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Alfabetização e Letramento

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Alfabetização e Letramento: semelhanças e diferenças.
Não é novidade que o Brasil ainda enfrenta o problema do analfabetismo, tanto de crianças que saem da escola e de outros que não tiveram a oportunidade de se apropriarem do saber da leitura e escrita. O fato é que o nosso país possui ainda um número significativo de indivíduos que não adquiriram o saber necessário para atender às exigências de uma sociedade letrada. Pode-se dizer que ‘ler’ é adentrar outros mundos, através da imaginação e criatividade; é questionar a realidade em que se vive para poder compreendê-la melhor; é distanciar-se do texto e assumir uma postura ‘crítica’ frente ao que de fato se diz e ao que se quer dizer; é assumir a ‘cidadania’ no mundo da cultura escrita. Desta forma, o ato de ler deve começar a partir de uma abrangente compreensão do ato de ler o mundo, o que os seres humanos fazem muito antes de decodificar a palavra escrita. Até mesmo pela história, os seres humanos primeiramente mudaram o mundo, depois o revelaram e a seguir escreveram as palavras. O tratamento que a escola vem dando à leitura pode estar sendo perigoso, pois corre o risco de assustar as crianças, ou seja, distanciando-as da leitura, ao invés de aproximá-las. A alfabetização tem estado desligada dos propósitos que de fato lhe dão sentido, ou seja, é preciso que se mostre sua relevância social, uma vez que se deve considerar como condição necessária para a aprendizagem: a construção de sentido, com objetivos claros e função social. A escola tem uma missão específica: os objetivos do conhecimento. Nesse caso, a leitura deveria ser seu objeto de ensino. Leitura é antes de tudo um objeto de ensino, mas deve se constituir também como um objeto de aprendizagem. Ler é muito mais que a simples decodificação de códigos ou símbolos linguísticos, pois para que realmente haja leitura, é preciso que se recorra aos conhecimentos prévios sobre determinados assuntos, para que com eles se possam construir novas estratégias, que permitam uma maior reflexão e construção de significados. Ler é um ato de interpretação de códigos, símbolos, desenhos, gráficos, sinais, palavras, frases, enfim, de toda e qualquer forma de expressão de pensamento e sentimento humano. Além da leitura e escrita, no âmbito da alfabetização, tem surgido a temática do ‘letramento’, relacionada às práticas sociais orais e escritas, que atravessam e condicionam o movimento dos sujeitos, determinando seus espaços de ação. O fato é que em sociedades como a nossa, a linguagem escrita acaba por se instituir como um cinturão de poder, onde algumas pessoas ficam dentro desse cinturão e muitas ficam de fora. Nesse caso, os usos e funções sociais da escrita, estão distribuídos como se fossem ‘bens econômicos’, de uma forma desigual, o que demonstra que mesmo com pessoas com anos de escolarização, acabem por não terem acesso ao ‘conhecimento’ e ao uso de determinados gêneros textuais. Pode-se então dizer que ‘são pessoas alfabetizadas, mas não letradas’, isto é, com acesso ‘interditado’ a determinados modos de funcionamento da linguagem. Pessoas que fazem uso da linguagem escrita, em geral, em situações simples, ligadas ao cotidiano, a tarefas de ordem prática como - ler e escrever o próprio nome/ um pequeno bilhete ou lista - fazendo assim, um uso reduzido da linguagem escrita. Assim, a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo. Enquanto o letramento “focaliza os aspectos sócio históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade” (TFOUNI, 1995), e ainda, é o estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita. Desta forma, um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; enquanto que letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Assim, alfabetizar letrando seria ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais, compreendendo as funções sociais da leitura e da escrita, onde o educando deve ser alfabetizado e letrado. Diante disso, a linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma grupal e ativa, do ponto de vista social e cultural. Portanto, a palavra letramento é utilizada no processo de inserção dentro de uma cultura letrada. Na intenção de compreender os caminhos percorridos (ou perdidos) para a transformação da escolarização, considera-se a hipótese de que o despreparo e desinformação dos profissionais e, ainda, dos acadêmicos da área de educação, promovem a distância entre a assimilação prática e conceitual do letramento. De qualquer forma, o que interessa no âmbito deste trabalho, é de informar descritivamente sobre alfabetização e letramento, quanto a etimologia do segundo termo, o seu surgimento e as suas diversificadas práticas sociais, bem como o seu abarcamento, suas dimensões e o mais intrigante, como estar desenvolvendo-o na sala de aula, pois o preparo dos educadores proporcionará alterações no ensino e na aprendizagem dos educandos , desenvolvendo assim o letramento de ambos os envolvidos. este trabalho visa dar um suporte para educadores que desejam construir e reconstruir suas propostas pedagógicas, informando-se para gerar conhecimento crítico e analítico quanto às atividades do letramento versus a pedagogia mecânica e institucional por tanto tempo praticada nas escolas. Pretendeu-se ainda, reformular e construir a compreensão acerca das bases teóricas da aprendizagem, além de possibilitar uma reflexão sobre a visão de mundo e de alfabetização, para que incorporem uma nova educação para crianças, para jovens e adultos.

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