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Contabilidade de Custo e Gerencial

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�PAGE �138�
GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
MARINA GONÇALVES PASSALACQUA
�
SUMÁRIO
6UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS	�
18Processo de ensino-aprendizagem	�
18Objetivos de sua aprendizagem	�
19Você se lembra?	�
19Introdução	�
Erro! Indicador não definido.1.1	Histórico da contabilidade de custos	�
191.2	Terminologia Contábil	�
221.3	Princípios contábeis aplicados à Contabilidade de Custos	�
25Atividades	�
26Reflexão	�
27Leituras Recomendas	�
28Referências	�
28Na próxima unidade	�
30UNIDADE 2 - CUSTOS PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES: CUSTEIO POR ABSORÇÃO	�
30Processo de ensino-aprendizagem	�
30Objetivos de sua aprendizagem	�
30Você se lembra?	�
31Introdução	�
322.1	Custos diretos e custos indiretos	�
322.2	Aplicação de custos aos produtos	�
362.3	Custeio por Absorção	�
382.4	Análise dos critérios de rateio	�
412.5	Aplicação o Custeio por Absorção	�
44Atividades	�
47Reflexão	�
48Leituras Recomendas	�
49Referências	�
49Na próxima unidade	�
50UNIDADE 3 – CUSTEIO POR ABSORÇÃO COM DEPARTAMENTALIZAÇÃO E O CUIDADO COM OS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO	�
50Processo de ensino-aprendizagem	�
50Objetivos de sua aprendizagem	�
50Você se lembra?	�
51Introdução	�
513.1	Aplicação dos custos indiretos de fabricação	�
523.2	Conceitos de Departamento e sua classificação	�
533.3	Centros de Custos	�
543.4	Custeio por Absorção com Departamentalização	�
56Matéria-prima	�
613.5	Outros Aspectos da Contabilidade de Custos	�
613.5.1	Custos de materiais diretos	�
633.5.2	Apuração de custos em produção por ordem	�
643.5.3	Apuração de custos em produção contínua	�
643.5.4	Apuração de custos em produção conjunta	�
66Atividades	�
69Reflexão	�
70Leituras Recomendas	�
70Referências	�
70Na próxima unidade	�
72UNIDADE 4 - CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES	�
72Processo de ensino-aprendizagem	�
72Objetivos de sua aprendizagem	�
72Você se lembra?	�
72Introdução	�
734.1	Apuração dos custos das atividades	�
774.2	Alocação dos custos das atividades aos produtos	�
794.3	Exemplo de aplicação do ABC	�
834.4	Utilização do ABC para avaliação de desempenho	�
844.5	ABC e o custeio variável	�
854.6	Vantagens e Desvantagens do Custeio Baseado em Atividades	�
864.7	Exercício resolvido com aplicação do ABC em uma empresa de serviços	�
90Atividades	�
91Reflexão	�
92Leituras Recomendas	�
92Referências	�
92Na próxima unidade	�
94UNIDADE 5 - CUSTEIO VARIÁVEL	�
94Processo de ensino-aprendizagem	�
94Objetivos de sua aprendizagem	�
94Você se lembra?	�
94Introdução	�
955.1	Conceito de margem de contribuição	�
975.2	Custeio variável	�
995.3	Exemplo de aplicação do Custeio Variável com uso da Margem de Contribuição	�
1025.4	Distinção entre o custeio por absorção e custeio variável	�
1055.5	Exercício Resolvido: Aplicação da Marge de Contribuição	�
1085.6	Exercício Resolvido: Aplicação do Custeio Variável com uso da Margem de Contribuição	�
110Atividades	�
111Reflexão	�
112Leituras Recomendas	�
112Referências	�
113Na próxima unidade	�
114UNIDADE 6 - ANÁLISE CUSTO –VOLUME – LUCRO	�
114Processo de ensino-aprendizagem	�
114Objetivos de sua aprendizagem	�
114Você se lembra?	�
114Introdução	�
1156.1	Comportamento dos Custos Fixos, Variáveis e Receita de Venda	�
1186.2	Conceito de Ponto de Equilíbrio	�
1226.3	Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro	�
1276.4	Aplicações dos conceitos de ponto de equilíbrio	�
1286.5	Margem de Contribuição e aplicação do Ponto de Equilíbrio Contábil para N produtos	�
1316.6	Exercício resolvido	�
133Atividades	�
134Reflexão	�
136Leituras Recomendas	�
136Referências	�
136Na próxima unidade	�
138UNIDADE 7 - CUSTOS PARA CONTROLE	�
138Processo de ensino-aprendizagem	�
138Objetivos de sua aprendizagem	�
139Introdução	�
1407.1	Custo-padrão	�
1437.2	Análise das variações de materiais diretos e mão-de-obra	�
1437.2.1	Variações de materiais diretos	�
1457.2.2	Variações de mão-de-obra direta	�
1467.3	Análise das variações dos Custos Indiretos	�
1477.4	Aplicação dos Custos para Controle	�
148Questões propostas	�
151Reflexão	�
152Leituras Recomendas	�
152Referências	�
152Na próxima unidade	�
153UNIDADE 8 - DECISÕES EM CUSTOS	�
153Processo de ensino-aprendizagem	�
153Objetivos de sua aprendizagem	�
153Você se lembra?	�
154Introdução	�
1548.1	Custo de Oportunidade	�
1568.2	Aplicações do conceito de Custo de Oportunidade	�
1588.2.1	Decisões de investimento	�
1608.2.2	Decisões sobre mix de produção	�
1618.3	Outras decisões envolvendo Custos de Oportunidade	�
163Atividades	�
164Reflexão	�
165Leituras Recomendas	�
165Referências	�
�
�
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS
Processo de ensino-aprendizagem
Nesta primeira unidade vamos conhecer o histórico da contabilidade de custos, como surgiu, porque evoluiu, bem como apresentar as principais diferenças entre as expressões: Contabilidade de Custos, Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial.
Objetivos de sua aprendizagem
Após este capítulo você será capaz de:
Descrever como surgiu a Contabilidade de Custos, entendendo seu nascimento e evolução;
Compreender a diferença entre custos industriais e custos comerciais;
 Diferenciar contabilidade de custos, contabilidade gerencial e contabilidade financeira
Você se lembra?
Você alguma fez já se confundiu com as expressões “Contabilidade Financeira”, “Contabilidade de Custos” e “Contabilidade Gerencial”? Será que existe diferença entre estas três expressões? Será que são conceitos que se assemelham? Completam-se ou são antagônicos? Essas dúvidas serão sanadas mediante a explanação a cerca da cronologia do aparecimento de cada expressão.
Introdução
Esse capítulo tem como objetivo levar o aluno ao conhecimento de como surgiu e evoluiu a Contabilidade de Custos, apresentando o momento do surgimento de expressões como: Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial. Tem-se ainda a preocupação de demonstrar o papel da Contabilidade Custos no fornecimento de informações para planejamento de novos produtos e também de avaliá-los. Assim, a Contabilidade de Custos fornece aos administradores as informações necessárias para tomarem decisões permitindo melhor entendimento das atividades dos administradores e contadores dentro da organização. Deste modo, a preocupação desse capítulo está em guiar os alunos a conhecerem os desafios que os administradores enfrentam e como a contabilidade gerencial poderá auxiliar nas informações sobre quais os melhores meios e, mais adequados para enfrentar os desafios no seu cotidiano.
 Histórico da contabilidade de custos
Se você imagina contabilidade como um universo de números a serem somados, selecionados e acompanhados, você ficará surpreso! Pois a moderna Contabilidade de Custos é mais do que números, mas antes disso veremos que o advento da Contabilidade de Custos deu-se após a Revolução Industrial no século XVIII, pois até esse momento quase só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que, desenvolveu-se na Era Mercantilista, a qual estava bem estruturada para servir as empresas comerciais (MARTINS, 2003).
A contabilidade se desenvolveu há muito tempo atrás, quando fazendeiros pré-históricos usavam pedras para contarem seus bens. Historiadores demonstraram que informes contábeis têm sido pre​parados há milhares de anos. Registros contábeis, remontando às antigas civilizações, foram encontrados gravados em blocos de pedra. Os sumérios�, por exemplo, usavam cilindros ou esfera ou outra forma, para contar e especificar o bem, o dono e o número de bens, guardando esses cilindros/esferas em bolas ocas de argila rotulando do lado de fora com símbolos quem eram os donos, o número e o tipo de produto em questão.
	Sistema de Controle Sumério
	Luca Pacioli
Figura 1: Sistema de controle dos Sumérios e Luca Pacioli�
No século XV, Luca Pacioli� escreveu o primeiro livro, publicado em Venezaem 1494 (Summa de Arithmetica, Geometria, Propostioni et Proportionalita), didático sobre contabilidade, desenvolvendo as partidas dobradas, ou seja, tudo que for registrado de um lado deve ter sua representatividade em outro, são os débitos e os créditos. Pacioli descreveu os fundamentos de um sistema contábil de partidas dobradas bastante funcional (para cada débito(s), um crédito(s) correspondente). A necessidade de registrar informações sobre transações comerciais tem existido sempre que as pessoas têm comercializado entre si nos mercados de troca. Isso demonstra que a Contabilidade Financeira surgiu através de organizações comerciais com principal intuito de avaliar permutas, e, na realidade, teve grande avanço na chamada Era Mercantilista (LEONE, 2000).
A necessidade de registrar informações sobre transações comerciais tem existido sempre que as pessoas têm comercializado entre si nos mercados de troca. Isso demonstra que a Contabilidade Financeira surgiu através de organizações comerciais com principal intuito de avaliar permutas, e, na realidade, teve grande avanço na chamada Era Mercantilista (LEONE, 2000).
De acordo com Martins (2009), até a Revolução Industrial (século XVII), praticamente só havia a Contabilidade Financeira, também conhecida como Contabilidade Geral, como já dito. O consumo de bens e serviços são necessidades inerentes a condição humana e ocorrem desde os primórdios da civilização. Antes da Revolução Industrial, o tipo inicial de empresa que se desenvolveu foram as empresas comerciais ou de manufatura. Tais empresas tinham como principal negócio a comercialização de produtos produzidos de forma manufatureira por outras famílias. Por exemplo: compra e revenda de tapetes, artesanatos, vasos de cerâmicas etc. Estas mercadorias eram compradas de tais famílias e revendidos em feiras ou em viagens marítimas. 
Nesta época, de empresas artesanais, a apuração do resultado de cada período tinha como foco o controle de inventário ou estoque físico e elaboração e fechamento do Balanço Patrimonial. O resultado de cada período para a elaboração do balanço em seu final era dado pelo levantamento dos estoques em termos físicos; quanto aos valores monetários eram obtidos pelo montante pago por item estocado. Assim, pela diferença de quanto possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e com o estoque existente, apurava o valor da aquisição das mercadorias vendidas, ou Custo da Mercadoria Vendida (CMV) da seguinte maneira:
Em que:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas 
EI = Estoques iniciais
C = Compras
EF = Estoques Finais
Desse modo, era possível elaborar a Demonstração de Resultados da empresa comercial pela confrontação do resultado com as receitas obtidas pelas vendas chegando ao lucro bruto, do qual deduzia as despesas necessárias para manutenção da entidade.
	Vendas líquidas
	XXX
	(-) Custo das Mercadorias Vendidas
	(XXX)
	Estoques iniciais
	XXX
	(+) Compras
	XXX
	(-) Estoques Finais
	(XXX)
	(=) Lucro Bruto
	XXX
	(-) Despesas
	(XXX)
	Comerciais (Vendas)
	(XXX)
	Administrativas
	(XXX)
	Financeiras
	(XXX)
	(=) Resultado Antes do Imposto de Renda
	XXX
Tabela 1: Cálculo da Demonstração de Resultados em empresas de Manufatura
Segundo Martins (2009), os bens ou os serviços eram produzidos por pessoas ou grupos de pessoas, dentro das quais, poucas se constituíam como entidades jurídicas. As empresas da época sobreviviam do comércio, e não da fabricação, por isso a facilidade em verificar e acompanhar o valor de compra dos bens existentes. Era uma verificação objetiva e comprovável, bastava verificar os documentos da aquisição.
Vamos resolver um exemplo de cálculo do Custo da Mercadoria Vendida (CMV): A empresa EcoMad que tinha 10 mesas que custaram 50$ cada uma. Comprou mais 4 mesas a 50$ cada uma e ficou no estoque final com 3 mesas. Qual o custo da mercadoria vendida? Qual a Demonstração de Resultados da EcoMad se cada mesa é vendida a R$70?
O Custo da Mercadoria Vendida seria:
	
	Qtd 
	Valor 
	Total 
	Estoque Inicial 
	10
	$ 50
	$ 500
	(+) Comprar 
	4
	$ 50
	$ 200
	(-) Estoques Finais 
	-3
	$ 50
	$ -150
	(=) Custo da Mercadoria Vendida 
	11
	$ 50
	$ 550
A Demonstração de Resultados seria:
	
	Qtd 
	Valor 
	Total 
	Vendas Líquidas 
	11
	$ 70
	$ 770
	(=) Custo da Mercadoria Vendida 
	11
	$ 50
	$ (550)
	 Estoque Inicial 
	10
	$50
	$ 500
	 (+) Comprar 
	4
	$ 50
	$ 200
	 (-) Estoques Finais 
	3
	$ 50
	$ (150)
	(=) Lucro Bruto 
	 
	$ 220
	(-) Despesas 
	
	$ (170)
	 Vendas 
	
	$ 70
	 Administrativas 
	
	$ 60
	 Financeiras 
	
	$ 40
	(=) Resultado Líquido 
	
	$ 50
 Esta era a Contabilidade Geral da era Mercantilista.
De acordo com Martins (2009), desde a Revolução Industrial, a Contabilidade de Custos sofreu uma evolução considerável devido à necessidade de realinhamento de seus objetivos e à expansão do campo de atuação.
Com a Revolução Industrial do século XVIII, houve um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social e aumento da necessidade de um sistema contábil financeiro. Com o incremento do processo produtivo e conseqüente aumento da concorrência entre empresas e a escassez de recursos, surgiu a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de planejamento e controle das empresas. Neste sentido, as informações de custos, desde que devidamente apresentadas em relatórios, seriam um grande instrumento para o controle e planejamento empresarial. Diante de tal fato, a Contabilidade de Custos tornou-se, devido a grande gama de informações que a compõem, um grande sistema de informações gerenciais
A manufatura (onde tínhamos a contabilidade Geral) deslocou-se para as fábricas movidas a energia (passando a ter a produção de produtos nas indústrias), as quais, mais para frente, precisavam de investimentos monetários. 	Na realidade, as empresas comerciais continuaram a utilizar o sistema simples de cálculo do CMV para a apuração do custo da mercadoria. Porém, com o advento da manufatura em massa, itens pouco relevantes por acontecerem de forma artesanal passaram a ser relevantes no custo do produto, sendo eles: MD (Materiais Diretos), MOD (Mão-de-Obra Direta) e o CIF (Custo Indireto de Fabricação), além disso, os produtos, por serem produzidos, passavam por estágios antes de se tornarem passíveis de consumo, onde então passou a surgir o conceito de PP (Produtos em Processo ou em Elaboração) e PA (Produto Acabado)
 Mas como essas novas empresas iriam conseguir investimentos? Algumas alternativas era a busca por investimentos de indivíduos, de bancos ou de outras empresas. 
Mas, para que os bancos, as empresas ou os indivíduos emprestassem recursos para as empresas e eles exigiam informações, eles precisavam conhecer o negócio da empresa, conhecer o ambiente onde estariam emprestando seus recursos (alocando seus recursos). A contabilidade de custos então se desenvolveu após a Revolução Industrial no século XVIII, portanto é um ramo da Contabilidade Geral e voltada para as empresas industriais, ou seja, para a atribuição dos custos aos estoques destinados a venda.
A maioria dos procedimentos de contabilidade interna foi desenvolvida entre 1880 e 1925 e o uso era rastrear a rentabilidade da empresa para os produtos e usando essa informação para tomada de decisão.
Além disso, teve foco inicial e principal na avaliação de estoques por meio de diferentes métodos de custeio. Foi quando se desenvolveram métodos e sistema de custeio como o Custeio por Absorção; Custei Baseado em Atividades entre outros, como veremos ao longo dês curso. Contudo, o controle de estoque passa a ser mais detalhado, tendo a necessidade de apuração do Custo do Produto Vendido (CPV).
A figura a seguir ilustra a diferença entre empresa comercial e industrial:
Figura 2: Exemplo de empresacomercial e industrial
Fonte: Crepaldi (2009, p. 4)
Para os autores Horngren; Datar e Foster, 2004 a Contabilidade Gerencial e a Financeira tem diferentes objetivos. A contabilidade gerencial mede e relata informações financeiras e não-financeiras que ajudam os administradores a tomar decisões para alcançar objetivos de uma organização para fins estratégicos se baseando em demonstrativos internos.
A contabilidade financeira concentra-se em demonstrativos para grupos externos, baseando se em princípios contábeis geralmente aceitos, que iremos conhecer nesse mesmo capítulo, os administradores são responsáveis pelos demonstrativos financeiros emitidos para investidores, órgãos reguladores do governo e outros interessados externos a organização.
A contabilidade de custos fornece informações tanto para a contabilidade gerencial quanto para a financeira.
Segundo Padoveze (2003), foi com o surgimento das empresas industriais que surgiu a diferença fundamental entre o custo dos produtos das empresas comerciais e o custo dos produtos nas empresas industriais é que as empresas comerciais têm só um insumo para custo das mercadorias adquiridas para revenda, enquanto as empresas industriais têm de utilizar vários insumos para o processo de obtenção (produção) dos produtos.
Assim, foi necessária uma adaptação seguindo o mesmo entendimento com a formação dos critérios de avaliação de estoques no caso industrial.
Com principal enfoque da Contabilidade de Custos na mensuração monetária dos estoques e do resultado e, não a de um instrumento de administração passou a mesma a ser vista como uma eficiente forma de auxílio no desempenho gerencial.
Figura 3: Sistema de Informações Gerenciais
Fonte: Martins (2009, p. 22)
Podemos dizer que a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao Controle fornecendo dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e demais previsões e acompanhamento efetivo para comparabilidade e, a ajuda às tomadas de decisões sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc.
O sistema de informações gerenciais, aquele que contém as informações necessárias para que o gestor ou o administrador da empresa possa tomar decisão, é formado por informações provenientes da Contabilidade Financeira, da Contabilidade de Custos, pela Contabilidade Gerencial e pelo controle orçamentário. Esses quatro tipos de fonte de informação se interagem, um fornece informações ou bases para o outro, eles se complementam.
Podemos assim concluir que administrar custos constitui parte integral das estratégias de administração e sua implementação colocada em ação.
	BOX CONEXÃO: Para conhecer mais a respeito da Contabilidade Financeira e Gerencial, leia o artigo: “Diferenciações entre a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial: uma pesquisa empírica a partir de pesquisadores de vários países”, escrito por Frezzati, Aguiar e Guerreiro, publicado na Revista de Contabilidade e Finanças, número 44 de 2007. Para obter artigo, basta acessar o site da revista: www.fea.usp.br/revista.
As instituições vivem atualmente uma fase em que a concorrência é cada vez mais acirrada, existem demasiadas pressões quanto a responsabilidades sociais, uma necessidade contínua de aperfeiçoamento tecnológico e de processos, um número cada vez maior de consumidores exigindo produtos de alta qualidade, funcionais e de baixo custo e uma pressão oriunda dos efeitos da globalização a partir da possibilidade de novos entrantes no mercado. Embasado neste contexto, quaisquer empresa passa a ter uma principal preocupação: sobreviver na nova conjuntura sócio-econômica mundial.
Princípios Contábeis aplicados a Contabilidade de Custos industrial
Características da Contabilidade de Custos
A Contabilidade de Custos pode ser definida como o segmento ou área da Contabilidade que trata especificamente de elaborar técnicas, métodos, procedimentos e fundamentos teóricos visando a mensuração, classificação e avaliação das mutações patrimoniais relacionadas as operações internas da empresa, objetivando a obtenção do custo de determinados bens ou serviços (IUDÍCIBUS, 2000). Tais custos irão compor o valor do estoque e o custo do produto ou serviço vendido.
Inicialmente, a Contabilidade de Custos tinha o objetivo principal de avaliar os estoques e custos para demonstração de resultado em nível de divulgação das demonstrações contábeis aos usuários externos. Contudo, atualmente, a Contabilidade de Custos tornou-se um importante instrumento gerador de informações para planejamento, controle e tomada de decisões internas a empresa.
Martins (2009) lista três grupos dentro dos quais a Contabilidade de Custos pode cumprir seu papel. São eles:
Inventariar e ativar os produtos fabricados e vendidos
O que significa conhecer o valor final dos produtos acabados e em processamento; confeccionar demonstrativos do custo de produção de cada produto fabricado; elaborar demonstrativos do CPV (Custo dos Produtos Vendidos), CMV (Custo da Mercadoria Vendida) e ainda o custo dos Serviços Prestados e; elaborar demonstrativos de resultados.
Planejar e controlar as atividades econômicas:
O que significa analisar o comportamento dos custos, seja por meio de análise vertical quanto de análise horizontal; promover orçamentos empresariais com base no custo de fabricação; estabelecer o custo padrão de fabricação; definir as responsabilidades no processo de produção; decidir sobre o preço de venda de cada item de produção e; determinar o volume da produção (além do ponto de equilíbrio, porém dentro da capacidade física da empresa).
Servir como instrumento para tomada de decisão:
O que significa eliminar, criar, aumentar ou diminuir a linha de produção de certos produtos; produzir ou adquirir já pronto no mercado; formar preço de venda ou princing; aceitar ou não encomendas e; alugar ou comprar, terceirizar ou produzir.
 O objetivo de mensurar estoques e resultado da empresa não deixou de ser um dos focos da Contabilidade de Custos. Porém, a função de controle e auxílio à tomada de decisão passaram a ser fatores determinantes para a eficácia de um sistema de custos no que tange a satisfação das necessidades dos usuários da Contabilidade
Com relação ao processo de contabilidade de custos, apesar de todo o avanço encontrado na Contabilidade de Custos, pode ser observado que o processo básico, para chegar aos objetivos almejados por esta contabilidade, não foram modificados, mas sim otimizados.
Segundo Leone (2000), custear não significa apenas determinar ou calcular custos, mas sim apurar os custos. Assim, o processo da Contabilidade de Custos pode ser resumido nas seguintes fases:
Coleta dos dados;
Acumulação dos dados;
Organização dos dados;
Processamento dos dados;
Análise dos dados;
Interpretação das informações geradas;
Apresentação das informações e do resultado.
Atividades
1. As funções gerenciais mais relevantes da Contabilidade de Custos são:
(a) Auxílio ao controle e apuração de Imposto de Renda.
(b) Ajuda à tomada de decisão e levantamento de Balanço.
(c) Auxílio ao controle e ao processo de tomada de decisão.
(d) Valoração dos estoques físicos e tomada de decisões.
(e) Auxílio ao controle e à valoração dos estoques físicos.
2. A contabilidade de custos surgiu da contabilidade financeira a partir:
(a) Do século XX.
(b) Da era mercantilista.
(c) Do aparecimento da escrita.
(d) Da globalização do mercado e a crescente necessidade de informações sobre custos.
(e) Da revolução industrial.
3. Como eram avaliados os custos das mercadorias vendidas até o século XVIII (era mercantilista)? : (a) Pelo método do custo de reposição.
(b) Por meio da contabilidade de custos.
(c) Com o serviço de especialistas em avaliação de bens.
(d) CMV = Estoque inicial + Compras – Estoque final.
(e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.4. A papelaria Stuart compra e revende livros das editoras. Em Fevereiro do ano passado ela apresentou um estoque inicial de $20.000 em livros, comprou mais $30.000,00 em mercadorias. Os livros são vendidos para escolas do ensino fundamental, sendo que após as Vendas de fevereiro deste ano a Stuart apurou um estoque final de $15.000. Qual o CMV da empresa no final de fevereiro deste ano?
Reflexão
Com o nascimento das indústrias e a criação da contabilidade societária, a contabilidade de custos nasceu dar um apoio por meio de informações sobre os produtos produzidos, vendidos e em estoque. Contudo, a evolução das empresas foi tamanha que a Contabilidade de Custos também evoluiu e, na sua vertente gerencial, passou a ser peça fundamental para apoio no controle e na tomada de decisão. Sem demoras, havia a necessidade de integração da Contabilidade de Custos, Financeira/Societário, Gerencial e Orçamentária, completando o sistema de informação das empresas.
Para maior eficácia no processo de informação, desenvolveram-se algumas terminologias para a Contabilidade de Custos, necessárias para a compreensão da disciplina como um todo.
Ainda no processo de evolução da Contabilidade, os princípios contábeis observados para a elaboração de Balanços e Demonstrações de Resultados, auditados pelo Fisco e pela Auditoria Externa (Independente) e têm aplicação na Contabilidade de Custos.
Tem-se ainda a preocupação de demonstrar o papel da Contabilidade Custos no fornecimento de informações para planejamento de novos produtos e também de avaliá-los. Assim, a Contabilidade de Custos fornece aos administradores as informações necessárias para tomarem decisões permitindo melhor entendimento das atividades dos administradores e contadores dentro da organização.
A contabilidade de custos possui terminologias próprias, fundamentais para homogeneizar o entendimento e a comunicação. Tais terminologias, embora pareçam semelhantes com as que utilizamos no dia-a-dia podem e apresentam algumas diferenças. Contudo, conforme salienta Martins (2009, p. 27), custo não é a mesma coisa que despesa, é coisas distintas, bem como perda, investimento, gasto e desembolso. 
Dentre estas terminologias, talvez a separação de custos e despesas seja a mais importante dentre as citadas e explanadas, para uso no processo de geração de informação e tomada de decisão.
Leituras Recomendas
IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000
HANSEN, Don R. & MOWEN, Maryanne M. Gestão de Custos: contabilidade e controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
Referências
CREPALDI; S.A. Curso Básico de Contabilidade de Custos. 4ºed. São Paulo: Atlas, 2009.
GARRISON, R.H. & NOREEN, E.W. Contabilidade Gerencial. 9ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de Custos: uma abordagem gerencial. Tradução: Robert Brian Taylor. 11ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
LEONE, G. S. G. Custos-Planejamento: Implementação e Controle. 3ºed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, C. L. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2003.
Na próxima unidade
UNIDADE 2 – TERMINOLOGIA CONTÁBIL
Processo de ensino-aprendizagem
Nesta primeira unidade vamos conhecer o histórico da contabilidade de custos, como surgiu, porque evoluiu, bem como apresentar as principais diferenças entre as expressões: Contabilidade de Custos, Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial.
Objetivos de sua aprendizagem
Após este capítulo você será capaz de:
Descrever como surgiu a Contabilidade de Custos, entendendo seu nascimento e evolução;
Compreender a diferença entre custos industriais e custos comerciais;
Diferenciar contabilidade de custos, contabilidade gerencial e contabilidade financeira
Identificar os principais conceitos relacionados a custos;
Descrever os Princípios contábeis aplicados à Contabilidade de Custos;
Compreender que na contabilidade de custos, termos tratados como sinônimos no cotidiano possuem significados particulares;
Diferenciar o gasto do desembolso para questões de gerenciamento de empresas.
Conceituar de formas distintas custos, despesas, perdas, investimentos, desperdícios;
Você se lembra?
No dia-a-dia utilizamos expressões como: Quanto custou sua blusa nova? Vamos investir em novas máquinas ou nos funcionários? Os gastos com treinamento de funcionários foram um bom investimento? As despesas aumentaram muito este mês! É muito comum citarmos termos como: custo, despesa, gasto, investimento quando nos referirmos a sacrifícios que fazemos para obtermos certos bens ou serviços.
Tais expressões estão presentes na vida das pessoas o tempo todo, afinal consumimos coisas desde que nascemos. Contudo, é importante ressaltar que o significa destas expressões levam aspectos particulares para na Contabilidade de Custos, ao serem utilizadas na análise e gestão de custos das empresas. Aspectos que aprenderemos a diferenciar nesta unidade.
Introdução
Esse capítulo tem como objetivo levar o aluno ao conhecimento dos principais conceitos relacionados a custos que são necessários para a compreensão da disciplina como um todo. Tem-se ainda a preocupação de demonstrar o papel da Contabilidade Custos no fornecimento de informações para planejamento de novos produtos e também de avaliá-los. Assim, a Contabilidade de Custos fornece aos administradores as informações necessárias para tomarem decisões permitindo melhor entendimento das atividades dos administradores e contadores dentro da organização. Assim, a preocupação desse capítulo está em guiar os alunos a conhecerem os desafios que os administradores enfrentam e como a contabilidade gerencial poderá auxiliar nas informações sobre quais os melhores meios e, mais adequados para enfrentar os desafios no seu cotidiano.
Terminologia Contábil
De acordo com os autores Garrisson e Noreen (2000) temos aqui a pretensão de explicar como se classificam os custos particularmente na empresas industriais.
Segundo os autores os custos estão associados a todos os tipos de organizações, comerciais, não-comerciais, indústria, varejo e de serviços. As categorias dos custos em que se incorre e o modo como eles são classificados dependem do tipo de organização em análise.
Para Martins (2003), infelizmente, encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas, em particular), uma abundância de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra. De acordo com o autor adotaremos a nomenclatura e a conceituação a seguir.
	BOX EXPLICATIVO:
Gasto: compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Exemplos de Gastos: compra de matéria-prima; aquisição de máquinas; 	energia elétrica consumida entre outros.
Vale ressaltar que esse é um conceito extremamente amplo que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos, assim temos: gasto com a compra de matéria-prima, gasto com mão-de-obra, gasto com honorários da diretoria, gasto na compra de imobilizado etc. Portanto, se efetiva esse gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, isto é, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento.
	BOX EXPLICATIVO:
Desembolso: pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.
Exemplos de Desembolso: Pagamento de materiais a um fornecedor; Pagamento de salário aos funcionários; 	Pagamento de impostos, entre outros.
O desembolso pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada.
	BOX EXPLICATIVO:
Investimento: gasto ativado em funçãode sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).
Exemplos de Investimento: Aquisição de matéria-prima; aquisição de máquinas; aquisição de ações de outras empresas etc.
Todos os sacrifícios tidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos ativos da empresa são especificadamente chamados de investimentos. Como exemplo tem-se a matéria-prima que é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante e, a máquina é um gasto que se transforma em investimento permanente.
	BOX EXPLICATIVO:
Custo: gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços (gasto relativo a consumo na produção).
Exemplo de Custos: 	Matéria-prima consumida; Mão-de-obra direta e indireta aplicada à área produtiva; aluguel e depreciação aplicados na área produtiva.
Custo é um gasto, reconhecido como custo quando é relacionado ao consumo na produção de bens e serviços, para a elaboração de produtos ou realização de um serviço. Assim, a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que se tornou investimento, e durante um tempo ficou em estoque; no momento de sua utilização da elaboração de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte do bem elaborado, que será um novo investimento, ficando ativado (estoque) até sua venda.
	BOX EXPLICATIVO:
Despesa: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (gastos que se destinam às fases de administração, esforço de vendas e financiamento).
Exemplo de Despesas: Comissões de vendedores; Impostos sobre vendas; Salários administrativos etc.
É a parcela do gasto que ocorre separada das atividades de produção dos bens e serviços, isto é, são os gastos incorridos durantes as operações de comercialização sendo representada pelo consumo de bens e serviços na obtenção de receitas.
As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido (lucro) e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas.
Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam despesa, isto é, toda parcela ou totalidade do custo que integra a produção vendida é despesa, sendo chamados de Custo do Produto Vendido (CPV) ou Custo do Serviço Prestado (CSP). A mercadoria adquirida por uma loja comercial gera de maneira geral é um gasto e, especificadamente um investimento, que se transforma em uma despesa no momento do reconhecimento da receita ocasionada pela venda, sem passar pela fase de custo. Sendo assim, denominado Custo da Mercadoria Vendida (CMV).
	BOX EXPLICATIVO:
Perda: bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária.
É um gasto que tem como característica a anormalidade e involuntariedade que ocorre sem intenção de obtenção de receita. Podemos citar como exemplo, perdas com incêndio, obsoletismo de estoques, gasto com mão-de-obra durante o período de greve etc.
Perdas de valores irrelevantes são consideradas como custo ou despesa.
Assim como as despesas, as perdas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido (lucro).
Princípios contábeis aplicados à Contabilidade de Custos
A partir de agora conheceremos os princípios da contabilidade geralmente aceitos devido à vinculação da Contabilidade de Custos com a Contabilidade Financeira sob a visão de (MARTINS, 2003):
Princípio da realização da receita: determina o reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) apenas quando da realização da receita a qual ocorre no momento da transferência do bem ou serviço para terceiros.
A Contabilidade de Custos quando aplicada no contexto da Contabilidade Financeira também não pode apurar resultado antes da realização da receita podendo servir meramente como ferramenta de previsão de crédito. Do ponto de vista econômico, o lucro já existe durante a elaboração do produto. Assim, contabilmente, se a receita só será reconhecida futuramente, os valores agregados de gastos, relativos a fatores utilizados no processo de produção, vão sendo acumulados na forma de estoques e, só serão considerados despesas futuramente. Este princípio propicia grandes diferenças entre os conceitos de lucro na Economia e na Contabilidade.
Como exemplos tem-se o caso de construção, produção de bens e serviços, projetos realizados sob a encomenda os quais exigem longo prazo e que reconhecem sua receita antes da entrega para terceiros e, seus custos serão transformados em despesas antes desse momento.
Princípio da Competência ou da Confrontação entre Despesas e Receitas: após o reconhecimento da receita, deduzem-se dela todos os valores representativos das despesas para sua consecução. Existem dois grandes grupos de despesas: a) despesas especificadamente incorridas para a consecução das receitas que estão sendo reconhecida, por exemplo, a própria despesa relativa a quanto foi o custo de produção do bem vendido e b) despesas incorridas para a obtenção de receitas genéricas, e não necessariamente daquelas que agora estão sendo contabilizadas, por exemplo, os gastos com finalidade de obtenção de receitas (despesa de comissão, de administrativa e as de propaganda).
	BOX EXPLICATIVO
Como encontrar a receita de um produto ou serviço? Para isso você irá multiplicar a quantidade de produto vendida ou serviço prestado pelo preço unitário de venda.
Relembrando...
Qual a diferença entre regime de caixa e competência?
No Regime de Caixa as receitas e as despesas são reconhecidas da seguinte maneira: no momento do recebimento há a receita e, no momento do pagamento têm-se as despesas.
No Regime de Competência, as receitas e despesas são reconhecidas no período independentemente dos recebimentos e pagamentos, respectivamente. Seu registro ocorre em função do fato gerador.
Princípio do Custo Histórico como base de valor: os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histórico. Em países com inflação não é eficiente, pois o valor do bem pode não ter nada a ver com o seu valor de reposição do estoque, nem com o valor histórico inflacionado ou deflacionado e muito menos ainda com o seu valor de venda.
Consistência ou uniformidade: devido à existência de diversas alternativas para o registro contábil e, todas válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente. Devendo essa alternativa ser utilizada sempre, não podendo a entidade mudar de critério em cada período. Se necessário a mudança de procedimento, deve a empresa apresentar o fato e o valor da diferença com relação ao que seria obtido se não houvesse a quebra de consistência.
Conservadorismo ou prudência: obriga a adoção de um espírito de precaução por parte do contador. Mas, não se pode adotar esse espírito de forma indiscriminada para não haver subavaliação e intencional da riqueza da entidade devendo prevalecer o bom-senso de forma a serem observadas as aplicações do Conservadorismo. As conseqüências principais dessa regra contábil serão a avaliação dos estoques e o tratamento a certos custos de produção.
Materialidade ou relevância: desobrigam de um tratamento mais rigoroso aqueles itens cujo valor monetário é pequeno dentro dos gastos totais.
Após conhecer os princípios da contabilidade geralmente aceitos é necessário distinguir alguns conceitos básicos, tais como, custo de produção do período, custo da produção acabada e custo dos produtos vendidos descritos a seguir, de acordo com (MARTINS, 2003):
Custo de produção do período: é a soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica.
Custo da produção acabada: é a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Podendo incidir custos de produção de períodos anteriores existentes em unidades que só foram completadas no presente período.
Custo dos produtos vendidos: é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que só agora estão sendo vendidos. Podendo também incidir custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidostenham sido produzidos em diversos períodos diferentes.
Figura 4: Outras classificações de custos
Fonte: Martins, 2003 (p. 47).
	BOX CONEXÃO: Para se aprofundar mais sobre os assuntos abordados neste capítulo, bem como para os demais assuntos vale a pena consultar os artigos publicados nos anais do Congresso Brasileiro de Gestão Estratégica de Custos, disponíveis em: www.abcustos.ogr.br.
	REFLEXÃO: Na prática, separar custos e despesas é tarefa fácil?
Na teoria é simples, basta seguir as definições apresentadas no capítulo, mas na prática a separação não é tão clara e objetiva, conforme salienta Martins (2009). Por exemplo, é comum encontrar uma administração única, dificultando a separação do que é relacionado com a produção (custo) e o que não é (despesa). Assim, a empresa precisa tomar mais cuidado e considerar a relevância dessa separação, considerando o custo e o benefício de tal separação.
Atividades
1. Assinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V) à luz da terminologia contábil:
(	) Ao comprar matéria-prima, há uma despesa.
(	) Gasto é o sacrifício financeiro com que uma entidade arca para a obtenção de bens e serviços.
(	) Custo é incorrido em função da vida útil ou de benefícios atribuídos a futuros períodos aos bens e aos serviços produzidos.
(	) O custo é incorrido no momento da utilização, consumo ou transformação dos fatores de produção.
(	) Perdas são bens e serviços consumidos de forma anormal e involuntária.
2. Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P):
(	) Compra de matéria-prima
(	) Consumo de energia elétrica
(	) Utilização de mão-de-obra
(	) Consumo de combustível
(	) Gastos com pessoal do faturamento (salário)
(	) Aquisição de máquinas
(	) Depreciação das máquinas
(	) Remuneração do pessoal da contabilidade geral (salário)
(	) Pagamento de honorários da administração
(	) Depreciação do prédio da empresa
(	) Utilização de matéria-prima (transformação)
(	) Aquisição de embalagem
(	) Deterioração do estoque de matéria-prima por enchente
(	) Remuneração do tempo do pessoal em greve
(	) Geração de sucata no processo produtivo
(	) Estrago acidental e imprevisível de lote de material
(	) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos
(	) Comissões proporcionais às vendas
3. Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P):
(	) Compra de matéria-prima
(	) Consumo de energia elétrica
(	) Utilização de mão-de-obra
(	) Consumo de combustível
(	) Gastos com pessoal do faturamento (salário)
(	) Aquisição de máquinas
(	) Depreciação das máquinas
(	) Remuneração do pessoal da contabilidade geral (salário)
(	) Pagamento de honorários da administração
(	) Depreciação do prédio da empresa
(	) Utilização de matéria-prima (transformação)
(	) Aquisição de embalagem
(	) Deterioração do estoque de matéria-prima por enchente
(	) Remuneração do tempo do pessoal em greve
(	) Geração de sucata no processo produtivo
(	) Estrago acidental e imprevisível de lote de material
(	) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos
(	) Comissões proporcionais às vendas
4. Segundo o princípio da Realização, considera-se realizada a receita quando:
a) Do pagamento por terceiros pelo bem ou serviço.
b) Da transferência do bem ou serviço a terceiros.
c) Há aumento do caixa em decorrência da venda.
d) Da diminuição da conta do cliente comprador.
e) Da apuração do resultado do período da venda.
5. A papelaria Stuart compra e revende livros das editoras. Em Fevereiro do ano passado ela apresentou um estoque inicial de $20.000 em livros, comprou mais $30.000,00 em mercadorias. Os livros são vendidos para escolas do ensino fundamental, sendo que após as Vendas de fevereiro deste ano a Stuart apurou um estoque final de $15.000. Qual o CMV da empresa no final de fevereiro deste ano?
Reflexão
Com o nascimento das indústrias e a criação da contabilidade societária, a contabilidade de custos nasceu dar um apoio por meio de informações sobre os produtos produzidos, vendidos e em estoque. Contudo, a evolução das empresas foi tamanha que a Contabilidade de Custos também evoluiu e, na sua vertente gerencial, passou a ser peça fundamental para apoio no controle e na tomada de decisão. Sem demoras, havia a necessidade de integração da Contabilidade de Custos, Financeira/Societário, Gerencial e Orçamentária, completando o sistema de informação das empresas.
Para maior eficácia no processo de informação, desenvolveram-se algumas terminologias para a Contabilidade de Custos, necessárias para a compreensão da disciplina como um todo.
Ainda no processo de evolução da Contabilidade, os princípios contábeis observados para a elaboração de Balanços e Demonstrações de Resultados, auditados pelo Fisco e pela Auditoria Externa (Independente) e têm aplicação na Contabilidade de Custos.
Tem-se ainda a preocupação de demonstrar o papel da Contabilidade Custos no fornecimento de informações para planejamento de novos produtos e também de avaliá-los. Assim, a Contabilidade de Custos fornece aos administradores as informações necessárias para tomarem decisões permitindo melhor entendimento das atividades dos administradores e contadores dentro da organização.
A contabilidade de custos possui terminologias próprias, fundamentais para homogeneizar o entendimento e a comunicação. Tais terminologias, embora pareçam semelhantes com as que utilizamos no dia-a-dia podem e apresentam algumas diferenças. Contudo, conforme salienta Martins (2009, p. 27), custo não é a mesma coisa que despesa, é coisas distintas, bem como perda, investimento, gasto e desembolso. 
Dentre estas terminologias, talvez a separação de custos e despesas seja a mais importante dentre as citadas e explanadas, para uso no processo de geração de informação e tomada de decisão.
Leituras Recomendas
IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000
HANSEN, Don R. & MOWEN, Maryanne M. Gestão de Custos: contabilidade e controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
Referências
CREPALDI; S.A. Curso Básico de Contabilidade de Custos. 4ºed. São Paulo: Atlas, 2009.
GARRISON, R.H. & NOREEN, E.W. Contabilidade Gerencial. 9ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de Custos: uma abordagem gerencial. Tradução: Robert Brian Taylor. 11ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
LEONE, G. S. G. Custos-Planejamento: Implementação e Controle. 3ºed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, C. L. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2003.
Na próxima unidade
Na próxima unidade nós vamos conhecer mais algumas nomenclaturas, como o que são custos diretos e indiretos e o que são custos fixos ou variáveis, como diferenciá-los. 
Nós vamos conhecer mais algumas nomenclaturas, como o que são custos diretos e indiretos e o que são custos fixos ou variáveis, como diferenciá-los. Na aula passada nós conhecemos algumas classificações de custos. Veremos que custos Diretos são aqueles que podem ser diretamente alocados aos produtos, por meio de uma medida objetiva, como, por exemplo, o caso da matéria-prima, ao contrário dos Custos Indiretos que não possuem uma medida de alocação direta sendo necessário o uso de rateio como, por exemplo o caso do Aluguel, Energia da Fábrica, entre outros.
Conhecemos também a diferença entre custos Variáveis e Fixos, onde veremos que o que os difere é com relação ao volume de produção. Os custos Variáveis são aqueles que variam conforme a produção, ou seja, quanto mais se produz mais se consome, quanto menos se produz menos seconsome. Os custos Fixos são aqueles que não variam com a produção, eles ocorrem independentemente do volume produzido. 
Apesar disso, vale ressaltar que os custos variáveis são fixos por unidade, mas variam no total, enquanto que os custos fixos são fixos no total, mas variam com a produção.
Vamos verificar a aplicação de custos aos produtos e conhecer nosso primeiro sistema de custeio do curso, o Custeio por Absorção, por meio do qual todos os custos devem ser alocados aos produtos e apenas eles; sobre rateio, sua subjetividade e o efeito das escolhas de critérios.
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UNIDADE 3 - CUSTOS PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES: CUSTEIO POR ABSORÇÃO
Processo de ensino-aprendizagem
Na segunda unidade vamos conhecer mais algumas classificações ou termos utilizados pela Contabilidade de Custos, bem como apresentar o primeiro sistema de Custeio, o Custeio por Absorção com rateio simples, cuja metodologia permite alocar custos aos produtos.
Objetivos de sua aprendizagem
Conhecer os principais aspectos de apuração de custos
Distinguir entre custos diretos e custos indiretos
Distinguir entre custos variáveis e custos fixos
Verificar a aplicação de custos aos produtos por meio da metodologia de Custeio por Absorção sem departamentalização
Conhecer os passos para alocar custos aos produtos com uso do Custeio por Absorção
Alocar custos aos produtos utilizando diferentes métodos e rateio
Entender as implicações do uso de critérios de rateio distintos
Você se lembra?
Você já levantou o balanço patrimonial e a demonstração de resultados de uma empresa brasileira de capital aberto? Ou já viu no site de alguma empresa SA tais demonstração? A seguir, tem-se uma parte da Demonstração de Resultados da Companhia Vale:
Figura 5: Demonstração de Resultados da Companhia Vale
Fonte: http://www.vale.com.br
Na demonstração de resultados da Vale tem o sado, em milhões, do Custo dos Produtos e Serviços vendidos no ano de 2008. Você sabia que este valor é encontrado utilizando o Sistema de Custeio por Absorção? Para todas as empresas de capital aberto, há exigência legal de que estes valores sejam calculados por meio deste sistema de custeio.
Introdução
O objetivo desta unidade é fazer com que o aluno conheça os principais aspectos da forma de apuração de custos, pois se entende como função de acumulação de custos qualquer segmento da entidade em que se deseje apurar custos. Para isso, vamos conhecer outras classificações de custos.
Para retomar, na unidade anterior vimos um pouco sobre o histórico da contabilidade de custos, definimos alguns conceitos básicos como: gasto (que é o sacrifício financeiro); desembolso (pagamento); investimento (que são gastos ativados em função da sua vida útil); perda (consumo de modo involuntário); custo (que são gastos par uso na produção) e despesa (que é um gasto para obtenção de receita). Além disso, verificamos alguns princípios contábeis geralmente aceitos (Realização da Receita; Confrontação Despesas x Receitas; Custo Histórico; Consistência; Prudência e Relevância) além de termos conhecido o que são custo da produção do período, da produção acabada e do produto vendido. Todos estes pontos foram importantes para que possamos dar continuidade no estudo da Contabilidade de custos, para entendermos e diferenciarmos as classificações (custo direto e indireto, custo variável e fixo) que serão apresentadas nesta unidade.
De posse do conhecimento e da habilidade de diferenciar e classificar cada item de uma empresa com base no conhecimento das terminologias e classificações o aluno terá suporte suficiente para bom entendimento do que é o custeio por absorção, sua finalidade e sua metodologia.
Custos diretos e custos indiretos
Segundo Dutra (2003) os custos diretos e indiretos são classificados de acordo com a possibilidade de alocação de cada custo diretamente a cada tipo diferente de produto ou de função de custo e, à impossibilidade de sua alocação no momento da ocorrência do custo.
Aplicação de custos aos produtos
Para Martins (2003) a aplicação dos custos aos produtos feitos ou serviços prestados e, não à produção em geral ou dos departamentos dentro da empresa, pode ser direto ou indireto. Apresentamos a seguir as definições de cada um desses custos.
	BOX EXPLICATIVO:
Custos Diretos: são os custos que podem ser diretamente apropriados aos produtos havendo uma medida de consumo.
 Exemplos: quilogramas, materiais consumidos, horas de mão-de-obra utilizadas etc.
Custos Indiretos: são os custos que não oferecem condições de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. 
 Exemplos: aluguel, salário da supervisão e das chefias.
Em caráter especial o material de consumo com valor irrelevante, a depreciação que tem o seu valor estimado e arbitrado e, a energia elétrica pela não existência de um sistema de mensuração do quanto é consumido por cada produto são exemplos de custos diretos, porém são considerados como custos indiretos.
Assim, sob a ótica o autor dentro dos custos indiretos estão os custos indiretos propriamente ditos e também os custos diretos que tratamos como indiretos em função de sua irrelevância ou da dificuldade de mensuração.
A mão-de-obra pode ser direta e indireta. Direta quando se trata do pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que está sendo elaborado ou o serviço que está sendo prestado (pessoal do chão de fábrica) e, Indireta quando não tem aplicação direta sobre a fabricação o produto ou o serviço que está sendo prestado (pessoal da chefia, supervisão, manutenção, controle, contabilidade).
A classificação de direto e indireto é usada apenas para custo.
Há também outra classificação dos custos que leva em consideração a relação entre o valor de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Que se divide em Custos Fixos e Variáveis em relação ao volume de produção.
	BOX EXPLICATIVO:
Custos Variáveis: são aqueles que quanto maior a quantidade fabricada, maior seu consumo. Portanto, varia de acordo com o volume de produção; logo, materiais diretos são custos diretos.
 Exemplo: matéria-prima
Graficamente, os custos variáveis se comportam da seguinte maneira:
Figura 6: Comportamento dos Custos Variáveis
Percebam que com o aumento da atividade ou do volume produzido maior o custo. Se o volume de uma atividade fosse, por exemplo de 50 unidades, o custo variável total seria de 100$; se a produção fosse de 70 unidades, o custo variável total seria de 140$; se a produção fosse de 25 unidades, ele seria de $50, e assim sucessivamente. Portanto, ele varia com a variação do volume de produção.
	BOX EXPLICATIVO:
Custo Fixo: são aqueles que independentemente de aumentos ou diminuições do volume produzido permanecerão constantes, seja por um período de tempo. 
 Exemplo: aluguel da fábrica.
Graficamente tem-se o comportamento dos Custos Fixos:
Figura 7: Comportamento dos Custos Fixos no Curto ou Médio Prazo
Ou seja, se o aluguel da área de produção for, por exemplo, de R$500, esse valor não varia com a unidade produzida, nem tende a variar no curto prazo, como dois meses, três ou mais. Se a empresa produzir 100 unidades terá que pagar o valor integral do aluguel, se produzir 1 unidade também.
Outra coisa, percebam que o custo fixo não se inicia no zero. Isso porque independente de qualquer volume produzido ele vai existir (como falamos, produzindo ou não terá que pagar o aluguel; vendendo ou não o doce de abóbora, teremos que pagar o aluguel no final do mês). Diferentemente do variável, que pode começar do zero, por exemplo, se não produzir doce, não tem consumo de matéria-prima, ou seja o consumo de açúcar é zero.
Mas num médio ou longo prazo o dono do imóvel poder resolver aumentar o valor do aluguel; ou então, vamos supor que para supervisionar uma produção de 200 itens a empresa precise de um supervisor(que será sua mão-de-obra direta); mas se a produção se elevar para 500 unidades, ela vai precisar de dois supervisores, então seu custo fixo com mão-de-obra se eleva, mas ele se mantém para mais um intervalo de produção. Nesse caso, o comportamento do CF seria:
Figura 8: Comportamento dos Custos Fixos no Médio ou Longo Prazo
Mas e as despesas? A classificação em Direto e Indireto é usada apenas para custos e não para despesas. Agora, a classificação em Fixa ou Variável pode ser aplicado para os custos e para as despesas. Por exemplo:
Despesa Fixa: salário do gestor; aluguéis; seguros, etc.
Despesa Variável: comissão dos vendedores com base nas vendas; impostos sobre faturamento, fretes, etc.
Todos os custos podem ser classificados em fixos ou variáveis e diretos e indiretos ao mesmo tempo.
Os custos variáveis são sempre diretos por natureza, embora possam às vezes ser tratados como indiretos por razões de irrelevância e economia.
	BOX EXPLICATIVO:
Afinal, qual a característica que diferencia o custo direto do indireto e o variável do fixo?
O que distingui os custos diretos e indiretos a capacidade de alocação aos produtos. Os custos diretos nos permitem uma alocação direta, clara e objetiva; com os custos indiretos não é tão fácil assim, pois não temos essa medida direta, mas devemos utilizar formas subjetivas de critérios de rateios.
Quanto aos custos variáveis e fixos, essas duas classificações estão relacionadas com o volume produzido. Os custos variáveis variam conforme a produção enquanto que os custos fixos independem do volume produzido.
Custeio por Absorção
A contabilidade de custos gera informações para auxiliar a empresa em tomadas de decisão. Uma das informações é encontrar quanto custou para a empresa a produção do produto ou da prestação de um serviço. Com essa informação a empresa pode calcular seu resultado ou mesmo o preço mínimo que devemos cobrar pelo seu produto. Para encontrar o custo de uma produção, devemos identificar quanto custou o produto. No nosso caso do doce de abóbora, nós identificamos quanto eles custaram quando conseguimos mensurar o que ele consumiu de recursos. Uma ferramenta para isso é o uso dos métodos de custeios, como o Custeio Direto, Custeio padrão, Custeio por Absorção, ABC, RKW etc. que permitem a apuração de custos aos bens ou serviços.
	BOX CONEXÃO:
Aluno, para você se aprofundar mais nas características do Custeio por Absorção e no RKW, leia o artigo “Uso do Custeio por Absorção e do Sistema RKW para gerar informações gerenciais: Um estudo de caso em hospital” escrito por Ilse Maria Beuren e Nair Fernandes Schlindwein, disponível na ABCustos Associação Brasileira de Custos, volume III, número 2 e maio a agosto de 2008.
Os métodos de custeio, entre eles o absorção consistem em metodologias para alocar custos aos produtos. Cada um possui uma metodologia diferente, caracterizando-os.
De acordo com Martins (2009) o Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios da Contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços realizados.
A regra no custeio por absorção é:
	BOX EXPLICATIVO - REGRA DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO:
Apropriar TODOS os custos de produção (sejam eles fixo, variáveis, diretos ou indiretos), e somente estes aos produtos. Ou seja, tudo que for classificado como custo fará parte do custo da produção, portanto NÃO inclui as DESPESAS (ou os gastos relativos para obtenção de receitas).
Apresentamos a seguir o custeio de absorção para empresas de manufatura e empresas prestadoras de serviços.
Figura 9: Custeio por Absorção- Empresa Industrial
Fonte: Adaptado de Martins, 2003 (p. 37)
Figura 10: Custeio por Absorção- Empresas Prestadoras de Serviços
Fonte: Martins (2003, p. 38)
O registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como despesas e não como custo. Os encargos financeiros não são, custos de produção, mesmo que facilmente identificados com financiamentos para aquisição de matérias-primas ou outros fatores de produção. Assim, são gastos de falta de capital próprio e não gastos de produção (custos).
Segundo Martins (2009) a separação dos custos e despesas é fácil, pois os gastos relativos ao processo produtivo são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. Mas, na prática surgem problemas pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Assim, será necessário ratear parte do gasto para a despesa e parte para o custo, rateio esse arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão.
Figura 11: Sistema de Custeio por Absorção e o problema da alocação dos custos indiretos - rateio
Fonte: Adaptado de Martins (2003, p. 57)
Análise dos critérios de rateio
A apropriação dos custos indiretos é feita de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento dos custos etc.
Essas formas têm maior ou menor grau de subjetividade, devido à arbitrariedade que existi nessas alocações.
Os custos comuns a vários departamentos são rateados em função da sua natureza. Quanto aos custos indiretos devem ser rateados segundo os critérios julgados mais adequados para relacioná-los aos produtos em função dos fatores mais relevantes que se conseguir, como por exemplo, aluguel, a depreciação dos edifícios, a energia consumida etc.
Para uma devida alocação dos Custos Indiretos de Produção é necessário proceder a uma análise de seus componentes e verificação de quais critérios melhor relacionarem esses custos com os produtos.
Critérios bons numa empresa podem não ser em outras em virtude das características especiais do próprio processo de produção. É absolutamente necessário que as pessoas responsáveis pela escolha dos critérios de rateio conheçam bem o processo produtivo da empresa.
Quando alteramos o critério de rateio adotado, poderemos provocar mudanças no valor apontado como custo de um produto, sem que de fato nenhuma outra modificação tenha ocorrido no processo de produção.
	BOX EXPLICATIVO:
Seguindo o raciocínio de Ribeiro (2009, p. 305), a empresa deve levar em consideração a relação custo-benefício no momento de decidir sobre a escolha da base de rateio a ser utilizada para evitar cálculos e detalhes desnecessários, uma vez que são inúmeras as bases de rateio que podem ser adotadas.
Os critérios de rateio adotados devem estar nas notas explicativas e quando houver mudanças nesses critérios, deverá constatar também nas notas explicativas com a justificativa da mudança de critério. A mudança de critério é permitida, porém deve-se manter um padrão para não ferir o princípio contábil da Consistência. A Consistência é de extrema importância para avaliação homogênea dos estoques em períodos subseqüentes, de forma a não artificializar resultados.
Vamos fazer um exemplo de rateio dos custos indiretos:
A Padaria Paladar produz dois tipos de produto, Pão Francês e Bolo de Fubá, cujo volume de produção e de vendas e custos Indiretos de Fabricação (CIF) totalizam:
	
	Pão Francês
	Bolo de Fubá
	Produção (un.)
	4.000
	1.000
	Venda (un.)
	4.000
	1.000
	CIF ($)
	2.000
Em determinado período foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $/un.):
	
	Pão francês
	Bolo de Fubá
	Mão-de-obra direta
	$ 0,75/un.
	$ 1,75/un.
	Matéria-prima 
	$0,05/un.
	$1,50/un.
Com base nos dados anteriores, pede-se calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIF) de cada produto, utilizando:
a) o custo da MOD como base de rateio;
b) o custo da matéria-prima como base de rateio.
Resolução:
o custo da MOD como base de rateio:
	Produtos
	MOD
	Volume de Produção
	MOD total
	%
	CIF
	Pão Francês
	0,75
	4.000
	3.000
	63%
	1.263
	Bolode Fubá
	1,75
	1.000
	1.750
	37%
	737
	
	
	
	4.750
	100%
	2.000
o custo da matéria-prima como base de rateio:
	Produtos
	MP
	Volume de Produção
	MP total
	%
	CIF
	Pão Francês
	0,05
	4.000
	200
	12%
	235
	Bolo de Fubá
	1,5
	1.000
	1.500
	88%
	1.765
	
	
	
	1.700
	100%
	2.000
Percebam que o uso da MOD como critério de rateio mostra que o Pão Frances é o produto de maior custo; mas quando utilizamos a Matéria-Prima como critério de rateio, o Bolo de Fubá torna-se o produto de maior custo. Estes resultados evidenciam que o uso subjetivo do critério de rateio pode levar a empresa a gerar informações diferentes, as quais podem influenciar certas tomadas de decisão.
	BOX CONEXÃO:
Para compreender um pouco mais a questão dos métodos de custeio e o rateio fica a sugestão do artigo “Os métodos de custeio variável e por absorção e o Inconsciente coletivo na contabilidade de custos” dos autores: Valmor Slomski, Igor Veloso Colares Batista e Erasmo Moreira de Carvalho. Este artigo foi publicado na Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, volume 8, número1 do ano de 2003, tratando de aspectos da Psicologia Analítica de Jung e o inconsciente coletivo de grupo dos profissionais da Contabilidade.
Aplicação o Custeio por Absorção
Para facilitar a aplicação do custeio por absorção, podemos seguir alguns passos, conforme sugerido por Martins (2009):
	1º Passo: separar custos/despesas;
2º Passo: lançar despesas diretamente para o resultado;
3º Passo: separar custos diretos/indiretos;
4º Passo: alocar os custos diretos aos produtos; e
5º Passo: atribuir os custos indiretos aos produtos via rateio.
Vamos seguir os passos anteriores e resolver o exercício da Padaria Paladar 2:
A Cia Paladar abriu uma filial no início deste ano, com foco na venda de doce de abóbora e doce de leite. No final do ano apresentou as seguintes informações: 
	Gastos do Período
	Matéria-prima - Açúcar
	$ 2.000
	Comissão dos Vendedores
	$ 500
	Mão-de-obra Direta
	$ 600
	Energia da Fábrica
	$ 80
	Honorário da Diretoria
	$ 3.000
	Manutenção da Fábrica
	$ 300
A porcentagem de matéria-prima e mão-de-obra consumida por produto e o preço de venda de cada lote de doces é:
	
	Doce Abóbora
	Doce de Leite
	Matéria-Prima
	40%
	60%
	MOD
	55%
	45%
	Preço de Venda 
	$ 1.500
	$ 2.000
Com base nas informações anteriores vamos aplicar o sistema de Custeio por Absorção, encontrar o Custo dos Produtos Vendidos e montar a Demonstração de Resultados da Padaria Paladar 2. Para isso, os custos indiretos de fabricação devem ser rateados aos produtos seguindo a proporção de mão-de-obra consumida pelos produtos.
1º Passo: separar custos/despesas:
	Custos
	Matéria Prima - Açúcar
	$2.000
	
	Energia da Fábrica
	$80
	
	MOD
	$600
	
	Manutenção da Fábrica
	$300
	
	
	
	Despesas
	Comissão dos Vendedores
	$500
	
	Honorário da Diretoria
	$3.000
2º Passo: lançar despesas diretamente para o resultado:
	
	Doce Abóbora
	Doce de Leite
	Resultado Total
	Receita de Venda 
	
	
	
	(-) CPV 
	
	
	
	 Custos Diretos 
	
	
	
	 MP 
	
	
	
	 MOD 
	
	
	
	 Custos Indiretos 
	
	
	
	 Energia da Fábrica 
	
	
	
	 Manutenção da Fábrica 
	
	
	
	 Despesas 
	
	
	
	 Vendas 
	
	
	-500
	 Administrativas 
	
	
	-3.000
	(=) Resultado 
	
	
	-3.500
3º Passo: separar custos diretos/indiretos:
	Custos
	Matéria-prima - Açúcar
	$ 2.000
	Custo Direto
	
	Mão-de-obra Direta
	$ 600
	
	
	Energia da Fábrica
	$ 80
	Custo Indireto
	
	Manutenção da Fábrica
	$ 300
	
4º Passo: alocar os custos diretos aos produtos:
	
	Doce Abóbora
	Doce de Leite
	Resultado Total
	Receita de Venda
	 
	 
	
	(-) CPV
	 
	 
	 
	Custos Diretos
	-1.130
	-1.470
	-2.600
	MP
	-800
	-1.200
	-2.000
	MOD
	-330
	-270
	-600
	Custos Indiretos
	
	
	
	Energia da Fábrica
	
	
	
	Manutenção da Fábrica
	
	
	
	Despesas
	
	
	
	Vendas
	
	
	-500
	Administrativas
	
	
	-3.000
	(=) Resultado 
	
	
	-6.100
5º Passo: atribuir os custos indiretos aos produtos via rateio:
Lembrando que os custos indiretos foram atribuídos aos produtos utilizando a porcentagem de consumo de mão-de-obra.
	
	Doce Abóbora
	Doce de Leite
	Resultado
	Receita de Venda
	1.500
	2.000
	3.500
	(-) CPV
	-1.339
	-1.641
	-2.980
	Custos Diretos
	-1.130
	-1.470
	-2.600
	MP
	-800
	-1.200
	-2.000
	MOD
	-330
	-270
	-600
	Custos Indiretos
	-209
	-171
	-380
	Energia da Fábrica
	-44
	-36
	-80
	Manutenção da Fábrica
	-165
	-135
	-300
	Despesas
	
	
	-3.500
	Vendas
	
	
	-500
	Administrativas
	
	
	-3.000
	(=) Resultado 
	
	
	-2.980
Assim, chegamos à demonstração de resultados da Padaria Paladar com base no custeio por absorção.
Atividades
(1) A classificação dos Custos em Diretos e Indiretos é feita com relação a quê?
(2) Qual a diferença entre Custo Fixo e Custo Variável?
(3) Custo Fixo é aquele que é Fixo por produto?
(4) Qual a importância gerencial da separação entre Custo Fixo e Variável? E entre Direto e Indireto?
(5) O que significa a expressão Rateio na Contabilidade de Custos?
(6) Classifique os itens adiante em Custo, Despesa, Perda ou Investimento e, quando for cabível, classifique ainda em Direto ou Indireto e em Fixo e Variável. Se mais de uma alternativa for válida, assinale todas ou a (s) que considerar mais predominantes (s).
Compra de Matéria Prima em uma Fazenda
Consumo de Energia Elétrica em uma Metalúrgica
Mão de Obra Direta
Consumo de Combustível em Veículos
Conta Mensal de Telefone
Aquisição de Equipamentos
Depreciação da Caldeira em uma Usina de Açúcar e Álcool
Consumo de Água Industrial
Consumo de Materiais diversos na Administração
Pessoal do Financeiro (salário)
Honorário da Administração
Honorário do Encarregado em uma Agroindústria
Depreciação do Prédio da Sede da empresa
Deterioração do estoque de materiais por enchente
Tempo do pessoal em greve prolongada (remunerado)
Sucata no processo produtivo (desperdício normal)
Lote de material danificado acidentalmente em uma operação industrial
Orelhões depredados em uma empresa de Telefonia
Aquisição de Embalagens
Consumo de materiais para manutenção dos equipamentos da Fábrica
(7) Assinale a classificação mais adequada para os seguintes custos:
	Custos incorridos
	Fixo
	Variável
	Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo.
	
	
	Salários e encargos sociais do pessoal da segurança de uma indústria petroquímica.
	
	
	Asfalto consumido em uma pavimentadora de vias públicas.
	
	
	Depreciação do prédio de uma fábrica de armas.
	
	
	Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios.
	
	
	Peças para manutenção dos veículos em uma locadora.
	
	
	Cacau, açúcar e leite utilizado em uma fábrica de sorvete.
	
	
	Madeira utilizada em uma fábrica de caixotes.
	
	
	Aluguel do prédio de uma clínica dentária.
	
	
(8) A Natura SA é uma empresa que produz diversos produtos de higiene (como xampu, sabonete), maquiagem (batom, blush, rímel etc.) e cremes hidratantes (de maracujá, cupuaçu, castanha-do-pará entre outros.). Abaixo estão descritos os custos que a Natura incorre para a produção de sabonetes de maracujá. Classifique os elementos de custos da empresa em: Custo Direto ou Custo Indireto e Custo Variável ou Custo Fixo.
	Gastos
	Relação ao Produto
	Relação a Produção
	
	Direto
	Indireto
	Fixo
	Variável
	Polpa de Maracujá
	
	
	
	
	Aluguel da Fábrica
	
	
	
	
	Aromas artificiais
	
	
	
	
	Conta mensal de água industrial
	
	
	
	
	Consumo combustível de veículos de entrega do produto
	
	
	
	
	Consumo de água para formulaçõesdos sabonetes
	
	
	
	
	Consumo de material para máquinas industriais
	
	
	
	
	Depreciação de máquinas industriais
	
	
	
	
	Embalagem
	
	
	
	
	Energia Elétrica para iluminação mensal da fábrica
	
	
	
	
	Honorários do Gerente Industrial
	
	
	
	
	Materiais Escritório na fábrica
	
	
	
	
	Emulsão Hidratante na fabricação
	
	
	
	
	Salários do Estoquista
	
	
	
	
	Salários do contador de custos
	
	
	
	
	Salários dos Diretores Gerais da empresa
	
	
	
	
	Salários dos operários da Mistura
	
	
	
	
	Glicerina usada na produção
	
	
	
	
	Seguro da fábrica
	
	
	
	
	Conta mensal de Telefone da fábrica
	
	
	
	
(9) A IceBlue é uma empresa que produz três tipos de produtos: Sorvete de chocolate, sorvete de morango e sorvete de creme. Em determinado período, o gestor da IceBlue indicou que o volume de produção e de vendas de cada sorvete é:
	
	Sorvete de Chocolate
	Sorvete de Morango
	Sorvete de Creme
	Quantidade Produzida
	1.000 un.
	700 un.
	800 un.
	Quantidade Vendida
	800 un.
	700 un.
	500 un.
O gestor também indicou que os custos Indiretos de Fabricação (CIF) totalizam $20.000 e que, em determinado período foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):
	
	Sorvete de Chocolate
	Sorvete de Morango
	Sorvete de Creme
	Mão-de-Obra
	$5/un.
	$2,5/un.
	$4/un.
	Matéria Prima
	$10/un.
	$12/un.
	$8/un.
Pede-se calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIF) de cada produto, utilizando:
o custo da MOD como base de rateio;
o custo da matéria-prima como base de rateio.
Qual produto você incentivaria a venda? Justifique.
(10) A Ser vice é uma empresa que presta serviços de assistência a eletrodomésticos. Atualmente, seus serviços são para reparos ou melhorias em notebooks, impressoras e aparelhos de Blue Ray. Neste mês, o gestor da Service apresentou o seguinte volume de serviços prestados:
	
	Notebooks
	Impressoras
	Blueray
	Quantidade Produzida
	300 un.
	200 un.
	400 un.
	Quantidade Vendida
	300 un.
	200 un.
	400 un.
O gestor também indicou que os custos Indiretos de Fabricação (CIF) totalizam $50.000 e que, em determinado período foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):
	
	Notebooks
	Impressoras
	Blueray
	Mão-de-Obra
	$10/un.
	$5/un.
	$15/un.
	Peças
	$10/un.
	$5/un.
	$20/un.
Pede-se calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIF) de cada produto, utilizando:
o custo da MOD como base de rateio;
o custo da matéria-prima como base de rateio.
Reflexão
Nesta unidade conhecemos mais 4 classificações de custos: os custos fixos, custos variáveis, custos diretos e custos indiretos. Vimos que os custos fixos e os custos variáveis diferem entre si em relação ao volume produzido, aqueles não variam com a produção, mas estes variam. Enquanto que os custos diretos e indiretos diferem com relação à medida locativas, ou seja, os custos diretos possuem medida clara, direta e objetiva de alocação, mas os custos indiretos não, sendo necessária sua alocação com base em sistemas subjetivos de rateio.
Em relação ao rateio, foi visto como calcular e o impacto da arbitrariedade no custo dos produtos, conseqüentemente na informação gerada para tomada de decisão. Verificamos que os custos indiretos devem ser rateados segundo os critérios julgados mais adequados para apropriá-los aos produtos em relação aos fatores mais relevantes. Vimos que critérios bons numa empresa podem não sê-los em outra, em virtude das características especiais do processo produtivo e, que os responsáveis pela escolha dos critérios devem conhecer bem o processo produtivo. 
A Consistência é de extrema importância para uma melhor avaliação dos estoques em períodos subseqüentes, de forma a não artificializar resultados.
Conhecemos ainda os principais aspectos da forma de apuração de custos, entre elas o primeiro sistema de apuração dos custos aos produtos, que é o sistema de custeio por absorção utilizando a metodologia do rateio simples.
De forma sintética foi visto nesta unidade:
	Assunto 
	Característica 
	Custo Direto 
	Locação clara e objetiva 
	Custo Indireto 
	Não possui medida locativa 
	Custo Fixo 
	Independente do volume de produção 
	Custo Variável 
	Varia com o volume de produção 
	Custeio por Absorção 
	Aloca todos os custos aos produtos e somente eles.
Uso de Rateio com ou sem departamentalização
Aceito pela Legislação Fiscal e Societária 
Leituras Recomendas
HANSEN, Don R. & MOWEN, Maryanne M. Gestão de Custos: contabilidade e controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
HORNGREN C., DATAR, S., FOSTER, G. Contabilidade de Custos. São Paulo, Pearson Prantice Hall; 2004.
MEGLIORINI, E. Custos: Análise e Gestão. São Paulo, Pearson Prantice Hall; 2006.
Referências
CREPALDI; S.A. Curso Básico de Contabilidade de Custos. 4ºed. São Paulo: Atlas, 2009.
DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. 5ª ed. São PAULO: Atlas, 2003.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
Na próxima unidade
Durante o curso veremos que na Contabilidade os sistemas de custeio foram se desenvolvendo um após o outros, cada um baseado no anterior, tentando aproveitar suas características e reduzir as desvantagens ou aspectos criticados. No Custeio por Absorção por rateio simples, vimos que a aplicação dos custos indiretos aos produtos é um passo simples, mas que a alocação dos custos indiretos exige um pouco mais de atenção, principalmente na definição dos critérios de rateio. Este é o ponto crítica, a alocação dos custos indiretos aos produtos. Deve ser feita com cuidado, para minimizar a possibilidade de produtos com custos superavalidados ou subavaliados, de modo que a informação para tomada de decisão seja prejudicada. Neste contexto, o sistema de Custeio por Absorção foi um pouco mais trabalhado, resultando em sua ramificação: o Custeio por Absorção com Departamentalização! Este método é assunto da próxima unidade, em que veremos que seu surgimento tem como objetivo de minimizar a possibilidade de distorção de informação do custo do produto causada pelo rateio. Ou seja, existe uma maneira de obter uma distribuição mais racional dos custos indiretos: por meio da departamentalização. Este método foi desenvolvido para minimizar os problemas do rateio.
�
UNIDADE 4 – CUSTEIO POR ABSORÇÃO COM DEPARTAMENTALIZAÇÃO E O CUIDADO COM OS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO
Processo de ensino-aprendizagem
Na terceira unidade será apresentada ao aluno uma extensão do Custeio por Absorção com rateio simples, que é o Custeio por Absorção por meio de Departamentalização, bem como o motivo deste surgimento, os benefícios e as desvantagens que a empresa pode ter ao adotar este sistema de custeio modificado.
Objetivos de sua aprendizagem
Verificar os problemas de aplicação dos custos indiretos de fabricação
Identificas as características básicas dos centros de controle;
Entender a importância dos centros de controle e suas;
Compreender os diferentes conceitos dos centros: de custos, de resultados e de investimentos.
Entender o conceito de departamento, bem como separar os departamentos em seus respectivos grupos para custeamento;
Conhecer e montar um Mapa de Rateio de CIF;
Por fim, aplicar o Custeio por Absorção na forma de Departamentalização.
Você se lembra?
Você se lembra do exercício da Padaria Paladar visto na unidade anterior? Lá, a informação gerada pelo gestor pode influenciar sua tomada de decisão. Por exemplo, se o gestor da empresa precisa identificar se compensa a produção interna ou a terceirização, se produz novo produto ou não, se tiver que destinar verba para incentivar a venda de um produto, qual incentivaria? Bolo de Fubá ou Pão Francês? Se adotar como critério

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