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PFGE PROGRAMA DE FUNDAMENTOS EM a distânci@ EMPRESARIAL GESTÃO Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Gestão de Processos Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Alcantaro Corrêa Presidente do Sistema FIESC Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC João Roberto Lorenzett Diretor do SENAI/SC - Florianópolis Sandro Volpato Faria Diretor Adjunto do SENAI/SC - Florianópolis Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Gestão de Processos 3ª Edição Florianópolis 2008 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA Luis Henrique C. da Silva Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos EQUIPE TÉCNICA Beth Schirmer Coordenação Geral Cristiane Jaroseski Apoio Técnico Diego de Castro Vieira Coordenação Técnica Magrit Dorotea Döding Apoio Pedagógico Angela Vergara Sánchez Monitoria Ethel Scliar Designer Instrucional Francisca Rasche Revisão ortográfica Ricardo Manhães Ilustrações É autorizada a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema, desde que a fonte seja citada. Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937- Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis S586g Silva, Luis Henrique C. da Gestão de processos / Luis Henrique C. da Silva. 3 ed. – Florianópolis : SENAI/SC, 2008. 80 p. : il. color ; 28 cm. - (Programa de Fundamentos em Gestão Empresarial). Inclui bibliografia. Continuação da série: Programa de Capacitação em STT 1. Gestão da qualidade total. 2. Controle da qualidade. 3. Desenvolvimento organizacional. I. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série. CDU 658.562 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL Departamento Regional de Santa Catarina www.sc.senai.br Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Sumário 1. Introdução .................................................... 7 2. Conceituação .............................................. 11 3. Sistema ....................................................... 14 4. Elementos do Processo .............................. 17 5. Tipos de Processos ..................................... 21 6. Eficácia e Eficiência .................................. 23 7. Fluxogramas e Mapeamentos ...................... 28 8. Inspeção: Controles e Verificações ............ 32 9. Níveis Organizacionais ............................... 37 10. Indicadores de Desempenho ..................... 40 11. Hierarquia dos Indicadores ....................... 44 12. Classificação ............................................ 46 13. Classificação Funcional............................ 50 14. Aplicando Indicadores .............................. 54 15. Ferramentas Gerenciais ............................ 57 16. Sistema de Informações Gerenciais ......... 63 17. Gestão Ambiental ..................................... 67 18. Breve Histórico ........................................ 70 19. Princípios e Benefícios ............................ 73 20. Certificação Ambiental ............................. 76 Referências .................................................... 79 7Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Como gerenciar processos? Essa éuma pergunta que todos que sededicam a esta área continuamente se fazem. Afinal, existem tantos tipos de processos! É possível encontrar uma metodologia que dê conta de tantos modelos diferentes? Sim, é possível, pois nos fundamentos conceituais do gerenciamento de processos encontram-se alguns pontos que são comuns a qualquer organização. Ao final desta 1ª aula você conhecerá: • A empresa como um processo; • Os pontos fundamentais; • Como implementar ações para alcançar padrões preestabelecidos, mantê-los ou melhorá-los. Então, prepare-se para decolar! Introdução1 Toda empresa pode ser vistacomo um grande processo ouum conjunto de processos (sistema). Esse conjunto de processos geralmente é similar na maioria das organizações. O diagrama a seguir apresenta tal sistema. 1.1 A empresa como um processo Introdução 1 8Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Marketing Tem como função identificar quais são as reais neces- sidades do cliente. Da identificação adequadade tais necessidades depende do desempenho de todos os demais pro- cessos. Uma identificação inadequada levará ao desenvolvimento de um produ- to (solução) inadequado. Desenvolvimento Após a identifica- ção da necessidade, é estabelecida a especificação do produto que irá gerar a solução desejada pelo cliente. Nesse momento são considerados também, todos os aspectos relacionados aos insumos necessários para desenvolver o produto desejado. Aquisição Uma vez conhecidos todos os insumos necessários, cabe à aquisição garantir sua disponibilidade, observando fatores de custo, prazo e qualidade. Produção Desenvolve o produto conforme especificado. Aspectos relaciona- dos à qualidade são considerados, além de redução de custos, melhoria da produtividade e ma- nutenção dos prazos previstos. Introdução 1 9Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos AGestão de Processos tem como base três pontos fundamentais, as quais você verá a seguir: Verificação de processos Consiste no acompanhamento das atividades realizadas. Busca identificar correções necessárias e oportunidades de melhoria. Pode ser realizada por uma pessoa ou grupo. Determinação de padrões Garante a reprodução das atividades necessárias para a manutenção do processo e estabelece metas de desempenho a serem alcançadas. Armazenamento Garante a integri- dade do produto an- tes da sua distri- buição. Aspectos como facilidade de acesso, localização e identificação do pro- duto são fundamentais. Vendas Mostra ao cliente que o produto apre- sentado trará efeti- vamente a solução desejada. Distribuição Faz com que o produto esteja no local certo (pontos- de-venda), no prazo certo e com todas as suas características de uso preservadas. 1.2 Pontos fundamentais Implantação de ações Tem o objetivo de atingir o padrão de- terminado, mantê-lo ou superá-lo. Se o desempenho deseja- do não está sendo alcançado, então é necessário descobrir as causas para po- der eliminá-las. É importante lembrar que o monitoramento constante possibilita a comparação do de- sempenho atual com o desempenho dese- jado (meta), orientando a adoção de estra- tégias corretivas. Serviços associados Presta serviços adicionais, como: assistência técnica, serviço de tele- atendimento (0800), e facilita obter feedback (retorno) do cliente quanto ao desempenho do produto. Cliente Parte interessada no desempenho da organização. É nele que se concentra o foco da gestão de processos. Gestão Coordena todas essas atividades, desde a identificação da neces- sidade do cliente até a entrega final, observando aspectos relacionados a custo, prazo, produtividade e qualidade. Seu objetivo: atender as expectativas do cliente. Introdução 1 10Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos As ações devem ser implementa-das de forma sistematizada para que possam ser acompanhadas. Só assim é possível verificar a sua eficácia. Além disso, logo que um padrão é atingido e está sendo consistentemente mantido, é estabelecido um novo padrão desejado, um ciclo de melhoria contínua. Ou seja, o gerenciamento de processos deve ser encarado como o meio necessário para a manutenção dos níveis já adquiridos e como instrumento para introduzir melhorias. Ao manter os níveis adquiridos, 1.3 Como implementar ações a organização garante a previsibilidadedos resultados que serão atingidos. Já a introdução de melhorias amplia a competitividade, o que significa, em última instância, garantir a sobrevi- vência da organi- zação. Para realizar uma boa Gestão de Proces- sos é necessário conhecer alguns concei- tos e terminologias... Mas isso fica para a próxima aula! Nesta primeira escala você conheceucomo uma organização se constitui emum sistema, incluindo várias áreas. Independente do segmento de atuação, qualquer empresa apresenta, geralmente, os seguintes setores: marketing, desenvolvimento, aquisição, produção, armazenamento, vendas e distribuição. Cabe ao marketing dar o pontapé inicial, identificando oportunidades de mercado para desenvolver produtos que atendam as necessidades dos clientes. A gestão coordena todos os setores, otimizando as relação de custo versus benefício, atenta a prazos, produtividade e qualidade. Por isso, três aspectos são fundamentais na Gestão de Processos: a observação das rotinas e práticas diárias, o estabelecimento de padrões de procedimento e a implementação de ações para alcançar, manter ou superar tais padrões. Com esse enfoque, a Gestão de Processos passa a ser, um instrumento importante para que a organização mantenha o mesmo coeficiente de qualidade em seus procedimentos, além de ser utilizada, também, como forma de implementar um ciclo de melhorias contínuas. Alcançado um patamar, novas metas de superação são propostas e isso garante a sobrevivência do grupo em um ambiente que é cada vez mais competitivo. Responda Qual a importância de determinar padrões no gerenciamento de processos? 11Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Conceituação2 Na Gestão de Processos algunsconceitos são frequentementeempregados, tais como produto, processo e sistema. O conceito de produto é bem mais abrangente que aquele que se usa no senso comum, em que o termo é associado com bens materiais. Da mesma forma, quando se trata de gestão processo e sistema, possuem significados complexos. Ao final desta etapa você compreenderá os seguintes conceitos: • Produto; • Processo; • Sistema. Bons estudos! 2.1 Produto A Norma Brasileira IS0 9000:2000define produto como:“resultado de atividades ou processos”. O termo produto pode incluir serviço, materiais (processados ou não), equipamentos, informação, ou uma combinação desses. Um produto pode ser tangível ou intangível ou apresentar esses dois aspectos. Os produtos são desenvolvidos para atender as necessidades do cliente. Lembre- se: o que o clien- te quer não é um produto em si, mas sim a solu- ção gerada por esse produto. Conceituação 2 12Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Conjunto de atividades estruturadasde forma sistemática e ordenadaque têm como resultado a geração de um produto para atender as necessidades de um cliente específico ou genérico (segmento de mercado). A finalidade de um processo é alcançar um ou mais objetivos específicos, tais como: geração de bens, serviços, informações, atendimento das necessidades dos clientes internos e externos. 2.2 Processo 2.3 Sistema É um conjunto formado por ummacroprocesso ou por vários processos, ou seja, é constituído por vários elementos independentes, mas que se inter-relacionam em função de um objetivo. ISO Conjunto de normas e parâmetros utilizado internacionalmente para certificação de qualidade e definido pela International Organization for Standardization (Organização Internacional para Normatização). As normas ISO adotadas no Brasil recebem a nomenclatura NBR ISO. . Conceituação 2 13Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Um sistema, por sua vez, possui seus próprios elementos. Quais? Isso já é assunto para a próxima parada! Até lá! Para implementar a Gestão de Proces-sos é necessário conhecer o vocabulárioespecífico utilizado nesse procedimento. Isso inclui entender o real significado de termos como produto, processo e sistema. Um produto é o resultado de atividades ou processos, ou seja, algo que é desenvolvido para atender as necessidades do público-alvo. O produto pode ser tangível, intangível ou uma combinação desses dois tipos. Um processo é o conjunto de atividades estruturadas justamente para gerar um produto. Já o sistema é um conjunto de processos. Agora, é o momento de aprofundar o seu conhecimento sobre sistemas. Quais são os elementos que o constituem? Siga a pista... e parta para a próxima escala! Responda O que é um processo? Produto Resultado de atividades ou processos. Produto tangível Produto concreto, material, que pode ser estocado. Por exemplo: bens, como carros (montagens), folhas de alumínio, sacas de arroz (materiais processados). Produto intangível Produtos mais abstratos, como serviços, que não podem ser estocados. Por exemplo: serviços de educação, seguros, etc. 14Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Sistema 3 3.1 Conceito A té aqui, você percebeu aimportância de três elementosfundamentais para que uma organização conquiste seus objetivos: produtos, processos e sistemas. É claro que as macroestruturas, ou seja, os sistemas, precisam ser analisados sempre que se fala em Gestão de Processos – afinal, os sistemas são, justamente, constituídos por processos! Ao definir estratégias competitivas de atuação no mercado, é necessário que você tenha essa visão abrangente. Por isso, é o momento de lançar um olhar sobre: • Conceito de sistema; • Sua estrutura; • Seus elementos. Concretize, efetive seus estudos e tenha certeza: você alcançará seus objetivos! Como você viu na aula anterior,um sistema pode ser consideradocomo um grande processo ou como um conjunto de processos que possuem uma inter-relação entre si e objetivos em comum. Ele apresenta dois pólos: entradas e saídas. As saídas dirigem- se para o meio ambiente, onde estão os usuários. Em última instância, são eles que avaliam o desempenho de um sistema, sua capacidade de cumprir ou deixar de cumprir sua finalidade. Para avaliar um sistema, os gestores precisam: • definir o objetivo final; • analisar o sistema em função desse objetivo, sua utilidade e propósito; • verificar as saídas, as relações do sistema com o ambiente e com o público-alvo. Conhecendo o desempenho das saídas, os gestores do processo podem decidir manter ou alterar as carac- terísticas do sistema, interfe- rindo nos proces- sos envolvidos. Por exemplo: se o sistema é composto pelos processos do marketing mix, isso implica na análise e implementação de estratégias de preço, embalagem, esforço promocional ou do próprio produto, dentre outros aspectos. 15 Sistema 3 Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 3.2 Estrutura Pelo enfoque sistêmico, portanto, nãobasta apenas analisarespecificações do produto, pois um determinado produto é muito mais do que a soma de suas especificações, ele é uma forma de atender as necessidades do cliente. Essa abordagem é válida tanto, para produtos tangíveis, quanto para produtos intangíveis e para os mais diversos tipos de organização. Por exemplo: a identidade de uma companhia de eletricidade não é representada apenas pelo processo de geração e distribuição de energia, mas sim como um sistema que fornece iluminação e conforto para a comunidade. Assim, o que in- teressa é verifi- car qual a missão que serviços e bens cumprem junto a seus usu- ários e clientes. Bens e serviços não servem ape- nas para relações de troca por di- nheiro, eles pos- suem vários atributos. O diagrama a seguir representa a estrutura de um sistema. 16 Sistema 3 Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 3.3 Modelo prático Os três pontos principais que integram um sistema, como você percebeu, sãoentradas, processo e saídas, que se inter- relacionam em função do meio ambiente. É importante lembrar que cada tipo de sistematem uma dinâmica ou processo próprio, o qual define sua natureza. Por isso, daqui para frente você vai conhecer cada vez mais profundamente tudo que se relaciona com processos. Siga em frente! Você percebeu, nesta aula, que éimportante ter uma visão macro dasrelações da organização com seus diversos clientes. Essa visão macro é conquistada com uma abordagem sistêmica. Um sistema é um grande processo, ou um conjunto de processos, no qual se pode identificar uma entrada (os insumos) e uma saída (os produtos processados para atender as necessidades do mercado). As entradas também são chamadas de input e as saídas de output. Pela visão sistêmica, um produto é muito mais do que o conjunto de suas características intrínsecas, ele é a resposta desenvolvida pela organização para atender as necessidades do cliente, ou seja, possui uma identidade ampliada que incorpora os diversos benefícios que oferece. Por isso, para avaliar um sistema é importante focar nos seus objetivos, observando qual a utilidade e propósito desse sistema em função dos objetivos e como, verificando as saídas, eles estão sendo atendidos na intermediação com o meio ambiente. Responda Qual o conceito de produto em um enfoque sistêmico? 17Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Elementos do Processo 4 Você já sabe que o processo éimplementado para gerarprodutos. No complexo mundo globalizado e informatizado, cujas sociedades são compostas de múltiplos segmentos de mercado, a geração de produtos abrange várias etapas e envolve múltiplos atores. São esses elementos que você irá visitar agora e, ao final desta etapa, poderá conceituar, identificar e inter-relacionar: • O ciclo do processo; • O que são fornecedores; • O conceito de insumos e sua classificação; • A classificação de clientes; • O monitoramento de resultados. Dê a largada para este processo e utilize o seu insumo mais precioso: sua inteligência! O desenvolvimento de um produto para atender as necessidades docliente só é possível se existirem insumos (matérias-primas) que serão transformados. As matérias-primas chegam até a organização por um dado fornecedor. Ou seja, o fornecedor leva a matéria-prima até a organização, que a transforma em um produto e o disponibiliza para os clientes. Note que o que é produto para uma empresa, para outra pode ser matéria- prima. Por exemplo, uma empresa produz tecidos. Dentre outros insumos, adquire algodão dos fornecedores, que é 4.1 O ciclo do processo transformado no produto – tecido. Uma outra empresa adquire esse tecido e o transforma em roupas. Nesse caso, o tecido é o insumo – e a roupa o produto. Ou seja, os elementos e processos devem ser vistos e classificados sempre em função do contexto. 18Sandro Wojcikiewicz da Silveira, Gestão de Marketing Elementos do Processo 4 Todo e qualquer recurso (humano, físico,financeiro, etc.) necessário à realização doprocesso é considerado um insumo. Mas como organizar esses insumos em função do processo para elaborar um produto? Utilize a abordagem dos 6 Ms, definindo: método, medida, matéria-prima, máquina, mão-de-obra e meio ambiente. São os responsáveis diretos pelo suprimento dosinsumos necessários à realização do processo.Os fornecedores devem ser confiáveis e periodicamente avaliados quanto à qualidade do que oferecem. Insumos Fornecedores 19Sandro Wojcikiewicz da Silveira, Gestão de Marketing Elementos do Processo 4 Retro-alimentaçãoComo avaliar odesempenho deprocessos e produ- tos? Coletando informações de forma sistemática e ana- lisando-as criticamente. A partir dessa análise são implementadas ações para manutenção ou alteração da situação encontrada. Dentre outras, des- tacam-se como fontes de informação: l pesquisas de satisfação/insatisfação do cliente (tanto interno quanto externo); l monitoramento dos indicadores de desempenho do processo; l exame dos indicadores de desempenho do produto. Agora que você já conhece os elementos de um processo, pode descobrir os tipos de processo que existem. É rumo a este destino que você vai decolar agora. Prepare-se! Cliente externo É o público-alvo que a organização busca atingir com seus produtos, o segmento de mercado no qual atua. Cliente interno É a pessoa que trabalha na mesma empresa, o colega, o chefe, outro funcionário. Cada colaborador está sempre, em um momento ou outro, fornecendo um serviço ou bem para outro membro da organização. Razão de ser doprocesso. Pode ser externo ou interno. O atendimento à ne- Cliente Confira no diagrama a seguir o ciclo do processo. cessidade do cliente deve ser o objetivo do processo, ou seja, sem cliente não há processo! Um exemplo prático que ocor- re no No SENAI/SC, dentro do processo de Assistência Técnica e Tecnológica, o atendimento às necessidades do cliente vai além do seu portifólio de produtos. Há uma preocupação em se produzir soluções adaptadas à realidade e a necessidade de cada cliente. 20Sandro Wojcikiewicz da Silveira, Gestão de Marketing Elementos do Processo 4 AGestão de Processos só é possívelquando se entende que o processo fazparte de um ciclo, o qual se inicia com o fornecedor e se projeta para além da retroalimentação. Nesse ciclo, cabe ao fornecedor abastecer a organização com insumos, que podem ser humanos, físicos, financeiros, etc. Insumo é tudo aquilo que é necessário ao processo de desenvolvimento de um produto. A matriz de análise dos insumos envolve seis pontos: método, medida, matéria-prima, máquina, mão-de-obra e meio ambiente (os 6 Ms). Bons insumos, somado a bons processos: o resultado só pode ser cliente satisfeito, seja ele interno (dentro da organização) ou externo (fora da organização). Para monitorar se o ciclo está sendo realizado da forma programada, é aplicado o procedimento de retroalimentação, ou seja, a coleta e análise de informações que permitirão a calibração do que está sendo feito, para manter ou aperfeiçoar as estratégias adotadas em relação a processos e produtos. Responda Com relação aos fornecedores, o que é correto afirmar? 21Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Tipos de Processos5 5.1 Processos relativos ao produto Assim como existem diversos tiposde organizações, segmentos econômicos e sociais, também existem vários tipos de processos, os quais compõem diferentes modelos de sistemas. Conhecer a tipologia fundamental facilita a gestão dos procedimentos. Por isso, você vai descobrir os tipos de processo: • De produto; • Para apoio; • Organizacionais; e • O peso de cada tipo nos sistemas. Boa viagem! Engloba todos os processosdiretamente relacionados à criaçãode valor para os clientes. Estão associados tanto à manufatura de bens, como à prestação de serviços. São exemplos de processos relativos ao produto: • projeto e desenvolvimento (produtos e processos); • produção ou execução do serviço; • entrega. 5.2 Processos de apoio Processos que dão suporte aosprocessos relativos ao produto.Geralmente são projetados em função de necessidades relacionadas à estrutura e aos fatores internos da organização. São operações que suprem as demandas de outros processos, ou seja, são “fornecedores” por excelência. Eis alguns exemplos de processos de apoio: • aquisição; • capacitação; • manutenção. Tipos de Processos 5 22Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 5.3 Processos organizacionais Os processos organizacionaissustentam as práticas de gestão.Estão diretamente relacionados ao gerenciamento dos processos. São exemplos de processos organizacionais: • planejamento organizacional; • medição do desempenho; • auditorias internas. Essas três grandes áreas englobadas pela Gestão de Processos se inter-relacionam com pesos e im- portâncias distin- tas conforme o modelo de análise que é adotado para verificar a eficiência de um sistema.Duas grandes abordagens podem ser utilizadas para verificar asinter-relações entre processos referentes a produtos, apoio e organizacionais. Uma é a abordagem adotada pela NBR ISO 9001. A outra, pelo – Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ). 5.4 Pesos nos sistemas Confira, no diagrama a seguir, como cada uma dessas aborda- gens enfoca o peso dos diversos proces- sos dentro do sistema de uma organização. Tipos de Processos 5 23Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Como você pode concluir, pela NBR ISO 9001:2000, o foco principal está na realiza- ção do produto, pois os processos relacio- nados com ele correspondem por 46% do sucesso de um sistema. Os aspectos gerenciais também são importantes (32%), ou seja, a parte organizacional não pode fi- car de lado. Já os processos de apoio têm menos que a metade da importância dos processos voltados para o produto (22%). No caso do PNQ, percebe-se claramente o direcionamento para a gestão da organi- zação: os processos relacionados com o produto sequer são considerados! Qual modelo de análise adotar? Isso depende muito do objetivo final da organização, de sua cultura, história e missão. Seja qual for o caso, as organizações desejam atingir a eficiência e a eficácia. Mas qual é mesmo a diferença entre eficiência e eficácia? Descubra isso na próxima aula, mas antes coloque em prática o processo de fixar os conteúdos desta etapa! Nesta etapa você verificou que existemvários tipos de processo: voltados parao produto, de apoio ou organizacionais. Cada um deles tem sua função dentro do sistema. Os processos voltados para o produto visam transformar os insumos em outputs para atender as demandas do mercado e as necessidades dos clientes. Os processos organizacionais são aqueles relacionados com as práticas de gestão e administração: as políticas, a filosofia, os modelos gerencias e outros aplicados na empresa ou instituição. Já os processos de apoio são aqueles chamados de facilitadores, ou seja, são processos que permitem a implementação e execução de outros processos (sejam eles organizacionais ou voltados para o produto). A importância de cada um desses processos para o perfeito funcionamento de um sistema varia conforme o modelo de análise adotado. Se for, por exemplo, o modelo da NBR ISO 9001, o peso maior recai sobre os processos para produto. Se for o modelo PNQ, isso nem é considerado: o mais importante são os processos organizacionais. A escolha do modelo de análise depende das especificidades da organização. Responda Numa análise comparativa entre os modelos de gestão ISO versus PNQ, o que podemos afirmar? 24Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Eficácia e Eficiência 6 6.1 Eficácia Quando você está realizando agestão dos processos, precisasaber avaliá-los para imple- mentar ações que manterão um bom processo em funcionamento, ou que melhorarão seus resultados. Para isso, é necessário ter em mente o que está sendo medido. Geralmente, a preocupação recai em avaliar a finalidade ou utilidade de um dado processo em função da saída (output) desejada. O desempenho está no ponto ótimo? Esse processo é necessário? Pode ser simplificado? Otimizado? Gastar menos energia, tempo, etc.? Ou seja, é necessário avaliar sua eficácia e sua eficiência. Portanto, é o momento de você descobrir: • O que é eficácia; • O que é eficiência; • A análise do desempenho. E sem nenhum atraso, percorra esta aula de modo eficiente para torná-lo mais eficaz! Quanto maior for a capacidade doprocesso de cumprir a finalidadepara a qual foi concebido, maior será a sua eficácia. A eficácia é avaliada comparando-se os objetivos que se pretendia alcançar com os resultados alcançados. Assim, um processo ou sistema é considerado ineficaz quando não consegue cumprir com os objetivos aos quais se propôs. O conceito de efi- cácia mais utiliza- do é: Eficácia é a me- dida que compa- ra o que se pre- tendia fazer com o que efe- tivamente se conseguiu. 6Eficácia eEficiência 25Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 6.2 Eficiência Como os ambientes não são estáticos, o conceito de eficácia também muda com o passar do tempo. A empresa que é capaz de fabricar um produto competitivo no presente sendo bem-sucedida poderá não apresentar a mesma capacidade e desempenho no futuro. Ser eficaz no presente e preparar-se para ser eficaz no futuro são coisas diferentes, que exigem diferentes informações e decisões. Para ser eficaz, um processo deve acompanhar o que se passa no ambiente, não apenas porque é para ele que se destinam suas saídas, mas também, porque é dele que vêm suas entradas. Se a organização consegue adaptar-se às mudanças ambientais, ou antecipar-se àquelas que ocorrerão, seu estado será de equilíbrio dinâmico. Por meio do equilíbrio dinâmico as organizações aumentam sua probabilidade de sobrevivência. Analisar a eficácia de um processo, sistema ou organização é analisar seu desempenho junto ao ambiente, pois a atenção está concentrada na saída. A conseqüência do índice de eficácia é a sobrevivência – ou não – da organização a longo prazo. Portanto, a sobrevivência de uma organização é uma medida de eficácia quando se consideram longos períodos. Significa que sua missão encontra receptividade no ambiente ao longo do tempo. Assim, uma organização é eficaz quando consegue cumprir seus objetivos no presente e preparada para cumpri-los no futuro. No entanto, a eficácia é afetada pelo modo como o processo, ou sistema, usa seus recursos, e não apenas por sua competência em acompanhar as mudanças no ambiente – e é esse ponto que você verá a seguir. Quando sua atenção se desloca para o uso dos recursos, vocêestá analisando a eficiência dos processos. Um processo eficiente é aquele que utiliza racionalmente seus recursos. De forma geral, a eficiência é avaliada ou medida comparando-se os resultados al- cançados com os recursos utilizados. Isso significa que quanto maior a qualidade e a quantidade de resultados obtidos com o emprego dos recursos disponíveis, mais eficiente será a organização. As compa- rações que se fazem entre organizações, visando determinar sua eficiência, têm como ponto cen- tral os resultados alcançados com os mesmos tipos de recursos. Por isso, utiliza-se o conceito a seguir. Eficiência é a medida que compara os re- sultados alcan- çados com os recursos utiliza- dos. 6Eficácia eEficiência 26Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 6.3 Análise do desempenho O conceito de eficiência leva ao conceito de produtividade, que é a relação entre os recursos empregados e os resultados obtidos, medidos em determinado espaço de tempo. A produtividade de um processo ou sistema é medida contando quantas unidades de bens ou serviços são realizadas por uma unidade de recurso em uma unidade de tempo. Por exemplo: • quantos produtos são produzidos por uma máquina, ou pessoa, em um dia; • quantos clientes são visitados por um vendedor em uma semana. Além da produtividade, a eficiência inclui também o bem-estar psicológico dos colaboradores da organização. A ocorrência da produtividade e do bem- estar simultaneamente não é automática: pode-se ter uma em detrimento de outra. Pode-se alcançar elevados níveis de produtividade sacrificando as condições psicológicas e, inversamente, pode-se ter um elevado nível de satisfação com baixíssima produtividade. O ideal é perseguir um alto desempenho nessas duas variáveis. De forma geral, a eficácia éinfluenciada pela eficiência,como você já sabe. Quanto maior a eficiência na utilização dos recursos, maior a probabilidade de se atingir um elevado grau de eficácia. No entanto, um elevado nível de eficiência não garante um elevado nível de eficácia. Não há nada pior do que fazer bem feito o que não precisa ser feito. É como ser um jogador de pôquer ganhando na mesade jogo do Titanic que naufraga... Um processo ou sistema pode ser eficaz momentaneamente utilizando mal seus recursos. Também é possível utilizar os recursos para atingir objetivos incorretos. A atenção dos gestores de proces- sos deve, por esses motivos, estar simultaneamente orientada para a eficiência e para a eficácia, sendo sua responsabilidade procurar alcançar essas duas condições, tendo em vista o desempenho e a sobrevivência das organizações. 6Eficácia eEficiência 27Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos O importante para obter, tanto eficiência, quanto eficácia é conseguir visualizar o cenário de atuação para não se perder. Como em qualquer viagem, um bom mapa indica o melhor caminho para o sucesso e como chegar ao ponto desejado mais rapidamente. Como fazer fluxo e mapear processos é seu próximo destino, acelere! P ara analisar e implementar açõesrelacionadas com processos, sistemas eorganizações é necessário saber avaliá-los. Essa avaliação envolve tanto medir a eficácia, quanto a eficiência. A eficácia compara os resultados esperados com aqueles obtidos de fato. A longo prazo, a eficácia aponta para a capacidade da organização de sobreviver no mercado, pois a análise foca principalmente os produtos, ou seja, a saída e como ela se relaciona com as mudanças do ambiente. Uma organização eficaz consegue acompanhar as mudanças ambientais e atender as flutuações de necessidades de seu público-alvo. A eficácia é afetada pela eficiência, que mede a capacidade como os recursos são utilizados para produzir bens e serviços. A eficiência pode ser medida pela produtividade, que nada mais é que a análise dessa variável em um tempo definido. Além desses fatores, é necessário considerar, também, a qualidade do ambiente de trabalho, o que inclui aspectos psicológicos. Na análise final, o gestor de processos deve buscar otimizar as relações de eficácia e eficiência, pois embora a maior eficiência geralmente conduza a uma melhor eficácia, nem sempre isso é verdadeiro. Todo cuidado é pouco para se alcançar o equilíbrio entre esses dois aspectos, permitindo vida longa para a organização. Perseguir tal objetivo não é tarefa fácil, mas é possível com empenho e dedicação. Responda O que é correto afirmar em relação à eficiência dos processos? 28Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Fluxogramas e Mapeamentos7 7.1 Fluxograma P ara que você possa implementarações eficientes, visando amanutenção ou melhoria de um processo, é necessário identificar com clareza todos os seus componentes e etapas. Dois grandes instrumentos podem ser utilizados para facilitar esse trabalho: fluxogramas e mapas. Portanto, prepare- se para se aventurar em novas trilhas e descobrir: • O que são fluxogramas; • Como fazê-los; • Tipos de mapas de processo; • Como elaborá-los. Fluxos e mapas são seu passaporte para uma Gestão de Processos nota 10. Portanto, efetive esta aula. Um fluxograma coloca em umpapel, ou seja, em um espaçobidimensional, como as diversas etapas ou fases de um processo se desenvolvem no tempo: indica o “quê” fazer e “em que ordem”. As vantagens de um fluxograma são inúmeras, mas pode- se destacar: • rápida visualização de todo o processo; • fácil entendimento para processos complexos; • uso reduzido de textos explicativos. Você pode subdividir um fluxograma em vários níveis para abranger diferentes processos, tais como: • processos de 1a ordem (macro- processos/nível estratégico); • processos de 2a ordem (nível tático); • processos de 3a ordem (nível operacional). Um maior número de subdivisões pode ser usado, porém evite excessos que dificultam a visualização do todo. 29Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 7Fluxogramas eMapeamentos 7.2 Elementos do fluxograma Os símbolos utilizadosem um fluxogramapossuem seu próprio significado, indicando como ele deve ser lido e interpretado. Verifique, a seguir, os símbolos mais usuais e a mensagem que transmitem. O que importa é a forma (retângulo, losango, círculo, elipse, seta) e não a cor. Nem sempre basta saber “o quê”fazer e “em que ordem”, que sãoas respostas fornecidas por um fluxograma. Muitas vezes é necessário um detalhamento de cada ação. Nesse caso, é utilizado o método que investiga o quê, como, quem, quando, onde, por quê e quan- to. Em inglês, são as palavras: what, who, when, where, why, how, how much. É por isso que o método é conhecido por 5W2H. Para utilizá-lo, você deve esco- lher o processo que deseja analisar e pre- 7.3 Mapeamento encher cada uma das linhas e colu- nas, abrangendo tanto as ações quanto as decisões envolvidas. Acres- cente o número de linhas necessário para cobrir todas as etapas envolvi- das no processo em questão. Método 5W2H 30Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 7Fluxogramas eMapeamentos 7.4 Roteiro para mapeamento Existe um guia “passo-a-passo” quefacilita o mapeamento dos processos. Siga as etapas que são descritas abaixo e você terá um mapa para não se perder! Identifique os processos Quais os processos que devem ser mapeados? Essa decisão é fundamental. Uma seleção adequada dos processos é a chave para o sucesso do mapeamento. Procure agrupar processos observando afinidades entre eles. Observe quais são os bens e serviços desenvolvidos pela organização e identifique os processos necessários para a sua realização, separando-os dos processos de apoio e organizacionais associados. Tome cuidado para não delimitar processos por setores ou áreas da organização, o que é muito comum. Lembre-se: um processo pode ser transversal a vários setores, como mostra a figura abaixo: Escolha as pessoas-chave Identifique quais as pessoas que melhor conhecem o processo. Quando possível, escolha mais de uma para colher diferentes opiniões e pontos de vista, evitando distorções. Se houver turnos de trabalho diferentes, selecione no mínimo uma pessoa de cada turno. Evite, no entanto, ouvir muitas pessoas, pois o excesso de informações diferentes atrapalha mais do que ajuda e impede uma uniformização. Com fluxos e mapas de processos na mão, você pode verificar se eles são satisfatórios – ou não. Para isso, é necessário implementar controles e verificações. Antes de partir para esse tema, verifique como está o seu domínio sobre os assuntos abordados até aqui! Realize entrevistas Converse com as pessoas de forma s i s t e m a t i z a d a , organize um questionário antes. Se possível, acom- panhe você mesmo o processo para ter uma idéia geral e esclarecer suas dúvidas. Elabore a documentação Estabeleça o fluxo do processo. Observe possíveis caminhos a serem seguidos. Evite fluxos muito complexos, de difícil compreensão. Se necessário, subdivida o processo. Confirme a seqüência estabelecida Após a documen- tação dos proces- sos, acompanhe as atividades com base no fluxo e s t a b e l e c i d o , assegurando que ele corresponde à realidade. Quando necessário, realize ajustes e verifique novamente se o fluxo está correto. 31Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 7Fluxogramas eMapeamentos Para implementar ações de gestão deprocessos que funcionem, é interessanteadotar alguns procedimentos que permitem entender como os processos se estruturam e se relacionam em uma dada organização. Dentre esses procedimentos, destacam-se a elaboração de fluxogramas e os mapeamentos. Os fluxogramas permitem uma rápida e fácil visualização das diversas etapas ou fases de um processo em um período, pois utilizam símbolos de simples identificação. O fluxograma responde as perguntas: o que fazer? Em que ordem fazer? O mapeamento permite detalhar cada ação, pois responde as perguntas: o quê? Como? Quem? Quando? Onde? Por quê? Quanto? Essas sete palavras-chave são representadas pelo modelo 5W2H, pois as letras W e H correspondem às inicias dessas perguntasem inglês. Para fazer um bom mapeamento, recomenda-se seguir um roteiro básico: identificar os processos, escolher as pessoas-chave, realizar entrevistas, elaborar a documentação e, finalmente, confirmar a seqüência estabelecida. Responda Com relação ao mapeamento dos processos, o que é correto afirmar? 32Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Inspeção: Controles e Verificações 8 Depois de desenvolver os fluxos e mapas dos processos, já épossível inspecionar pontos de estrangulamento em produtos, processos e sistemas. Isso pode ser realizado de três formas, conforme que você verá nesta aula: • Métodos de inspeção; • Como realizar controles; • Como efetivar verificações. Portanto, verifique agora mesmo os conteúdos que serão abordados nesta etapa! Refere-se aos métodos utilizadospara medir o desempenho atual, compará-lo com o padrão de desempenho do processo, estabelecendo prioridades, planejando e implementando ações de correção, de proteção e/ou prevenção. A inspeção pode ser de dois tipos: para controle ou para avaliação. O diagrama a seguir mostra as fases para implementar processos de inspeção.Tá quase igual.... 8.1 Inspeção 33Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 8Inspeção:Controles eVerificações 8.2 Inspeção de controle O controle está fundamentado em indicadores numéricos monitorados.Esse procedimento pode ser aplicado tanto para o controle de produtos (conformidade) quanto de processos (desempenho). Confira alguns exemplos a seguir. Este procedimento – uso de itens de controle – é reativo, ou seja, uma vez identificado o desvio do padrão, a falha já terá ocorrido. Não há o que se possa fazer, a não ser evitar que o erro se repita. Mas existem procedimentos que são proativos – agem antes da ocorrência e são esses procedimentos que você verá agora. 34Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 8Inspeção:Controles eVerificações 8.3 Inspeção de verificação Setup Configuração do equipamento, ajustes do maquinário, software, etc. Na inspeção de verificação sãoanalisados componentes doprocesso, tais como: equipa- mentos, matérias-primas, condições ambientais, controle de equipamentos de inspeção e ensaios, cumprimento dos procedimentos, etc. Os itens de controle para um determinado processo podem ser determinados pela aplicação do método do 6Ms, que você já viu na aula 4. Aqui eles estão dispostos como uma espinha de peixe (como montar a espinha de peixe será aprofundado na aula 15). Imagine que você vai analisar um produto. O item a ser verificado é o comprimento, especificado em 50cm, admitindo-se uma variação para mais ou para menos de 0,5cm. Confira como fica o diagrama. Em cada um dos itens de verificação do diagrama foram colocadas as variáveis que podem provocar uma não- conformidade, ou seja, uma produção fora das especificações. Confira no esquema a seguir. 35Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 8Inspeção:Controles eVerificações O processo que utiliza itens de verificação é proativo. Ocorrendo o desvio do padrão ainda existe condições de se evitar a falha, desde que uma ação seja efetivamente estabelecida e implementada. Na prática, o uso de itens de verificação representa menor custo devido à possibilidade da atuação preventiva. É claro que um item de verificação em um determinado sistema pode ser um item de controle em outro – tudo depende do nível da análise. Mas isso já é conversa para a próxima escala. 36Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 8Inspeção:Controles eVerificações Existem duas formas para se observar emonitorar a eficiência e a eficácia deprodutos, processos e sistemas: utilizando itens de controle ou utilizando itens de verificação. No caso de itens de controle, mede- se o desempenho atual, que é comparado com o desempenho padrão desejado. Os procedimentos envolvem estabelecer um método de análise, escolher formas de medição, determinar os padrões desejados, comparar os resultados, estabelecer as prioridades, planejar o que fazer caso sejam encontradas não- conformidades e agir para evitar que os erros se repitam. Essa abordagem é reativa, pois só pode implementar ações após as falhas terem sido detectadas. Já na abordagem que emprega a verificação, os procedimentos focam o desempenho do processo. Utiliza- se o modelo 6 Ms (matéria-prima, máquina, mão-de-obra, medida, método e meio ambiente) para detectar pontos que poderão originar não-conformidades. A visualização desses pontos, dispostos em um diagrama do tipo espinha de peixe, e o estabelecimento dos indicadores específicos para cada um deles permite que a organização adote medidas preventivas reduzindo seus custos operacionais. Responda Com relação à medição do desempenho dos processos, o que é correto afirmar? 37Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Você já sabe que pode analisar odesempenho tanto com aabordagem por itens de verificação quanto por itens de controle. No entanto, itens de verificação em um nível podem ser itens de controle em outro. Como aplicar essas modelagens em cada caso? Primeiro você precisa conhecer as especificidades de cada nível organizacional. Assim, você abordará agora: • Os níveis organizacionais; • Os direcionamentos. Bons estudos! Níveis Organizacionais 9 9.1 Os três níveis Geralmente, uma organizaçãoopera em três níveis: estratégico,tático e operacional. Um item de verificação no nível estratégico pode ser um item de controle no nível gerencial. O desdobramento dos itens de controle e de verificação possui aplicação direta na gestão dos processos da organização. É importante observar que o gerenciamento dos processos por meio dos itens de controle e de verificação deve ser estabelecido do nível mais alto para o mais baixo, garantindo assim uma relação de causa e efeito. Confira o exemplo a seguir. Sinergia Termo utilizado para expressar quando o resultado obtido pela soma das partes é maior do que a sua simples justaposição. Por exemplo: farinha + água + sal = pão. Há uma transformação no processo, ou seja, as partes interagem em sinergia para que o todo proporcione um resultado diferente. 38Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 9NíveisOrganizacionais 9.2 Direcionamentos • Objetivo estratégico: aumentar vendas. • Indicador de controle: número de pedidos. Conclusão, o aumento do volume de vendas se dará caso determinadas condições forem observadas e atingidas previamente. Se uma ou mais dessas condições não forem atingidas, o objetivo maior estará comprometido. Portanto, os três níveis – estratégico, tático e operacional, precisam trabalhar em sinergia. Em qualquer um desses níveis, ogestor de processos estápreocupado com metas, padrões e desempenho. Confira a definição de cada um desses conceitos, fundamentais para o sucesso organizacional. • Meta Resultado esperado (projetado como ideal) dentro de um determinado período de tempo. • Padrão São modelos e estruturas que tornam homogêneas as práticas da organização (rotinas, métodos, procedimentos, normas). Também permitem quantificar o desempenho a ser atingido. Esse item de controle é conseqüência de uma série de outros fatores. O desdobramento inclui, assim, itens de verificação, que o diagrama a seguir permite visualizar claramente. • Desempenho Resultados obtidos em processos ou produtos e que são avaliados compa- rativamente em relação a metas, padrões ou outros referenciais. Para conseguir avaliar o desem- penho com correção, você precisa selecionar indicadores apropriados, ou seja, os instrumentos que utilizará para orientá- lo nesse trajeto. 39Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 9NíveisOrganizacionais Por exemplo, se alguém lhe perguntar se você vai utilizar uma bússola ou um termômetro, você só poderá responder se souber o que está em jogo. O indicadoré para a temperatura? Mas e se o indicador for para orientar o pólo magnético, no caso, os pontos cardeais? No primeiro caso você optará pelo termômetro. No segundo, com certeza, por uma bússola. Não há certo ou errado: há adequação. Eis um assunto muito adequado para a próxima aula... Até lá! É importante ter consciência de que os itensde controle em um determinado nível daorganização se transformam em itens de verificação em outro, por isso é importante desdobrá-los, entendendo todos os processos que estão envolvidos em cada objetivo perseguido. As empresas, geralmente, apresentam três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. O uso de diagramas permite visualizar melhor a inter-relação entre esses diversos níveis e como os fatores de verificação contribuem para o diagnóstico correto no fator de controle. Seja qual for o nível, o gestor estará preocupado em controlar e avaliar metas, padrões e desempenhos. Metas são resultados que devem ser atingidos em um determinado prazo. Padrões são modelos e estruturas que servem como referência, pois representam as práticas da organização. Desempenho é o resultado obtido comparado com os padrões desejados. Responda Com relação à avaliação do desempenho dos processos, o que é correto afirmar? 40Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Amaior parte das decisões nasorganizações baseia-se em fatos,dados e informações quanti- tativas. É nesse contexto que surgem os indicadores de desempenho (IDs) como ferramenta de mensuração e valorização das estratégias da organização, que deve responder pela maneira como as decisões são tomadas. Os indicadores podem ser empregados na análise de entrada (recursos ou insumos), de saída (produtos) ou no desempenho de processos, sistemas ou de toda a organização. Por isso, nesta etapa, você irá se aprofundar em: • Conceito de indicadores; • Propriedades; • Estrutura. Siga as indicações e mergulhe em mais estes conhecimentos! 10.1. Conceito Indicadores de Desempenho10 10.1 Conceito A escolha de um indicadorpressupõe clareza em relação aum aspecto: o que medir. A partir disso, são analisadas as outras características dos indicadores, que facilitam a sua utilização, tais como: • apresentam relações matemáticas, que resultam em medidas quantitativas; • identificam o estado de um processo ou o resultado desse (produto); Um indicador é uma relação matemática que mede, numericamente, atributos do processo ou de seus resultados, com o objetivo de comparar essa medida com metas numéricas preestabelecidas. • incorporam metas numéricas preestabelecidas. Confira no destaque a definição de indicador. 41Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 10Indicadores deDesempenho 10.2 Propriedades Ao escolher um indicador,verifique se ele apresenta ascaracterísticas listadas a seguir, elas são essenciais para que a sua análise se realize da melhor forma. • Não-ambigüidade; • Facilidade de levantamento; • Facilidade de compreensão; • Facilidade de comparação. Os IDs são ferramentas de planejamento, controle e verificação, portanto, devem ser de fácil utilização e apresentar um nível razoável de consistência nas informações transmitidas. A consistência da informação é requisito importante, uma vez que os IDs são utilizados nas tomadas de decisões. Já a facilidade do uso permite que sirvam de ferramenta para diversos níveis da empresa. Na prática, poucos IDs possuem simultaneamente todas essas quatro propriedades. Cabe a você identificar quais são as mais relevantes para cada caso e assumir imprecisões com as demais. Se necessário, utilize mais de um ID para orientar suas decisões. Evite indicadores demasiadamente amplos: tendem a ser ambíguos. Por exemplo: o in- dicador pro- dutividade ou qua- lidade, sem defini- ções detalhadas, assume significa- dos diversos con- forme as diferen- tes funções na empresa. Produtividade para área de produção pode significar nú- mero de produtos por hora. Já na área de vendas pode significar valores, tais como vendas por hora trabalhada. Fuja dos indicadores demasiadamente complexos, pois são difíceis de entender. Eles perdem a ligação com a realidade física. Por exemplo: para analisar o rendimento global você propõe uma fórmula que inclui produção, porcentagem de refugo, horas trabalhadas, horas paradas e coeficientes de rendimento... É muita informação! Será difícil, até mesmo impossível, analisar a situação real. 42Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 10Indicadores deDesempenho 10.3 Estrutura dos indicadores Afigura a seguir apresenta umaestrutura de indicadores de desempenho recomendada pela Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ). Essa estrutura reforça a relação de causa e efeito. Neste exemplo, observe que o objetivo final é alcançar resultado financeiro. Esse objetivo é influenciado diretamente pelo desempenho do mercado e dos clientes. Para que os clientes fiquem satisfeitos é preciso que os processos estejam ajustados e alcancem os resultados estabelecidos – é por isso que pessoas qualificadas, motivadas e responsáveis são tão importantes para a sobrevivência da organização. Pessoas motivadas são conseqüência direta do ambiente no qual estão inseridas. Visualize a lógica dessa dinâmica pelo diagrama. 43Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 10Indicadores deDesempenho Os indicadores se organizam e são desdobrados hierarquicamente, o que permite verificar como eles podem ser utilizados na análise de processos que atravessam vários setores da organização. Mas é uma hierarquia muito democrática, que você visitará na próxima escala desta viagem! Um indicador é uma relação matemáticaque mede, numericamente, atributos doprocesso ou de seus resultados, com o objetivo de comparar essa medida com metas numéricas preestabelecidas. A escolha dos indicadores está diretamente relacionada com o que se deseja monitorar e avaliar e se fundamenta em quatro pontos: não-ambigüidade, facilidade de levantamento, facilidade de compreensão e facilidade de comparação. É difícil encontrar um indicador que atenda a esses quatro requisitos: cabe ao gestor decidir qual aspecto é mais importante, conforme o caso a ser analisado. Os indicadores se inter-relacionam em função dos objetivos maiores da organização. A FPNQ propõe uma organização hierárquica em que o ambiente de trabalho, no nível mais baixo, é o ponto de partida para que se chegue ao nível mais alto – um desempenho financeiro satisfatório, o que garantirá a sobrevivência da empresa. Ou seja, um bom ambiente motiva as pessoas, pessoas motivadas produzem para satisfazer os clientes, clientes satisfeitos dão retorno financeiro – e assim o ciclo se perpetua. Empregam-se os indicadores para avaliar as entradas (recursos ou insumos), as saídas (produtos) e o desempenho de processos, dos sistemas ou de toda organização. Então, as três palavras- chave associadas a critérios são: desempenho, metas e padrão. Responda O que é um indicador? 44Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Os IDs são utilizados comoferramenta de planejamento econtrole nos diversos níveis funcionais (ou hierárquicos) da organização. Por isso, é importante que você estabeleça como esses indicadores se relacionam de forma hierárquica. Nesta aula você estudará: • A importância da hierarquia dos indicadores; • Os tipos de hierarquia. Bons estudos! Hierarquia dos Indicadores11 11.1 Importância No planejamento estratégico, osIDs medem macroefeitos no nívelcorporativo. Já no planejamento operacional, aferem resultados localizados. As metas estratégicas estabelecidas determinam, então, as metas dos demais níveis hierárquicos. Essas metas, por sua vez, são acompanhadas por IDs específicos, os quais também apresentam desdo- bramentos. Evidentemente, à medida que se sobe nos níveis,é mais difícil detectar as múltiplas inferências que os IDs apontam. Estabelecer a árvore de causas ou o desdobramento entre os IDs nos diversos níveis não é tarefa fácil, porém extremamente necessária em qualquer organização. Cada instituição possui sua própria manei- ra de classificar os IDs. Assim, indicadores que são classifica- dos como interme- diários em uma organização po- dem ser clas- sificados como in- dicadores elemen- tares em outra. Por exemplo, pro- dução por hora do centro de custo, em uma empresa com uma única unidade produtora, pode ser considerado um indicador de nível intermediário. Já em uma empresa com várias unidades, este indicador será considerado de nível elementar. 45Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 11Hierarquia dosIndicadores 11.2 Tipos hierárquicos Existem duas maneiras hierárquicasde estabelecer indicadores: decima para baixo (deduzidos) ou de baixo para cima (induzidos). Nos dois casos, é formada uma árvore de indicadores. • Deduzidos Macroindicadores são desdobrados em indicadores elementares. • Induzidos Indicadores detalhados colaboram para formar macroindicadores. Como escolher a melhor abordagem, de- dutiva ou indutiva? Depende da natureza do indicador. IDs que espelham fatores críticos de sucesso da organização devem ser desdobrados em IDs mais detalhados e vice-versa. Por exemplo, em uma orga- nização na qual o tempo é fator crítico de sucesso, o macroindicador “tempo médio de atendimento de pedidos” deve ser desdobrado. É necessário monitorar os “tem- pos médios” das di- versas fases do processo: concep- ção, desen- volvimento, pro-dução e entrega. Além dis- so, esses tempos também serão desdobra- dos nos tempos das atividades que com- põem o processo. Para facilitar a escolha dos indicadores, eles são classificados de acordo com diversos critérios. Essas classificações você conhecerá na próxima etapa. Devido a sua importância, os indicadoressão exaustivamente estudados. Elesoperam nos diversos níveis corporativos, dos estratégicos aos operacionais. Como estão inter-relacionados, as definições dos níveis mais altos, estratégicos, afetam todas as outras. Entender esses desdobramentos é fundamental para a competitividade da organização, embora seja uma tarefa difícil. Para elaborar essas árvores de relacionamentos são utilizadas duas abordagens: dedutiva ou indutiva. A abordagem hierárquica dedutiva organiza indicadores elementares a partir de macroindicadores. Já a abordagem indutiva opera de forma inversa: primeiro são construídos indicadores elementares e, a partir deles, elaboram- se os macroindicadores. Responda Como se utiliza a abordagem dedutiva para construir indicadores? 46Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Como utilizar qualquer ID exigerecursos, tanto de tempo, quantomonetários, é importante selecionar aqueles que apresentam características e estruturas adequadas conforme os objetivos do gestor de processos. Os indicadores podem ser classificados em relação ao tipo/ quantidade de medições, quanto à relação com o produto ou processo, à abrangência e à função. A seguir você estudará cada um desses tipos. É claro que um mesmo indicador pode estar em mais de uma dessas categorias simultaneamente. Nesta breve parada você descobrirá como classificar os IDs quanto: • Ao no. de medições; • À relação com as características medidas; • À abrangência; • À função. E em um ponto todos concordam: a melhor indicação é desvendar já esta aula. Bons estudos! Classificação12 12.1 Quanto ao número de medições Podem ser simples ou compostos. Indicadores compostos São estabelecidos com medições múltiplas. Um indicador composto engloba vários indicadores simples. Exemplo: • índice de desperdício, que se desmembra em outros parâmetros. Indicadores simples São estabelecidos com uma única medição. Exemplos: • tempo de setup de máquina; • tempo médio de recebimento do pedido; • número de horas de retrabalho. 47Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 12Classificação 12.2 Quanto à relação com as características medidas Nesse caso, os indicadores podem ser diretos ou indiretos. Diretos Exemplos de indicadores diretos: • número de devoluções; • número de peças por hora; • número de horas de retrabalho. Indiretos Exigem procedimentos mais fluidos, derivados do conceito que está sendo medido. Por exemplo: como medir a satisfação do cliente? 48Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 12Classificação 12.3 Quanto à abrangência 12.4 Quanto à função Podem ser globais ou específicos. Podem ser indicadores resultantes ou indicadores direcionadores. Resultantes Também são chamados de outcomes. Relacionam-se com a medição do padrão de desempenho desejado. Respondem a pergunta: o resultado foi alcançado? Os itens de controle geralmente encontram-se nessa categoria. Exemplos: • tempo médio de recebimento do pedido; • satisfação do cliente. Globais Estão relacionados ao desempenho geral (global) da organização. Exemplos: • volume de vendas; • satisfação dos clientes; • posicionamento de mercado. Direcionadores Também são chamados de drivers. Estão relacionados à medição das variáveis que influenciam no desempenho desejado. Geralmente, são os itens de verificação. Por exemplo, qual o indicador para o índice de desperdício? Veja o diagrama abaixo. Específicos Estão relacionados ao desempenho dos processos particulares. Exemplos: • consumo de energia; • consumo de água; • número de horas de retrabalho. 49Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 12Classificação Cada grupo de indicadores fornece um panorama de uma determinada área, processo ou sistema. Mas, como você já viu, os processos podem atravessar vários setores de uma organização. Assim, causas e conseqüências de um desempenho aferido muitas vezes se encontram em outro ponto. É importante, portanto, elaborar um sistema de vários tipos de IDs, que cubram toda organização e suas múltiplas inter- relações. Como? Aguarde o próximo tópico. A classificação dos indicadores permiteuma melhor visualização das múltiplas possibilidades que se oferecem ao gestor. Cabe a ele a seleção do indicador mais adequado para atender a sua necessidade específica. É possível classificar os indicadores quanto ao tipo/quantidade de medições (simples ou compostos), quanto à relação com o produto ou processo (diretos ou indiretos), à abrangência (globais ou específicos) e à função (resultantes ou direcionadores). Responda Sobre as propriedades dos indicadores de desempenho, o que podemos afirmar? 50Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Ao realizar as análises dedesempenho, é importante terconsciência de que os indicadores fazem uma fotografia de uma determinada situação, em um determinado setor. No entanto, as causas ou conseqüências do desempenho que está sendo medido podem se encontrar em outro ambiente da organização, ou até fora dela. É por isso que é importante utilizar uma macroclassificação dos IDs, para que eles reflitam tais inter-relações. Ao final desta aula você estará por dentro de: • Conceito de classificação funcional dos IDs; • IDs financeiros; • IDs da perspectiva do cliente; • IDs da perspectiva dos processos internos; • IDs do aprendizado e crescimento; • IDs ambientais; • Análise global. Que tal classificar os principais pontos desta aula? Então, siga em frente! Classificação Funcional13 13.1 Conceito Ao selecionar o indicador dedesempenho, leve emconsideração que os processos são interdependentes e complementares. Os IDs devem captar os efeitos interativos das funções praticadas na or- ganização. Ou seja, os grupos de classifi- cação propostos para os IDs traduzem também elementos (funções) fora do gru- po ao qual pertencem. Trocando em miú- dos, você pode analisar,utilizando deter- minados IDs, o desempenho naquele gru- po, mas as causas que originaram tal de 51Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 13ClassificaçãoFuncional sempenho talvez se encontrem em outras partes da organização – ou até mesmo fora dela. Por exemplo, uma deficiência operacional reflete na satisfação do clien- te, que prejudica os resultados financeiros que, por sua vez, podem limitar os benefí- cios aos empregados. Portanto, um ID que meça a satisfação dos empregados esta- rá, nesse exemplo, relacionado a outros indicadores. 13.2 Perspectiva financeira 13.3 Perspectiva do cliente Assim, devem existir IDs suficientes para cobrir toda organização e suas relações com o meio. Dentro dessa ótica, os indicadores de desempenho são agrupados em cinco categorias: perspectiva financeira; perspectiva do cliente; perspectivas dos processos internos; perspectiva do aprendizado e crescimento; e perspectiva ambiental. Amedida do desempenhofinanceiro deve indicar se aestratégia estabelecida e sua implementação estão contribuindo para o alcance das metas financeiras. Para o desempenho financeiro utilizam-se indicadores como: • retorno sobre investimento; • margem sobre vendas; • custo médio de produtos. Aqui são identificados segmentosde clientes e mercados nos quais a organização compete. Os indicadores relacionados à satisfação do cliente devem ser acompanhados constantemente e comparados com o desempenho dos concorrentes. Nessa categoria encontram-se: • número de reclamações comparado com número de clientes; • volume de vendas da empresa comparado com volume total do mercado. 52Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 13ClassificaçãoFuncional 13.4 Perspectiva dos processos internos A medida dos processos internosnecessita identificar quais os processos que terão maior impacto na satisfação do cliente e no desempenho operacional. São medidas como: • número de processo capazes/total de processos existentes; • quantidade de produtos refugados comparada com quantidade total produzida; • produtos elaborados por hora. 13.5 Perspectiva do aprendizado e crescimento 13.6 Perspectiva ambiental Amedida do aprendizado ecrescimento identifica a infra-estrutura que a organização deve construir para gerar crescimento e melhorias a longo prazo. Lembre-se que o crescimento organizacional provém de três fontes principais: pessoas, sistemas e processos organizacionais. A perspectiva do aprendizado e do crescimento pode ser retratada por indicadores como: • taxa de rotatividade de pessoal; • absenteísmo; • número de sugestões por número de funcionários. Atualmente, uma nova categoriacomeça a ganhar fôlego: são os indicadores que servem para avaliar o relacionamento da organização com o meio ambiente. A temática ambiental tem sido amplamente discutida, e hoje existem normas internacionais para orientar as organizações nessa questão, que ganhou espaço e tornou-se fator de competitividade. 53Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 13ClassificaçãoFuncional 13.7 Análise global Dentre os indicadores ambientais, destacam-se: • kg resíduos gerados por processos; • no. de reclamações da comunidade; • no. de horas de capacitação ambiental. Qualquer que seja a classificaçãodos IDs, leve em conta que asorganizações atuam em ambientes competitivos e que sua saúde é medida pelo conjunto dos resultados obtidos em várias áreas. Assim, empresas excelentes na categoria satisfação do cliente, mas que não gozam de saúde financeira, têm seu desempenho global comprometido. Da mesma forma, empresas com ótimo desempenho operacional não são competitivas se seus produtos e serviços não satisfazem os clientes, ou se não conseguem manter a motivação de seus funcionários. O uso dos IDs como ferramenta para decisão pressupõe a visão sistêmica das organizações e, portanto, a inter- dependência e complementa - ridade dos seus elementos. Ao definirem seus IDs, as o r g a n i z a ç õ e s devem se perguntar se as c a t e g o r i a s e s t a b e l e c i d a s consideram e cobrem adequadamente todas as suas funções. Na próxima aula você verá como desenvolver um planejamento para implementar o modelo de verificação e controle de processos com uso de indicadores. Um grupo de indicadores de desempenhopermite uma análise específica de umadeterminada área da organização. No entanto, esse resultado pode ser reflexo de processos que se encontram disseminados por setores, inclusive sistemas externos. Assim, é necessário definir grupos de indicadores que cubram toda a organização, em suas múltiplas inter-relações, inclusive ambientais. Esses indicadores necessitam abranger cinco perspectivas: financeira; do cliente; dos processos internos; do aprendizado e crescimento; e ambiental. É esse conjunto de indicadores que fornecerá o diagnóstico correto da saúde da organização, saúde essa que precisa ser continuamente monitorada e comparada com a de seus concorrentes. Responda Sobre a classificação dos indicadores de desempenho, o que podemos afirmar? A gestão de processos ambientais é tão importante, que será tratada com exclusividade nas últimas quatro aulas deste curso. 54Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Agora que você já conhece aimportância da seleção correta de indicadores, suas inter-relações, hierarquias, características e classificações, é o momento de descobrir, na prática, como aplicar esses conhecimentos. Tudo isso e muito mais você desenvolverá neste novo percurso, que cobrirá os seguintes pontos: • Como aplicar os indicadores; • O planejamento de sua implementação. Bons estudos! Aplicando Indicadores14 14.1 Aplicação de IDs Aescolha dos IDs é feita para seadequar à estrutura da organização, ao planejamento adotado e às respectivas estratégias. Em primeiro lugar, são selecionados, em cada categoria, os indicadores nos níveis apropriados (estratégico, tático e operacional) para as funções existentes, estabelecendo-se “o que medir”. Em seguida, são definidos os referenciais (numéricos) que servirão para comparar a evolução das estratégias e processos da organização. Finalmente, implementa-se a fase de controle, ou seja, a avaliação contínua dos processos e dos resultados em relação aos referenciais. A medição e divulgação dos IDs estão associadas à capacidade de coleta de da- dos e à velocidade de ação. De um modo geral, os IDs devem ser coletados e divul- gados o mais ra- pidamente possí- vel, permitindo assim uma melhor resposta da orga- nização ao pano- rama identificado. No nível elemen- tar, as medições são mais freqüen- tes. Quando o referencial é ex- terno à organização, é necessário padro- nizar ou converter os indicadores internos para conseguir comparar os resultados. É o caso de indicadores publicados por enti- dades e organização de classe, como, por exemplo, produtividade definida como pe- ças padrão por homem/hora trabalhada. 55Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 14AplicandoIndicadores 14.2 Planejamento e implantação Assim, os indicadores de desempenho devem ser capazes de monitorar o alcance das estratégias definidas pela organização e seus respectivos processos, sendo utilizados para: • esclarecer e obter consenso em relação à estratégia; • comunicar a estratégia para toda a empresa; • alinhar metas departamentais e pessoais à estratégia; • identificar e alinhar iniciativas estratégicas; • realizar revisões estratégicas periódicas e sistemáticas; • obter retroalimentação para aprofundar o conhecimento da estratégia e aperfeiçoá-la. Os IDs, como ferramentas deavaliação de desempenho,devem ser de fácil utilização e compreensão por toda a organização. É necessário que os indicadores definidos permitam levantar e analisar rapidamente os resultados. Evite sobrecarregar a organizaçãocom indicadores em excesso, pois isso aumenta os custos de processamento – muitas vezes, não é possível nem analisar todas as informações obtidas! Selecione os indicadores de maior relevância, que expressem os fatores críticos para os objetivos p r e v i a - m e n t e definidos e que melhor se identifiquem com a estrutura organizacional para a tomada de decisões. Para otimizar o uso dos indicadores, siga o roteiro abaixo. þVer ifique a abrang ência d e cada objetivo e meta e avalie os planos g lobais e seto riais da organi zação, estratég ias e pr ocessos associ ados a eles. þEst ude os fatore s crític os de sucess o para cada objetivo e meta, já previam ente an alisado s em re lação à s suas a brangê ncias. þDes cubra a s inform ações n ecessár ias para avaliar o desem penho e verifiq ue se es sas inf ormaçõ es irão efetiv amente subsid iar a to mada d e decis ões (ações c orretivas para a m anutençã o de roti nas e aç ões volta das para as melhor ias con tínuas). þDef ina os r especti vos ind icadore s de de sempen ho. þDet ermine os resp onsáve is pela coleta d e dados . þEsta beleça a freqü ência d e colet a, trata mento, análise das in formaç ões e divulga ção dos resulta dos. þEstr uture p ara cad a setor ou funç ão da o rganiza ção um a tabela nos mo ldes do exem plo a se guir. 56Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 14AplicandoIndicadores A freqüência de medição dos indicadores de desempenho está vinculada tanto à capacidade de coleta de dados (de forma precisa e confiável) e de estruturação e análise desses, como à capacidade da organização de decidir e tomar ações decorrentes dessa análise. Em termos ideais, ela deve ser capaz de responder imediatamente aos resultados e eles devem ser obtidos e divulgados com a maior freqüência possível. Existem várias ferramentas que são utilizadas para facilitar todas essas atividades de planejamento e gestão. São essas ferramentas que você terá em suas mãos a partir da próxima aula. O s indicadores são organizadoshierarquicamente, podem ser globais ouparticulares, passando por níveis intermediários. Eles se relacionam entre si e os resultados obtidos em um nível afetam e são afetados pelo que é obtido nos demais níveis. Tais desdobramentos nem sempre são fáceis de serem visualizados, mas é importante que a organização realize tal esforço para obter orientações seguras para suas decisões estratégicas. Essas árvores de indicadores são montadas de forma dedutiva ou indutiva. Planejar a aplicação dos indicadores contribui para o seu sucesso, pois eles são fundamentais para a construção do consenso sobre estratégias, incluindo alinhamento de metas setoriais e individuais com as globais, facilitam os processos de comunicação e fornecem dados para correções de rota. Alguns passos são essenciais para essa implementação. As palavras-chave que sinalizam esses passos são: verificar objetivos e metas, estudar tudo que se associa a esses objetivos e metas, definir fatores críticos específicos, descobrir quais as informações necessárias para o sucesso, definir IDs, determinar responsáveis e estabelecer freqüência – sendo que a freqüência está diretamente associada com a capacidade da organização de coletar e analisar dados, bem como divulgá-los e adotar as ações necessárias. É por isso que se deve evitar uma profusão de indicadores: muitas vezes, mais prejudicam do que ajudam. Finalmente, estruturar uma tabela para fácil visualização das etapas facilita todo o processo de gestão. Responda Sobre a hierarquia e classificação dos indicadores, o que é correto afirmar? 57Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos Existem muitas ferramentas queforam desenvolvidas para facilitara Gestão de Processos. Elas permitem abordagens diferenciadas, que atendem as diversas necessidades organizacionais. Mas como escolher o modelo mais adequado? Antes de mais nada, é necessário que você conheça tais ferramentas, para só então decidir qual a mais apropriada para o caso no qual você está trabalhando. Assim, esta aula apresentará as seguintes ferramentas: • Ciclo do PDCA; • Diagrama de Causa e Efeito; • Histogramas; • Diagrama de Pareto; • Gráficos seqüenciais/temporais. Prepare-se, portanto, para ampliar seus horizontes! Ferramentas Gerenciais15 O Ciclo do PDCA, representado na figura abaixo, é um métodoutilizado para se alcançar metas, tais como manutenção ou melhoria do padrão. O nome dessa ferramenta deriva das iniciais, em inglês, dos verbos que definem os procedi- mentos. Confira no diagrama: 15.1 Ciclo do PDCA 58Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 15FerramentasGerenciais Para melhorar o padrão 1. Identifique o problema. 2. Reconheça as características do problema. 3. Descubra as principais causas. 4. Elabore o plano de ação para eliminar as causas principais. 5. Execute o plano. 6. Verifique os resultados. 7. Padronize. 15.2 Como aplicar Confira, agora, como aplicar o Ciclo do PDCA. O Diagrama de Causa e Efeito, como o próprio nome o diz,possibilita a identificação das possíveis causas de um problema ou efeito. É conhecido, também, como Diagrama de Ishikawa, em homenagem ao Dr. Kaoru Ishikawa, que primeiro o utilizou. Também é conhecido como Diagrama de Espinha de Peixe, por causa do seu formato. Você já viu esse diagrama na aula 8. Seu principal objetivo é analisar criteriosamente e expor de forma visual as relações entre um determinado efeito e suas causas potenciais. Embora possa ser utili- zado individualmente, esse instrumento é muito bom para orientar as discussões em grupo, estimulando a participação de todos 15.3 Diagrama de Causa e Efeito e aproveitando ao máximo o conhe- cimento de cada pessoa. Permite organizar idéias e visualizar agrupa- mentos, destacan- do as possíveis causas mais signi- ficativas. Lembre- se de construir um diagrama para cada problema ou efeito in- desejável e de entender claramente cada causa. Ao definir o problema ou efeito in- desejável, a equipe deve se restringir à sua área de responsabilidade. Siga, então, os passos! Para manter o padrão 1. Estabeleça a meta padrão – qualidade padrão, custo padrão, etc. 2. Defina a sistemática operacional para atingir a meta padrão. 3. Execute conforme a sistemática operacional definida anteriormente. 4. Verifique a conformidade do processo e do produto. 5. Implemente ação corretiva para eliminar a causa da não-conformidade. 59Luis Henrique C. Silva, Gestão de Processos 15FerramentasGerenciais 15.4 Passo-a-passo 1. Identifique e defina o problema ou efeito indesejável no processo. 2. Certifique-se que todos os participantes do grupo entenderam claramente o que será discutido. 3. Identifique os principais grupos de possíveis causas, com a abordagem 6 Ms: medida, mão-de-obra, máquinas, matéria-prima, meio ambiente e método. 4. Construa o Diagrama de Causa e Efeito. 15.5 Histograma O histograma é um gráfico decolunas que representa a formacomo se distribui um conjunto numérico obtido em uma determinada coleta. É utilizado para: l apresentação do padrão de variação de um determinado processo; l visualização do comportamento de um determinado processo; Brainstorming Técnica utilizada para estimular a criatividade de uma equipe, para gerar e esclarecer uma série de idéias, problemas ou questões divergentes. Os participantes colocam tudo que pensam, associando idéias sem nenhuma censura. 5. Realize um brainstorming para identificar as causas prováveis relaciona- das aos grupos bási- cos (6 Ms). 6. Analise e sele- cione as causas apontadas. 7. Verifique
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