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Legislação trabalhista e previdenciária resumo

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Legislação trabalhista e previdenciária
AULA 1 - INTRODUÇÃO AO DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO
Algumas definições são fundamentais para o entendimento desta matéria. Assim, definiremos Trabalho, Seguridade Social e Direito. 
Trabalho é todo esforço físico ou mental para obter um resultado, em benefício próprio ou de terceiro. Com base nesta definição, indagamos: o ser humano sempre trabalhou? 
Direito é o conjunto de princípi os e normas e Instituição que regula alguma coisa no convívio social. E o ser humano é um animal racional e gregário, que, por segurança e instinto de preservação, vive em grupo ou em sociedade. 
Assim, se o ser humano sempre trabalhou, esforçando-se ao menos para se alimentar, podemos concluir que sempre existiu o Direito do Trabalho? Se a resposta for não, indagamos: por que? 
A solução está no fato econômico, isto é, se todos os insumos forem abundantes, se derem para contemplar todos do grupo, não haverá conflito, não havendo necessidade de regulamentação através do Direito. Todavia, se os fatores forem raros ou insuficientes para atender a todos, haverá necessidade de regular o seu uso pela sociedade ou pelos grupos através do Direito. Assim, temos os três elementos necessários ao Direito do Trabalho, isto é: existia a vida em grupo, existia algum fator raro e existia a necessidade de um esforço para obtê-lo. 
As Relações do Trabalho tiveram suas raízes em três etapas antecedentes.
	Escravidão – Havendo abundância de fatores econômicos e compatibilidade social, não há conflito e prevalece a paz social, o trabalho é comunitário e seus frutos são partilhados. No entanto, havendo algum fator raro, incompatibilidade social ou noção de propriedade, surge o conflito. Mental ou numericamente , os mais fortes e organizados tendem a dominar e subjugar os mais fracos ou dispersos. Em um primeiro momento, os vencedores sacrificavam os vencidos. Posteriormente, os vencedores passaram a escravizar os vencidos para usufruir de seu trabalho em serviços exaustivos e sem nenhum tipo de remuneração. Assim, como estavam subjugados, os escravos passaram a ser tratados juridicamente como bens de produção, sendo objeto de compra e venda, hipoteca, etc. A escravidão era considerada justa e ética na Grécia, no Egito e em Roma. Na Idade Média, eram escravizados os bárbaros e infiéis. Mais tarde, nas Américas, no período colonial, índios e negros. Somente a Revolução Francesa proclamou a escravidão indigna, e em 1857 ela foi banida dos territórios dominados pela Inglaterra. Obs.: Escravos libertos alugavam seus serviços, surgindo assim os primeiros assalariados. 
	Servidão – Foi um tipo de Relação de Trabalho muito generalizado até a Idade Média, em que o indivíduo, embora não tivesse a condição jurídica de escravo, não tinha liberdade, sendo uma característica das sociedades feudais. Sua base legal estava na posse da terra pelos senhores, que se tornavam possuidores de todos os direitos, inclusive sobre seus habitantes, numa economia baseada na agricultura e pecuária. Embora não fossem escravos, os servos estavam sujeitos a severas restrições, inclusive de deslocamento. A eles eram assegurados os direitos de herança de animais, objetos pessoais e o uso de pastos, mas o imposto sobre a herança cobrado pelos senhores absorvia de forma abusiva os bens dos herdeiros. Abaixo dos servos, haviam aqueles que haviam perdido o arado, os animais e o direito do uso do posto, e trocavam seus serviços por alimentação e habitação. A Servidão começa a desaparecer no final da Idade Média.
	Corporações de Ofício – Iniciam a transição da economia doméstica para a economia de consumo primário. A fuga do homem do campo, onde o poder dos nobres era quase absoluto, concentrou as populações nas cidades, principalmente os que conseguiam se manter livres. A identidade de profissão aproximou alguns homens, dando origem às Corporações de Ofício. 
Revolução Industrial 
Vários acontecimentos ou fatos tecnológicos, econômicos, jurídicos, políticos e sociais ocorreram na Europa – principalmente na Inglaterra e na França - no espaço aproximado de cem anos, entre o início dos séculos XVIII e XIX. 
Fatos tecnológicos - Destacam-se as invenções ou o desenvolvimento da máquina de fiar, a fundição do ferro em aço, o tear mecânico, a máquina a vapor e dos navios. Primeiro houve a retração dos empregos depois a expansão, porém com salários baixos, como ocorre na robotização, nos dias de hoje. 
Fatos Econômicos - Transformação da economia de consumo primário para a economia de consumo de massa, com um vasto mercado necessitando de bens. 
Fatos Jurídicos - Surgimento de contrato de trabalho subordinado: o homem livre do campo, fugindo do absolutismo dos senhores feudais, só possuía para sobreviver e se alimentar a sua força de trabalho; então, a vendia a quem se dispusesse a pagar por ela, que adquiria o direito de determinar o que e como fazer. Esta condição, bem como a natureza alimentar do salário e o poder de comando do empregador, foram fatos básicos na formação do Direito do Trabalho e das Modernas Relações do Trabalho. 
Fatos Políticos - A classe capitalista almeja o poder na sociedade e dentro da Doutrina Liberal, se contrapondo ao absolutismo dos senhores feudais, prega que a liberdade com fraternidade geraria a igualdade e que todos, através do voto, poderiam exercer o poder. 
Fatos Sociais - Os trabalhadores vindos do campo se aglomeram em favelas em torno das fábricas; o sistema liberal e a grande exploração dos trabalhadores em um capitalismo selvagem, sem qualquer visão social , os levava a condições de vida sub-humanas. 
Ocorrendo cada vez mai s oferta de mão de obra do que de emprego, os salários diminuem e as condições de trabalho se precarizam . Os trabalhadores, suas mulheres e filhos se dedicam a jornadas de até 12 horas diárias, mas não conseguem condições dignas de sobrevivência. Neste momento percebem que há algo injusto e iniciam a tomar.
A consciência e o espírito de classe surgindo, o capitalismo e proletariado como classes antagônicas e rivais. A decadência do Sistema Liberal se inicia com a percepção de que o choque entre o individual e o coletivo punha em perigo a estabilidade social, gerando uma compensação jurídica com um sentido mais justo de equilíbrio, deixando o individualismo em plano secundário e prevalecendo o interesse social. 
Como vimos, na Escravidão, em que os trabalhadores eram subjugados e tratados como objetos ou bens de produção, e durante a Servidão, em que a liberdade oferece sérias restrições e nem os direitos individuais como a propriedade eram respeitados, não havia condições para existir o Direito do Trabalho. Já nas Corporações de Ofício, originadas pelo instinto gregário do ser humano e do fato de que todos os q ue exercem um mesmo ofício, instintivamente, não havendo concorrência, tendem a se reunir, surge um novo espírito de classe e uma forte solidariedade do grupo. Esta solidariedade do grupo para com seus integrantes são os fundamentos para o surgimento da Previdência Social. 
As Corporações de Ofício eram compostas por três classes: 
Os Mestres, que detinham todo o conhecimento. Os 
Companheiros, que faziam as obras, mas não tinham o conhecimento total. 
Os Aprendizes (ajudantes, hoje os estagiários). 
Por trabalharem juntos, e pelo fato de que, em casos de acidentes ou doenças, quem não produzia não recebia e não tinha como se manter e a seus familiares, os que produziam, solidários com os que estavam doentes, separavam espontaneamente parte de seus rendimentos para ajudar no socorro aos desvalidos, surgindo as caixas de socorro mútuo ou Mútuas, que foram o embrião da futura Seguridade e Previdência Social. 
E o Direito do Trabalho? Ele se origina com vários fatos a seguir informados, mas chamamos a atenção para os fatos jurídicos, sociais e tecnológicos. As informações a seguir serv em de base para estudarmos os fundamentos ou princípios do Direito do Trabalho e do Direito Previ denciário. 
Explicação Expandida: 
Princípios ou
Fundamentos do Direito do Trabalho e Previdenciário. 
Conceitualmente, princípios são as ideias fundamentais e estruturais que servem para informar, normatizar e interpretar o Direito. Assim, os princípios do Direto Trabalhista, que estudaremos primeiro, e do Previdenciário, que veremos depois, servirão de base para tomada de decisões e planejamento, pois a legislação segue esses princí pios. 
Os princípios do Direito do Trabalho se dividem em 1- Pri mários e 2 – Derivados. 
1 – O princípio primário é a Proteção do Economicamente mais Fraco, qu e é básico e para que o Direito do Trabalho foi criado. A proteção ao economicamente mais fraco se objeti va através das seguintes três regras: 
1.1 – INDUBIO PRO-OPERARIUM – ou seja, havendo dúvida e cabendo mais de uma interpretação para uma norma, deve-s decidir pelo que for mais favorável ao trabalhador.
1.2 – APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL – Isto é, havendo duas normas regulando a mesma matéria, deverá se decidir pela que for mais favorável ao trabalhador. Assim, se uma Lei estabelece o Salári o Mínimo de R$415,00 e uma Convenção Coletiva estabelece um piso salarial para a categoria de R$ 600,00 valerá a Convenção.
1.3 - APLICAÇÃO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA - Existindo duas Leis para regular uma matéria, ou havendo uma ou duas condições para se fazer uma tarefa, deve-se optar pela que menos transtornos trouxer ao trabalhador.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Os Princípios do Direito Previdenciário estão vinculados aos Princípios da Seguridade Social, da qual faz parte, pois a Seguridade Social engloba a Assistência Social. 
1. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE: Pequenas contribuições de todos geram cobertura para muitos (Art.3º CF 88).
2. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E ATENDIMENTOS: Todos que exerçam atividade ou contribuam no território nacional têm direito à cobertura previdenciária e atendimento (Art .194 CF 88).
3. UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DE PRESTAÇÕES ENTRE POPULAÇÃO URBANA E RURAL: Mesmas prestações previdenciárias para trabalhadores urbanos e rurais.
4. SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS: O Estado seleciona os benefícios conforme suas possibilidades e distribui para os mais necessitados. Ex.: Salário-Família.
5. IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS: Os Benefícios devem ter os seus valores corrigidos pela inflação.
6. EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO: Todos devem participar conforme sua possibilidade, de forma direta - contribuições ou indireta – impostos. (Art.194, § Úni co – CF).
7. DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO: A base de financiamento da Previdência deve ser a mais variável possível para que uma dificuldade salarial momentânea não prejudique todo o conjunto.
8. ADMINISTRAÇÃO DEMOCRÁTICA E DESCENTRALIZADA: Participação da sociedade na organização e gerenciamento da Seguridade Social através de gestão Quadripartite com a participação do Governo – Empregador – Empregadores e Aposentados.
9. TRÍPLICE FORMA DE CUSTEIO: Empresas, Trabalhadores e Governo.
10. PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS/SERVIÇOS: Não pode ser criado um benefício ou serviço sem fonte para custeá-lo ou receita.
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO APLICÁVEIS AO DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO:
1. Razoabilidade da Conduta Jurídica;
2. Boa fé nos contratos;
3. Intransferibilidade de direito maior que o possuído;
4. Não beneficiamento com a própria malícia;
5. Pactua Sunt Servanda – cumprir os contratos;
6. Não prejudicar a outrem pelo exercício do próprio direito;
7. Não há condenação sem defesa.
Origens do Direito Previdenciário 
A proteção social teve seu embrião na assistência familiar mútua ou recíproca. O Clã – Pais, Filhos, Irmão e Parentes, por instinto de solidariedade e preservação do grupo familiar, providenciava assistência para os desvalidos ou para aqueles que não pudessem mais trabalhar. Com a evolução da sociedade, os grupos passaram a se agrupar em função do trabalho, como nas Corporações de Ofício. As pessoas tendem, por um Instinto natural , a se agrupar, principalmente se exercerem um mesmo ofício ou profissão, e este convívio desenvolve um espírito de solidariedade no grupo. Como exemplo, podemos citar uma sala de aula, que é um dos grupos sociais em que desenvolvemos esta solidariedade de nos preocupar uns com os outros. Nas Corporações de Ofício as condições de trabalho eram adversas e os integrantes trabalhavam para se alimentar e sobreviver com suas famílias. Assim, a relação de trabalho, desde aquela época, gera atividades e importunos que mereciam atenção especial dos trabalhadores. Os trabalhadores, por temor ou prevenção, de forma espontânea desenvolveram um sistema de assistência mútua ou recíproca, isto é, todos contribuíam com certa importância para um fundo de reserva ou caixa que poderia ser usada por cada integrante do grupo que estivesse impossibilitado de trabalhar e seu sustento e de sua família. Assim, surgem as caixas de socorro mútuo ou as mutuas ou o mutualismo. A Igreja e o Estado só passam a intervir para organizar e ajudar mais... 
FONTES E NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO 
A natureza jurídica de um direito determina a qual dos dois grandes ramos do Direito - Público ou Privado - ele pertence, e é de grande importância para entendermos a aplicação do direito, iniciando pelas fontes. 
A definição básica do Direito Público é: ramo do Direito em que a intervenção do Estado na relação jurídica e na elaboração da norma é total. Ex.: Direito Penal, Direito Constitucional, Direito Tributário e Direito Previdenciário. 
Direito Privado: é aquele em que a autonomia das partes na relação jurídica é grande ou total, embora sempre exista alguma i tervenção do Estado para proteger a sociedade ou o grupo abrangido. Ex.: Direito Civil, Direito Comercial e Direito Trabalhista. 
Concluindo, temos que a natureza jurídica do Direito Previdenciário é de Direito Público, pois os particulares não podem, por si próprios, criar benefícios ou contribuições com os quais a sociedade deve arcar. Já o Direito Trabalhista é um ramo do Direito Privado, pois, uma vez respeitados os direitos mínimos estabelecidos em Lei para proteger os trabalhadores de forma individual, as partes (empregado e empregador) são livres para estabelecer ou contratar o que quiserem. 
De forma coletiva, envolvendo o Sindicato Laboral, a autonomia é muito maior, como veremos ao tratar do Direito Coletivo. 
Feitas estas explicações, passamos ao estudo das Fontes, abordando inicialmente as Fontes gerais, em seguida as peculiaridades do Direito do Trabalho e posteriormente do Previdenciário.
A palavra Fonte significa origem, local onde nasce. Assim, neste contexto, Fonte é a força criadora que dá origem ao Direito. 
FONTES AUXILIARES: Os princípios gerais (previstos no Art. 8º d a CLT) do Direito, Jurisprudência, Analogia e Equidade. 
FONTES MATERIAIS: São os fatos que levam ou inspiram a sociedade como um todo a ter a necessidade de regular certo tipo de conduta da própria sociedade em determinada matéria. 
FONTE FORMAL PRIMÁRIA: é a vontade das partes na relação jurídica 
FONTE FORMAL IMPERATIVA: são regras de conduta ou normas (Leis) propriamente ditas. 
INTERNACIONAIS: normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotada pelo Brasil 
ESTATAIS: Constituição Federal, CLT, Decretos, Portarias. Obs: O direito previdenciário, por ser público, sua fonte é somente 
ESTATAL (CONSTITUIÇÃO E Leis) as demais se aplicam ao direito do trabalho. 
MISTAS: Sentenças normativas – dissídio coletivo feito pelo tribunal do trabalho (TRT). 
PROFISSIONAIS: Acordos e Convenções Coletivas feitas por sindicatos e empresas (acordos), Sindicatos Obreiro e Patronal (Convenção Coletiva). 
HIERARQUIA DAS FONTES ESTATAIS OU IMPERATIVAS 
O conhecimento da hierarquia das Fontes Imperativas ou Estatais é muito importante para decidirmos, entre várias normas ou leis, qual delas seguir. Assim, tanto no Direito do Trabalho quanto no Direito Previdenciário,
a seguinte ordem hierárquica Estatal deve ser observada:
1º: Constituição federal
2º: Lei federal – medida provisória – convenções internacionais ratificada pelo Brasil
3º Decretos que regulamentam as leis
4º Regulamento
5º Portaria
6º Ordens ou Serviços
Nota: Para o Direito de Trabalho, após as Fontes Estatais, a seguinte hierarquia de Fontes Imperativas deve ser observada:
7. FONTES MISTAS: Sentenças Normativas do TRT ou TST em Dissídios Coletivos.
8. FONTES PROFISSIONAIS: Acordos ou Convenções Coletivas de trabalho e Regulamento de Empresas.
A fonte primária – a vontade das partes – fica como última fonte, porque uma das partes (o empregado) é mais fraca que a outra (o empregador) e sua vontade pode ser contaminada, coagida ou distorcida (Princípios da Proteção ao Economicamente mais Fraco).
O direito do trabalho, dentro do Princípio da Proteção ao Economicamente mais Fraco, tem a peculiaridade de, quando a norma for mais favorável no trabalhador, permitir a total inversão da hierarquia das Leis. Assim, se um empregado quiser conceder um adicional de 200% para a hora extra aos trabalhadores da empresa, embora a Constituição Federal em seu artigo 7º determine 50% valerá o estipulado pelas partes, que é mais favorável ao trabalhador.
PRESCRIÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS
A Prescrição tem por base a segurança jurídica, ou seja, uma ação para postular um direito não pode ficar pendente para sempre. Assim, a Lei estabelece prazos para que as partes envolvidas postulem seus direitos. 
Direito Trabalhista:
Prescreve em 5 anos a ação para postular os créditos resultantes da relação de emprego até o limite de 2 anos após a extinção do contrato.
Assim, um trabalhador que tenha uma diferença salarial poderá postular os 5 últimos anos.
Se sair da empresa ele terá até 2 anos para ir a Justiça, se não o fizer, não poderá mais fazê-lo.
Direito Previdenciário:
Prescreve em 10 anos a possibilidade da Receita cobrar as Contribuições Previdenciárias e da Seguridade postular um benefício em juízo.
Assim, as relações de trabalho, desde aquela época, gera atividades e infortunos que mereciam atenção especial aos trabalhadores.
AULA 2 – O EMPREGADO
Trabalhador é o gênero do qual empregado ou trabalhador empregado é um dos quatro tipos:
Autônomo
Eventual 
Avulso
Empregado
Existem alguns fatos que, em conjunto, como veremos na definição, caracterizam o vínculo de emprego e assim o trabalhador será empregado. Se eles não existirem, não haverá vínculo empregatício. Esses fatos são de fundamental importância para a administração sem riscos do capital humano de empresa.
A definição legal de empregado prevista em Art. 3º da CLT, na qual estão presentes os elementos que caracterizam o vínculo do emprego, é assinalada da seguinte forma: “Considera-se empregado, TODA PESSOA FÍSICA, que prestar serviços de natureza NÃO EVENTUAL a empregador, sob DEPENDÊNCIA DESTE, e MEDIANTE SALÁRIO.
O empregado trabalha essencialmente para receber o seu salário, principal obrigação do empregador, e manter a si e a sua família.
Assim, se o trabalho for GRATUITO, se caracterizará por uma doação ou voluntariosidade, não por um vínculo empregatício, como se dá, por exemplo, no trabalho comunitário ou religioso, etc.
Os cinco elementos necessários para que o prestador de serviço seja considerado empregado são:
	Ser pessoa física;
	Haver pessoalidade;
	O serviço ser permanente ou não eventual;
	Haver dependência ou subordinação;
	Haver salário ou onerosidade.
Existindo em conjunto estes cinco elementos, e não ocorrendo fraude, o trabalhador será empregado; sem a presença de alguns deles, não haverá emprego.
Elementos que formam o vínculo de emprego:
Ser pessoa física: Somente pessoas físicas ou naturais podem ser empregadas, e nunca pessoas jurídicas. Além disso, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, segundo a qual não poderá haver fraude.
Pessoalidade (ou Prestação Pessoal do Serviço): É necessário não só que o trabalho seja prestado por uma pessoa física, mas por uma pessoa escolhida pelo empregador, com todas as suas qualidades e defeitos, não podendo haver substituição, salvo alguns casos, na relação de emprego.
Se houver sempre a substituição ou a prestação de serviço de qualquer pessoa, não estará caracterizado o vínculo de emprego. Desta forma, pode-se concluir que o empregado não é qualquer pessoa.
A pessoalidade se caracteriza por um processo de seleção na admissão do empregador, que determina qual pessoa física será admitida.
Não eventualidade ou permanência: É um elemento essencial que tem por base o princípio da “Continuidade do vínculo do emprego”. O empregador contrata o empregado para trabalhar permanentemente para ele, pois necessitará de seus serviços para que a empresa alcance seus objetivos. Se a prestação dos serviços for eventual ou esporádica, não haverá vínculo de emprego.
Dependência ou Subordinação: Também denominado trabalho subordinado, é o principal elemento para caracterizar o vínculo de emprego servindo de base para a origem do Direito do Trabalho. A subordinação consiste em várias modalidades: 
Subordinação Econômica: Tem por base o empregado depender, do ponto de vista financeiro, do empregador. O salário tem um caráter de sobrevivência não só para ele, mas também para a sua família.
Subordinação Jurídica: Tem por base o fato de que o contrato de emprego, que pode ser expresso ou tácito, seja uma relação jurídica na qual o empregado aceita se submeter às ordens do empregador e este, que assume os riscos do negócio, se compromete a pagar os salários do trabalhador. A hierarquia numa empresa estabelece a relação de poder entre os indivíduos. Determinar o que fazer, dar ordens (poder de comando) e punir são atribuições do empregador que se sobrepõe ao empregado.
Dependência Técnica: Tem por base o fato de o empregador assumir os riscos do negócio e saber quais são os objetivos e finalidades do Empreendimento, para determinar o que e como fazer. Esse poder pode ser exercido ou não pelo empregador dependendo do seu nível de especialização.
Dependência Moral: Tem por base o fato de o empregado ter o dever de trabalhar com Diligência, Lealdade, Colaboração, Eficiência e Honestidade.
Outros tipos de empregado: 
	Empregados com altos cargos de gestão;
	Empregados mandatários ou procuradores;
	Empregados diretores;
	Empregados domésticos que não tem todos os direitos;
	Empregados que trabalham em seu domicílio com subordinação.
Os Avulsos são trabalhadores do Cais ou do Porto ou os Chapas, que carregam e descarregam caminhões. São incluídos como empregados por equiparação constitucional (Art. 7 XXXIV CF 88).
Os Temporários são empregados das agências que fornecem mão de obra temporária às empresas, de acordo com a Lei 6.019/74.
No artigo 2º da CLT a definição legal de empregador se ajusta, perfeitamente, à definição de empregado, que está no artigo 3º da CLT.
Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal do serviço.
Obs.: O fato da definição de empregador anteceder a de empregado, na CLT, tem uma lógica: para existir o emprego e o empregado, primeiramente, tem que existir alguém que se disponha a empregá-lo. Portanto, sem empresa não há empregado.
Uma empresa é uma organização e toda organização pressupõe uma hierarquia para atingir seus objetivos econômicos (dar lucro) ou não. Assumindo o risco da atividade econômica: A empresa individual ou coletiva, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal do serviço (pessoalidade). Tudo isso ocorre enquanto durar uma empresa (permanência).
Três elementos são necessários para existência de uma empresa ou empreendimento:
Tarefa a executar ou finalidade;
Autoridade organizadora e dirigente (dono);
Pessoal subordinado para executar as tarefas.
PODER DE DIREÇÃO OU DE COMANDO DO EMPREGADOR
Toda organização pressupõe uma hierarquia que por sua vez pressupõe
o poder de organizar e definir o quê, como e quando realizar determinada tarefa. Isso ocorre mais quando se assume o risco do empreendimento.
Para que esse poder seja exercido, é necessário que exista o poder disciplinar.
O empregado, ao aceitar as condições do contrato de trabalho, concorda em aceitar as determinações ou ordens do empregador mediante o recebimento do salário.
AULA 03 – CONTRATO DE TRABALHO E RELAÇÕES DE EMPREGO
O Contrato de Trabalho é o gênero do qual a relação de emprego ou Contrato de Emprego é espécie. Cabe ressaltar que a CLT em seu artigo 442 não se refere a Contrato do Individual ou Trabalho, está considerado a Relação de Emprego ou Contrato de Trabalho Subordinado.
Definição: Contrato Individual de Trabalho é o Acordo Tácito ou Expresso correspondendo a Relação de Emprego, e pode ser: 
Indeterminado (regra legal);
Por prazo determinado (exceção);
Verbal;
Por escrito.
Conceitos:
Tácito: decorre de situação de fato, sem o formalismo jurídico, sendo presumido diante das circustâncias que envolvem o caso concreto. Como exemplo, podemos citar:
Uma pessoa procura uma loja e se oferece para fazer entregas com sua bicicleta, passando a fazê-lo diariamente, no horário de funcionamento da loja. O gerente por “liberalidade” lhe dá uma gratificação semanal e lhe passa instruções… chama sua atenção quando demora a fazer a entrega… Após algum tempo, a fiscalização trabalhista e previdenciária inspecionam a loja e o multam, pois está caracterizado tacitamente o vínculo de emprego.
Prazo indeterminado: é contrato que não tem prazo para terminar, podendo durar indefinidamente. É a regra geral dos contratos individuais de emprego.
Prazo determinado: As partes sabem o dia exato ou aproximado, neste caso dependendo de algum fato ou circustância, em que o contrato terminará. É exceção à regra no Direito do Trabalho e somente pode ser usado em determinadas condições e situações específicas.
Expresso: Quando os contratantes manifestam sua vontade de forma expressa, afirmada através de um documento (forma escrita) ou verbalmente, com testemunha. Assim, o Contrato Tácito pode ser verbal.
Características do Contrato Individual
O Contrato Individual do Trabalho é o elo jurídico que une ou vincula as partes, isto é, o empregado e o empregador. Assim, os elementos que integram o vínculo de emprego, empregado e empregador também estarão nele presentes, ou seja: pessoalidade, ser pessoa física, continuidade ou permanência, onerosidade, subordinação e alteridade.
Pessoalidade: É aquela pessoa física ou Contrato Personalíssimo
Contrato Contínuo: Contrato sucessivo
Onerosidade: Obrigação contratual do Empregador de pagar o salário
Subordinação: O empregado se obriga a respeitar e aceitar as ordens e determinações do empregador
Alteridade: O empregador assume todos os riscos do contrato.
Duração do Contrato de Trabalho
O contrato de trabalho pode ser por prazo indeterminado, o que é a regra, ou por prazo determinado, que só pode ser adotado em determinadas situações ou hipóteses.
O contrato por prazo determinado só poder usado em três hipóteses: Para serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo. Ex.: Contratar um auditor para uma análise ou um operário para fazer uma obra.
Atividades empresariais de caráter transitório. Ex.: Contratar para o Natal ou Carnaval, a participação em uma feira ou evento.
Contrato de experiência: Feito para verificar, mutuamente, se a empresa e o trabalhador correspondem às expectativas.
São considerados como contratos por prazo determinado os contratos de Artista; de Atleta Profissional; de Aprendizagem; de Técnico Estrangeiro; de Safra, da Lei 9.607/98, e de Obra Certa, que possuem dispositivos legais próprios para regulamentá-los.
DURAÇÃO DOS CONTRATOS A PRAZO : 
- Prazo máximo 2 anos
Caso seja ultrapassado essa data limite, o contrato passa a ser indeterminado desde o 1º dia de contratação inicial.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SEM SUBORDINAÇÃO 
- CONTRATOS DE ATIVIDADES
• EMPREITADA: Regida pelo Direito Civil, não há subordinação nem pessoalidade: o que se contrata é o resultado do serviço pelo qual o prestador é pago. Ex. Pintar uma parede ou reformar o estabelecimento. 
• MANDATO E REPRESENTAÇÃO: Contrato de Direito Civil, não há subordinação; o Mandato – Procuração é gratuito, o Representante ou Procurador ganha pelos negócios intermediados. 
• SOCIEDADE 
• LOCAÇÃO DE SERVIÇOS 
• PARCERIA RURAL (AGRÍCOLA OU PERCUÁRIA) 
AULA 04 - REMUNERAÇÃO E SALÁRIO 
Nesta aula estudaremos o Salário e a Remuneração: Definições, Conceitos, Formas de Remuneração, Tipos de Salário, Adicionais, Proteção Salarial e Equiparação Salarial. Veremos também a aplicação prática dos Princípios do Direito do Trabalho, da Igualdade Salarial e de sua Força Atrativa. 
Inicialmente devemos ressaltar que o pagamento do trabalho está ligado à subsistência do empregado (natureza alimentar) e de sua família, e é uma das partes mais importantes e delicadas do Contrato de Trabalho. 
E consequência do Direito Previdenciário , por ser base da Incidência das Contribuições à Previdência Social. Por ter natureza alimentar, o salário tem uma série de proteções para resguardá-lo. 
Remuneração é o gênero do qual o Salário é espécie. Assim, todo salário é remuneração, mas nem toda remuneração é salário. Observe a diferença: 
SALÁRIO - É todo pagamento feito diretamente pelo empregador ao empregado, como contraprestação do serviço feito ou da mão de obra colocada à disposição.
REMUNERAÇÃO - É tudo o que for pago pelo empregador, ou até por terceiros, ao empregado, mas sempre em virtude do contrato de emprego. Assim, como veremos, existem parcelas pagas pelo empregador ao empregado, mas que não integram ou fazem parte do salário como, por exemplo, as parcelas indenizatórias e os adicionais, em princípio.
TIPOS DE SALÁRIO 
O Salário pode ser fixo, variável ou misto, e ser pago em dinheiro ou em bens (utilidades) São 3 as formas de pagamento de salário: 
• Por unidade de tempo: considera o tempo que o empregado fica à disposição do empregador, não ligado diretamente ao resultado. 
• Por unidade da obra: considera o resultado do trabalho ou a produção do empregado. 
• Misto: considera os dois fatores, isto é, tempo e produtividade. Ex.: Salário por tarefa. 
FORMAS DE SALÁRIOS 
O Salário pode ser (1) Fixo (2) Variável (3) Misto. 
Pago por unidade de tempo, por tarefa e por unidade de obra, em dinheiro ou em utilidades (bens com significado econômico – casa, carro, alimentação – desde que não sejam para uso exclusivamente em serviço). 
PARCELAS QUE INTEGRAM O SALÁRIO DIRETAMENTE: 
a) Gratificações ajustadas 
b) Diárias para viagem ou que exceda a 50% do salário 
c) Abonos
REMUNERAÇÃO CONCEITOS 
Remuneração é tudo o que é pago pelo empregador ao empregado, até o que é pago por terceiros, desde que seja em virtude do contrato de trabalho. 
• Salário - de todo tipo e forma - pagos pelo empregador 
• Gratificações 
• Gorjetas – pagas por terceiros em virtude do Contrato de Trabalho 
• ADICIONAIS 
4.1– Adicional Noturno: 20% sobre o Salário Diurno, no horário de 22:00h às 5:00h para os trabalhadores urbanos, e a hora neste período terá 52 ½ minutos. 
4.2– Adicional de Horas Extras: 50% sobre a hora normal (CF 88 A rt 7º XVI). 
4.3– Adicional de Insalubridade: Grau Mínimo – 10% , Grau Médio – 20% e Grau Máximo - 40% do Salário, dependendo dos agentes que sejam prejudiciais à saúde do trabalhador e se gera para a Previdência a Aposentadoria Especial do trabalhador com 25, ou menos, anos de serviço. 
4.4– Adicional de Periculosidade: 30% do Salário Básico do trabalhador que tenha contato permanente com inflamáveis, explosivos e energia elétrica de alta tensão, que acarretam risco de vida. 
4.5– Adicional de Transferência: 25% do Salário, somente nas transferências provisórias. 
• AJUDAS DE CUSTO: Pagamento para Despesas ou Transferências 
• DIÁRIAS: Pagamento para Despesas ou Viagem sem precisar comprovar. 
• PRÊMIOS 
Todas as
verbas não salariais que sejam pagas com habitualidade, face ao princípio da Força Atrativa do Salário passarão a integrá-lo, não podendo ser mais retiradas, salvo se indenizados.
PROTEÇÃO DO SALÁRIO 
O Salário, face à sua natureza alimentar, (isto é, sua principal função é servir de base a subsistência do trabalhador é de sua família) é objeto de várias proteções. 
Ele é protegido: 
a) contra abusos do empregador, 
b) contra credores do empregado e 
c) credores do empregador, como veremos.
1. Proteção contra abusos do empregador
1.1 Proteção do valor, que se dá através do:
1.1.1 Salári o Mínimo
1.1.2 Irredutibilidade do salário, salvo acordo ou convenção coletiva em situações excepcionais.
1.1.3 Proibição de coação para que os empregados só comprem bens (utilidades) e serviços nos armazéns da empresa ou fornecidos por ela a preços elevados (Truck System).
1.2 Proteção da forma de pagamento, isto é, não é permitido passar de fixa para variável e vice-versa, principalmente se causar qualquer prejuízo ao trabalhador.
1.3 Proteção da época e lugar do pagamento – Ver Artigo 459 da CLT
1.4 Certeza do Recebimento – Pagamento contra Recibo
2. Proteção contra credores do empregado
2.1 Proibição de ceder o crédito salarial ao credor.
2.2 Impenhorabilidade do Salário.
3. Proteção contra credores do empregador
Em caso de falência, o salário é crédito privilegiado, ou seja, os salários dos trabalhadores são pagos antes de qualquer outra dívida do empregador – Ver artigo 449 da CLT. 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL OU ISONOMIA SALARIAL 
Esta matéria está totalmente prevista no artigo 461 da CLT, que iremos transcrever e ressaltar seus requisitos. 
Entender os preceitos da Isonomia Salarial é de grand e importância para o gestor, pois a distorção salarial de um paradigma (pessoa com o qual os outros se comparam) poderá gerar a equiparação de todos os outros empregados que exerçam a mesma função e preencham os requisitos necessários. 
ARTIGO 461 - Este Artigo faz parte do Capítulo II – Da Remuneração 
Art. 461 – Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 
§ 1º – Trabalho de igual valor, para os fins deste Capí tulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 
§ 2º – Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento. 
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional . 
§ 4º – O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. 
IDENTIDADE DE FUNÇÃO: A atividade exercida tem de ser absolutamente igual. Não se considera o cargo, mas a função ou o conteúdo do cargo. 
TRABALHO DE IGUAL VALOR: É o que é feito com igual produtividade (quantidade) e preparação técnica (qualidade). 
MESMO EMPREGADOR: O empregador (a fonte pagadora) tem de ser o mesmo. 
MESMA LOCALIDADE: Mesmo município ou região metropolitana. 
DIFERENÇA DE TEMPO DE SERVIÇO (na função): A diferença não pode ultrapassar 2 anos na função. 
INEXISTÊNCIA DE QUADRO DE CARREIRA REGISTRADO EM SRT.
AULA 05 - ALTERAÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. 
DURAÇÃO DO TRABALHO 
A regra geral é que o Contrato de Emprego seja por prazo indeterminado, e considerando o Princípio da Continuidade da Relação de Emprego existe o momento de iniciar o contrato, mas não se sabe quando terminará. 
Sendo assim, indagamos: se ele foi feito para durar, será que é um contrato imutável e não pode sofrer alterações? 
A resposta é muito clara e precisa, estando à disposição de todos no artigo 468 da CLT, que estabelece a seguinte regra: 
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a Alteração das Respectivas Condições, por motivo Mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula Infringente desta garantia. 
Desta forma, há duas condições para a Alteração do Contrato de Trabalho: 
Ser bilateral, isto é, ter a concordância de ambas as partes, o que, como veremos depois, não é uma regra absoluta, já que dependendo da necessidade do serviço e de sua extensão a alteração poderá ser unilateral, dentro do Jus Variandi do empregador. 
Não causar prejuízos diretos ou indiretos ao Trabalhador, condição esta absoluta. 
Pela análise dos detalhes das condições previstas no Art. 468 da CLT, as Alterações podem ser: 
Subjetivas (mais raras) 
Objetivas (mais comuns)
ALTERAÇÕES SUBJETIVAS: dizem respeito aos sujeitos, isto é, empregador e empregado. Quanto ao empregador, na hipótese de morte do empregador ou sucessão do Negócio, os direitos do trabalhador e seus contratos ficam preservados (Ver Arts. 10 e 483 da CLT). Quanto ao empregado, considerando que o Contrato de Emprego é personalíssimo, como regra básica o empregado não pode ser substituído, salvo em casos excepcionalíssimos e com o consentimento expresso do empregador. 
ALTERAÇÕES OBJETIVAS - São as mais comuns e dizem respeito ao objeto de contrato, que é a base de nosso estudo. Exemplos: Remuneração; Quantidade de Trabalho; Local da Prestação; Turno, etc. 
ALTERAÇÃO UNILATERAL - Como vimos, a regra é que a Alteração seja Bilateral; mas esta regra não é absoluta, já que cabem exceções nas hipóteses ou chamado Jus Variandi. 
Jus Variandi - São possibilidades de pequenas alterações unilaterais por parte do empregador com base no seu poder de direção, que, por necessidade do serviço e sem causar prejuízos ao empregado, podem ser feitas; por exemplo, nas hipóteses de alteração de horário, de função, de local da prestação (provisoriamente), etc.
SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
As duas principais obrigações do Contrato de Trabalho são: 
• trabalhar, para o empregado 
• pagar o salário, para o empregador
Na SUSPENSÃO as duas obrigações não ocorrem, isto é, o trabalhador não trabalha e o empregador não paga o salário, mas o Contrato de Trabalho continua exisitindo. Assim, não há trabalho nem salário, mas o vínculo de emprego perdura. Com raras exceções, durante a suspensão não é contado o tempo de serviço, não sendo feitos os recolhimentos do FGTS e da Previdencia.
EXEMPLO DE SUSPENÇÃO: 
• Suspensão Disciplinar até 30 dias (Art. 474 da CLT). 
• Suspensão para participar de curso profissionalizant e, prevista no Art. 476 da CLT, muito usada durante a crise atual . 
• Licenças não remuneradas. 
• Trabalhadores durante uma greve. 
FORÇA SINDICAL: Empregado eleito dirigente sindical, nos termos do Art. 543 da CLT
Durante o alistamento para o serviço militar obrigatório, hipótese em que existe a contagem de tempo de serviço e o consequente recolhimento do FGTS. 
Acidente de Trabalho e Doenças, após o 15º Dia. 
Nestes casos há contagem de tempo de serviço e recolhimento. 
Faltas injustificadas. 
INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
Na Interrupção, ou Suspensão parcial, o trabalhador NÃO presta serviços (não trabalha), mas recebe seu salário, sendo devidos todos os encargos pelo empregador. Alguns exemplos de Interrupção: 
• Licença- Paternidade 
• Férias – Feriados Repouso Semanal 
• Licença-Maternidade 
• Licenças previstas no Art. 473 – Incisos I a VIII da CLT 
• Licenças Remuneradas 
• Faltas Justificadas 
• 15 primeiros dias do afastamento por acidente ou doença
A Duração do trabalho é um sistema que compreende a regulação dos períodos de trabalho (Jornadas) e períodos de descanso. Na jornada, entre as jornadas, semanal (RSR) e anual (ou férias). O sistema de Duraçã o do trabalho tem por base fatores econômicos,
biológicos e sociais, com o objetivo de equilibrar o desgaste físico e mental com momentos de repouso. 
O fator biológico se baseia na reposição do desgaste físico. O fator econômico se baseia no aumento da produtividade. As pessoas descansadas produzem mais e nos períodos de descanso consomem bens e serviços. O Fator social possibilita o empregado conviver com a família e com a sociedade. 
JORNADA DE TRABALHO 
Estudaremos a Jornada Diária, a Jornada Semanal, as Jornadas Especiais, os Turnos Ininterruptos de revezamento e as Formas d e Prorrogação da Jornada, abordando o Sistema de Compensação e o chamado Banco de Horas. 
JORNADA DIÁRIA E SEMANAL : Algumas profissões, como bancários, motoristas, telefonista, ascensorista e outras têm jornada especial; alguns deles de 6 horas, diária prevista pela CLT, Título III das normas especiais de Tutela do Trabalho, artigos 224 a 371 e Legislação Específica. 
JORNADAS ESPECIAIS: O Art. 7 Inciso XIII – Estabelece a Jornada de 8 horas Diárias e 44 horas Semanais exceto para profissionais que por suas peculiaridades tenham jornada menor. No mesmo sentido é o artigo 58 da C LT. A Jornada diária/semanal poderá ser reduzida através de acordo ou convenção coletiva. Embora não previstos na Legislação, a Jurisprudência do TST, por ser mais benéfico ao trabalhador tem admitido, mediante acordo ou convençã o coletiva, a jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso. 
TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO: O Artigo 7 inciso XIV da Constituição Federal determina que nas empresas que adotam o turno ininterrupto de revezamento, para empresa que trabalha ininterruptamente (24 hs por dia, 7 dias por semana) a Jornada Diária será de 6 horas, salvo Acordo ou Convenção Coletiva.
O tempo de Ida e Volta ao trabalho não é considerado na Jornada, SALVO se for local de difícil acesso, não servido por transporte público e o empregador fornecer a condução. 
PRORROGAÇÃO DA JORNADA- TIPOS DE PRORROGAÇÃO
Com pagamento - O artigo 59 da CLT e artigo 7º, inciso XIV da Constituição Federal determina que mediante acordo escrito, individual ou coletivo, a Jornada diária poderá ser prorrogada em até 2(duas) horas, mediante pagamento das horas excedentes em valor no mínimo 50% superior ao da hora normal. 
Mediante compensação ou Banco de Horas - o § 2º do artigo 59 da CLT determina que poderá ser dispensado o acréscimo salarial se, mediante acordo ou convenção coletiva, o excesso das horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no p eríodo máximo de um ano, à soma das jornadas semanais previstas, nem seja ultrapassado o limite de 10 (dez) horas diárias. 
Necessidade Imperiosa – Art 61 – CLT - Por motivo de força maior devidamente comprovada ou para realizar ou concluir serviços inadiáveis cuja inexecução acarreta fortes prejuízos à empresa, a jornada poderá excepcionalmente ser prorrogada em até ao máximo 12 horas diárias, mediante pagamento de no mínimo 50% sobre a hora normal e comunicação à superintendência regional do trabalho SRT da localidade, no prazo de 10 dias. 
TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO CONTROLE DE JORNADA
Alguns profissionais não estão sujeitos no controle de horário, nem recebem horas extras: Gerentes / Diretores / Empregados que tenham atividades externas não sujeitos a horário / Vendedores pracistas, motoristas interestaduais e outras funções incompatíveis com a fixação de horário. 
INTERVALOS OU PERÍODOS DE DESCANSO 
Quando a Jornada de trabalho for superior a 6 horas o trabalhador terá direito a um intervalo de no mínimo 1 hora e no máximo 2 horas para descanso e alimentação. 
Quando a jornada for superior a 4 horas e inferior a 6 horas o empregado terá 15 minutos de intervalo. Em jornadas inferiores a 4 horas não há intervalo. 
Esse intervalo poderá ser r eduzido em situações especiais mediante autorização prévia do Ministério do Trabalho ou prorrogado mediante Acordo ou Convenção Coletiva.
DIAS DE FÉRIAS 
O período de férias dependerá de quantos dias o empregado faltou sem justificativa no período aquisitivo, na seguinte proporção (Art. 130 da CLT): 
30 dias - até 5 faltas injustificadas 
24 dias - de 6 a 14 faltas injustificadas 
18 dias - de 15 a 23 faltas injustificadas 
12 dias - de 24 a 32 faltas injustificadas 
Mais de 32 faltas injustificadas - o empregado perde o Direito às Férias. 
PERÍODO CONCESSIVO 
Após os 12 meses do período aquisitivo, o empregador terá os 12 meses subsequentes para, no momento que achar apropriado, conceder as férias ao trabalhador. 
Somente em casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em 02 ( dois ) períodos, hipótese em que um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias. Os maiores de 50 anos e menores de 18 não poderão ter suas férias divididas em 2 períodos, nem em casos excepcionais.
PAGAMENTO EM DOBRO - Se o empregador conceder as férias após os 12 meses do período concessivo, terá que remunerá-las em dobro. 
COMUNICAÇÃO E PAGAMENTO - O empregador deverá comunicar ao empregado comante cedência mínima de 30 dias o dia do início do gozo das férias e pagá-las até 2 dias antes deste dia. 
ABONO DE FÉRIAS - O empregado poderá “vender” 10 dias de férias, convertendo-os em abono (CF 88) desde que o requeira até 15 dias antes do término do seu período aquisitivo. 
FÉRIAS COLETIVAS - As férias coletivas estão previstas no Art. 139 da CLT, facultando ao empregador concedê-las, em até 2 períodos, a todos os empregados ou a alguns setores da empresa, devendo comunicar o fato ao Sindicato dos Trabalhadores e ao Ministério do Trabalho – SRT, no prazo mínimo de 15 dias, fazendo o mesmo com os trabalhadores envolvidos. 
PERDA DO DIREITO ÀS FÉRIAS
De acordo com o artigo 133 da CLT, o empregado perderá o direito às férias se, durante o seu período aquisitivo, incorrer em uma das 4 hipóteses abaixo: 
• Deixar o emprego e não for readmitido no prazo de 60 dias. 
• Permanecer em gozo de licença, recebendo seu salário, por mais de 30 dias. 
• Deixar de trabalhar recebendo salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa. 
• Ter recebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou auxílio-doença por mais de 6 meses, ainda que descontínuos.
AULA 6 – CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO - AVISO PRÉVIO - ESTABILIDADE – FGTS 
O Contrato Individual de Trabalho ou Contrato de Emprego, como tudo na vida e no mundo jurídico, nasce, se desenvolve e se finaliza. 
A CLT trata o Término do Contrato genericamente como rescisão do contrato. Porém, na teoria e no mundo jurídico, as causas do fim do contrato são a Caducidade, a Resilição, a Resolução e a Rescisão em si. O gestor deve conhecer as características de cada um desses termos para poder se comunicar adequadamente com os operadores do Direito.
Posteriormente analisaremos o Aviso Prévio, a Estabilidade e seus reflexos no FGTS após a CF 88. 
Formas de Término de Contrato: 
CADUCIDADE: É o término do contrato por ter esgotado suas funções jurídicas. Exemplos de Caducidade: Morte do empregado, força maior, término do contrato por prazo determinado, fim da empresa. 
RESILIÇÃO: Tem por fundamento a palavra VONTADE do empregador, do trabalhador ou de ambos. Esta última hipótese é denominada Destrato. EX: - Dispensa sem justa causa por parte do empregador / Pedido de demissão do trabalhador / Acordo entre as partes: por não haver previsão legal, uma das partes abre mão de algum direito. 
RESOLUÇÃO: Tem por fundamento a palavra culpa ou ato faltoso que pode ser do empregado, do empregador ou de ambos. 
RESCISÃO: Embora a CLT chame todas as formas de término do contrato de Rescisão, teoricamente ela só ocorreria quando existisse a nulidade do Contrato. 
ASPECTOS DA EXTINÇÃO POR RESOLUÇÃO OU POR CULPA 
Feitos esses esclarecimentos, analisaremos alguns aspectos da Resolução, que é a forma de extinção ou término do contrato que pode trazer mais consequências, pois as hipóteses terão que ser comprovadas, principalmente na justiça trabalhista. 
O empregador,
como parte de sua capacidade de direção, tem o poder de disciplinar o trabalhador, uma vez que este lhe está subordinado. Desta forma, o empregador poderá aplicar as seguintes penalidades ao empregado, dependendo da gravidade ou repetição da falta cometida: 
A) Advertência Verbal ou Escrita. 
B) Suspensão Disciplinar prevista no Art. 474 da CLT. 
C) Demissão por Justa Causa nas 13 hipóteses previstas no Art. 482 da CLT, que analisaremos a seguir.
Por outro lado, o empregador também pode cometer faltas graves, agindo com culpa. Nesse caso, a CLT determina Rescisão Indireta ou Dispensa Indireta nas hipóteses previstas no Artigo 483 da CLT. O empregado considera resolvido ou rescindido seu contrato e o empregador tem de lhe pagar todos os diretos inerentes à dispensa sem justa causa, como analisaremos posteriormente. 
- Ato de Improbidade ou Desonestidade - Ex.: Informação indevida sobre vale-transporte para tirar vantagem, desfalque, furto, etc.
- Incontinência de Conduta ou Mau Procedimento - Ex.: Assédio sexual, atos pessoais que prejudiquem a moral.
- Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para qual trabalha o empregado ou for prejudicial ao serviço.
- Condenação criminal, transitada em julgado, quando não houver suspensão da pena. - Obs.: não há ligação ao fato criminoso, mas havendo a condenação sem suspensão da pena, o trabalhador ficará preso e não poderá trabalhar.
- Desídia no desempenho da respectiva função . - Ex.: Trabalhar REITERADAMENTE com negligência, imprudência, má vontade, desinteresse, desatenção, apesar de advertido.
- Embriaguez habitual ou em serviço - Violação de Segredo da Empresa - Ex.: Divulgar material confidencial ou que sejam segredos da empresa.
- Ato de Indisciplina ou Insubordinação - Ex.: Indisciplina é descumprir regulamentos ou ordens gerais da empresa, como horários. Insubordinação é não cumprir ordens ou determinações da chefia.
- Abandono de emprego - Ex.: Faltar sem justificativa por mais de 30 dias consecutivos.
- Ato lesivo da honra ou boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em legítima defesa própria ou de outrem. - Ex.: Difamar, injuriar, caluniar ou agredir colegas ou clientes no trabalho, o que gera Dano Moral para o ofendido, salvo em legítima defesa, própria ou de terceiro.
- Ato lesivo da honra ou boa fama ou ofensas físicas praticados contra o empregador ou superior hierárquico, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem. - Ex.: Difamar, injuriar, caluniar ou agredir o superior hierárquico, em serviço ou fora dele.
- Praticar jogos de azar - Ex.: Jogar por dinheiro de forma habitual e constante: jogo do bicho, cartas, dominó, etc.
Ocorrendo a Justa Causa, o empregado só terá direi to ao saldo de Salário e Férias não gozadas. 
DISPENSA INDIRETA OU JUSTA CAUSA PRATICADA PELO EMPREGADOR 
A CLT chama de Rescisão Indireta as faltas graves praticadas pelo empregador, que possibilitam ao empregado considerar extinto o contrato e receber em juízo seus direitos relativos à dispensa SEM justa causa. 
Exigir do empregado serviços superiores às suas forças ou capacidades, proibidos pela Lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. EX: Colocar o empregado para exercer uma função para a qual não tem conhecimento nem foi treinado, como determinar que um motorista seja vendedor. 
Expor o trabalhador a risco de grave perigo ou mal considerável. EX: Exigir que o trabalhador trabalhe em local com risco de vida, ou altamente insalubre, sem equipamentos de proteção. 
Tratar o empregado com rigor excessivo. EX: Quando o empregador tolera alguns atrasos de todos os trabalhadores, mas com um determinado empregado não tem qualquer tolerância nem aceita qualquer justificativa. Tal procedimento pode caracterizar assédio moral. 
Não cumprir as obrigações do contrato. EX: Não pagar salários ou desviar a função. Praticar diretamente, ou através de prepostos, atos lesivos da honra ou boa fama do empregado ou de seus familiares. 
*Ofender fisicamente o empregado, salvo no caso de legítima defesa. 
*Reduzir o trabalho por peça do empregado de forma a afetar seu salário. 
CULPA RECÍPROCA: É quando o trabalhador e o empregador praticarem ao mesmo tempo falta grave. Nesta hipótese, as reparações devidas ao empregado serão reduzidas em 50%. 
AVISO PRÉVIO 
O Aviso Prévio origina-se do Direito Civil para OS CONTRATOS POR PRAZO INDETERMINADO. A parte que desejar, por sua vontade, romper o contrato de prazo Indeterminado, ou seja, tanto o empregado como o empregador que desejar resilir o contrato sem motivo, de verá pré-avisar a outra de sua intenção no prazo mínimo de 30 (trinta dias) para que a outra parte não seja surpreendida e tome providências, como procurar outro emprego ou selecionar outro empregado, e se ajuste ao término do vínculo. 
O período do Aviso Prévio, mesmo indenizado, integra o tempo de serviço do trabalhador, para todos os efeitos (férias, 13º, FGTS, INSS, Reajuste Salarial, etc.), INCLUSIVE DISCIPLINARES.
O Aviso Prévio é um ato unilateral do empregador ou do empregado que não encerra imediatamente o vínculo de emprego, mas determina um prazo para o fim do contrato. 
A NÃO COMUNICAÇÃO DO AVISO PRÉVIO 
Se o empregador não conceder o Aviso Prévio ao trabalhador, terá que pagar o salário correspondente ao prazo do Aviso. 
Se o trabalhador não pré-avisar o patrão, este terá direito a descontar o valor do salário correspondente ao período do Aviso. 
Reconsideração do Aviso 
Embora o Aviso Prévio seja unilateral, a sua reconsideração é bilateral, tendo que ser aceita pela outra parte. 
Formas do aviso prévio 
O aviso prévio poderá ser indenizado por ambas as partes ou trabalhado. Se for trabalhado, a partir do empregador, o trabalhador poderá optar por ter sua jornada reduzida (na entrada ou na saída) em 02 (duas) horas diárias, ou deixar de comparecer por 07 (sete) dias corridos. Dessa forma, ele terá tempo para procurar outro emprego. 
PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VERBAS RECISÓRIAS 
Segundo o Art. 477 § 6º da CLT, os seguintes prazos para pagamento das verbas rescisórias devidas ao trabalhador devem ser observados pelo empregador, sob pena de pagar multa de 1(um) salário (Art. 477 § 8º da CLT): 
- Se o aviso prévio for trabalhado, o pagamento deverá ocorrer no 1º dia útil após o término do mesmo.
- Se o aviso for indenizado ou houver dispensa do seu cumprimento, o prazo será de até 10 dias após a notificação da dispensa. Isso se aplica, segundo a jurisprudência, ao aviso cumprido em casa.
ESTABILIDADE E FGTS
O instituto da Estabilidade na CLT, que determinava que os trabalhadores com mais de 10 anos de serviço na empresa não podiam ser dispensados, não era compatível com o regime do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e foi extinto com a Constituição Federal de 1988, que tornou todos os trabalhadores integrantes do Regime do FGTS.
Restam agora as estabilidades provisórias, cujos tipos analisaremos a seguir, salvo os raros casos de Direito Adquirido. Para nos aprofundarmos nos detalhes do Regime do FGTS como possibilidades de saques, forma de custeio, etc., a legislação que lhe serve de base deverá ser consultada (Lei 8.036 de 1990 e o De creto 99.684 de 1990).
TIPOS DE ESTABILIDADES PROVISÓRIAS 
AULA 07 - DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
O Direito do Trabalho se divide em três segmentos: o Direito Individual, que estudamos até agora, o Direito Coletivo, que analisaremos aqui, e o Direito Administrativo do Trabalho, que trata das multas, fiscalização e outras atividades do Ministério do Trabalh o e Emprego - MTE e de suas superintendências regionais em cada Estado (Ex.: DRTs). 
No Direito Individual do Trabalho, o Princípio da Proteção ao Economicamente mais Fraco é fundamental e básico e objetiva proteger o trabalhador, equilibrando juridicamente a desigualdade econômica e social, evitando que este seja subjugado pelo empregador. 
Já no Direito Coletivo,
partindo da premissa de que a União faz a força, ocorre relacionamento entre instituições com força equivalente. De um lado os trabalhadores unidos de forma coletiva, com uma liderança e objetivos comuns, formando blocos ou entidades profissionais de classe. 
De outro lado os empregadores, através de seus empreendimentos, ou agrupados também em bloco formando Entidades Econômicas ou Patronais de classe. 
Dessa forma, como existe a equivalência de força, presumindo-se a representatividade e legitimidade de todos, isto é, dos Sindicatos dos Trabalhadores e dos Sindicatos Patronais, a intervenção estatal é remota ou não necessária. No Direito Individual, a proteção é dada diretamente ao trabalhador. No Direito Coletivo, a proteção se dá através do grupo ao qual o trabalhador está vinculado. 
Cabe ressaltar que o Direito Coletivo age e tem forte influência sobre o Direito Individual, inclusive criando normas mais favoráveis através de Acordos, Convenções e Dissídios Coletivos, que são Fontes do Direito do Trabalho conforme estudamos na Aula 1. 
DIVISÃO DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
1.Direito Sindical 
O Direito Sindical se refere a: 
- Liberdade Sindical
- Estrutura e Organização Sindical
- Prerrogativa das Entidades Sindicais
- Administração, Proteção aos Dirigentes e Forma de Atuação dos Sindicatos
2.Relações Coletivas de Trabalho 
As Relações Coletivas de Trabalho abordam:
- Convenção e Acordo Coletivo de Trabalho
- Representação dos Trabalhadores nas empresas
- Dissídio Coletivo
- Negociação Coletiva
- Conflitos Coletivos
- Normas Internacionais de Proteção ao Trabalho
LIBERDADE SINDICAL 
A Liberdade Sindical, embora consagrada em nosso ordenamento jurídico pelo Artigo 8º da CF 88, que determina que “É livre a Associação Profissional ou Sindical observado o seguinte...”, não é, todavia, total nem absoluta. 
A definição de Liberdade Sindical engloba na realidade várias liberdades que, sistematizando, poderíamos dividir em três grupos: 
a) Quanto ao indivíduo 
a) LIBERDADE SINDICAL QUANTO AO INDIVÍDUO 
1. Liberdade de aderir ao sindicato
2. Liberdade de não se filiar ao sindicato
3. Liberdade de sair do sindicato
b) Quanto ao grupo profissional 
b) LIBERDADE QUANTO AO GRUPO PROFISSIONAL 
1- Liberdade de fundar um sindicato 
2- Liberdade de determinar o quadro sindical, considerando a ordem profissional e territorial 
3- Liberdade de estabelecer relações entre sindicatos para formar agrupamentos mais amplos 
4- Liberdade para fixar as regras internas de forma e de fundo, para regular a vida sindical 
5- Liberdade nas relações entre o sindicalizado e o grupo profissional 
6- Liberdade nas relações entre o sindicato de empregados e de empregadores 
7- Liberdade no exercício do direito sindical em relação à profissão 
8- Liberdade do exercício do direito sindical em relação à empresa 
c) Quanto ao Estado
c) LIBERDADE QUANTO AO ESTADO
1- Liberdade para o sindicato ter independência em relação ao Estado 
2- Liberdade para haver conflito entre a autoridade do Estado e a Ação Sindical 
3- Liberdade de o sindicato integrar-se ou não ao Estado 
Para obtermos Liberdade Sindical total e plena, teriam que ser extintos: 
a) a Unicidade Sindical imposta por Lei 
b) a Contribuição Sindical Obrigatória
c) a Organização Sindical por categoria imposta por Lei
d) o Poder Normativo da Justiça do Trabalho. 
Parei na página 41
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA SINDICAL BRASILEIRA 
A Organização Sindical Brasileira tem por base uma estrutura Confederativa, Simétrica, com base na Unicidade Sindical e dividida em categorias. 
ESTRUTURA CONFEDERATIVA : É uma pirâmide em que no ápice estão as Confederações, no meio as Federações, que são Entidades Sindicais de grau superior, e na base os Sindicatos.
SIMETRIA: As Estruturas Econômicas (Empregadores) e Profissionais (Trabalhadores) são simétricas.
UNICIDADE SINDICAL : É o fato, previsto na Constituição e na CLT, de só poder existir um Sindicato na mesma base territorial, para representar a categoria econômica ou profissional que não pode ser menor que um Município. 
Categorias: 
No Brasil existem duas categorias: A ECONÔMICA, que agrega e representa os empregadores, e a PROFISSIONAL, que agrega e representa os trabalhadores. 
A categoria profissional pode ser também DIFERENCIADA , agregando trabalhadores específicos por características e peculiaridades de condições de vida profissional em comum e são representados de modo específico, como Motoristas, Vendedores, Telefonistas, etc., seja qual for a atividade econômica.
CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO : Os conflitos são gerados por divergência de interesses entre as empresas e os trabalhadores e podem ser de natureza jurídica, mais rara, ou econômica, mais comum 
ADMINISTRAÇÃO DO CONFLITO: Os conflitos são administrados através das Políticas de Relações Trabalhistas; as principais são a Paternalista, a Autocrática, a de Reciprocidade e a Participativa, que trazem vantagens e desvantagem e vão depender do profissionalismo em lidar com o conflito, da Cultura e do Clima Organizacional e a consequente produtividade que a Direção do empreendimento quer ter. 
A solução do conflito pode ser: 1. POR AUTOCOMPOSIÇÃO – quando as próprias partes, trabalhadores e empresa, resolvem os impasses através de negociações coletivas, como ocorre na Conciliação e na Mediação, que geram Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, cujo melhor resultado é quando todos ganham. 
2. P OR HETEROCOMPOSIÇÃO – quando as partes não conseguem por conta própria solucionar as divergências e delegam a um terceiro a solução do conflito, como ocorre na Arbitragem, ou através do Poder Judiciário, quando o conflito passa a se chamar Dissídio Coletivo e sua decisão Sentença Normativa.
GREVE 
Quando o conflito não é administrado ou solucionado amigavelmente ou por terceiros, só resta aos trabalhadores como defesa, ou para forçar a solução, utilizar o seu direito legal e constitucional de entrar em greve, que todavia não é um direito absoluto, pois deve observar os limites da Lei 7.783/89, que o regula, e não pode prejudicar a sociedade como um todo, sob pena de se tornar abusiva.
DEFINIÇÕES E ELEMENTOS QUE A INTEGRAM 
Segundo a Lei citada, Greve é uma suspensão coletiva e temporária e pacífica, total ou parcial , da prestação pessoal de serviços ao empregador. 
ELEMENTOS 
Não solucionado o conflito e frustrada a negociação coletiva. Assembleia Geral para decidir os objetivos, que devem ser comuns aos grevistas, e as formas de ação. Pré-Aviso – Os grevistas, para exercer seu direito, devem avisar no Sindicato Patronal as empresas envol vidas com 48 horas de antecedência; se tratar-se de uma atividade essencial, avisar com 72 horas de antecedência, inclusive aos usuários.
DIREITO DOS GREVISTAS 
• Por se tratar de uma Suspensão do Contrato de Trabalho, não há pagamento de salário, mas não podem ocorrer demissões. 
• Os grevistas podem arrecadar fundos, divulgar o movimento e fazer passeatas pacíficas e as empresas não podem constranger os empregados a comparecer ao trabalho nem contratar outros para substituí-los salvo se houver abuso de direito 
• Os grevistas não podem impedir o acesso dos outros trabalhadores ao serviço, nem empregar meios violentos, ameaçar ou causar danos ao empregador e devem manter equipe de plantão para manutenção de níveis mínimos de serviço. 
• Caso os grevistas pratiquem violência ou atos ilegais, poderão ser responsabilizados civil, trabalhista e criminalmente. 
OBS: A Greve Patronal é vedada no Brasil; para maiores detalhes, recomendamos a Leitura dos 24 artigos da Lei 7.783/89 – Lei de Greve.
CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS - Previsão legal : Todos os detalhes de uma Convenção ou Acordo Coletivo estão contidos nos artigos 611 a 625 da CLT, dos quais recomendamos a leitura. 
DEFINIÇÕES: A Convenção Coletiva ocorre quando dois ou mais Sindicatos, representando os empregadores e trabalhadores, estipulam, de maneira formal, condições de trabalho e salário, aplicáveis às Relações Individuais
de Trabalho, no âmbito das categorias representadas (Ver Artigo 611 da CLT). 
ACORDO COLETIVO: O Acordo Coletivo é realizado entre o Sindicato que representa uma categoria profissional (trabalhadores) e uma ou mais empresas, estipulando condições de trabalho e de Salário aplicáveis aos trabalhadores da(s) empresa(s) acordante(s) envolvida(s).

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