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Pedagogia Hospitalar

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UNESA – CURSO DE PEDAGOGIA 
GABRIELA DOS SANTOS SANTANA 
JENNIFER MARILZA RODRIGUES 
PALOMA ESTANISLAU 
RAFAELA LILIANE RIBEIRO 
RONIVIA OLIVEIRA PORCINO 
EDUCAÇÃO E SAÚDE EM CONTEXTO HOSPITALAR 
São Paulo 
2017 
2 
GABRIELA DOS SANTOS SANTANA 201607271087 
JENNIFER MARILZA RODRIGUES 201701291916 
PALOMA ESTANISLAU 201603334777 
RAFAELA LILIANE RIBEIRO 201603151354 
RONIVIA OLIVEIRA PORCINO 201603123091 
Objetivo Geral Miniprojeto, Pedagogia Hospitalar e Pequeno Histórico, 
Ações mais frequentes de pedagogos em contexto hospitalar, Equipe 
Multidisciplinar e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
Atividade apresentada ao Centro 
Universitário Estácio de São Paulo, na 
disciplina de Educação e Saúde em 
Contexto Hospitalar, sob a orientação da 
Prof.ª. Ms Helia Hisako Utida, como 
componente de nota e para a aprovação 
parcial na disciplina. 
São Paulo 
2017 
3
Sumário 
1. Objetivos ............................................................................................... 04
2. Introdução ............................................................................................. 05
3. Pedagogia Hospitalar ..................................................................... 06 - 07 
4. Ações mais frequentes de Pedagogos em
Contexto Hospitalar ........................................................................ 08 - 09 
5. Equipes Multidisciplinares .............................................................. 10 - 11 
6. A classe hospitalar como garantia do direito da criança e do adolescente
hospitalizado .................................................................................. 12 - 16 
7. Considerações Finais ............................................................................ 17 
8. Referências .................................................................................... 18 - 19
4 
Objetivos 
O objetivo do educador é fazer com que as crianças de uma forma lúdica e 
prazerosa aprendam os hábitos e práticas de higiene bucal desde o início da 
Educação Infantil, incentivando-as a conhecer e a cuidar da saúde bucal. 
Objetivos Específicos 
Ensinar e estimular os hábitos de higiene bucal; 
Ensinar a importância da higiene bucal na prevenção de doenças; 
Ensinar a importância dos cuidados que devemos ter com a boca; 
Identificar e estimular o uso dos objetos de higiene bucal; 
Valorizar a autoestima da criança. 
5 
Introdução 
A Pedagogia Hospitalar é uma modalidade que amplia o espaço de 
atuação do pedagogo. Ela surge da necessidade das crianças hospitalizadas 
de terem um acompanhamento pedagógico em seu período de internação, 
assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e para isso, o 
pedagogo deve estar apto a atender estas crianças. Com base nisso, esta 
pesquisa e o miniprojeto foram desenvolvidos com o objetivo de compreender a 
natureza e o papel do trabalho educativo realizado em hospitais. 
Entendemos que a criança com alguma enfermidade sofre com as 
privações impostas pela patologia, assim como pelo afastamento do seu meio 
de convivência familiar, social e escolar. Sabe-se que a maioria das crianças 
com patologias que requerem maior tempo de internação hospitalar ou que 
fazem hospitalizações recorrentes acaba excluída da escola, o que gera um 
grande prejuízo ao seu desempenho social e escolar. 
A atuação do pedagogo não se restringe apenas ao ambiente escolar e, 
portanto, faz-se necessário que este profissional atue em outros ambientes e 
conquiste novos espaços. O trabalho pedagógico no ambiente hospitalar 
proporciona a garantia da continuidade do processo de aprendizagem, fazendo 
com que as crianças ao retornarem à escola não venham a se sentir em 
defasagem em relação aos seus colegas e que não percam o vinculo com a 
escola e seu cotidiano. 
Por compreendermos de fato, a imprescindível contribuição do 
profissional pedagogo às crianças hospitalizadas, entendemos que o tema 
abordado é de fundamental importância, por ampliar a contribuição das 
ciências da educação, mobilizando a sociedade no sentido de garantir o direito 
ao atendimento pedagógico às crianças hospitalizadas, assegurado no Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA), na Resolução nº 41, do Conselho 
Nacional de Saúde, de Outubro de 1995, no item 9 – “Direito de desfrutar de 
alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, 
acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. 
6 
Pedagogia Hospitalar 
A pedagogia hospitalar surge com a necessidade da atuação de um 
pedagogo em uma instituição não escolar; podendo o profissional dentro de 
uma instituição não escolar, contribuir com o desenvolvimento do indivíduo que 
se encontra em quadro clínico (hospitalizado); respeitando e empregando 
metodologias e atividades que possam favorecer o indivíduo na continuação de 
seus estudos, dentro de um processo de ensino aprendizagem, para que o seu 
desenvolvimento e a qualidade de seu conhecimento e aprendizado não seja 
desprivilegiados ou prejudicados. 
A prática do pedagogo na pedagogia hospitalar poderá ocorrer em ações 
inseridas nos projetos e programas nas seguintes modalidades de cunho 
pedagógico e formativo: nas unidades de internação; na ala de recreação do 
hospital; para as crianças que necessitarem de estimulação essencial; com 
classe hospitalar de escolarização com continuidade dos estudos e também no 
atendimento ambulatorial (ABREU; 2007). 
A Pedagogia Hospitalar trata de uma pedagogia do presente que 
envolve saberes em prol da vida. Ela visa um atendimento global do educando 
hospitalizado, possibilitando que a equipe hospitalar, a família e a escola 
trabalhem juntos, interagindo com o enfermo com o intuito de acelerar o seu 
processo de recuperação (CARDOSO; SILVA; SANTOS). 
A formação e capacidades do pedagogo, que em momento histórico da 
pedagogia, começam serem quebrados antigos paradigmas sobre o perfil de 
formação e atuação do pedagogo, e começa a surgir um novo pedagogo com 
uma nova práxis educativa a partir de novas perspectivas formativas que 
fornecem o enfrentamento corajoso do renascimento desta profissão 
(FRANCO; 2001). 
7 
Procurando favorecer toda estratégia que ajude o desenvolvimento 
desta modalidade educacional e que sensibilize os agentes da educação e da 
saúde sobre a importância do atendimento educacional à criança hospitalizada, 
faz-se necessário construir um espaço para profissionais dedicados à atenção 
às crianças e jovens que devem permanecer hospitalizados, com o objetivo de 
sensibilizar para a questão, trocar experiências e refletir sobre pedagogia 
hospitalar, oferecendo ferramentas para o desenvolvimento desta modalidade 
educacional e explorando sua relação com o sistema educacional formal 
(ESTEVES; 2008). 
Pode-se entender que ao Pedagogo Hospitalar caberá o efetivo 
envolvimento com o doente para modificar o ambiente hospitalar, criando 
programas de intervenção adaptados para o contínuo desenvolvimento da 
criança hospitalizada. A prática educacional no hospital, além de ser possível, é 
extremamente importante para amenizar o processo doloroso que é a rotina de 
um enfermo (CARDOSO; SILVA; SANTOS). 
A pedagogia hospitalar poderá oferecer a criança hospitalizada, ou em 
longo tratamento hospitalar, a valorização de seus direitos á educação e a 
saúde, como também ao espaço que lhe é devido enquanto cidadão do 
amanhã (MATTOS; MUGGIATI, 2001). 
A educação diz respeito a todas as pessoas e durante toda a vida; 
portanto, inclui também a pessoa enferma. A capacidade de aprender da 
criança não desaparece com a enfermidade. O tempo ocioso que existe no 
hospital podeser preenchido com atividades que possibilitem a ela continuar se 
desenvolvendo, de modo que, quando sair do hospital, consiga acompanhar o 
ritmo da sua turma na escola regular (CARDOSO; SILVA; SANTOS). 
Com o desenvolvimento do nosso trabalho, pretendemos proporcionar 
não somente uma atenção voltada para a relação de saúde bucal, mas sim 
contribuir com a qualidade de vida das pessoas, que precisem de um olhar 
mais cuidadoso e individual para suas necessidades. 
8 
Ações Mais Frequentes de Pedagogos em Contexto Hospitalar 
A pedagogia hospitalar é um desafio, nesta área o pedagogo desenvolve 
um trabalho solidário ajudando pacientes prejudicados na sua escolarização, 
proporcionando conhecimento e qualidade de vida ao paciente. A educação no 
hospital tem como princípio, o atendimento personalizado ao educando na qual 
se trabalha uma proposta pedagógica com as necessidades, estabelecendo 
critérios que respeitem a patologia do paciente. No hospital as crianças estão 
longe do seu cotidiano voltado pelos amigos, brincadeiras e escola entrando 
em contato com integrantes do hospital enfermeiras, médicos além da família, 
por isso é fundamental a atenção do educador, em articular atividades para a 
aceitação do paciente no hospital. 
A prática do pedagogo se dará através das variadas atividades lúdicas e 
recreativas como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização, 
desenhos e pinturas, a continuação dos estudos no hospital. 
O educador deve buscar em si mesmo o verdadeiro sentido de educar, 
deve ser o exemplo vivo de seus ensinamentos e converter sua profissão numa 
atividade cooperadora do engrandecimento da vida. Para isso deve pesquisar, 
inovar e incrementar seus conhecimentos pedagógicos, expandir sua cultura 
geral e procurar conhecer e desenvolver novos espaços educacionais que 
possam de certa forma amenizar e possibilitar continuidade educativa. Dentro 
deste ângulo de possibilidade educativa cabe ressaltar uma área de educação 
diferenciada, o hospital onde se encontram crianças em tempo de 
escolarização, porém afastadas do ambiente de sala de aula, algumas por 
tempo prolongado devido a enfermidades. 
O hospital é um espaço que necessita de um pedagogo hospitalar, pois 
muitas crianças e adolescentes perdem o ano letivo por estarem 
hospitalizados, pensando neste problema o pedagogo deve atuar neste espaço 
onde as situações de aprendizagem fogem do ambiente escolar. No hospital, 
as crianças são ignoradas como alunos e vistas somente como pacientes. 
9 
A educação é fundamental e deve estar presente sempre independente 
das condições que a pessoa se encontre, neste caso a pedagogia hospitalar 
contribui possibilitando que as crianças e os adolescentes continuem 
aprendendo, há muitas crianças hospitalizadas que precisa de atendimento 
escolar. 
Com base nisso, apresentamos um miniprojeto visando à concepção da 
pedagogia hospitalar e a continuidade do projeto. O foco do tema a ser 
trabalhado é saúde bucal, a proposta é trabalhar esse tema com uma peça 
teatral simples sem cenário, porém com materiais confeccionados pela equipe 
que ilustrem os dentes e técnicas de escovação e uso do fio dental. 
Os personagens (a equipe) estarão caracterizados num espaço cedido 
pelo hospital para apresentação somente ao público infantil, com a presença 
do(s) responsável(s). Além da montagem da apresentação, a equipe 
confeccionará um folheto informativo sobre técnicas de escovação e uso do fio 
dental que será entregue após a apresentação junto com um brinde também 
confeccionado pela equipe. A ideia do brinde é um dente confeccionado em 
papel cartão com uma escova de dente. As escovas de dente serão doadas 
pelos consultórios dentários próximos ao hospital que também doarão creme 
dental e fio dental durante o período que o projeto for apresentado. 
O objetivo do protejo é fazer com que a criança de uma forma lúdica e 
prazerosa aprenda os hábitos e prática da higiene bucal desde cedo, pois 
esses cuidados se estende a vida toda. 
10 
Equipes Multidisciplinares 
Equipes Multidisciplinares são instâncias do trabalho escolar 
oficialmente legitimada pelo Artigo 26A da LDB, Lei n.º 9394/96, pela 
Deliberação n.º 04/06 CEE/PR, pela Instrução nº. 017/06 Sued/Seed, pela 
Resolução n.º 3399/10 Sued/Seed e a Instrução n.º 010/10 Sued/Seed. 
São espaços de debates, estratégias e de ações pedagógicas que 
fortaleçam a implementação da Lei n.º 10.639/03 e da Lei nº 11.645/08, bem 
como das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações 
Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e 
Indígena no currículo escolar. 
Na perspectiva da construção de uma educação de qualidade, da 
consolidação da política educacional e da construção de uma cultura escolar 
que conhece, reconhece, valoriza e respeita a diversidade étnico-racial, as 
Equipes Multidisciplinares têm como prerrogativa articular os segmentos 
profissionais da educação, instâncias colegiadas e comunidade escolar. 
O que é multidisciplinar? 
Multidisciplinar significa reunir várias disciplinas em busca de um 
objetivo final. Multi é uma palavra de origem latina (multus), que significa 
múltiplo, ou seja, aquilo que abrange muitos fatores. Ex: multicelular (que tem 
muitas células), multicolor (que tem muitas cores), multiforme (que tem muitas 
formas) etc. 
Disciplina, no sentido pedagógico, é um determinado campo do 
conhecimento, que se utiliza para fins de estudo, como parte de um currículo 
escolar. Multidisciplinar é um sistema de ensino que engloba experiências em 
várias disciplinas, em busca de metas a atingir, dentro de um programa 
específico. 
11 
A equipe multidisciplinar na área da saúde 
Na área da saúde a equipe multidisciplinar pode ser formada por 
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos e 
terapeutas ocupacionais que se reúnem para decidir quais serão os objetivos 
para um determinado paciente, que pode ser, por exemplo, comer sozinho. 
Desta maneira, cada um profissional vai fazer o que estiver dentro de 
sua área de formação para alcançar este objetivo em comum. O médico pode 
receitar medicamentos que combata a dor, o enfermeiro pode aplicar as 
injeções e tratar da higiene bucal, o fisioterapeuta pode ensinar exercícios para 
fortalecer os músculos dos braços, mãos e os da mastigação. 
Enquanto que o nutricionista pode indicar uma dieta pastosa, para 
facilitar os treinos, o fonoaudiólogo vai tratar de toda a parte da boca e 
mastigação e o terapeuta ocupacional vai dar atividades que façam com que 
estes mesmos músculos sejam trabalhados, sem que ele perceba, como, por 
exemplo, mandar um beijo para alguém. Este é um exemplo de um caso clínico 
da área de saúde. Mas a equipe multidisciplinar pode ser formada por 
trabalhadores de qualquer outra área. 
O papel do pedagogo em equipes multidisciplinares hospitalares 
Muitas vezes o aluno da escola regular precisa se afastar da sala de 
aula para tratamento de saúde, permanecendo hospitalizado por muito tempo. 
Quando o aluno adoece, interrompendo a convivência escolar, ele perde mais 
do que simplesmente o conteúdo das disciplinas, mas também ao se afastar do 
seu meio básico de socialização, ele sente-se infeliz e solitário, o que dificulta 
sua recuperação no decorrer do tratamento. 
Esse contexto todo abrange, por sua vez, necessidades escolares 
dentro de um ambiente hospitalar. Assim, esse ambiente educacional não 
formal, proporciona ao Pedagogo novos espaços de atuação. 
12 
A Pedagogia Hospitalar proporciona uma assistência específica através 
do atendimento afetivo e humanitário para criançase jovens assim como para 
seus familiares, visando propiciar o prosseguimento na escolaridade formal e 
aprimorar a adaptação de pacientes em hospitais. O trabalho multidisciplinar 
permite a cooperação entre profissionais de vários campos no cenário 
hospitalar, pode modificar o espaço e torná-lo um ambiente mais carinhoso, 
aconchegante, social e inclusivo. 
O Pedagogo possui um importante papel nesta equipe, pois a criança 
doente necessita de cuidados específicos, que contemplam as características 
físicas e biológicas de cada criança como as diferentes recomendações sobre 
diagnóstico e necessidades nutricionais. Por conseguinte, vários campos do 
saber se complementam em virtude do prosseguimento do desenvolvimento 
integral dos alunos/pacientes (brincar, jogar, pensar, criar, trocar etc.). 
Podem-se realizar algumas atividades com as crianças em classes 
hospitalares, como jogos educativos ou recreativos, peças de encaixe com 
vários níveis de complexidade, brinquedos variados, materiais para pintura, 
livros para colorir, massas de modelar, utilizar aparelho de som, elaborando 
brincadeiras que estimulem a coordenação motora, entre outros. A classe 
hospitalar, além de espaço de educação não formal é uma modalidade de 
ensino garantida por lei e de extrema importância para a criança/adolescente 
em tratamento. 
A classe hospitalar como garantia do direito da criança e do adolescente 
hospitalizado 
A criação de classes hospitalares para crianças e adolescentes 
hospitalizados já é reconhecida pela nossa legislação como um direito. Na 
Constituição Federal já há a essa previsão no Título VIII – Da Ordem Social, 
Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, artigo 205: 
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”. 
13 
Tendo por base nossa Carta Magna, inúmeras leis surgiram a partir da 
década de 90, como forma de regulamentação desse direito. O Estatuto da 
Criança e do Adolescente – ECA, criado em 1990, dispõe dos princípios e 
direitos fundamentais de defesa à infância e à juventude. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA retrata “o direito à 
educação de desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação 
para a saúde”. Observamos aqui um grande avanço no sentido de se 
preocupar e instituir ações a esta parcela da sociedade que durante muito 
tempo mantiveram-se excluída do processo educativo. 
No Brasil, a Resolução nº 41 de 1995 do Conselho Nacional dos Direitos 
da Criança e dos Adolescentes\CONANDA, trata dos Direitos da Criança e do 
Adolescente Hospitalizados. Nesse documento estão descritos vinte itens, 
dentre eles: “o direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu 
tratamento, sem que haja distinção de classe social, condição econômica, raça 
ou crença religiosa; o direito de ter conhecimento adequado de sua 
enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos, respeitando sua fase 
cognitiva, além de receber amparo psicológico quando se fizer necessário; o 
direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação 
para a saúde e acompanhamento do currículo escolar, direito a que seus pais 
ou responsáveis participem ativamente do diagnóstico, tratamento e 
prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será 
submetida”. 
Posterior a esse processo, tem-se a Lei de Diretrizes e Bases – LDB 
9.394/96, - no título II “Dos Princípios e Fins da Educação Nacional” que retrata: 
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos 
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por 
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola [...] 
Percebemos que a Lei 9.394/96, embasada pela Constituição Federal, 
retoma e enfatiza a ideia de educação para todos, como direito de todo 
cidadão. 
14 
Por meio da Resolução do Conselho Nacional da Educação (BRASIL, 
2001) instituíram-se as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica. Assim, reaparece a preocupação com as classes 
hospitalares e atendimento domiciliar de maneira mais sistemática. Em seu 
artigo 13 destaca a necessidade da ação integrada entre a escola e sistemas 
de saúde para a continuidade da aprendizagem, fato este que contribui para o 
retorno da criança/adolescente e reintegração ao grupo escolar por meio de um 
currículo flexibilizado. 
Em 2002 tem-se outro documento intitulado “Classe Hospitalar e 
Atendimento Pedagógico Domiciliar: estratégias e orientações”, publicado pelo 
MEC (BRASIL, 2002) com objetivo específico de estruturar ações, políticas de 
organização do sistema de atendimento educacional em ambientes 
hospitalares e domiciliares. 
Acerca da legislação apresentada, podemos perceber que a 
preocupação com uma educação para todos, preconizada pela Constituição 
Federal, vem mobilizando vários setores com o objetivo de garantir este direito 
da continuidade do processo educativo. No entanto, a inscrição pura e simples 
desse importante e tão preconizado direito na Constituição Brasileira, não 
resolveu, por si só, como não se esperaria que o fizesse, o problema da 
exclusão ao direito de ensino. Tornam-se necessários, mecanismos adequados 
para a efetivação deste direito de modo que não se mantenha somente como 
previsão normativa para ilustrar a existência deste direito. 
Portanto, as leis que amparam a educação em contexto hospitalar vêm 
reforçar e legitimar o direito à educação, visto que o desenvolvimento de uma 
criança, bem como o seu aprendizado não pode parar em virtude de uma 
internação. Porém, observamos que o direito está garantido em lei e 
reconhecido oficialmente, mas ainda desconhecido por uma grande parcela da 
população e muitas vezes restrito ao papel, longe de ser efetivada por meio de 
iniciativas que o tornem realidade. 
15 
O direito à educação da criança e adolescente hospitalizado 
A educação dentro dos hospitais tem representado um papel significativo 
para as crianças e adolescentes que durante muito tempo foram silenciados e 
excluídos em relação ao direto à educação. Estas crianças, por diversas vezes, 
foram consideradas incapazes de dar continuidade aos seus estudos 
ocasionando defasagens no seu aprendizado ao retornarem para a escola 
regular. 
Tendo em vista a importância e necessidade do direito à educação a 
todos, incluindo esta minoria de crianças hospitalizadas, é que a classe 
hospitalar adquire seu caráter de democratização na continuidade e acesso à 
educação. 
Cabe ressaltar que há uma preocupação com a recreação e diversão 
dentro do hospital, pois se considera que essa atividade se transforma numa 
fonte inibidora de sofrimentos e angústias. Desta maneira, a presença de 
brinquedos e de atividades diferenciadas contribui para a diminuição das 
sensações desagradáveis decorrentes dos tratamentos e para manter o 
processo natural de desenvolvimento infantil (processo este que é interrompido 
quando há uma internação). Frente a isso, criou-se a Lei Federal 11.104 de 21 
de março de 2005 (BRASIL, 2005), de autoria da deputada Luiza Erundina, a 
qual propôs a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades 
de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. A 
deputada Luiza Erundina em 2005 relatou que a brinquedoteca não é somente 
um amontoadode brinquedos, mas requer também a presença de técnicos, 
psicólogos, pedagogos de modo a intervir nestes espaços de maneira 
adequada. 
Mas a lei ainda é falha, pois não faz menção à formação dos 
profissionais que devem atuar neste ambiente. É interessante destacar também 
que a estrutura, o número de crianças atendidas no hospital, bem como a 
demanda de materiais é indispensável para se implementar o trabalho 
educativo no espaço hospitalar. 
16 
É preciso considerar que nem todas as crianças e adolescentes têm 
condições de participar das atividades educacionais no hospital devido ao seu 
estado de saúde. Todavia, existem muitas crianças e adolescentes 
hospitalizados que apresentam condições físicas e emocionais propícias à 
continuidade dos estudos, e que são privados deste direito em muitos 
hospitais. 
Somente a lei não basta para garantir o direito da criança de desfrutar da 
continuidade à educação em contexto hospitalar, mas já é um primeiro passo. 
Conforme Cury (2002), declarar um direito é bastante significativo, pois 
equivale a colocá-lo dentro de uma hierarquia que o reconhece como um ponto 
prioritário das políticas sociais. Mais significativo ainda se torna esse direito 
quando ele é declarado e garantido efetivamente pelo poder interventor do 
Estado, no sentido de assegurá-lo e implementá-lo. Declarar é retirar do 
esquecimento e proclamar aos que não sabem, ou esqueceram, que eles 
continuam a ser portadores de um direito importante. Em virtude disso, resulta 
a necessária cobrança deste direito quando ele não é respeitado. Partindo das 
ideias do autor, é que se reconhece a necessidade de criar políticas públicas 
voltadas para crianças e adolescentes hospitalizados que não se restrinjam 
somente a alguns ou à existência arquivada de mais uma lei, mas que esteja 
voltada a todos que não tem possibilidade de frequentar a escola regular e são 
dignos de possuir este direito garantido e efetivado. 
17 
Considerações Finais 
A classe hospitalar, apesar do amparo legal, ainda se apresenta como 
um desafio para a implementação desta modalidade de ensino dentro dos 
hospitais. Uma grande parcela da sociedade ainda insiste em não reconhecer, 
ou desconsiderar que o ensino no hospital se constitui como respeito e direito 
de cidadão a dar continuidade aos seus estudos. 
O reconhecimento da educação dentro do hospital é bastante recente e 
a luta pela conquista deste espaço passa por um processo lento e gradativo. 
Isso nos remete a pensarmos que se trata de uma questão cultural, pois são 
considerados minorias muito fracas para garantir este direito. Temos a cultura 
de assimilar que o conhecimento sistematizado é adquirido e permitido 
somente dentro da escola, como se as crianças que estão no hospital 
estivessem à margem da sociedade, assim como os indígenas, os ciganos, 
enfim, uma determinada parcela da sociedade que ainda se encontra 
negligenciada do processo educacional e que necessitam de um olhar mais 
apurado com relação à efetivação e o contato com a prática educativa. 
18 
Referências 
ABREU DO PRADO WOLF, Rosângela; Pedagogia Hospitalar: A Prática do 
pedagogo em instituição não escolar; Revista conexão (UEPG), vol. 3, núm. 1 – 
enero diciembre, 2007. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa 
Oficial, 1988. 
Cardoso, Cristiane Aparecida; Silva, Aline Fabiana; Santos, Mauro Augusto. 
Pedagogia Hospitalar: A importância do pedagogo no processo de 
recuperação de crianças hospitalizadas, 2012. 
______. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
Hospitalizados. Resolução n° 41 de outubro de 1995. Disponível em: < 
https://www.ufrgs.br/bioetica/conanda.htm>. Acesso em 25 set. 2017. 
CURY, Carlos Roberto Jamil. Direito à educação: direito à igualdade, direito à 
diferença. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.116, p. 245-262, jul. 2002. 
DIA A DIA EDUCAÇÃO -
<www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteud
o=56>, acesso em 25 set. 2017. 
ESTEVES, Cláudia R; PEDAGOGIA HOSPITALAR: Um breve histórico, 2008. 
FRANCO, Maria Amélia Santoro; Apud. ABREU DO PRADO WOLF, 
Rosângela; Pedagogia Hospitalar: A Prática do pedagogo em instituição não 
escolar; Revista conexão (UEPG), vol.3, núm.1 – enero diciembre, 2007. 
______. Lei n. 8.069/90. Estatuto da criança e do Adolescente no Brasil. 
Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em 25 set. 
2017. 
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 
de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/>. Acesso em 
25 set. 2017. 
MATOS, Elizete Lúcia Moreira; apud. ABREU DO PRADO WOLF, Rosângela; 
Pedagogia Hospitalar: A Prática do pedagogo em instituição não escolar; 
revista conexão (UEPG), vol.3, núm.1 – enero diciembre, 2007. 
19 
SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO (SIEPE) -
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