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18 18 2 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) 5º SEMESTRE ANO GRADE 2014/1 ALEXANDRE ROMEIRO ALLEGRETTI C215DD-4 - EC7P14 ARAÇATUBA/SP 2017 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) 5º SEMESTRE ANO GRADE 2014/1 “VISITA TÉCNICA A UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA” ALEXANDRE ROMEIRO ALLEGRETTI C215DD-4 – EC7P14 Relatório apresentado à disciplina de Atividades Práticas Supervisionadas (APS), sob a orientação do Prof. Tarso Cavazzana (orientador do curso) na UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) – Araçatuba/SP para obtenção de nota na disciplina. ARAÇATUBA/SP 2017 SUMÁRIO INTRODUÇÃO A água é o principal elemento para nossa sobrevivência. Devido a esse fator desde o surgimento das civilizações mais antigas torna-se importante observar que tanto qualidade quanto a quantidade deste recurso deveria atender a todas as necessidades do homem. A preocupação com a saúde e desenvolvimento econômico surgiu em décadas recentes, e as técnicas de captação, transporte, utilização e tratamento de água foram aperfeiçoando ao longo do tempo, pois não bastaria apenas a captação de rios e lagos próximos as cidades. No processo inicial do tratamento da água deve-se analisar de onde e como irá fazer a captação, viabilizando a qualidade da água, a quantidade de água e a melhor opção para o processo. Com tudo para que possa ser consumida, sem apresentar riscos à saúde, ou seja, tornar-se potável, a água tem que ser tratada, limpa e descontaminada, com o objetivo de oferecer água de boa qualidade e para alcançar este propósito devem ser cumpridas uma série de normas de qualidade (física, química e microbiológica). Apenas é considerado potável, a água que passa pelo processo de desinfecção, que tem por finalidade a destruição de micro-organismos patogênicos que possam estar presentes (bactérias, protozoários, vírus e vermes). A fim de esclarecer o processo de tratamento de água, será utilizado como exemplo a Estação de Tratamento de Água (ETA), situada na cidade de Osvaldo Cruz – SP, segundo o IBGE a população em 2016 é estimada em 32.593 habitantes. POPULAÇÃO ABASTECIDA A ETA de Osvaldo Cruz – SP foi inaugurada em 2000 e tem capacidade de tratar 200m³/hora, há cerca de 3.600 tubulações e atente 10 mil moradores dos Bairros Jardim das Bandeiras, Jardim Santa Tereza, Jardim Guarujá, Jardim das Nações, Conjunto Habitacional Álvaro Campoy, Conjunto Habitacional Paraíso, Promorar e o restante é abastecida por águas subterrâneas coletadas por poços profundos, a água dos poços não requer tratamento apenas é feita a adição de cloro para desinfecção de micro-organismo nocivos à saúde. Utiliza-se o padrão aprovado pela norma brasileira, as Portarias 1469 e 2914 do Ministério da Saúde. Tabela 1 - Demandas médias de água para cidades brasileiras Cidades População (habitantes) Consumo médio per capta litros/habitantes.dia Menores Até 5.000 100 a 150 Pequenas 5000 a 25.000 150 a 200 Médias 25.000 a 100.000 200 a 250 Grandes Acima de 100.000 250 a 300 RECURSOS HÍDRICOS O município de Osvaldo Cruz – SP, apresenta uma vasta hidrografia contendo em seu município os córregos Valesburgo, Cateto, Drava e Negrinha. É no Negrinha que se situa a estação coletora de água da Empresa de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), concessionária que abastace a cidade. Os mananciais que abastecem Osvaldo Cruz estão situados na bacia hidrográfica do Aguapeí. A Ocupação da bacia é 9% urbana, 17% agrícola, 70% pastagem, 4% matas. Os mananciais estão em assoreamento devido à falta de matas ciliares, mas sem fontes significativas de poluição. PROCESSOS DO TRATAMENTO DA ÁGUA Há diversos métodos de tratamento de água, porém o mais convencional e econômico raciocinado na época para o munícipio é por sedimentação ou decantação simples. O tratamento de água é dividido em diversos processos Captação, Mistura Rápida, Alcalinização, Coagulação, Floculação, Decantação, Filtração e Desinfecção, Rede de Distribuição e Água Final. Nas fases do projeto, é preciso que sejam bem executadas e calculadas com precisão para que haja uma harmonia do tempo necessário de cada repartição e assim ser coerente a norma, por exemplo, na coagulação, há uma mistura lenta da água, que serve para provocar a formação de flocos com as partículas, sendo assim, a água deve percorrer lentamente pelos tanques para o processo seja executado e consequentemente completado devendo, portanto, percorrer o tempo necessário para flocular. Figura 1 - Tratamento de Água (Fonte: SABESP) Captação da Água A característica da captação da água bruta é superficial e realizada a 4 metros de distância da margem do córrego e em seguida transportada por tubulação em desnível diretamente para o reservatório da estação de tratamento de água, por ser a primeira unidade do sistema de abastecimento de água, é importante o bom funcionamento para que não prejudique todo o sistema. A água bruta é transportada através de tubo de aço galvanizado de diâmetro aproximado de 9” (Figura 2) percorrendo aproximadamente 100 metros até a ETA, assim, é despejada no tanque de concreto com profundidade desconhecida (Figura 3) . Figura 2 - Captação da Água Figura 3 - Tanque de água bruta Em sequência a água é puxada por três (3) bombas com potência de 20HP (Figura 4), que realiza a captação durante 24 horas através de diversas tubulações (em conjunto chamadas de adução), a água bruta será transportada até o local de tratamento, denominado Calha Parshal que age como misturado rápido. Figura 4 - Bombas de Sucção de Água Calha Parshall Esse equipamento é responsável por maior eficiência no processo, a dispersão do coagulante (Policreto de Alumínio) no meio líquido deve se dar de forma homogenia e o mais rápido possível. Uma forma eficiente de se propiciar uma mistura com estas características se dá através de turbilhonamento por meio de condições de ressalto hidráulico. O ressalto hidráulico é necessário e provocado pela calha parshall agindo como misturado rápido, dando início a remoção das impurezas. O Policloreto de Alumínio coagula fortemente substâncias suspensas ou coloidais dispersas na água, produzindo bons flocos os quais descem rapidamente para formar um decantado facilmente filtrável. Desta forma, o tratamento de água com Policloreto de Alumínio pode ser feito de forma mais fácil do que com sulfato de alumínio ou outros compostos (Hidroall, 2014). Para a floculação de uma água normal, a quantidade de Policloreto de Alumínio indicada situa-se em torno de 1,0 à 1,5 ml por m3 de água a tratar. Policloreto de Alumínio Figura 6 - Ressalto Hidráulico Figura 5 - Adição do Policloreto de Alumínio Alcalinização A cal hidratada atua como um regulador de pH. O pH do policloreto de alumínio está em torno de 2,0 a 3,0.Significando que é ácido demais, então para facilitar a floculação adiciona-se cal hidratado para diminuir o pH, deixando-o em torno de 6,5 que é considerado ideal para uma boa floculação. Cal Hidratada Figura 7 - Adição da Cal Hidratada Coagulação Após a adição dos componentes químico de regularização do Ph e de coagulação é dado início na fase de coagulação alterando as características físico-químicas de partículas coloidais (partículas sólidas minúsculas) de uma água, caracterizada principalmente por cor e turbidez, produzindo partículas que possam ser removidas em seguida por um processo físico de separação, usualmente a sedimentação/decantação. Os reagentes têm como finalidade reduzir as forças que mantêm separadas as partículas em suspensão, em resumo a ação do coagulante é unir asimpurezas para facilitar sua remoção, permitindo assim que elas posteriormente se aglutinem, formando flocos, passíveis de serem separados na filtração. Floculação A etapa de floculação provoca colisões entre as partículas previamente desestabilizadas na coagulação, pois ocorre imediatamente após a coagulação e consiste no agrupamento das partículas eletricamente desestabilizadas (coágulos), de modo a formar outras partículas maiores denominadas flocos, suscetíveis de serem removidos por decantação seguido de filtração. A floculação torna-se favorecida em condições onde se tem uma agitação moderada, aumentando o contato entre as partículas formando flocos. Esses flocos apresentam massa específica superior à massa específica da água. Figura 8 - Floculador de fluxo horizontal Decantação O tanque de sedimentação age na separação de partículas sólidas suspensas nas águas. A sedimentação é um processo físico de tratamento da água utilizado para assentar os sólidos suspensos na água por influência da gravidade. O fundamento principal dos decantadores é anular ou diminuir a velocidade do escoamento das águas, assim reduzem-se os efeitos da turbulência, provocando a deposição das partículas. Reforçando a ideia de decantadores ou bacias de sedimentação são tanques onde se procura evitar ao máximo a turbulência para obter-se a remoção dos flocos formados durante procedimentos anteriores. Na sequência posteriormente a floculação a água passa lentamente por 2 decantadores, os limites a serem estabelecidos são: L 2,25 <10 B Onde: L = comprimento B = largura; Suas áreas não foram informadas, acredita-se aproximadamente que as dimensões dos tanques analisados são de 12 metros de comprimento por 5 metros de largura ambos, obtendo a proporção 2,4, e assim, atendendo o limite. Para obter a altura adotar: volume H área superficial TxQ H BxL Onde: H = profundidade Q = vazão T = tempo de detenção B = largura L = comprimento A permanência ou tempo de detenção no processo de sedimentação é de duas a três horas, deve-se utilizar o cálculo da razão: Período de detenção (horas) = volume do decantador vazão no decantador Onde: Vazão = em m3/h Volume do decantador = em m3 O período de sedimentação foi informado pela química responsável Fernanda Sabatino, pois suas medidas são desconhecidas. Em relação ao número mínimo de decantadores em uma E.T.A. devem ser de 2 unidades, para possibilitar limpeza e reparos, sem interromper o tratamento. Figura 9 - Tanque de Decantação Filtração Os filtros são constituídos de meios filtrantes (areia, pedregulho, etc) (Figura 12) classificados de acordo com sua granulometria e coeficiente de uniformidade, que recebem a água sob vazão controlada. Na estação visitada o filtro utilizado é de duas camadas (antracito e areia), capaz de filtrar as partículas que não são removidas na decantação, seja por seu pequeno tamanho ou por serem de densidade muito próxima à da água, nesse caso deverão ser removidas na filtração. Além dos meios filtrantes estes filtros são constituídos por camadas de carvão ativado (retira o odor e sabor de substâncias químicas utilizadas), areia (que filtra as impurezas restantes) e cascalho (que tem a função de sustentação da areia e o carvão). Figura 10 - Leito Filtrante Figura 11 - Tanques de Filtração Desinfecção Na última etapa do sistema de tratamento de água é realizado a desinfecção para destruir os micro-organismo patogênicos presentes na água (bactérias, protozoários, vírus e vermes) e ajustes para saúde dental. O cloro é um dos principais agentes para desinfecção. Sua dosagem é compreendida entre 0,5 e 1,0 mg/l de Cl2, após a adição do cloro o resultado esperado é da oxidação da matéria orgânica e inorgânica, removendo cor da água e auxiliando o processo de clarificação, e por fim o controle microbiológico do sistema, evitando o desenvolvimento de micro-organismos que alteram a operação do sistema. Para ajustar a água deficiente em fluoreto para o nível recomendado para a saúde dental ideal, os três tipos de fluoreto recomendados para fluoretar a água são o fluoreto de sódio, fluorsilicato de sódio e ácido fluorsilícico. Esse processo é conhecimento como Fluoretação. Após os processos de desinfecção e fluoretação é realizada a coleta das amostras a cada 1 hora (Figura 12). As amostras são analisadas em um laboratório terceirizado e especializado localizado na cidade de Franca – SP. Coleta de Amostras Figura 12 - - Coleta de Amostras CENTRAL DE DISTRIBUIÇÃO Após o tratamento e desinfecção a água é enviada por 3 bombas de potência de 25 HP (Figura 13) até a caixa d’agua elevada (Figura 14) situada a 500 metros de distância da ETA local. O reservatório de água tratada da central de distribuição tem capacidade de armazenar 1000 m³ de água (Figura 15). Assim encerra o clico do tratamento da água, o objetivo foi obtido com sucesso, pois a água foi devidamente tratada e adequada para que o cidadão morragudense possa bebe-la sem o ressentimento de adquirir doença causadas por micro-organismo encontrado na água, além de estar límpida, sem odor e sabor. Figura 13 - Bombas de envio da água tratada Figura 14 - Caixa d'agua elevada Figura 15 - Reservatório de Água Tratada BIBLIOGRAFIA Estação de Tratamento de água, Disponível em: http://ambientedomeio.com/gestao-ambiental/estacao-de-tratamento-de-agua/ Acesso em: (Fevereiro, 2017). Processo do Tratamento da água, Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47 Acesso em: (Fevereiro, 2017). Mapas, disponível em: https://www.google.com.br/maps Acesso em (Fevereiro, 2017). Dados sobre o munícipio, disponível em: http://www.osvaldocruz.sp.gov.br/conheca-a-cidade/geografia-do-municipio/ Acesso em (Fevereiro, 2017). Qualidade da água para consumo, disponível em: http://www.snatural.com.br/PDF_arquivos/Agua-Potavel-Consumo-Humano.pdf Acesso em: (Fevereiro, 2017). Publicações sobre qualidade da água, disponível em: http://www.funasa.gov.br/site/publicacoes/engenharia-de-saude-publica/ Acesso em: (Fevereiro, 2017). Azevedo Neto, J.M. e Richter, C. A. (1991): Tratamento de Água - Tecnologia Atualizada, Ed. Edgard Blücher Ltda., São Paulo.
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