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Elaboração de Projetos de Engenharia – CCE0157 Professor: Tarcisio Costa Brum Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • O objetivo principal do estudo de receitas e desembolsos operacionais é estimar o fluxo de caixa operacional do empreendimento. • As estimativas são baseadas nos dados dos estudos anteriores e de execução de atividades ao longo da vida útil do empreendimento. • Os dados são representados na forma de fluxos de caixas operacionais, que determinam a expectativa de geração de caixa oriunda da diferença entre os movimentos financeiros de receitas operacionais, despesas operacionais e custos de produção, que refletem o ciclo operacional. • A elaboração de um fluxo de caixa operacional segue uma sequência: • Plano de contas • Projeto de receitas operacionais, custos de produção e despesas operacionais. Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • O plano de contas operacionais contempla as informações referentes às atividades operacionais do empreendimento. • O nível de detalhamento do plano de contas é importante: • Um alto nível de detalhamento implica na necessidade de projeções para seus valores que podem requerer análises muito detalhadas • Um baixo nível de detalhamento pode gerar projeções superficiais que não representem resultados mais verossímeis • Em geral, os planos de conta contemplam contas sintéticas e analíticas • As contas sintéticas agregam valores de outras contas, sendo formadas por contas com similaridade em algum aspecto • Contas analíticas representam diretamente algum tipo de movimentação financeira e geralmente compõe alguma conta sintética • A estrutura do plano de contas pode ser similar à DRE • A estrutura do plano de contas pode conter somente contas sintéticas com nomenclatura típica para comunicação entre outras áreas Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • Projeto de receitas operacionais • Já elaborada na etapa de estudo de mercado, a partir de dados históricos internos ou externos sobre a expectativa de quantidade de produtos vendidos e os preços cobrados no mercado, considerando o ciclo de vida do produto • Projeto de custos de produção • Realizados na etapa de estudo de tamanho • Contempla os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis • O custo do produto vendido (CPV) é o custo de fabricação do produto (projetado) x vendas (projetado) • Projeto de despesas operacionais • Desembolsos operacionais não relacionados ao processo produtivo • É necessário estabelecimento de premissas para projetar o comportamento das despesas • A natureza da despesa (fixa, variável) influencia na sua projeção • Exemplo: PIS/Cofins são percentuais que incidem sobre o valor bruto do faturamento Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • Projeto de despesas operacionais • Outros impostos são calculados sobre o lucro líquido do período. • Imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) • Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) na esfera estadual • Na esfera municipal ainda há o ISS (imposto sobre serviços) • Ao projetar o fluxo de caixa operacional, deve-se levar em conta as diferentes bases de cálculo na projeção do faturamento. • Exemplo: Se um empreendimento gerar receitas tanto a partir da comercialização de produtos como de prestação de serviços, os faturamentos dessas duas atividades devem ser projetados separadamente para permitir o cálculo adequado de impostos. • Nesse ponto, as equipes de projeto costumam contar com assessoria contábil • Dependendo do projeto, o enquadramento tributário pode ser otimizado Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • O gerenciamento de dados é crucial para uma boa elaboração de projetos e o posterior gerenciamento do projeto • Os dados são internos e externos • As fontes internas existem geralmente quando o empreendimento está em funcionamento, o que dificulta a projeção de contas operacionais • Os dados externos, como taxa de juros, câmbio...devem ser considerados na projeção do fluxo de caixa operacional • Caso não haja estatísticas descritivas, a equipe pode partir de um ponto balizador, calculado em circunstâncias futuras do empreendimento • Uma forma de melhorar a previsão de taxa de câmbio, por exemplo, é utilizar instrumentos derivativos (operações de hedge) que protegem contra variações de câmbio que impactam diretamente a receita. • Contratos futuros também são uma forma de mitigar riscos provenientes de variações futuras • O custo de um derivativo ou contrato futuro também deve ser contemplado no fluxo de caixa operacional Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • A qualidade do fluxo de caixa operacional deve ser verificada em termos de consistência, comparação e otimização. • Consistência: Assegurar que as informações estejam completamente incorporadas ao modelo, evitando erros e omissões. As informações no fluxo de caixa operacional devem refletir os ciclos financeiros e o modelo de negócios do empreendimento. • Comparação: O fluxo de caixa pode ser comparado com projetos similares (benchmarking) ou com parâmetros para verificar se está bom ou ruim. • Otimização: Análise de possíveis melhorias nos resultados projetados com modificações em variáveis que afetem o fluxo de caixa, também chamada de análise de sensibilidade. • O produto final é o fluxo de caixa operacional projetado ao longo da vida útil do projeto. • Existem formas (indicadores) para avaliar os resultados de um fluxo de caixa • A análise vertical mostra participação relativa de cada item de uma demonstração financeira em relação a determinado total • Pode ser utilizada para comparação entre diferentes empresas do mesmo setor • O resultado possui percentual associado de 8,84%. Esse % é chamado de lucratividade operacional ou margem de lucro operacional: • Margem de lucro operacional= 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 • Outra forma de realizar a análise vertical é comparar as contas analíticas com relação as contas sintéticas das quais fazem parte: • A análise horizontal busca comparar diferentes fluxos de caixa operacionais em períodos de tempo (meses, anos...) • No geral, tem duas variações: • Variação acumulada ou fixa as comparações de todos os períodos são feitas em relação ao período base, ou seja, o primeiro período da série; • Variação periódica ou móvel a comparação é feita sempre ao período anterior. Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • Outra forma de avaliar o fluxo de caixa operacional é pelo ponto de equilíbrio operacional (break even point) • Através deste ponto, pode-se saber o nível mínimo de receita que deve ser alcançado para não incorrer em prejuízo. • Deve-se conhecer o comportamento das receitas, despesas fixas e despesas variáveis e os custos de produção. Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • O ponto de equilíbrio é a interseção das retas onde a quantidade de produtos vendidos (nível de atividade no gráfico) e o preço vendido se iguala às despesas totais do período. • Temos que: 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Qtd x 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝐹𝑖𝑥𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Qtd x 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝐹𝑖𝑥𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + (𝑄𝑡𝑑𝑥𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜) Organizando, tem-se que: Qtd= 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝐹𝑖𝑥𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜−𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 A expressão (𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜−𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜) é denominada Margem de contribuição unitária. Estudos componentes: Receitas e desembolsosoperacionais • Do exemplo anterior de fluxo de caixa, as contas sintéticas são: • Faça uma análise vertical e calcule a margem de lucro operacional. • Calcule o custo variável unitário, dado que a margem de contribuição unitária é de 5 reais. Qtd= 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝐹𝑖𝑥𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜−𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 = 36350 5 = 7270 Receita=Qtd x 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 = 225000 7270 = 𝑅$ 30,95 ⇒ 𝐶𝑉𝑢 = 𝑅$25,95 Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • A margem de contribuição percentual do empreendimento é o quanto sobra da receita quando abatidas as despesas variáveis. • A receita de equilíbrio representa o ponto onde não há prejuízos e é representada da forma: • De posse desses conceitos, qual é a RE? MC%= (R$ 225000− R$168750)= R$ 225000 0,25 RE= 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝐹𝑖𝑥𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝐶% RE= 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝐹𝑖𝑥𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝐶% = 𝑅$36350 0,25 = 𝑅$145400 Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • Ponto de equilíbrio contábil é o ponto onde os custos e despesas totais são iguais à receita, ou seja, o lucro é zero. • Exemplo: • Produção atual: 1.000 unidades / mês • Preço de venda: $ 60,00 por unidade • Custo variável: $ 12,00 por unidade • Custo Fixo Total: $ 13.000,00 • Despesas variáveis: $ 10,00 por unidade • Despesas fixas totais: $ 9.000,00 Margem de contribuição unitária: Preço de venda (-) custos variáveis (-) despesas variáveis Margem de contribuição unitária =60,00-12-10=$38,00 Custos fixos+ Despesas fixas = $13.000 + $9.000 = $22.000 Ponto de equilíbrio: $22.000 / $ 38 = 578,9 unidades. Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais • Ponto de equilíbrio financeiro • Não leva em conta a Depreciação, Amortização e Exaustão (que diminuem o lucro, mas não representam saída de caixa). • Ponto de Equilíbrio Financeiro = (Custos fixos e despesas fixos - depreciação, amortização e exaustão) / margem de contribuição unitária. • Ponto de equilíbrio econômico • Considera o Custo de Oportunidade no cálculo do ponto de equilíbrio. • Ponto de equilíbrio econômico: (custos fixos e despesa fixos + custo de oportunidade)/margem de contribuição Estudos componentes: Receitas e desembolsos operacionais – Gasto Fixo Total: $ 1.000 – Custo Variável Unitário: $ 5 – Preço de Venda Unitário: $ 10 – Gasto com Depreciação: $ 200 – Custo de Oportunidade: $ 200 Os Pontos de Equilíbrio Contábil, Financeiro e Econômico, considerando os dados acima, serão, respectivamente, a) 160, 240 e 200 unidades. b) 240, 200 e 160 unidades. c) 200, 160 e 240 unidades. d) $ 200, $ 160 e $ 240. e) $ 240, $ 200 e $ 160.
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