sra. Kellacher, daí a origem do nome “Kell”.
O símbolo adotado para tal sistema é o “KEL”, já que seu gene é denominado “KEL”. Este gene possui vários polimorfismos importantes na expressão dos antígenos, sendoque já foram associados 23 antígenos a este sistema. A localização deste gene se encontra no cromossomo.
Em Harmening (1992), fica demonstrado que a incidência do antígeno K varia de acordo com a etnia. É menos encontrado em negros do que em brancos e extremamente raros em asiáticos, porém frequentemente encontrado em árabes. Sua classificação de anticorpo é da classe IgG, sendo reativo a 37ºC. A maioria de seus anticorpos é estimulada com a exposição dos eritrócitos através da gravidez ou transfusão.
7.1 ANTICORPOS ANTI – KELL
	
Anticorpos é a linha de frente do sistema imunológico do seu corpo. Eles identificam substâncias estranhas - como a bactéria que causa a doença - com base em marcadores químicos complexos ao redor das células, e destruir a substância estranha por "comer" dele. Enquanto os anticorpos do sistema imunológico só devem atacar substâncias que são prejudiciais para o corpo , eles podem , por vezes, simplesmente atacar qualquer coisa que eles não reconhecem como pertencentes ao seu corpo. 
7.1.1. KELL – GRUPO SANGUÍNEO
Durante a gravidez, a mãe pode ter um tipo sanguíneo diferente do seu filho. Neste caso, a presença de grupos sanguíneos da criança , como por exemplo o grupo sanguíneo Kell , pode ser identificado como estrangeiro e prejudicial . O grupo sanguíneo Kell contém alguns dos antigénios mais complexos , ou marcações químicas , de qualquer um dos grupos sanguíneos , estes antigénios , por vezes desencadear uma resposta do sistema imunológico da mãe . Por trás dos grupos sanguíneos ABO e Rh , grupo sanguíneo Kell é o terceiro grupo com maior probabilidade de provocar uma resposta do sistema imunológico da mãe. 
7.1.2. ERITROBLASTOSE
Quando o sistema imunitário da matriz identifica o grupo sanguíneo como externa , pode-se iniciar a produção de anticorpos anti - Kell para atacar a substância " externa " , mas, infelizmente , esta conduz a anticorpos que atacam as células vermelhas do sangue do lactente . 
Dependendo da gravidade da reação imunológica da mãe, o resultado pode variar de anemia no bebê a complicações mais graves, como um aumento do baço ou do fígado, edema, hidropisia em todo o corpo do feto ou o bebê que morrem logo, após o nascimento. 
7.1.3. TESTING
A melhor chance de evitar as piores possibilidades de anticorpos anti- Kell , e outros como ele , é através da detecção e tratamento precoce. Os médicos podem olhar para estes problemas através do sangue da mãe. Se o seu corpo está a produzir anticorpos anti- Kell eles vão aparecer em seu trabalho de sangue, se estes anticorpos são descobertas, os médicos irão monitorar seus níveis testando sangue da mãe regularmente durante a gravidez para avaliar a gravidade da reação imunológica da mãe.
8. SISTEMA KIDD
O grupo sanguíneo Kidd é o mais simples. Seu primeiro antígeno foi definido em 1951 através de um anticorpo no soro da Sra. Kidd e dois anos depois seu segundo antígeno foi descoberto. Para designar este sistema utiliza-se o símbolo “JK”, seu gene “JK” ou “SLC14A”. Possui 3 antígenos:
Jka
Jkb
Jkc
Fenótipo:
Jk(a+b+)
Jk(a+b-)
Jk(a-b+)
Jk(a-b-) raro
 O gene que codifica esta proteína é encontrado no cromossomo 18q12-q21, e é composta por 391 aminoácidos, que atravessam 10 vezes a membrana do eritrócito. Esta proteína é responsável pelo transporte de uréia nas células vermelhasdo sangue e do rim. 
O Sistema Kidd é de complexa detecção, podendo passar despercebido pelos testes pré-transfusionais, ocasionando reação transfusional hemolítica do tipo tardia, podendo esta ser uma anemia hemolítica, em que o organismo destrói as transfusões de sangue, levando a baixa contagem de células vermelhas do sangue. Os anticorpos Kidd são em sua maioria IgG, ocasionalmente ocorre a mistura de anticorpos de classe IgG e IgM, que por sua vez fixam complemento. 
8.1. ANTICORPOS
Imunogenicidade moderada
 Pós transfusionais
DHRN
Anti Jka mais imunogênico do que Jkb.
9. SISTEMA DUFFY 
Para designar este sistema utiliza-se o símbolo “FY”, assim como seu gene “FY”. Possui 6 antígenos (tabela 1) e é composto por cerca de 336 aminoácidos. Seu locus Duffy é localizado no cromossomo 1q22-23. Durante a investigação de uma reação transfusional hemolítica, observou-se que o soro do paciente continha um anticorpo estranho e que suas reações não correspondiam com as dos sistemas de grupos sanguíneos conhecidos. O paciente era um hemofílico chamado Mr. Duffy, que já tinha recebido transfusões anteriores. 
Seu soro continha dois anticorpos, ou seja, anti-Rh, e um segundo anticorpo que reagiu com uma grande proporção ao do grupo O Rh-negativo; este segundo anticorpo pôde ser detectado com segurança apenas pelo teste de Coombs indireto. 
Conforme Jens, Pagliarini e Novaretti (2005), o fenótipo Fy é responsável por uma queda na imunidade da pessoa em relação à doença da malária, devido ao Plasmodium ssp., transmissor da malária requerer antígenos Duffy para entrar nas hemácias Uma característica interessante pertinente a este sistema, é que em caso 8da pessoa ser Fy (a-b-), encontrado comumente em indivíduos negros africanos, esta apresenta-se resistente ao parasita transmissor. Fy (a-b-) representa, então, uma vantagem evolutiva.
O antígeno Duffy é definido por um anticorpo de classe IgG1, sendo este ativador do sistema complemento. O antígeno Fy é quarenta vezes menos imunogênico que o antígeno K.
O sistema de grupos sangüíneos Duffy é muito mais complexo do que aparenta, quando visto apenas sob a perspectiva sorológica. Como sua presença não se restringe aos eritrócitos, a expressão tecidual diferencial do DARC em indivíduos com fenótipo Fy(a-b-) portadores da mutação GATA-box, confere a esse sistema um nível polimórfico adicional.5 É possível que a presença do DARC em outros tecidos anule quaisquer desvantagens resultantes de ausência nos eritrócitos, preservando assim seu papel funcional. Devido à sua importância para a hemoterapia, o First International Workshop on Blood Group Genotyping recomenda a identificação da mutação GATA-box em pacientes Fy(a-b-) que necessitam de transfusão.
Diante de sua complexidade, não é surpreendente o envolvimento do sistema Duffy em diferentes processos biológicos. Sua participação na resposta inflamatória e na rejeição de aloenxertos renais, contribuindo para a menor sobre-vida do enxerto e para o restabelecimento tardio da função renal, tem sido documentada. A constatação de que os eritrócitos Duffy negativos [Fy(a-b-)] eram resistentes à infecção pelos P. knowlesi e P. vivax fundamentou a proposição de que a ausência dos antígenos Duffy nos eritrócitos representa um exemplo de processo de seleção natural, especialmente em áreas onde o P. vivax constitui o agente indutor da pressão seletiva. Essa resistência parece ter influenciado de maneira acentuada a distribuição dos fenótipos Duffy nas diferentes populações.8 A implicação do sistema Duffy como fator de suscetibilidade e resistência à malária também foi recentemente avaliada na Amazônia brasileira.
10. SISTEMA P
O primeiro antígeno do sistema P foi descoberto por Landsteiner e Levine (1927). Este sistema é composto por 7 tipos principais, reconhecidos através de quatro anti-soros. Seus antígenos estão associados ao aborto habitual e à pielonefrite por Eschericha coli.
10.1. TABELA DOS GRUPOS SANGUÍNEOS
	Fenótipo
	Frequência
	Antígeno presente nos GRs
	Anticorpos no soro
	P1
	20 – 90%
	P1, PK,P
	Nenhum
	P2
	10 – 80%
	PK,P
	Anti – P1
	P1K
	Raro
	P1, PK
	Anti –P
	P2K
	Raro
	PK
	Anti – PP1
	P
	Raro
	Nenhum
	Anti - PP PK (Anti – Tja)
11. CONCLUSÃO
Cada indivíduo possui um conjunto diferente de antígenos eritrocitários, e por seu número -- existem hoje cerca de 27 sistemas antigênicos, conhecidos, mais alguns antígenos diferenciados que ainda não foram atribuídos a nenhum sistema específico, é difícil encontrar dois indivíduos de mesma composição antigênica. Daí a possibilidade da presença, no soro, de anticorpos específicos (dirigidos contra os antígenos que cada indivíduo não possui), o que resulta na aglutinação ou hemólise quando ocorre uma transfusão incompatível (ou, em determinações laboratoriais, quando se fazem reagir soros específicos com os antígenos correspondentes presentes nas hemácias). Diferentes sistemas antigênicos se caracterizam por induzir a formação de anticorpos em intensidades diferentes; além do que, alguns são mais comuns e outros, mais raros. Estes dois fatos associados determinam a importância clínica de cada sistema.
12. BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Maria Regina A. Hematologia Básica: fisiopatologia e estudo laboratorial. 4 ed. São Paulo: Editora Luana. 2008. 420 p
BONIFÁCIO,Silvia L; NOVARETTI Marcia C. Z. Funções biológicas dos antígenos eritrocitários. Revista Brasileira de hematologia e Hemoterapia, Rio de janeiro, vol. 31 n.2 Fev, 2009.
BORDIN. José O.; JÚNIOR, Dante M. L.; COVAS, Dimas T. Hemoterapia. São Paulo: Editora Atheneu. 2007.  632p.

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