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DIREITO INTERNACIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL
_____________________________________________________________________________
DIREITO INTERNACIONAL
Profª. Clarissa Chagas Sanches Monassa
03/02/2012
Apresentação do curso (plano de ensino)
Bibliografia básica:
NEVES, Gustavo Bregalda. Direito internacional público e direito internacional privado. 3ª ed. São Paulo, Atlas, 2009.
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público. 19ª ed. São Paulo Saraiva, 2011. 
REZEK, J. Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 9ª ed. São Paulo Saraiva, 2002. 
MELLO, Celso A. Curso de direito internacional público. 14ª ed. Rio de Janeiro, Renovar, 2002.
DOLINGER, Jacob. Direito internacional privado: (parte geral). 6ª ed. Rio de Janeiro, Renovar, 2001. 
SEITENFUS, Ricardo. Manual das organizações internacionais. 5ª ed. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 2008. 
10/02/2012
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO INTERNACIONAL
Sociedade Internacional: fenômeno social e jurídico. A sociedade internacional é principalmente uma figura social. Sendo que há duas correntes principais para explicar a origem da sociedade internacional, quais sejam:
	1ª corrente: Positivista – formada por um acordo de vontades entre Estados. Ou seja, o conjunto de Estados para formarem a sociedade internacional fizeram um acordo de vontades, onde os Estados criaram um contrato social para a formação da sociedade internacional. 
	2ª corrente: Jusnaturalista – formada por todos os entes do globo terrestre, é paritária, uma vez que nela existe igualdade jurídica. Segundo a corrente Jusnaturalista, basta nascer para que se tenha direito. Assim, segundo tal teoria, um Estado, basta que ele exista para que ele seja titular de direitos fundamentais (não precisa estar escrito em lugar algum). 
Conceito de Direito Internacional: é o conjunto de regras e instituições jurídicas que regem a sociedade internacional, visando estabelecer a paz, a justiça e o desenvolvimento. Em outras palavras, o direito internacional é regido por regras e instituições de pessoa jurídica internacional (ONU – representante da sociedade internacional). Ainda, o direito internacional tem como finalidade estabelecer a paz, a justiça e o desenvolvimento (comércio) entre as nações. 
Fontes do direito internacional: a fonte primária são os tratados (convenções e declarações) - acordos de vontades, conjunto de regras estabelecidas pelas nações; costumes internacionais (ato reiterado da mesma forma, aceito pela maioria e considerada obrigatória); princípios gerais do direito e atos jurídicos. 
Classificação: classifica-se em: I – Direito Internacional Público; II – Direito Internacional Privado; III – Direito do Comércio Internacional.
I – Direito Internacional Público
	Corresponde ao conjunto de regras e instituições que regem as relações entre sujeitos e de direito internacional público (sempre que houver relação com algum ente internacional público, falar-se-á em direito internacional público) cuja origem pode ser explicada por duas teorias:
	a) Universal: formada por normas consuetudinárias, uma vez que o costume internacional, quando é geral, é obrigatório para todos os Estados (jus cogens). 
	b) Particular: é de origem convencional, aplicado a determinada região da sociedade internacional (só terá validade quando for pactuadas entre os sujeitos internacionais). 
II – Direito Internacional Privado
	Corresponde ao conjunto de regras que regem as relações entre sujeitos e sociedade privada que contemplam o elemento de estraneidade ou extraterritorialidade. É regido pelos Elementos de Conexões, implicam na sobreposição do direito interno no plano internacional.
	Deve-se escolher o conjunto de regras que terá validade, a partir da classificação da relação jurídica, estabelecendo um elemento de conexão. Exemplo: pessoa brasileira com imóvel no estrangeiro, nesse caso há duas legislações a ser aplicadas (brasileira e estrangeira), onde se aplicará a norma do local do imóvel. 
III – Direito do Comércio Internacional
	Corresponde ao conjunto de regras costumeiras de comércio, realizado entre importador e exportador agrupadas na lex mercatória. Importador e exportador são pessoas que fazem da atividade mercantil sua habitualidade. Assim, para ser caracterizado comércio internacional, deve-se ter importador e exportador envolvido na relação. 
17/02/2012
SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
	Ser sujeito de direito internacional público significa ter Personalidade jurídica (direitos e deveres) + capacidade jurídica (autorrepresentação na sociedade internacional).
1. Estado: é principal sujeito da sociedade internacional que possui personalidade originária, uma vez que todos os atos partem do Estado. Seus direitos fundamentais são três:
a) jus tractum: direito de celebrar tratados, acordo de vontades entre Estados; 
b) jus legationis: direito de legação, de enviar e receber agentes diplomáticos;
c) jus belli: direito à legítima defesa. Deve-se observar que o jus belli antes de 1944 era o direito à legítima defesa normal. Sendo que a partir de 1944 com a ONU, o jus belli só pode ser praticado quando autorizado pelo Conselho de Segurança da ONU. 
2. Organizações internacionais: são os segundos sujeitos mais importantes da sociedade internacional, são chamadas de Coletividades Estatais e possuem personalidade derivada. Quando os Estados se unem para atingir uma finalidade comum, forma-se uma organização internacional. 
Demais sujeitos – coletividades não estatais:
3. Santa-sé: é a união da Cúria Romana (cidade do Vaticano com todas as suas instituições jurídicas, políticas etc.) + Papa. Assim, só terá a Santa-Sé se tiver reunidos ambos os sujeitos. Sua personalidade jurídica se deve ao jus legationis, possui importância histórica. Sendo que a Santa-Sé teve soberania com o Tratado de Latrão. 
4. Cruz Vermelha Internacional: sua personalidade jurídica internacional é exercida pelo Comitê da Cruz Vermelha que tem sua sede em Genebra (Suíça). A função é de ajuda humanitária, uma vez que visa atender vítimas de guerra.
5. Empresas multinacionais: quando uma empresa multinacional mantém relações comerciais com a maior parte dos países do globo, é interesse da sociedade internacional zelar pelas condições de mercado que favoreçam tais relações, daí sua importância econômica. Uma empresa multinacional só será sujeito de direito internacional quando a sociedade internacional entender que esta empresa mantenha relações com quase todos os países do mundo. 
6. Organizações não governamentais: ocorre quando os movimentos da sociedade civil organizada extrapolam o âmbito doméstico, regional e passam a ter importância na esfera internacional, versam acercas de direitos humanos, direito ambiental, dos animais, dentre outros. Em outras palavras, não é qualquer ONG que será reconhecida como sujeito internacional, entrando para os sujeitos internacionais quando tiver interesse da sociedade internacional e que tenha um número de participantes grande em todos os continentes, ou seja, ou seja, que tenha proporção global (ex.: Green Peace; WWE etc.). 
7. Tutela estratégica: são ilhas do Oceano Pacífico que possuem localização estratégica para instalação de bases militares, de que possuem algum ativo biológico/mineral que justifique estar sob tutela da ONU. Em outras palavras, essas ilhas pertencem à ONU (Sociedade Internacional) e servem para bases militares, pesquisas científicas etc. 
8. Insurgentes: grupo revoltoso de média monta (há menos adeptos e o Estado tem mais controle) que luta em prol de interesses políticos na maior parte dos casos; Como o Estado não pode no momento contê-los, declara através de um ato jurídico o “Estado de Insurgência”, onde constam os termos da mesma. Para que possua validade jurídica exige o reconhecimento de terceiros Estados. Aplicam-se as leis da guerra. Ressalta-se que o Estado quer se esquivar desses movimentos para se eximir de responsabilidades.
9.Beligerantes: ocorre em revoluções de grande envergadura (muitos adeptos e Estado perde o controle sobre o movimento), com proporção de guerra civil. Os revoltosos lutam geralmente por ideais políticos. A beligerância é declarada num ato jurídico denominado “Declaração de Neutralidade Estatal”, onde constam os termos da beligerância. Deverá ser reconhecida por terceiros Estados. Aplicam-se as Leis da Guerra. Ressalta-se que o Estado quer se esquivar desses movimentos para se eximir de responsabilidades.
10. Homem: declarado patrimônio da humanidade, o que fez com que a sociedade internacional quisesse tutelar seus interesses. O homem também é considerado sujeito de direito internacional público, entretanto, uma pessoa não pode chegar em uma sociedade internacional e representar, uma vez que o Estado é que vai representar. 
24/02/2012 – RECESSO CARNAVAL
02/03/2012
TEORIA GERAL DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
Definição da Convenção de Viena sobre tratado: tratado significa um acordo internacional (=consenso = a) padronização de condutas + b) base comum de expectativas), concluído entre Estados em forma escrita, regulado pelo Direito Internacional, consubstanciado em um único instrumento ou em mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua destinação específica. Sendo que qualquer tratado internacional deverá ser de acordo com a Convenção de Viena. 
Tipologia: tratado é gênero, donde derivam espécies:
	Convenção: tratado que cria regras gerais, na maior parte dos casos diz respeito a institutos jurídicos internacionais; (ex.: Convenção de Genebra a respeito dos títulos de créditos; Convenção do Clima etc.). 
	Declaração: serve para tratados que criam princípios jurídicos que geralmente versam sobre direitos humanos; (ex.: Declaração dos Direitos Fundamentais do Homem; Declaração de Pequim do combate de violência contra a mulher etc.). 
	Ato ou ata: estabelece regras ao término de conferência/rodadas de negociação; (ex.: Ata Final de Marraqueche etc.). 
	Pacto: tratado do solene, onde se exige certas formalidades, e tem relevância na sociedade internacional como se fosse uma declaração; (ex.: Pacto de San José da Costa Rica).
	Estatuto: são tratados coletivos que estabelecem normas para tribunais internacionais; (ex.: Estatuto da Corte Internacional de Justiça; Estatuto do Tribunal Penal da ONU). 
	Protocolo: cria regras específicas, geralmente regulamenta uma convenção; (ex.: Protocolo de Kyoto). 
	Acordo: é uma vontade refletida dos Estados Internacionais e são tratados de cunho econômico, financeiro, comercial e cultural; (ex.: Acordo para cooperação de energia nuclear, Irã, Turquia e Brasil).
	Modus Vivendi: designa um tratado temporário, sendo que na prática é raro, devido ao processo de elaboração dos tratados, haja vista que são complexos. 
	Concordata: são assinadas pela Santa Sé para assuntos religiosos. Assim, qualquer país que assinar um tratado com a Santa Sé será concordata, entretanto, na prática o país poderá chama-lo com outra nomenclatura.
	Compromisso: utilizados para instituir modo de solução de controvérsias pela via arbitral; (compromisso arbitral). Quando em um tratado diz que em caso de controvérsias a solução será pela via arbitral, esta será um compromisso arbitral. 
	Carta: tratado que estabelecem direitos e deveres, ato institutivo; (ex.: Carta da ONU; Carta da OEA). Nele estão contidos todos os âmbitos de atuação, estabelecendo direitos e deveres para os Estados internacionais.
	Convênio: tratados que versam sobre matéria de transporte. No Mercosul se tem muitos convênios para versar sobre transportes internacionais de cargas, ferroviário, marítimo. 
Habilitação de agentes signatários: de acordo com a Convenção de Viena quem poderá assinar um tratado será, respectivamente: 
1º) Chefe de Estado ou de Governo; 
2º) Ministro das Relações Exteriores e 
3º) Chefe de Missão Diplomática.
Cada Estado pode levar uma delegação com 05 membros para discutir o tratado na fase de negociação. Desses cinco, o chefe de missão diplomática os representa. 
=> Plenipotenciário: procurador com poderes especiais. Na falta do chefe de Estado ou de Governo; do Ministro das Relações Exteriores e do Chefe de Missão Diplomática, haverá o plenipotenciário, que é a pessoa que tem uma procuração outorga pelo chefe de estado ou de governo com poderes para assinar um tratado. 
Princípio da Pacta Sunt Servanda: é o norteador, o tratador faz lei entre as partes.
Classificação: pode ser formal (bilaterais ou multilaterais) ou material (questões de fundo).
Tratados-Lei: criam regras gerais, são produtos de consenso, valem para institutos de direito internacional. Este equivale aos costumes internacionais – jus cogens, vinculando erga omnes. (ex.: Convenção)
Tratados-Constituição: criam princípios jurídicos, regras cujo conteúdo diz respeito ao direito natural (direitos humanos). Este também equivale aos costumes internacionais – jus cogens, vinculando erga omnes. (ex.: Declaração). 
Tratados-Contrato cria regras e objetivos direitos e diversos para seus signatários (entre as partes), não geram efeitos em relação a terceiros.
Idioma: o texto do tratado será redigido, devendo ser escolhido um idioma oficial (imposto pela ONU) e ainda um idioma escolhido pelas partes, O oficial opta-se por um dos idiomas abaixo: inglês, espanhol, russo, chinês, árabe e francês. O escolhido estará de acordo com a conveniência das partes signatárias.
Composição: o tratado é composto pelo preâmbulo e pelo dispositivo. No preâmbulo nele constam as partes e sua respectiva qualificação, os princípios norteadores do tratado e seu objeto (lícito – de acordo com as regras do direito internacional e possível – algo que vai ser executado). O dispositivo é composto de artigos e geralmente vêm divididos em seções. 
09/03/2012
REPORTAGEM – A NOVA ORDEM MUNDIAL É VERDE – Thomas C. Heller
Fala a respeito de uma tendência que deverá ser seguida pelos países para que se possa haver o desenvolvimento aliado à sustentabilidade. Onde os países têm a preocupação com a poluição e devem passar a investir mais na preservação do meio ambiente, aplicação dos recursos renováveis, busca de novas tecnologias. Sendo que esse avanço dar-se-á com os incentivos das empresas privadas e ainda dos governantes. 
As ações humanas (poluição, desmatamento etc.) têm trazido grandes transformações no ambiente natural e a nova tendência mundial tem finalidade de harmonizar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação do meio ambiente, ou seja, utilizar os recursos naturais renováveis de forma a planejar um futuro mais tranquilo.
Sendo que esse avança dar-se-á com a descoberta de novas tecnologias e tendo como incentivo as empresas privadas e ainda dos governantes. 
16/03/2012
TRATADOS INTERNACIONAIS – TEORIA GERAL
FASES DE ELABORAÇÃO E INCORPORAÇÃO
	1. Negociação: o texto do tratado é amplamente discutido em rodadas de negociações promovidas pelas organizações internacionais, e os tratados-contratos são negociações efetivadas entre os ministérios das relações exteriores e o executivo Esta fase termina quando é alcançado o consenso;
	2. Assinatura: ato internacional efetuado pelo Poder Executivo, que vincula o Estado na esfera internacional. É ato político. 
	3. Ratificação: ato internacional efetuado pelo executivo (há a confirmação de uma afirmação), a práxis (costume) internacional e aqui no Brasil (exigência da CF) há a necessidade de prévia autorização do legislativo para que o executivo proceda à mesma. Assim, a ratificação é um ato externo internacional do executivo, sendo efetivada se o legislativo assim o permitir. Este ato (a ratificação) se dá de 03 maneiras: pela troca dos instrumentos de ratificação entre os signatários; envio dos instrumentos ao Estado escolhido como depositário e via Nota Diplomática.
	4. Promulgação: ato interno do Poder Executivo que edita o Decreto de Promulgação dando ciência aos 03 poderes quanto à vigência do texto do Tratado (o texto doTratado vem em anexo ao Decreto – faz parte do ordenamento jurídico pátrio). Assim, o Executivo tem o dever de elaborar políticos públicos a fim de implementá-lo, o Legislativo deverá elaborar as leis que forem necessárias ao adimplemento do mesmo no plano interno e o Judiciário deverá julgar em conformidade com seus dispositivos.
	5. Publicação: ato interno/Decreto de Publicação ou de Execução (em anexo vem o texto do tratado, que são publicados também do diário oficial); torna o texto do tratado válido ‘erga omnes’; faz com que o mesmo pertença ao conjunto de leis de um país válida no âmbito interno. Passa constar dos arquivos legislativos do Ministério das Relações Exteriores.
	6. Depósito: todo tratado internacional possui um dispositivo, que poderá ser um Estado ou o Secretário Geral da ONU. Este deverá efetuar o registro do tratado.
	7. Registro: ato internacional que dá publicidade ao texto do tratado na sociedade internacional. Ou seja, para o tratado ter validade no âmbito da sociedade internacional mediante o seu registro que será feito pelo depositário na ONU. É realizado no Secretariado da ONU. Ressalta-se que a ONU somente registrará tratados legítimos (lícitos), ou seja, deve estar de acordo com os institutos do direito internacional público. 
BRASIL: adota teoria dualista
	Os tratados no Brasil possuem hierarquia de Lei Federal, exceto tratados que versarem acerca de direitos humanos, os quais possuirão status constitucionais quando tiverem quórum de aprovação de Emenda Constitucional. 
	Teoria monista: não há dois ordenamentos jurídicos, ou seja, não há o interno e o internacional, para esta teoria há apenas um ordenamento, assim, o tratado internacional estaria dentro do ordenamento apenas com a sua negociação e assinatura.
	Teoria dualista: existe um ordenamento jurídico internacional e outro interno, e para que um faça parte do outro, deverá passar pelas fases de elaboração e incorporação acima descritas. (teoria adotada no Brasil).
23/03/2012
INSTITUTOS DA TEORIA GERAL DOS TRATADOS
1. RESERVAS
Conceito: é uma solicitação feita aos demais estados signatários para o descumprimento de algumas cláusulas do tratado.
Condições de oralidade: o pedido de reserva deve ser feita de forma escrita, devendo ser por um motivo relevante (ex.: quando ocorrer conflito com lei interna; com costume local etc.). 
Aceitação e efeitos: os demais signatários responderão se vão aceitar ou rejeitar o pedido de reserva do outro estado. Assim, para os estados que aceitaram o pedido de reserva vai gerar efeitos, por outro lado, os que não aceitaram o pedido de reserva não vão gerar efeitos. 
Proibições: o pedido de reserva estará proibido quando este se dirigir aos objetivos e finalidades dos tratados. Não cabe reserva também quando o tratado dispuser expressamente que é proibido. E ainda quando determinada cláusula proibir a reserva esta não poderá ocorrer. 
	Quando o estado solicitar um pedido de reserva de algo que atinja sua finalidade/objetivo, tal cláusula somente terá efeito se todos os estados signatários também assim o quiserem. 
A cláusula de reserva é mais utilizada em tratados-lei e tratado-constituição.
2. CLÁUSULAS DE SALVAGUARDA
Conceito: esta cláusula implica numa solicitação de um estado aos demais estados signatários visando o descumprimento de uma ou vários cláusulas contratuais em virtude de questão econômico-financeira.
Oportunidade: o pedido que o estado fará somente pode ser em virtude de uma questão econômico-financeiro. 
Forma: o pedido de reserva deve ser feita de forma escrita, devendo ser por um motivo de ordem econômico-financeira.
	A cláusula de salvaguarda é mais utilizada em tratado-contrato.
3. CLÁUSULA SOCIAL
Conceito: é uma cláusula que diz respeito a questões trabalhistas (ex.: abolição do trabalho forçado; não discriminação no emprego; idade mínima; liberdade sindical). Sendo que isso é o mínimo de garantia trabalhista.
Oportunidade: deverá versar sobre questões trabalhistas. 
Forma e fundo: deve ser de forma escrita e deve levar em consideração abolição do trabalho forçado; não discriminação no emprego; idade mínima; liberdade sindical.
4. EXECUÇÃO DOS TRATADOS
	Quando um estado participa de um tratado pressupõe a sua boa-fé e dos demais signatários. Assim, caso algum estado descumpra algum tratado e outro estado que se sentir lesado reclamar na ordem internacional, este tratado poderá ser executado. 
a) Garantia: o pedido de garantia para a execução de tratado é usual entre os estados internacionais. Ou seja, significa uma segurança jurídica quanto ao adimplemento do tratado-contrato. Sendo que geralmente é dado em garantia riquezas naturais (gás natural, minério etc.). 
b) Entrega em garantia da renda do Estado: quando um estado internacional descumpre um tratado, os outros signatários poderão administrar a rendo do Estado (ex.: Grécia). 
c) Entrega de território: a execução poderá ainda ser no sentido de que o estado lesado poderá invadir o outro para este cumpra o tratado. 
d) Organismos internacionais: os tratados são depositados nas organizações internacionais. Assim, quando a organização internacional recebe reclamação de que está havendo descumprimento, o organismo internacional solucionará. 
5. INTERPRETAÇÃO
	
Boa-fé (objetivo e propósito): Quando os tratado suscitarem dúvidas, controvérsias, deverá se analisar o objetivo e propósito/finalidade dos tratados.
Práxis: caso não seja possível analisar o objetivo e a finalidade deverá levar em consideração a práxis, ou seja, o costume.
Idioma oficial: se restar dúvidas, deverá seguir o que deve estar escrito no contrato de acordo com seu idioma.
Efeito útil (Princípio da Efetividade): por fim, se ainda restarem dúvidas, deve ser analisada de acordo com o princípio da efetividade. 
6. EXTINÇÃO
	Os tratados não permanecem em vigor eternamente.
a) Execução integral: quando o tratado atingiu seus objetivos (ex.: tratado bilateral de transferência de tecnologia) entre os estados internacionais, e já ocorreu a contraprestação do outro estado, nesse caso, o tratado já atingiu sua finalidade, assim, ocorrerá a extinção por execução integral. 
b) Consentimento mútuo (revogação tácita/decisão majoritária): os estados signatários poderão por consentimento mútuo fazer a revogação tácita do tratado ou ainda por decisão majoritária. 
c) Termo: se no texto do tratado tem previsão para seu término, assim, chegando à data marcada, a extinção será a termo. 
d) Condição resolutória: neste caso, o tratado somente será extinto caso aconteça alguma coisa, ou seja, nele há uma condição resolutória para sua extinção (ex.: tratado brasil-angola que se extinguirá quando ocorrer a vacinação todas as crianças).
e) Renúncia do beneficiário: é uma extinção geralmente quando há um tratado entre país rico e pobre (ex.: transferência de tecnologia), onde não há contraprestação.
f) Caducidade: quando o tratado cair em desuso, ocorrerá sua extinção por caducidade. 
g) Guerra: os tratados entre os países que estão em guerra são extintos, salvo aqueles que entram em vigor com a guerra.
h) Fato de terceiro: quando é extinto por uma organização internacional, ocorrendo isto quando o tratado está sendo violado pelos países signatários e com a finalidade de respeito internacional. 
i) Impossibilidade de execução (física/jurídica): ex.: contrato entre Brasil-Iugoslávia. O tratado é extinto uma vez que um país não mais existe (impossibilidade física).
j) Ruptura de relações diplomáticas: quando um estado retira a missão diplomática de outro estado, ou seja, quando um estado rompe relações diplomáticas com outro país, assim, o tratado é extinto. 
k) Inexecução em tratados bilaterais: quando o tratado é bilateral e um das sociedades não cumpre sua parte, o tratado é extinto. 
l) Denúncia unilateral: todo estado tem o direito de fazer o que quiser (decisão interna). A denúncia unilateral é quando um estado está saindo de um tratado, fazendo apenas umacomunicação que não tem mais interesse em permanecer em determinado tratado. 
7. REVISÃO
	Quando o tratado não mais atinge seus objetivos e suas finalidades, quando ficar desatualizado, neste caso, não interessa que o tratado seja extinto, mas sim, faz-se uma revisão do tratado internacional (ex.: Convenção do Clima Rio-92).
Total: quando a revisão abrange todo o texto do tratado.
Parcial: quando abrange parte do texto do tratado. 
Judicial: os tribunais internacionais (cortes internacionais) também podem promover a revisão de um tratado internacional dentro de suas competências. A revisão do tribunal pode ser total ou parcial. 
Negociações diretas: quando se tem um tratado menor (poucos países), a revisão será feita por negociações diretas entre os ministérios das relações exteriores entre os países signatários. A revisão pode ser total ou parcial. 
Organismos internacionais: os organismos internacionais poderão revisar um tratado internacional, podendo ser total ou parcial. 
30/03/2012
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Conceito: associação de Estados ou outras entidades possuindo personalidade internacional, estabelecida por meio de tratado, possuindo uma constituição e órgãos comuns e tendo personalidade legal distinta da dos Estados Membros. 
	
Associação: toda organização internacional implica em uma associação. Sendo que esta é formada a partir de interesses comuns. Ou seja, só é cabível uma associação quando há interesses comuns entre seus participantes. Assim, quando os estados se juntam para satisfazerem seus interesses pretendem a criação de uma organização internacional que deverá obedecer a uma estrutura jurídica.
	Nesse sentido, pode-se dizer que toda organização internacional tem objetivo e finalidades comuns e específicos.
	Sendo que a base de toda organização internacional é o Princípio da Universalidade, que os interesses comuns dos estados que se associam, devem ser interesses de aproveitamento de âmbito global, ou seja, não se terá uma organização para defender interesses de particulares, uma vez que segundo o princípio da universalidade, as questões de uma organização internacional terá caráter global. 
	
	Os Estados são sujeitos de direitos, e membros de organização internacional que tem personalidade jurídica de direito internacional. 
	Sendo que os membros das organizações internacionais não têm todos os mesmos status. Sendo que os membros podem ser originários, derivados e afiliados. Os membros originários são os estados que estavam presentes na assinatura do tratado que cria a organização internacional. Os derivados são os membros que se apresentaram após a assinatura do tratado, devendo apresentar sua candidatura para ingressar na organização internacional. Por fim, os membros afiliados são os países colonizados cuja representatividade é exercida pelo seu colonizador. 
Direito a voto: somente os Estados soberanos poderão votar nas organizações internacionais, uma vez que estes tem soberania no plano internacional, enquanto que as outras figuras de direito não tem soberania (ex.: ONG´s – não tem direito a voto). Ressalta-se que as outras figuras de direito podem participar de debates, deliberações, enfim, vão participar de todos os movimentos da organização internacional, mas não terão direito a voto. 
Tratado: toda organização internacional nasce de um tratado. Ou seja, não existe uma organização internacional que não tenha sido criada por tratado, que tem natureza jurídica de constituição (chamado de Ato Institutivo, como se fosse uma constituição). Ressalta-se que de ato institutivo não cabe reserva (descumprimento de alguma cláusula).
Toda organização internacional tem um mínimo de três órgãos, que são: Assembleia, Conselho e Secretaria. Sendo que haverá uma única assembleia; vários conselhos e uma secretaria com subsecretarias. 
A assembleia é o órgão deliberativo, onde haverá representatividade de todos os membros, sendo que a votação é somente para os estados.
O conselho é o órgão executivo que faz a implementação do que é decidido na assembleia.
A secretaria por sua vez é órgão administrativo.
OBS.: Comissão não é exigida como o mínimo para existência da associação, mas elas estão presentes. 
Ordenamento jurídico interno: ele regulamenta o funcionamento de cada órgão. Sendo que o ordenamento jurídico interno pode ser alterado de acordo com o funcionamento de cada órgão. 
Personalidade jurídica: toda organização internacional tem personalidade jurídica. Sendo que a personalidade da organização não se mistura com a dos seus membros, ou seja, cada membro também tem sua personalidade (ente de aspecto jurídico estável). Isto é, a personalidade jurídica internacional da organização é diferente, não se misturando com a personalidade jurídica internacional de seus membros.
Decisões: as decisões que saem dos órgãos são dirigidas aos seus membros e poderão ser recomendações (caráter facultativo) ou resoluções (caráter obrigatório). 
06/04/2012 – PROVA
13/04/2012 – PROVA
20/04/2012 – AULA VAGA
27/04/2012
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA)
Genealogia: 
=> 1ª Conferência Internacional dos países americanos realizada em 1889/1890 em Washington, formou a “União Internacional das Repúblicas Americanas”, cujas funções eram compilar, coordenar e publicar dados relativos à produção, comércio e regulamentos aduaneiros.
Em outras palavras, foi somente em 1889, com a Primeira Conferência Internacional Americana, realizada em Washington, que se pode falar no surgimento de um verdadeiro Sistema Interamericano. De fato, esta foi a primeira vez que os países da região se reuniram na busca de um ideário comum, qual seja a de que o continente americano se tornasse pacífico e buscasse um maior desenvolvimento.
Nessa reunião foram discutidos temas como a busca de meios pacíficos para a solução de controvérsias e a cooperação econômica entre os Estados americanos. Em suma, fixou-se nessa ocasião as bases do pan-americanismo, ou seja, as metas que até hoje são buscadas pelos Estados-membros da OEA.
	=> 2º Conferencia realizada em 1902 no México, houve a criação de um Conselho Diretor (órgão executivo), onde estavam representados todos os membros.
	=> 3ª Conferência realizada em 1906 no Rio de Janeiro, que ampliou os fins e atribuições da Secretaria.
	=> 4ª Conferência realizada em 1910 em Buenos Aires, houve a mudança de nome para Organização para União Pan-Americana.
	=> 5ª Conferência realizada em Bogotá e foi escrita a Carta da OEA, cujos objetivos era relacionados às atividades comerciais dos países do continente americano. 
OBS.: Entretanto, com o advento da ONU em 1944, a OEA foi declarada seu organismo regional e foi implementado o Sistema Interamericano.
	O Sistema Interamericano visa garantir a paz e a segurança no continente americano, assegurar a solução pacífica de suas controvérsias, organizar ações solidárias das repúblicas em caso de agressão, promover o desenvolvimento econômico, social e cultural.
Estrutura Institucional: 
- Assembleia Geral (órgão deliberativo).
- Reunião da Consulta dos Ministros das Relações Exteriores (órgão consultivo que emite pareceres onde se tem todos os Ministros das Relações Exteriores do Estado-Membro; é um órgão permanente).
- Conselho Permanente (há a representatividade de todos os membros, onde todos os membros vão exercer a presidência rotativa de 6 em 6 meses de acordo com ordem alfabética dos estados membros).
- Conselho Interamericano Econômico e Social (faz a aplicação de ordens estratégicas; implementação de políticas).
- Conselho de Educação Ciência e Cultura (faz a implementação políticas que digam respeito a ciência e a cultura).
- Comissão Jurídica Interamericana (analisa regras de direitos humanos; também serve de órgão de consulta, onde é um órgão de atualização de direitos humanos).
- Comissão Interamericana de Direitos Humanos (atua como órgão fiscalizador do cumprimento dos direitos humanos).
Direitos Fundamentaisdo Estado na Carta da OEA: 
	- Igualdade jurídica
	- Existência política independe de conhecimento
	- Direito de proteger e desenvolver sua existência
	- Direito de exercer a jurisdição em seu território 
	- Direito ao desenvolvimento cultural e econômico
	- Inviolabilidade de território 
	- Legítima defesa 
04/05/2012
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Referencial histórico: a primeira iniciativa dos países da sociedade internacional de se juntarem para alcançar a paz foi em janeiro de 1942 (no meio da 2ª Guerra Mundial). Ou seja, a sociedade internacional viu que naquele momento se não fosse feito alguma coisa, a guerra poderia acabar com o mundo. Sendo que em janeiro de 1942 foram os países Aliados (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) que se reuniram e tiveram a iniciativa de alcançar a paz e que esta fosse duradoura. 
Nesse sentido, houve a criação de um sistema permanente de segurança internacional com a finalidade de evitar qualquer tipo de ameaça, assim, caso houvesse ameaça da paz internacional, o país seria punido. 
Conferências: a partir de 1942 houve demais conferências.
	- Conferência de Moscou: ocorrida em 1943 com apenas 5 países (Aliados) que se reuniram para iniciarem a busca pela paz mundial. 
	- Conferência de Washington: ocorrida em 1944, também com a finalidade para a organização da paz mundial. 
	- Conferência de São Francisco: ocorrida em 1945, onde nasce a Organização das Nações Unidas (ONU), ou seja, foi nessa conferência que ela foi criada, uma vez que até então era apenas uma aliança dos países. Nesta Conferência já havia a participação de 51 países. A Carta foi assinada em 26 de junho de 1945, e ratificada por 51 países em 24 de outubro de 1945.
Ato institutivo: com a Carta da ONU assinada pelos 51 países participantes da Conferência de São Francisco. Seu objetivo é a manutenção da paz através de um sistema permanente de segurança internacional visando coibir ameaças e propagando os direitos humanos. 
Declaração Universal dos Direitos Humanos: esta declaração (1948) inaugura o direito internacional dos direitos humanos. 
Membros:
	Originários: fazem parte deste grupo os 51 países que estavam na Conferência de São Francisco. 
	Admitidos: são os demais países que assinaram a Carta posteriormente à Conferência de São Francisco, sendo que são mais de 150 países admitidos. 
Órgãos: a ONU é composta por seis órgãos, que são fundados no princípio da universalidade, uma que esses órgãos têm a finalidade de atender o todo. 
	I - Assembleia Geral
	II - Conselho de Segurança
	III - Conselho Econômico e Social
	IV - Conselho de Tutela
	V - Secretaria ou Secretariado
	VI - Corte Internacional de Justiça
Assembleia Geral 
	É o órgão deliberativo, ou seja, discutirá e decidirá de acordo com a suas atribuições. 
	Além de deliberar, a assembleia geral é um foro onde nascem as regras de direito internacional público e de direito internacional de direitos humanos. 
	A Assembleia Geral se reúne uma vez por ano, sendo uma reunião ordinária, onde a pauta é feita pelo Secretário-Geral da ONU. 
	A Assembleia Geral é chamada de órgão não permanente, uma vez que não é um órgão que está sempre reunido, haja vista que há reuniões ordinárias anuais (periódicas). 
	Ressalta-se que é possível acontecer reunião extraordinária, que tem como requisito, que deva ser convocada pelo Secretário Geral da ONU a pedido do Conselho de Segurança. Assim, se acontecer algum fato na sociedade internacional que justifique a reunião da Assembleia Geral, esta acontecerá desde que o Conselho de Segurança faça o pedido para o Secretário-Geral da ONU fazer a reunião extraordinária. 
Características
	Gerais: na assembleia geral há a representatividade de todos os membros, onde todos eles tem direito a 1 voto. 
	Cada Estado-Membro poderá levar uma delegação, que poderá ter até 5 delegados (que discutirão e chegarão a um consenso para o país sobre determinado assunto). Esses 5 delegados são: Ministro das Relações Exteriores; Embaixador do país onde estiver sediada a reunião da Assembleia; mais 3 com competência material para discutir os assuntos ora tratados (ou seja, esses 3 poderão mudar de acordo com o assunto a ser tratado). 
	Sistema de votação: as chamadas questões processuais são questões de forma, estas implicam num procedimento (ou seja, como fazer).
	Demais questões ou questões importantes são as questões de fundo, estas implicam no tocante à matéria (ou seja, o que fazer).
	Ressalta-se que as questões no tocante à matéria são mais importantes (o que fazer), precisando de maioria absoluta para a aprovação (2/3 dos membros). Para a aprovação da Assembleia Geral sobre questões importantes, é necessária a maioria de dois terços dos presentes e votantes. Exemplos de questões importantes incluem: recomendações sobre a paz e segurança, eleição de membros de órgãos, admissão, suspensão e expulsão de membros e questões orçamentais. Enquanto que as questões processuais para serem aprovadas precisam de maioria simples (50% +1)
Atribuições exclusivas: 
	I – Eleger os membros não permanentes do Conselho de Segurança e os membros do Conselho de Tutela e do Conselho Econômico e Social;
	II – Votar o orçamento;
	III – Aprovar os acordos de tutela;
	IV – Autorizar os organismos especializados a solicitarem pareces à Corte Internacional de Justiça;
	V – Coordenar as atividades de suas sete Comissões (que tem competência material). 
11/05/2012
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
	Definição: A Carta das Nações Unidas determina que seus membros deverão procurar resolver seus conflitos de maneira pacífica sem por em perigo a ordem e a paz mundial, podendo a qualquer tempo colocar em pauta no Conselho de Segurança suas divergências. Assim sendo, pode-se dizer que o Conselho de Segurança, é um órgão político, permanente e que sua principal finalidade é de manter a paz e a segurança internacionais do planeta, sendo que de acordo com a própria Carta, os membros da organização deverão sempre acatar as decisões do Conselho, o que não ocorrerá com a decisão dos demais órgãos que somente fazem recomendações.
	OBS.: O Conselho de Segurança é um órgão permanente. O que é decidido pelo Conselho de Segurança não poderá ser contrariado por nenhum outro órgão internacional. 
Funções: segundo o art. 24 da Carta da ONU: “Incumbe ao Conselho de Segurança em nome dos membros das Nações Unidas a principal responsabilidade da manutenção da paz e segurança internacionais”. Assim, havendo ameaça/turbação da paz mundial, o Conselho de Segurança deve agir. 
Atribuições exclusivas: compete exclusivamente ao Conselho de Segurança:
- Dirimir litígios entre os Estados-Membros;
	- Agir nos casos de agressão (ex.: ferir algum dos direitos fundamentais do Estado etc.);
	- Executar as sentenças da Corte Internacional de Justiça
Composição: composto por um total de 15 membros, sendo que 05 destes tem representação permanente (EUA, Rússia, Grã-Bretanha, China e França) e os outros 10 são rotativos, eleitos pela Assembléia Geral para um período de 02 (dois) anos. Para ser eleito como membro não permanente, o país deve ter atingido um quórum de 2/3.
Sistema de votação: para ser aprovado algo relacionado a uma questão importante, deve-se ter o voto afirmativo de 09 membros. Sendo que se deve obrigatoriamente ter o voto dos 05 membros permanentes mais 04 votos.
E para aprovar algo relacionado a uma questão processual, deve-se ter o voto afirmativo de 09 membros, sendo que esses 09 votos podem ser de qualquer membro dos 15 do total. 
	Poder do veto: os 05 membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) tem o poder de veto. Exemplo: em uma questão importante, caso haja 14 votos afirmativos e um membro permanente não concorde, prevalecerá seu poder de veto. 
Conselho Econômico Social: 
Composição: composto por 54 membros.
Funções: cuida do desenvolvimento econômico e social.
	- Elaborar estudos, relatórios, políticas paraquestões econômicas e sociais;
	- Firmar acordos da ONU com demais organizações internacionais (ex.: circulação de mercadorias)
	
Comissões: a competência das comissões é territorial, sendo divididas de acordo com a localização dos países. 
- Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL): 10 membros. 
- Comissão Econômica para Europa (CEE): 06 membros para Europa Ocidental mais 13 entre países Ocidentais que englobam esta comissão ou o CEPAL. 
	- Comissão Econômica para Ásia e Extremo Oriente (CAEO): possuem 11 membros da Ásia.
	- Comissão Econômica para África (CEA): possui 14 membros.
Conselho de Tutela 
Função: fornecer amparo aos países em processo de transferência de regimes totalitários para regimes democráticos. Caso este conselho verifique que algum país esteja ameaçando a paz, encaminhará para o Conselho de Segurança. 
Secretariado – Chefe: Secretário-Geral da ONU. 
	- É indicado pelo Conselho de Segurança e passa por votação, necessitando da aprovação de 2/3, com mandato de 05 anos. 
	- Deve ser uma pessoa com capacidade administrativa, jurídica, politica e linguística;
	- Após o mandato de 05 anos com Secretário-Geral da ONU não poderá mais exercer função em nenhum lugar, seja para seu país, seja para outro, ou seja, tem que se aposentar;
Funções: o Secretário-Geral possui algumas funções.
- Representar a ONU na sociedade internacional.
18/05/2012 – PALESTRA 
25/05/2012
CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA
	
	É o principal Tribunal Internacional da ONU. Nasce junto com a ONU (1944). 
Antecedentes: havia a Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI) que atuava no âmbito da Liga das Nações. Sendo que a CPJI foi absorvida pela ONU e passou a se chamar Corte Internacional de Justiça. Assim, pode-se dizer que a antiga CPJI é a atual Conter Internacional de Justiça, uma vez que a ONU alterou somente o nome, mantendo-se o mesmo Estatuto. 
Sendo a única alteração foi em relação aos membros, uma vez que os Estados que eram membros da Liga, passaram a integrar os Estados membros da Corte. 
	A CIJ – Corte Internacional de Justiça tem sua sede em Haia. 
Composição: de 15 juízes com mandato de 9 anos podendo se reeleito, ou seja, ficando no máximo 18 anos. 
	O Secretário 3 meses antes da eleição manda um convite para que os Estados-Membros apresente nome para que possa concorrer para ser juiz da CIJ. Este juiz deve ser renomado internacionalmente e ter um largo conhecimento jurídico.
Eleição: tendo os nomes a serem votados, para ser eleito juiz da Corte Internacional de Justiça deverá ter seu nome aprovado pela Assembleia Geral por maioria absoluta (2/3). 
	OBS.: maior votação histórica dentro da CIJ foi o brasileiro Augusto Cançado Trindade. 
Competência: as partes que estão em conflito devem estar de acordo para que a CIJ julgue o seu litígio, ou seja, necessita da voluntariedade. 
	O único caso em que a parte estará obrigada a ir para a CIJ, ocorre quando assinado o Tratado e nele tem como eleição de foro a Corte Internacional de Justiça. Assim, quando os países inserem a cláusula de eleição de foro é a CIJ, os países serão obrigados a resolver o conflito pela CIJ, ou seja, jurisdição obrigatória. 
*** Princípio da Autodeterminação dos Povos cujo conteúdo diz respeito a domínio reservado dos Estados. Ou seja, é onde a própria cultura local diz o que é certo, de acordo com a mentalidade de determinada sociedade é certo. Assim a CIJ não pode julgar algo que é certo para um Estado de acordo com sua cultura local. Em outras palavras, o Princípio da Autodeterminação dos Povos é aquele que garante ao povo de qualquer país, o direito de se autogovernar e escolher o seu próprio destino sem interferências externas (assim a CIJ está impedida de julgar os assuntos que ela entenda que é assunto de domínio reservado dos Estados).
Jurisdição: questões que envolvem Estado X Estado. 
A jurisdição da Corte em todas as controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto:
a) a interpretação de um tratado;
b) qualquer ponto de direito internacional;
c) a existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria violação de um compromisso internacional;
d) a natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso internacional.
	Em outras palavras, a CIJ engloba todos os assuntos controversos entre os Estados, desde que não atinja o domínio reservado dos Estados. 
A jurisdição da CIJ poderá ser:
	Consultiva: quando a CIJ emite um parecer. Sendo que somente poderá utilizar da jurisdição consultiva somente o Conselho de Segurança desde autorizado pela Assembleia Geral da ONU.
	Contenciosa: existe a fase prévia de consulta e dela sai um parecer, e caso não saia acordo entre os Estados, ocorrerá a sentença. 
Sentença: a sentença é definitiva e inapelável. Em caso de controvérsia quanto ao sentido e ao alcance da sentença, caberá à Corte interpretá-la a pedido de qualquer das partes. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO - OMC
Panorama Econômico: o surgimento da OMC foi um importante marco na ordem internacional que começara a ser delineada no fim da Segunda Guerra Mundial. O mundo passou de bipolar para multipolar (criaram-se os blocos econômicos). E o GATT não conseguiu dar conta desse novo mundo que surgiu (multipolar), daí o surgimento da OMC. 
Antecedente: antes da OMC, havia o GATT (é o conjunto de Acordos que tratava da redução paulatina de barreiras tarifárias). 
	Havia rodadas de negociação comercial multilateral com a finalidade de aperfeiçoar e verificar a efetividade dos acordos de tarifas. Nelas há negociação sobre a diminuição de tarifas de importação, abertura de mercados etc. 
	Sendo que participam dessas rodadas países com os mesmos objetivos. 
	Destaca-se a Rodada Uruguai iniciada em 1986 que tratou tarifas, agricultura, serviços, propriedade intelectual, medidas de investimento, etc. Teve seu término somente com a criação da OMC em 1995. 
Gênese: de 1º de janeiro de 1995.
Ato institutivo: Ata Final de Marraqueche, ocorrida com a fim da Rodada Uruguai em 1995. Dentro desse ato institutivo estão previstos alguns princípios a serem seguidos; está previsto também os acordos do GATT que continuam em vigor; acordos para comércio de bens; acordo para comércio de serviço; acordo para comércio de direitos de propriedade intelectual. 
	Ainda dentro do Ato Institutivo está prevista a estrutura da OMC:
	- Conferência Ministerial: é o órgão deliberativo que tem a representatividade de todos os membros com direito a um voto. Ela se reúne de 2 em 2 anos. 
	- Secretariado: é o órgão administrativo, comandado pelo Diretor Geral.
	- Conselho Geral: é o órgão executivo; está dividido em quatro estruturas:
		Conselho para comércio de bens;
		Conselho para comércio de serviços;
		Conselho para comércio de direitos de propriedade intelectual;
		Órgão de solução de controvérsia
Membros: 
01/06/2012
08/06/2012 – RECESSO
15/06/2012 – PROVA
22/06/2012
29/06/2012
JULHO - FÉRIAS
03/08/2012
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PARA O 2º SEMESTRE
17/08/2012 – Aula expositiva / Sistema de solução de controvérsias da OMC
24/08/2012 – Atividade discente com material disponível no Xerox.
31/08/2012 – Aula expositiva / Condição Jurídica do Estrangeiro 
07/09/2012 – Feriado
14/09/2012 – Avaliação Bimestral
21/09/2012 – Aula expositiva – Serviço Diplomático e Consular.
28/09/2012 – Atividade discente disponível na área do aluno.
05/10/2012 – Aula expositiva – DI de Navegação Aérea e Marítima.
12/10/2012 – Feriado.
19/10/2012 – Semana jurídica ou atividade discente sem necessidade de material.
26/10/2012 – Aula expositiva – Institutos de Direito Internacional Privado.
09/11/2012 – Atividade discente trazer a LINDB.
23/11/2012 – Avaliação Bimestral.
Obs.: as atividades discentes são pessoais e intransferíveis. Não será permitido, em nenhuma hipótese, a entrega em outro dia ou horário.
Obs.: o sistema de avaliação contemplará 03 variáveis: assiduidade/ proatividade + atividades discentes + avaliação bimestral = média bimestral.
10/08/2012 – Atividade discente com material disponível na área do aluno.
17/08/2012 - PALESTRA
24/08/2012
MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NA SOCIEDADE INTERNACIONAL
O Estado é o principal sujeito da sociedade internacional que possui personalidade originária, uma vez que todos os atos partem do Estado.
	Lembre-se que os Estados tem soberania para agir no plano internacional, ou seja, poderão escolher quaisquer dos meios para solucionar as controvérsias: meios diplomáticos; coercitivos; políticos ou jurídicos. 
Meios diplomáticos
	Negociação: é um entendimento direto, ou seja, quando os Estados solucionam suas controvérsias por via de seus representantes. Na negociação não há interferência de terceiros, uma vez que apenas os representantes das Nações é que fazem a negociação.
	Congressos e Conferências: os Estados em conflitos convocam outros Estados para uma Conferência para que estes enviem sugestões a respeito deste conflito, onde os Estados em conflitos é que decidirão se vão usar as sugestões.
	Bons ofícios: é de iniciativa de terceiro. Ou seja, nesse caso, não é o Estado que está em conflito que procura a solução, mas sim um outro Estado. Isto é a solução do conflito se dá pela interferência de um terceiro Estado que aproxima os litigantes para que estes cheguem a uma resolução.  Isto acontece por meio da Nota Diplomática, ou seja, o Estado que procura a solução envia por meio de uma nota diplomática. 
	Mediação: um terceiro país chama os países em conflito para solucionar a controvérsia entre eles. É um terceiro Estado para resolver a discórdia entre outros dois, porém agora o Estado mediador vai de fato proporcionar a solução. 
Meios coercitivos
	Retorsão: aplica-se o Princípio da Reciprocidade. É um ato por meio do qual um Estado ofendido aplica, ao Estado ofensor, as mesmas medidas que o primeiro empregou contra ele. 
	Represália: semelhante a Retorsão, sendo que envolve ato ilícito, por exemplo, um Estado viola direitos de outro Estado. Exemplo: país invadiu o território do outro e outro também invade. Ou seja, a represália envolve ato ilícito. 
	Embargo: serve somente para questões comerciais, por exemplo, sequestro de navios do Estado com que se está em contenda e que se encontrem nos portos ou mar territorial do Estado que se considera lesado.
	Boicotagem: ocorre a ruptura de ações comerciais, ou seja, proibição das relações comerciais com os nacionais do Estado que violou as regras do Direito Internacional ou interrupção de assistência e quebra de pactos comerciais. (ex.: proibição de venda de petróleo; armas etc.). 
	Ruptura relações diplomáticas: consiste na retirada do corpo diplomático do Estado violador e a ordem de retorno dos representantes do Estado lesado do território daquele país. Ou seja, um Estado não reconhece outro mais como Estado. 
Meios políticos 
	Ocorre quando os Estados levam para as Organizações Internacionais dirimirem o conflito. Os Estados que estão em conflitos devem querer que o conflito seja levado para solução de Organizações Internacionais. Ressalta-se que nestas Organizações está mais baseada em interesse político. Nesse caso, haverá árbitros e peritos que solucionarão o conflito de interesses. 
Meios jurídicos
	Arbitragem: os Estados devem assinar o contrato de Convenção Arbitral, ou seja, ambos os Estados devem querer resolver por meio deste meio, uma vez que a decisão da arbitragem afasta qualquer outra possibilidade de solução por outro mecanismo. 
	Tribunais Internacionais (Direito Comunitário / Direito da Integração): juiz que decide. É mais utilizado quando ocorrer conflitos a respeito de normas entre Estados. 
		Analisa o aspecto prática da economia.
		Livre circulação de bens, pessoas, capital.
		Se integrados todos os requisitos da economia, pode-se falar em Direito Comunitário, sendo que isso acontece em um único bloco, qual seja a Comunidade Europeia. 
	Os países membros do bloco econômico não abrem mão de sua parcela de poder dentro do bloco. Ressalta-se que no direito comunitário, os países podem abrir mão de sua soberania em prol de um poder maior (ex.: Parlamento Europeu). 
	No direito da integração, isso não existe, ou seja, o país não abre mão de sua soberania.
	*** Dentro do Direito Comunitário há Tribunais Internacionais. Sendo que o homem poderá utilizar-se desse Tribunal Internacional, uma vez que o Estado o autoriza, desde que esteja dentro da comunidade europeia. Ressalta-se que os Tribunais Internacionais são criados para atender aos Estados, sendo uma exceção o fato do homem poder utilizá-lo, haja vista que o Tribunal Internacional foi criado para atender aos Estados. 
*** Qualquer empresa pessoa jurídica poderá utilizar o sistema de solução de controvérsia prevista no Mercosul, uma vez que está previsto no Protocolo de Olivos. Sendo isto uma exceção à regra, uma vez que o sistema de solução de controvérsias é criado para os Estados utilizarem, e pelo fato de pessoas jurídicas do Mercosul poderem usar em razão do Protocolo de Olivos é uma exceção. 
31/08/2012
Convenção Americana de Direitos Humanos – Decreto nº 678 de 06/11/1992
21/09/2012
Serviço diplomático e consular
Agente diplomático: regido pela Convenção de Viena de 1961.
	Conhecido como embaixador / diplomata. 
	O agente diplomático representa o chefe do estado que representa o Estado. 
	
Missão diplomática: é o conjunto de funcionários que trabalham dentro da embaixada.
Processo de acreditamento (acreditante / acreditado / agrément): O estado que envia a missão diplomática é designado "estado acreditante" e o que a recebe e acredita é designado "estado acreditado" solicitando o acreditamento do agente diplomático. Se o Estado concordar se inicia com o ato de agrément que é a concordância do Estado para receber o agente diplomático. 
Os termos "missão diplomática" e "embaixada" são usados, na prática, para se referirem a uma missão permanente, ou seja, ao escritório de representação diplomática de um estado ou organização instalado na cidade capital/sede de outro estado ou organização.
O Estado acreditado dá ao Estado acreditante o imóvel de presente para este estabelecer a sua embaixada (esta é a práxis internacional). Sendo que este imóvel será de propriedade do estado acreditante.
Carta de plenos poderes (Chancelaria / Credencial): após o agrément, o agente diplomático vai para o estado concordante com dois documentos: passaporte diplomático e a carta de plenos poderes, que diz que o agente diplomático é o representante de determinado Estado. 
Prerrogativas dos agentes diplomáticos (Imunidade diplomática / Imunidade de jurisdição / Isenção fiscal): o imóvel de propriedade do estado acreditante cedido pelo estado acreditado deverá seguir as regras do estado acreditante, devendo ser observadas as imunidades diplomáticas / jurisdição / isenção fiscal.
	Pode ocorrer a renúncia do estado acreditante pelas leis do estado acreditado, como por exemplo, quando a legislação do estado acreditado é mais benéfica (ocorrendo renúncia do país acreditante).
	O agente diplomático terá imunidade diplomática / jurisdição, sendo que qualquer penalidade, atos ilícitos serão julgados pelo país do agente diplomático, podendo a autoridade local cessar o ato. 
	Em relação a isenção fiscal, o agente diplomático não tem gasto com moradia, alimentação etc. (tem relação com o exercício da profissão). Ressalta-se que o agente diplomático adquirir imóveis, ações, qualquer investimento particular não terá isenção fiscal, sendo cobrado pelos impostos do país local. 
Agente consular: regido pela Convenção de Viena de 1963..
	Conhecido como cônsul. 
Missão consular: é o conjunto de funcionários que trabalham dentro do consulado. É um corpo de pessoas que auxiliam o agente consular. 
Processo de acreditamento – Exequatur. O documento que concede a autorização para a instalação da missão consular chama-seExequatur. 
Carte patente: após o Exequatur, o agente consular vai para o estado concordante para apresentar a carta patente, que diz que o agente consular é o representante de determinado Estado. 
Funções dos agentes consulares: atender aos interesses do Estado e também aos nacionais de seu país quando estes estão em trânsito no país que está instalado o consulado. 
	Observação: o cônsul age pelos interesses de seu país pelo qual ele é nacional. 
	Proteção: função de proteger os seus nacionais que estão em determinado país. 
	Administrativa: tem relação com o visto, passaporte. 
	Notariais / Registro Civis: o consulado também exerce função de Cartório (certidão de óbito; casamento; certidão de nascimento). Ou seja, o que se faz no Cartório de Notas e no Cartório de Registro Civil pode ser feito pelo Consulado. 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAenXAAK/livro-direito-internacional-melo-rubens-curso-direito-internacional-p-blico-1948
http://danielledenny.blogspot.com.br/2010/01/imunidade-diplomatica-imunidade.html
http://fichasmarra.wordpress.com/2011/04/03/revisao-agentes-diplomaticos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miss%C3%A3o_diplom%C3%A1tica
http://www.investidura.com.br/biblioteca-juridica/resumos/direito-internacional/282-diplomacia-consul
27/09/2012
DIREITO PENAL INTERNACIONAL
Direito penal internacional: este é o Tribunal Penal Internacional da ONU.
Direito internacional penal é a cooperação dos países entre matéria penal. 
Antecedentes: Tribunal de Nuremberg; Tribunal para Ex-Iuguslávia e Tribunal para Ruanda. Estes são Tribunais Adoc, que atualmente são proibidos, que é um Tribunal criado especialmente para julgar um determinado fato. 
Tribunal Penal Internacional (TPI): este não foi criado para uma circunstância determinada, mas sim, com caráter permanente para julgar os crimes previstos em seu estatuto. 
Embasamento legislativo => Estatuto de Roma de 1998.
Início da vigência => 2002.
Caráter permanente.
Função de complementariedade: diz respeito a uma competência que não é originário do TPI, ou seja, quando o Estado renuncia a julgar um crime previsto para sua competência originária, assim, o Estado não fazendo, o TPI irá julgar este caso, uma vez que tem função de complementariedade. 
Crimes sob jurisdição do Tribunal
Art. 5º - Estatuto de Roma:
a) Genocídio
	b) Crimes contra a humanidade
	c) Crimes de Guerra 
	d) Agressão 
Genocídio: praticados com a intenção de destruir um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
Crimes contra a humanidade: ataque generalizado e sistemático contra uma população civil (o que não é militante em campo de guerra). 
Crimes de guerra: maus tratos, deportação, assassinatos em massa, apreensão de reféns.
Crimes de agressão: O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de agressão desde que, nos termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma disposição em que se defina o crime e se enunciem as condições em que o Tribunal terá competência relativamente a este crime. Tal disposição deve ser compatível com as disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas.
TEXTO DO 4 BIMESTRE 
I - INTRODUÇÃO
Os processos de integração regional surgem como contraponto à globalização econômica, resultante da necessidade de os países situados numa mesma região se congregarem, para protegerem suas economias dos efeitos negativos da mundialização, reunindo capitais, tecnologias, recursos humanos, e promovendo medidas conjuntas nos vários campos de atividade para dinamizar o progresso material e social de seus povos e, por esse meio, lograrem o desenvolvimento econômico com justiça social, que implica a melhoria de suas condições de vida. As organizações de integração econômica, pois, traduzem uma reação necessária dos Estados ao contexto econômico internacional.
Tal como os demais processos dessa natureza, o do Mercosul se restringia, de início, ao desenvolvimento econômico, embora seu tratado constitutivo contemple os direitos sociais. O trato da questão relativa a esses direitos veio depois, como exigência da integração, que compreende não apenas o fator econômico, mas também o social.
Para a referida integração se requer a harmonização das legislações dos países que compõem o bloco; e, num passo mais avançado, a criação, pelos órgãos comunitários competentes, de normas aplicáveis a todos eles, constituindo o denominado Direito Comunitário.
O direito comunitário, resultante do processo de integração regional, considera-se variante normativa do Direito Internacional Público. Consubstancia-se no tratado constitutivo da Comunidade, em atos ou protocolos que o complementam, assim como nas normas estabelecidas pelos órgãos deliberativos componentes da estrutura daquela. Ainda não existe, propriamente, no âmbito do MERCOSUL. É uma realidade, em pleno desenvolvimento, no seio da União Européia, constituindo seu fundamento institucional e fator de legitimação das atividades dos respectivos órgãos comunitários.
A constituição de comunidade regional de países - de que ora se trata - implica relações supranacionais no plano da economia, o que reclama a ampliação dos direitos sociais a esse nível, como condição para se estabelecer um razoável equilíbrio entre os interesses do capital e os do trabalho e, desse modo, alcançar um progresso harmônico. É um imperativo da integração regional, favorecido pela similitude de condições sócio-culturais dos povos situados no espaço territorial da Comunidade.
Esse objetivo poderá ser alcançado, de forma simples e com eficácia, pela negociação coletiva supranacional, que já é um mecanismo válido, embora ainda pouco exercitado, na esfera da União Européia e poderá ser aplicado no âmbito do Mercado Comum do Cone Sul. Acha-se na perspectiva da integração referente a este quadro regional, segundo, aliás, o Tratado de Assunção (1991), que instituiu o Mercosul, o qual reza deverem as dimensões nacionais dos mercados de trabalho ser entendidas em um novo espaço sócio-econômico - compreendido pelos quatro países que compõem o mercado comum2 -, o que importará no desaparecimento das fronteiras nessa matéria; e estabelece como meta a harmonização dos sistemas de relações trabalhistas em aspectos fundamentais, tendo em vista alcançar um mercado de trabalho sub-regional integrado.
Pressupõe-se, para tanto, a existência de organizações sindicais bem estruturadas, nesse nível, com competência jurídica para representar os membros das respectivas categorias localizados em todo o espaço do bloco regional de países e legitimadas para convencionarem normas aplicáveis em todos os Estados-Partes. Ou seja, entidades reconhecidas como legítimas pelos sistemas jurídicos dos países, para exercerem as atividades que lhes são próprias além das fronteiras nacionais. Trata-se de um instigante desafio para as organizações representativas de empregadores e trabalhadores.
No tocante ao Mercosul, essa perspectiva existe no seio das entidades sindicais de nível superior, que já constituíram uma com base territorial no amplo contexto do bloco regional. Aliás, dessa negociação já existe experiência na área mercadológica, conquanto incipiente e pontual, com a articulação de alguns setores da economia que atuam nesse quadro, tais como o siderúrgico, o bancário e o automobilístico. Há razoável expectativa de que ela se desenvolva, por força das circunstâncias e da própria natureza do processo de integração.
O MERCOSUL tem passado por vicissitudes que ameaçam comprometer esse processo - o que, entretanto, não é exclusivo dele, porquanto as dificuldades também marcam a evolução da União Européia, que é uma bem sucedida experiência de integração regional, basicamente concretizada. Isso nos leva a crer que, apesar da instabilidade que sofre, o Mercado Comum do Sul avançará, com perspectivas de consolidar-se, o que se nos afigura uma necessidade para lograr o progresso dos povos sul-americanos. É um desafio que vale a pena enfrentar.
Neste trabalho aborda-se, inicialmente,a origem do MERCOSUL e as razões sócio-políticas de sua criação. Apresenta-se uma síntese dos fatores histórico-sociais de seu surgimento, sua estrutura institucional, sua relação com a UNASUL, e expõe-se a situação dos direitos sociais e trabalhistas no quadro da integração regional. Por último, enfocam-se as perspectivas de evolução e consolidação desse processo.
II - ORIGEM E RAZÕES SÓCIO-POLÍTICAS DO MERCOSUL
A formação do Mercosul resulta da tendência mundial de constituição de blocos regionais de países, impulsionada pelo processo de globalização da economia. Com efeito, os processos de integração que tiveram impulso na última década são interpretados como uma atitude de defesa, por parte dos Estados envolvidos, da competitividade das respectivas economias nacionais, ante o impacto, nelas, da globalização34. A integração, segundo Biocca (2001, p. 19), preserva as identidades das regiões e enseja que o Estado nacional adquira maior potencialidade na comunidade internacional.5
O Mercado Comum do Cone Sul (MERCOSUL) foi instituído pelo Tratado de Assunção, firmado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em 26 de março de 19916, o qual tem como objetivo alargar o processo de integração, a cooperação e o desenvolvimento dos Estados signatários e dos demais Estados sul-americanos que vierem a aderir ao bloco. Veio a ter personalidade jurídica internacional declarada no Protocolo de Ouro Preto (1994), cujo artigo 34 dispõe que "o Mercosul terá personalidade jurídica de Direito Internacional", podendo, nessa condição, "praticar todos os atos necessários à realização de seus objetivos, em especial contratar, adquirir ou alienar bens móveis e imóveis, comparecer em juízo, conservar fundos e fazer transferências" (artigo 35).
Sua criação resultou de fatores socioculturais que remontam à colonização espanhola na América Latina. Com efeito, dentre os elementos dessa ordem que marcaram, como traço comum, a história dos povos latino-americanos, especialmente os submetidos à colonização hispânica, destacam-se o sentimento de nacionalidade e a aspiração à unidade continental. Tal é o sentimento que existe desde os primórdios da civilização ocidental no continente americano, especialmente a parte colonizada pelos espanhóis.
Segundo Castillo (1999, p. 136), os processos de formação do Estado nacional e a gestação da identidade cultural em nível nacional e continental ligam-se desde o início aos sonhos e aspirações para alcançar a unidade e a integração da América espanhola. A idéia da nação americana, de sua unidade e integração não foi afastada das perspectivas, em época alguma da história da América Latina.
A idéia de uma América hispânica emancipada da Metrópole e unida em forma de uma só República ou de uma Confederação de Nações foi formulada por Francisco de Miranda, em projeto que data de 1784, profundamente democrático e liberal, que sugeria o nome "Colômbia" para toda a Hispanoamérica. Tamanhos foram os esforços realizados por Miranda em função desse objetivo, que lhe angariaram a qualidade de precursor, pensador e político mais importante dentre os predecessores de Bolívar que lutaram pela causa da unidade continental americana. (CASTILLO, 1999, p. 137).
Nessa linha de idéias, destacam-se, no Cone Sul, as declarações de Mariano Moreno e Bernardo Monteagudo. A idéia integracionista teve em Bernardo O'Higgins, amigo e discípulo de Miranda, um de seus principais arautos. Essa consciência latino-americana esteve presente, também, em José de San Martín, homem de posições políticas moderadas, eis que propugnava por uma monarquia constitucional. Um dos sonhos mais elaborados sobre a referida integração é o que José Cecílio del Valle expressou nos últimos anos do processo de libertação (1822).
O sonho da unidade latino-americana encontra, sem dúvida, sua maior expressão no pensamento e na obra de Simón Bolívar, pois ninguém lutou mais por essa causa do que ele. Esse ideal acompanhou toda sua luta libertária em favor das nações emergentes do império espanhol no Ocidente, sendo uma constante em seu pensamento. Para ele a Pátria era a América, como afirmou em carta de 1810 a Urdaneta. Seu maior desejo era "formar na América a maior nação do mundo menos por sua extensão e riqueza que por sua liberdade e glória" (CASTILLO, 1999, p. 140). Consciente dos obstáculos que se apresentavam para a concretização desse ideal, Bolívar indicava como alternativa uma confederação de nações livres. Antes da batalha decisiva que derrotou definitivamente a Metrópole, em Ayacucho, ele convidou os governos dos povos que formariam a Grande Colômbia 7, assim como os do Peru e da Bolívia, para um Congresso no Panamá, finalmente realizado em 1826.
O referido Congresso fracassou em virtude dos interesses regionais contrapostos das nações emergentes e da hostilidade por parte da Inglaterra e dos Estados Unidos. Outras tentativas no mesmo sentido não obtiveram êxito. Não obstante a ação de fatores externos adversos, assim como as dificuldades naturais de ordem interna, o ideal integracionista persistiu.
Posteriormente ressurge o interesse por essa região e se dão novos impulsos no sentido da integração, no período de atuação da Comissão Econômica para a América Latina - CEPAL, entre 1960 e 1980, por força da qual se fazem várias tentativas tendo em vista, principalmente, incentivar o intercâmbio comercial regional, criar zonas de preferência tarifária e de livre comércio e, mais tarde, quando se constitui o Pacto Andino (atual União Andina), procurar uma integração mais profunda, que se deformou na prática. (ARBUET-VIGNALI, 2004, p. 199).
Agora, decorridos 500 anos do domínio dos europeus, busca-se o "fim da globalização imperial e início da globalização solidária na realização de um destino comum para a Humanidade visto como expressão de sua diversidade", a fim de se estabelecer, entre dominadores e dominados, "uma relação que permita compartilhar o desenvolvimento alcançado com povos que pareciam condenados a pagar com seus sacrifícios os exclusivos benefícios de seus dominadores."8 A nova globalização, caracterizada pela diversidade, isto é, o multi-racismo e o multiculturalismo, ameaça a que parecia ser, seguramente, a identidade do mundo ocidental. (LEOPOLDO ZEA, 1999, p. 5).
Chega-se ao Mercosul, ao que parece, com melhores perspectivas em relação às demais regiões, em que os esforços de integração não ultrapassaram a intensidade média, salvo na Europa Ocidental, em que as Comunidades Européias - que evoluíram rapidamente para a União Européia - representam o sistema mais desenvolvido, conquanto ainda em fase de evolução e aprofundamento (ARBUET-VIGNALI, 2004, p. 199). Segundo esse autor, a integração na América de língua espanhola é, no coração e na intuição dos respectivos povos, um mandado político, embora alguns de seus "condutores" não tenham percebido essa mensagem (ARBUET-VIGNALI, 2004, p. 195).
No Brasil, até a década de 60, dominava indiferença em relação à idéia de trocas comerciais com seus vizinhos e, muito mais, à de instituição de mercado regional. Essa mentalidade era a tônica não apenas em nível de Governo, mas também na sociedade civil e, especificamente, entre os empresários, que ainda não se haviam apercebido da importância de um mercado comum regional para o aumento de seus lucros.9 "Faltou-lhes premonição instintiva tanto quanto prognósticos técnicos. Enfim, competência." (CHIARELLI, 2004, p. 40).
Tentativas de aproximação política e econômica entre o Brasil, a Argentina e o Chile ocorreram entre 1951 e 1954 (segundo Governo de Getúlio Vargas, no Brasil) por iniciativa do presidente argentino Juan Perón, as quais, entretanto, foram sabotadas pelo ex-chancelar brasileiro João Neves da Fontoura - o qual alimentava postura anti-argentina, presente em setores da sociedade civil e nas próprias Forças Armadas do Brasil, e assim concorreu para a denúncia do pacto.10
A integração neste continente foi concebida objetivamente já em 1948, com a criação da Comissão Econômicada ONU para a América Latina (CEPAL), que adotou a respeito posições teóricas, apresentou propostas e formou especialistas para defendê-las. A CEPAL pugnou pela idéia da integração regional nos termos de um projeto de união aduaneira e de uma união de pagamentos na América Latina. Adotou, nos anos 50, o conceito de cooperação regional com base num sistema de preferências comerciais como meio para dinamizar o desenvolvimento econômico.
Em 1950 e 1953 se propôs o pacto ABC (entre a Argentina, o Brasil e o Chile). Em 1956 a CEPAL novamente propôs a constituição de uma integração regional.
Pelo Tratado de Montevidéu, em 1960, foi criada a Associação Latino-Americana de Livre Comércio - ALALC, que preconizava a implantação de dois mecanismos: negociação de listas comuns de redução de tarifas alfandegárias; acordos de complementação industrial - Acordos setoriais. Todavia, fracassou por ter objetivos muito ambiciosos, sem uma infra-estrutura correspondente, ou seja, sem uma programação econômica conjunta ou um alto grau de coordenação de políticas, "com uma organização institucional primária e tradicional própria dos tratados internacionais clássicos" (EKMEKDJIAN apud GARCÍA; FARRANDO, 1994, p. 110). Por outro lado, não havia ainda razão suficiente para estruturar instâncias supranacionais importantes, pois a fase era de simples entendimentos comerciais, muito aquém do compatível com o porte de uma integração.
A ALALC foi substituída pela Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), criada pelo Tratado de Montevidéu de 1980, subscrito naquela cidade pelo Conselho de Ministros de Relações Exteriores dos países membros da ALALC em sua reunião de 12 de agosto do referido ano. Tinha como objetivo final, segundo seu artigo 1, lograr o estabelecimento, em forma gradual e progressiva, de um Mercado Comum Latino-americano. Mas não estabeleceu prazo algum para o cumprimento dessa meta. Trazia propostas ainda mais ambiciosas que as da ALALC; mas não conseguiu implementá-las, posto que era também débil sua infraestrutura institucional.
Dentre os fatos que antecederam, especificamente, o surgimento do Mercosul, o primeiro que traduz relação entre países da América do Sul suscetível de estimular o Mercado Comum é a criação da União Aduaneira Brasil-Argentina, já no ano de 1941.
O ambiente de crise econômica e retorno da democracia no continente propiciou uma nova fase no relacionamento entre o Brasil e a Argentina, levando à superação da histórica rivalidade que dificultava a integração política e econômica dessas grandes nações latino-americanas. Nesse contexto, o Presidentedo Brasil, José Sarney, e o da Argentina, Raúl Alfonsín, formulam, em 30 de novembro de 1985, a Declaração de Iguaçu, que expressou a decisão política de iniciar um processo de integração bilateral entre esses países. Para esse efeito, foi constituída uma Comissão Mista.
Seguiram-se várias iniciativas entre Argentina e Brasil, como a criação de programas, assinatura de atas, celebração de tratado, subscrição de comunicado conjunto, dentre outras. Pela Ata de Buenos Aires, de 6 de julho de 1990, os Presidentes da Argentina e do Brasil resolvem acelerar o programa de constituição de um mercado comum bilateral, para que este se formasse até 31 de dezembro de 1994, reduzindo pela metade os prazos estabelecidos no Tratado de Integração de 1988 para liberalização comercial. Os dois chefes de Estado estabelecem, como meta, a redução geral de tarifas, linear e automática, bem como a eliminação de barreiras não-tarifárias.11 Em julho de 1990 eles criam, em Buenos Aires, o Grupo Mercado Comum, de caráter binacional, integrado por funcionários governamentais de ambos os países, tendo a incumbência de elaborar e propor medidas tendentes à conformação do Mercado Comum.
Surge o Acordo de Complementação Econômica nº 14, firmado em 18 dezembro de 1990 em Montevidéu pelos representantes da Argentina e do Brasil junto à ALADI, "consolidando no âmbito daquela Associação o programa de liberalização comercial concertado no Tratado de Integração, nos prazos definidos pela Ata de Buenos Aires" (ALMEIDA, 1998, p. 47), pois "sistematiza todos os acordos em matéria de comércio bilateral." (BIOCCA, 2001, p. 50).
O referido Acordo constitui-se o marco inicial do Tratado de Assunção, de 26.3.91, ao qual, inicialmente integrado pelo Brasil e a Argentina, se incorporaram o Paraguai e o Uruguai12. Esse instrumento multilateral passou a regular as relações econômico-comerciais dos quatro países no período de transição (1991-1994), a partir do qual seria complementado e regulamentado, conformando-se o mercado comum.13
O Tratado de Assunção estabeleceu o prazo até 31.12.94 para fixar a estrutura institucional definitiva dos órgãos de administração do Mercado Comum do Sul, suas atribuições, o sistema de tomada de decisões, assim como o sistema permanente de solução de controvérsias.
Com isso, surge, na opinião de García e Farrando (1994, p. 114), a perspectiva de haver na América Latina, pela primeira vez, "um novo direito com características comunitárias que excederá o direito puramente nacional e as tentativas de cooperação promovidas na esfera do direito internacional público."
Em 17.12.94 foi celebrado o Protocolo de Ouro Preto, que estabeleceu, em seu artigo 1º, a estrutura institucional do Mercosul. Em seguida, as negociações entre os governos concentraram-se em acertos comerciais para a conclusão da União Aduaneira.
III - Formação e evolução da estrutura do MERCOSUL
A atual estrutura institucional do MERCOSUL, segundo o art. 1 do Protocolo de Ouro Preto (1994), que completou a inicialmente estabelecida, conta com os seguintes órgãos:
a) o Conselho do Mercado Comum - CMC;
b) o Grupo Mercado Comum - GMC;
c) a Comissão de Comércio do Mercosul - CCM;
d) a Comissão Parlamentar Conjunta - CPC;
e) o Foro Consultivo Econômico-Social - FCES;
f) a Secretaria Administrativa do Mercosul - SAM.
A Comissão de Comércio do Mercosul assiste o Grupo Mercado Comum, competindo-lhe, nos termos do artigo 16 do Protocolo de Ouro Preto: velar pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados-Partes para o funcionamento da união aduaneira, bem como acompanhar e revisar os temas e matérias relacionados com as políticas comerciais comuns, com o comércio intra-Mercosul e com terceiros países.
A Comissão Parlamentar Conjunta é o órgão representativo dos Parlamentos dos Estados-Partes no âmbito do Mercosul (art. 22 do Protocolo de Ouro Preto), integrada por igual número de parlamentares representantes daqueles países, designados pelos respectivos Parlamentos nacionais de acordo com seus procedimentos internos. Compete-lhe diligenciar, junto aos Estados-Partes, para a rápida tramitação dos procedimentos internos com vista à pronta entrada em vigor das normas emanadas dos órgãos do Mercosul, bem como auxiliar na harmonização legislativa, indispensável para o avanço do processo de integração.
No sentido de operacionalizar tais funções, as delegações de parlamentares representativas dos quatro países signatários do Tratado de Assunção aprovaram, em 3.8.95, em Assunção, com base no artigo 27 do Protocolo de Ouro Preto, o Regulamento Interno da Comissão Parlamentar Conjunta, o qual dispõe, entre seus propósitos, acerca do favorecimento das condições de vida e emprego, criando condições para um desenvolvimento auto-sustentável que preserve o entorno e que se construa em harmonia com a natureza.
Esse órgão demonstrou, reiteradamente, preocupação com as questões trabalhistas, pois, já antes da aprovação de seu Regulamento, através de sua Resolução Mercosul/CPC/Res. n. 2/93, decidiu incluir o tema "políticas laborais" na Ordem do Dia de sua III Reunião Ordinária, ocorrida em Brasília em 1993. E, no mesmo ano, editou a Recomendação Mercosul/CPC/Res. n. 4/93, resultante de sua III Reunião Ordinária, cujo item 2 tratava do tema trabalhista nos seguintes termos: "2. Pronunciar-se pela mais alta e especial consideração

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