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RESUMO DE DIREITO PENAL I

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RESUMO DE DIR EITO PENAL I 
 
 
I – INTRODUÇÃO 
 
1) Conceito de direito penal: é o conjunto de normas que ligam ao cri me, como fato, a pena co mo 
consequência, e discipli nam ta mbém as r elações jurídicas daí derivadas, par a estab elecer a aplicabilid ade das 
medidas d e se gurança e a t utela d o direito de liberdade em face do po der de punir do Estado (José Frederico 
Marques). 
2) Direito penal o bjetivo: é o próprio ordenamento jurídico -penal, correspo ndente à sua definição. 
3) Direito penal subjetivo ( Juspuniendi): é o direito que tem o Estado de atuar sobre os delinquentes na 
defesa da sociedad e contra o crime; é o direito de punir do Estado. 
4) Caráter dog mático: o direito penal, como ciência jurídica, tem natureza dogmática, u ma vez que as suas 
manifestações têm po r base o direito po sitivo; expõe o seu sistema através d e nor mas jurídicas, exigindo o seu 
cumprimento sem reservas; a adesão ao s mandamentos que o compõe m se estende a todos, obr igatoriamente.
II – FONTES DO DIREITO PENAL 
 
Fontes do direito pena l: é o lugar de onde p rovém à norma. 
 
- materiais (ou de produção ou substancial) – é o Estado, j á que co mpete á União le gislar sobre direito p enal 
(art. 22, I, CF). 
 
- formais (ou de co gnição ou conhecime nto): 
 
- imediata: são as leis penais. 
 
- os dispositivos penai s se classificam da seguinte forma: 
 
- no rmas penais incri minadoras – são aquelas que define m infrações (preceito primário) e fixam as 
respectivas penas (pr eceito secundário). 
 
- normas penais per missivas – são as que prevêe m a licitude o u a impunidade d e determinados 
comportamentos, apesar de estes se enquadrar em na descrição típ ica; podem estar na Parte Ger al (arts. 20 a 25 
etc.) ou na Parte Especial (arts. 128 , 142 etc.). 
 
- nor mas penais finai s, co mplementares ou explicativ as – são as que esclarece m o significado de outras 
normas o u limitam o âmbito de sua aplicação; po dem estar na Parte Geral (ar ts. 4 °, 5 °, 7°, 10 a 12 etc.) ou na 
Parte Especial (art. 327 etc.). 
 
- mediata: 
 
- costumes – conjunto de nor mas d e comportamento a que as pe ssoas obed ecem de maneira unifor me e 
constante pela convicção de s ua obrigatoried ade; não revoga a lei, mas serve para integrá -la, uma vez que, e m 
várias p artes do CP, o le gislador utiliza -se de e xpressões que en sejam a invocação d o costume para se chegar 
ao significado exato do texto - exs.: reputação (art. 129 ), d ignidade e deco ro ( art. 1 40), inexperiência e 
justificável confiança (art. 21 7), mulher honesta (arts. 215 e 219 ), ato ob sceno (art. 233) etc. ; ele também não 
cria d elitos, em razão do princípio co nstitucional da reserva lega l, segundo o q ual “não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal ” (art. 5°, XXXIX, CF; art. 1 °, CF) 
 
 
- princípios gerais de direito – são princípios que se fundam e m premissas éticas extraída s do material 
legislativo - ex. pri ncípio da insignificância 
III - LEI PENAL: 
 
- caract erísticas: 
 
- exclusividade – so mente a norma penal defi ne crimes e comina penas (p rincípio da legalid ade). 
 
- imperatividade – a norma penal é imposta a todo s, independentemente de sua vontade. 
 
- generalidade – a norma penal vale para todo s (“erga o mnes”). 
 
- i mpessoalidade – a norma p enal é abstrata, sendo elaborada p ara p unir acontecimento s futuros e não p ara 
punir pessoa deter minada. 
 
- interpretaçã o: tem por final idade buscar o exato significado da norma penal. 
 
- quanto ao sujeito que interpreta a lei: 
 
- autêntica – é dad a pela pró pria lei, a qua l, em u m dos seus dispo sitivos, esclarece deter minado ass unto - ex.: 
conceito de funcionário públic o existente no art. 3 27. 
 
- doutrinária – é feita pelos estudiosos, pr ofessores e autores de obras de dir eito, através de seus li vros, 
artigos, conferências, p alestras etc. 
 
- judicial – é feita pelo s tribunais e juízes e m seus julgamentos. 
 
- quanto ao modo: 
 
- gramatica l – leva em conta o sentido literal d as palavras contidas na lei. 
 
- teleológica – busca descobrir o seu signific ado através de u ma análise acerca dos fi ns a que ela se destina. 
 
- histórica – avalia o s debates que envolvera m sua aprovação e o s motivos que levaram à apresentação do 
projeto de lei. 
 
- sistemática – busca o significado da norma atr avés de sua integraçã o co m os de mais dispositivos de uma 
mesma lei e com o siste ma jurídico como um todo . 
 
- quanto ao resultado: 
 
- declarativa – quando se conclui que a letra d a lei corresponde exata mente àquilo que o legislador q uis dizer. 
 
- restr itiva – qua ndo se con clui q ue o texto legal abr angeu mais do que queria o le gislador ( por isso a 
interpretação irá r estringir seu alcance). 
 
- extensiva – quando se conclui que o texto da lei ficou aq uém da intenção do legislador (por isso a 
interpretação irá ampliar sua ap licação).
Interpretação analógica (“ intra legem”): é possível quando , dentro do próprio texto legal, após uma 
seqüência cas uística, o le gislador se vale d e uma fórmula genérica, que d eve ser i nterpretada d e acordo com 
os caso s anteriores - ex.: o cri me de “estelionato”, de acordo com a descrição legal, pode ser cometido 
mediante arti fício, ardil ou “qualquer outra f raude”; o art. 28, II, estabelece que nã o exclui o crime a 
embriaguez por álco ol ou por “substância s de efeitos análo gos”.
Analogia: consiste em aplicar a uma hipótese não prevista em lei (lac una da lei) a dispo sição relativa a um 
caso semelhante - ex.: o legis lador, através da lei A, regul ou o fato B; o julgador pr ecisa decidir o fato C; 
procura e não encontra no dir eito positivo uma lei ad equada a este fato; perceb e, porém, que há p ontos de 
semelhança entre o fato B (regulado) e o fato C ( não regula do); então, através da analo gia, ap lica ao fato C a 
lei A; é forma de integração da lei penal e não for ma de interpretação ; em matéria penal, ela só p ode ser 
aplicada em favor do réu (analo gia “in bonam partem”), e ainda assim se ficar co nstatado que houve mera 
omissão invol untária (esquec imento d o legislado r) - ex.: o art. 128, II, co nsidera lícito o abo rto pratica do por 
médico “se a gravidez resulta de estupro ” e a prática abortiva é p recedida de co nsentimento d a gestante, ou, 
quando incapaz, de seu representante le gal; sendo ela resultante de “atenta do vio lento ao pudor”, não há 
norma a respeito, sendo assi m, aplica -se a analogia “in bonam partem ”, tornando a co nduta lícita
Princípio do “ in dubio pro reo”: se persistir dúvida, após a utilização de todas as formas interpr etativas, a 
questão deverá ser resolvida da maneira mais favor ável ao réu.
Princípio do “ in dubio pro reo”: se persistir dúvida, após a utilização de todas as formas interpr etativas, a 
questão deverá ser resolvida da maneira mais favor ável ao réu. 
 
Sujeito a tivo (ou ag ente): é a pessoa que comete a infração penal; em regra, só o ser humano, maior de 18 
anos; excepcionalmente, as pessoas jurídicas p oderão cometer crimes, uma vez q ue a CF estabelece que as 
condutas e atividades consideradas lesivasao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e a dministrativas, i ndependentemente da o brigação de r eparar o dano. 
 
Sujeito passivo (ou vítima): é a pessoa ou entidade q ue sofre os efeitos da infração penal. 
 
Objeto jurídico (objetividade jurídica): é o b em ou o interesse protegido pela norma pe nal - e x.: 
“homicídio” (a vida), “furto” (p atrimônio) etc. 
 
Objeto material: é a coisa sobre a qual recai a aç ão do agente, podendo tratar-se tanto de um b em material 
como de uma pessoa, no se ntido corpor al. 
IV - CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRI A DOS CRIM ES: 
 
- instantâneo – é aquele cu ja consumação oco rre em u m só instante, sem conti nuidade te mporal - e x.: 
“estupro”. 
 
- per manente – é aq uele c ujo momento consumativo se p rolonga no te mpo p or vontad e do agente - e x.: 
“seqüestro”. 
 
- instantâneo de efeitos permanentes – é aq uele cuja consumação se dá em deter minado instante, mas seus 
efeitos são irreversíveis - ex.: “homicíd io”. 
 
- co missivos – é aquele p raticado através de uma ação. 
 
- omissivos – o agente co mete o crime ao deixar de fazer alguma coisa. 
 
- próprios (ou puros) – se perfaz pela si mples abste nção, independentemente, de um resultado posterio r - ex.: 
“omissão de soco rro”. 
 
- impróprios (ou comissivos por om issão) – o agente, por uma omissão inicial, d á ca usa a um res ultado 
posterior, q ue ele tinha o dev er ju rídico de evitar - ex.: a mãe, q ue tinha o d ever jurídico de ali mentar seu
filho, deixa de fazê-lo, provocando a morte da criança (a si mples co nduta de deixar de ali mentar não co nstitui 
crime, mas o resultado morte que dela d ecorre constitui infração penal ). 
 
- materiais - a lei descreve uma ação e um re sultado, e exige a ocorrência deste para que o crime esteja 
consumado - ex.: “estelio nato”. 
 
- for mais - a lei descreve uma ação e u m resultado, mas a redação do dispositivo deixa claro que o cri me 
consuma-se no momento d a ação , sendo o res ultado mero exaurimento do delito - ex.: “extorsão mediante 
seqüestro”. 
 
- de mera conduta - a lei d escreve ape nas uma co nduta e, portanto, co nsuma -se no exato momento em q ue 
esta é praticada - ex.: “violação d e domicílio”. 
 
- de dano – são aqueles que pressupõem uma efetiva le são ao bem jurídico tutelado - ex.: “homicídio ”, 
“furto”. 
 
- de perigo – são aq ueles que se consumam com a mera situação de risco a que fica expo sto o objeto material 
do crime - ex.: “periclitaçã o de vida e da saúd e”, “rixa”. 
 
 
- abstrato (ou presum ido) – a lei descreve uma co nduta e pr esume que o a gente, ao rea lizá -la, e xpõe o b em 
jurídico a risco; trata -se de p resunção absoluta (não ad mite prova e m contrário), bastando à acusação pr ovar 
que o agente praticou a co nduta descrita no tipo para que se presuma ter havido a situação de perigo - ex.: 
“omissão de soco rro”. 
 
- concreto – nesses delitos a acusação tem de pr ovar que pessoa certa e deter minada foi exposta a u ma 
situação de risco em face da conduta do s ujeito; há que se p rovar q ue o perigo efe tivamente ocorreu, pois este 
não é presumido - e x.: “periclitação de vida e da saú de”
- abstrato (ou presum ido) – a lei descreve uma co nduta e pr esume que o a gente, ao rea lizá -la, e xpõe o b em 
jurídico a risco; trata -se de p resunção absoluta (não ad mite prova e m contrário), bastando à acusação pr ovar 
que o agente praticou a co nduta descrita no tipo para que se presuma ter havido a situação de perigo - ex.: 
“omissão de soco rro”. 
- concreto – nesses delitos a acusação tem de pr ovar que pessoa certa e deter minada foi exposta a u ma 
situação de risco em face da conduta do s ujeito; há que se p rovar q ue o perigo efe tivamente ocorreu, pois este 
não é presumido - e x.: “periclitação de vida e da saú de” 
- individual – são os q ue expõe m a risco o interesse de uma só p essoa o u d e grupo limitado de pessoas - exs.: 
arts. 130 a 137 . 
 
- co mum (ou coletivo) – são os que expõe m a risco o interesse de número i ndeterminado de pessoas - exs.: 
arts. 250 a 259 . 
 
- co muns – são aqueles que p odem ser praticado s por qualquer pessoa - exs.: “furto”, “rou bo ”, “homicíd io”. 
 
- próprio s – são os q ue só podem ser co metidos po r deter minada categoria de pessoas, por exigir o tipo penal 
certa qualidade o u característica do s ujeito ativo - exs.: “infanticídio ”, “corrupçã o passiva”. 
- de mão pró pria – são aqueles cuja conduta descr ita no tipo penal só pod e ser executada p or uma única 
pessoa e, por isso, não admitem co -autoria, mas apena s a participação - exs.: “falso testemunho ”, “dirigir 
veículo sem ha bilitação ”. 
 
- principais – são aque les qu e não dep endem de qualquer o utra infração p enal para que se configurem - ex.: 
“homicídio”, “furto”. 
 
- acessórios – são aqueles que pressupõe m a ocorrência de um delito anteri or - e x.: “recepta ção”. 
 
- co muns – protege m um único bem jurídico - ex.: “homicídio” (visa-se à p roteção da vida), “furto” (pro tege-
se o patrimônio). 
 
- co mplexos – surgem quando há f usão de 2 ou mais tipos penais, ou q uando u m tipo penal funciona co mo 
qualificadora de outro; a norma penal tutela 2 ou mais bens jurídicos - exs.: “extorsão media nte seqüestro” 
(surge da fusão do “seqüestro” e da “extorsão ” e, p ortanto, tutela o patrimônio e a liberdade individual), 
“latrocínio” (é u m ro ubo qualificado pela morte e, assim, atinge também 2 bens j urídicos, o patr imônio e a 
vida). 
 
- progressivos – ocorr e quando o sujeito, para alcançar um r esultado mais gra ve, passa p or um crime menos 
grave - ex.: para causar a morte da vítima, o agente nece ssariamente te m de lesio ná-la. 
 
 
- putat ivo – dá-se quando o agente imagina que a conduta por ele pratica da constitui cr ime, mas, em verdad e, 
é um fato atípico. 
 
- fa lho (ou tentativa perfeita) – ocorre q uando o agente percorr e todo o “iter criminis”, mas não conse gue 
consumar o crime. 
 
- exaurido – nos cri mes formais, a lei descreve uma ação e um resultado, mas dispensa a efetivação deste 
para que o cri me se aperfeiçoe; assim, os crimes formais se co nsumam no momento da ação ; o cri me, 
entretanto, estará exaurido s e, após a ação, efeti vamente ocor rer o resultado - ex.: “extorsão mediante 
seqüestro” (consuma-se no momento d o seq üestro, indep endentemente da ob tenção d o resgate; e ntretanto, se 
os familiares da víti ma efetivamente o pagare m, o crime esta rá exaurido) .
- v ago – são os que têm co mo sujeito passivo entidades sem p ersonalidade jurídica, como a família, a 
sociedade etc. 
 
- simples – é aq uele e m c uja redação o legislador enumera a s ele mentares do cr ime em sua fig ura 
fundamental - ex.: “ matar algu ém” é a descrição do crime de “homicídio simples”. 
 
- privilegiados – é quando o legislador, após a descrição do delito, estabelece cir cunstâncias co m o condão d e 
reduzir a pena - ex.: se o “ho micídio” for praticado por motivo de relevante valor so cia l o u moral, a pena será 
reduzida de 1 /6 a 1/3. 
 
- qualifica dos – é quando a le i acrescenta circunstâncias q ue altera m a própria pena e m abstrato para patamar 
mais elevado - ex.: a pena do “homicídio simples” é de reclusão, de 6 a 20 anos; se o crime for p raticad o por 
motivo fútil, a qualificado ra fará com que a pena pas se a ser de rec lusão, de 12 a 30 anos. 
- de ação múltipla (ou de co nteúdo varia do) – são aqueles e m relação aos q uais a lei d escreve várias 
condutas (possui vários verbos) sep aradas pela conjunção al ternativa “ou”; nesses ca sos, a prática de mais d e 
uma conduta, em relaç ão à mesma vítima, co nstitui crime único - e x.: “participação em suicíd io” (ocorre 
quando alguém induz, instiga ou auxilia outrem a co meter suicídio). 
 
- de ação livre – é aq uele que p ode ser praticado por q ualquer meio de execução, uma vez que a lei não exige 
comportamento especí fico - e x.: o “homicídio ” pode ser cometido através de d isparo de arma de fogo, golpe 
de faca, com emprego de fogo, veneno, explosão, asfixia etc. 
- de ação vinculada – são aqueles em relação aos quais a lei descr eve o meio de execução de forma 
pormenorizada - ex.: “maus- tratos” (a lei descr eve em que devem consistir os maus -tratos para que 
caracterize m o delito). 
 
- habitual – é aquele cuja caracterização pressupõe uma reiter ação de atos - ex.: “curandeirismo” ( a prática 
de um ato isolado é atíp ica). 
 
- conexos – a conexão pressupõ e a existência de pelo meno s duas infrações p enais, entr e as quai s exista um 
vínculo qualquer; por conseqüência, haverá a e xasperação da p ena e a necessidade de apuração d os delitos e m 
um só processo; as hipóteses d e conexão estão descritas no art. 7 6 do CPP. 
 
- à distância – é aquele em relação ao qual a execução ocorre e m um país e o resultado em outro.
- plurilocais – é aquele em que a execução o corre em uma localidade e o resultado e m outra, dentro do 
mesmo país. 
 
- a prazo – ocorre quando a caracterização do crime o u de uma qualificadora depende do decurso de 
determinado te mpo - exs.: “apropriaçã o de coisa a chada” (somente se aperfeiçoa se o agente não d evolve o 
bem à víti ma depois de 15 dias do achado ), “ extorsão media nte seqüestro ” é qualificad o se a pr ivação da 
liberdade d ura mais de 24 horas. 
 
- quase-crime – dá-se nas hipóteses d e crime impossível (art. 1 7) e participação impunível (art. 31). 
 
- unis subsistente – é aquele cuja aç ão é composta po r um só ato e, por isso, não ad mitem a tentativa - e x.: 
“injúria”. 
 
- plurissubsistente – é aquele cuja aç ão é representada p or vários atos, for mando um process o executivo q ue 
pode ser fracionad o e, assim, admite a tentativa - exs.: “homicídio”, “furto” etc. 
 
- monossubjetivos – são aqueles que podem ser cometidos po r uma só pessoa - ex.: “hom icídio”. 
 
- pluris subjetivos – são aquele que só p odem ser praticados por duas ou mais pess oas; são crimes de 
concurso necessário - ex.: “quad rilha”, “rixa”, “adu ltério”. 
 
- doloso – o agente quis o resultado o assumiu o risco de produzi -lo. 
 
- culposo – quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou i mperícia. 
 
- pret erdoloso – há do lo no antecedente (na f igura funda mental) e culpa no co nseqüente (no resultado mais 
grave). 
 
- de ação pública 
 
- de ação privada 
consumado – quando nele se reúnem todos o s elementos de sua defi nição legal. 
 
- tentado – quando, iniciada a execução, não se co nsuma por circunstância s alheias à vontad e do agente. 
 
- impossível – por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropried ade do ob jeto . 
 
- de flagrante provocado - quando o agente é levado à ação p or instigação de alguém que, ao mesmo te mpo, 
toma todas as medidas para ev itar a consumação do delito, com a prisão e m flagrante do agente; não há cri me 
quando a prep aração do flagrante pel a polícia torna i mpossível sua consumação (Sú mula 145, do STF). 
 
 
- de flagrante esperado - o fato che ga antecipadamente ao conhecimento de alguém, que não impede a 
realização da ação, mas toma providências para que haja prisão em flagrante no momento da c onsumação; 
alguns entende m haver tentativa no ca so de crime material e consumação no caso d e cri me formal o u de mera 
conduta; outros acha m não ser cri me aplicando a súmula 145, STF. 
 
- funcional - é o praticado por funcionário público , desde que o fato ten ha r elação co m as suas funções. 
 
- de responsabilidade : 
 
- em sentido estrito – são os que po dem ser praticados não por funcionários públicos em geral, mas ap enas 
por certos agentes detentores do poder político da Nação
- em sentido amplo – abrangem tanto os cri mes de responsabilidade em sentido estrito , como os crimes 
funcionais próprio s e impróprios. 
 
- hediondos (Lei n° 8 .072/90): 
 
- homicídio simples q uando p raticado em atividad e típica de grupo de extermínio, ainda qu e co metido por um 
só agente; 
- homicídio qualificado ; 
- latrocínio; 
- extorsão qualificada pela morte; 
- extorsão mediante seq üestro e na for ma qualificada; 
- estupro; 
- atentado violento ao p udor; 
- epidemia com resultado morte; 
- falsificação, corr upção, adulteração o u alteração de pr oduto destinado a fins terapêuticos o u medicinais; 
- genocídio. 
 
* os crimes hediondos, a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e d rogas afins e terrorismo não 
comportam a nistia, graça e indulto; fiança e liberdade provisória; a pena será cu mprida em r egime fechado, 
sendo que, depois d e cumprido s + de 2 /3 da pena, se o apenado não for reincidente específico e m cri mes 
hediondos, poder á fazer jus ao livramento condicional. 
 
V - CONFLITO APAR ENTE DE NORM AS 
 
Conflito aparente de normas: é quando existe uma pluralidade de normas regulando um mesmo fato 
criminoso, sendo que, na rea lidade, ap enas u ma delas é aplicável; para saber qual das normas de ve ser 
efetivamente aplicada ao fato co ncreto, dentre as aparente mente ca bíveis, torna -se necessário recorrer aos 
princípios que solucionam a questão , são eles: 
 princípio da especialidade – diz-se q ue uma norma penal i ncriminadora é especial em relação à outra, 
geral, quando possui e m sua definição le gal todos os ele mentos típicos desta, e mais a lguns, de natureza 
objetiva ou subj etiva, denominado s especia lizantes, ap resentando, por isso, um minus o u um plus de 
severidade (“lex specialis derog at generali ”) - ex.: a nor ma que define o “infan ticídio” é e special e m relação à 
que descreve o “homicídio”, que é geral; o dispositivo que trata do “ roubo simples” é ger al, o que trata do 
“latrocínio” é especial. 
 
- princí pio da subsidiarie dade – há relação de pri mariedade e subsidiar iedade entre normas qua ndo 
descrevem graus de violação do mesmo bem jurídico , de forma que a infração definida pela subsidiária, de 
menor gravidade que a d a principal, é ab sorvida por esta: “ lex primaria derogat legi su bsidiariae”. 
 
- subsidiarieda de e xpressa (ou explícita) : ocorre q uando a norma, e m seu próprio texto, subordina a sua 
aplicação à não-aplicação de outra, de maior gravidade punitiva (e x.: o art. 13 2, após descrever e m seu 
preceito primário o cr ime de “p erigo para a vida ou saúde de outrem ”, impõe nopreceito secundário a pena 
de detenção, d e 3 meses a 1 ano, “ se o fato nã o constitui crime mais grave ”). 
 
- subsidiariedade tácita (o u implícita): oco rre quando uma figura típica funciona como elementar ou 
circunstância le gal específica d e outra, de maior gravidade p unitiva, de for ma que esta exclui a si multânea 
punição da pri meira (o cr ime de “ dano” é subsidiário d o “fu rto qu alificado pela destruição ou rompimen to de 
obstáculo à subtração da co isa”; a “ameaça” é crime famulativo do “constrangimento ilegal ”; o
“constrangimento ilegal” é su bsidiário d e todos os cri mes q ue t êm co mo meios executório s à violê ncia física 
e a grave ameaça, co mo o “aborto d e coacta ”, a “violação de domicílio qualificada”, a “extorsão ”, o “dano 
qualificado ”, o “estupro” etc.). 
 
- princíp io da consunção – ocorre à relação consuntiva, ou d e absor ção, q uando um fato definido por uma 
norma i ncriminadora é meio necessário ou nor mal fase de p reparação o u execução de outro cr ime, be m co mo
quando co nstitui co nduta an terior ou posterior do agente, cometida com a mesma final idade prática atinente 
àquele crime. 
 
- o crime de dano ab sorve o de perigo (crime progressivo). 
 
- o crime de “seqüestro” é absorvido pela “redução de a lguém a situa ção análoga à de escravo ” (crime 
progressivo). 
 
- A arro mba uma casa desabitada; lá p enetra e le va consigo móveis de alto valor; A resp onderá apenas po r 
“furto qu alificado” e não também pelo crime de “ dano” ne m o de “viola ção de domicílio ” (crime 
progressivo). 
 
- o agente i nicialmente quer apenas lesionar a vítima e, d urante a exec ução d o cri me de “le sões co rporais”, 
altera o seu dolo e resolve matá -la, r esponderá ap enas p elo “ho micídio d oloso” (progressão criminosa e m 
sentido estrito). 
 
- subtrair u ma folha de cheque e m branco par a preenchê -lo e, com ele, cometer um “este l iona to ” (pro gressão 
criminosa - “antefactu m” impunível). 
 
- o suj eito subtrai u ma bicicleta e dep ois a destró i; a pr ática posterior de cr ime de “ dano” fica absorvida p elo 
crime de “furto” (pro gressão cri minosa - “postfactum ” impunível). 
 
- o cr ime de “lat rocínio” que surge da f usão d os crimes de “roubo” e “homicídio”; o cr ime de “ex torsão 
mediante seqü estro”, que aparece com a fusão do s cr imes de “seqü estro” e “extorsão”; o crime de “lesão 
corporal seg uida de morte ”, conseqüência da junção dos crimes de “le sões corpora is” e “homicíd io culposo ” 
(crimes complexos).
VI - PRINCÍPIOS 
a) Princípio da Lega lidade ou da reserva legal: Não há crime sem lei anterior q ue o defina, nem pena 
sem prévia cominação le gal (CF/88, art. 5º, XXXIX e Código Penal (CP) ar t. 1º). 
b) Princípio da proibiçã o da analog ia “in malam parte m”: Proibição d a ad equação típica “por 
semelhança” entre os fatos. 
c) Princípio da anteriorida de da lei: Só há cr ime e pen a se o ato foi pr aticado d epois d e lei que o s de fine 
e esteja em vigor. 
d) Princípio da irretroatividade da lei mais severa: A lei só po de retroagir para beneficiar o réu. 
e) Princípio da frag mentariedade: O estad o só protege os bens j urídicos mais importa ntes, assim 
intervém só nos casos d e maior gravidade. 
f) Princípio da interv enção mínima: O estado só d eve inter vir pelo DP “quando os outros ramos do 
Direito não conseguire m prevenir a cond uta ilícita.” (JESUS, 2 009, p. 10). 
g) Princípio da ofensividade: Não basta que a cond uta seja imoral ou pecaminosa, ela deve ofender um 
bem jurídico provocando uma lesão efetiva ou um perigo co ncreto ao bem. 
h) Insignificância ou Bagatela : Baseia no pressuposto de que a tipicidade penal exige u m mínimo de 
lesividade ao bem jurídico, reconhecendo a “atipicidade do fato nas perturbações jurídicas mais leves.” 
(JESUS, 2009, p. 10). 
i) Princípio da culpabilida de: Só será p enalizado quem agiu com dolo ou c ulpa co meteu um fato atípico e 
antijurídico. 
j) Princípio da humanidade: O réu deve ser tratad o como pessoa humana. 
l) Princípio da Proporcionalidade da pena: “A pena não pode ser superior ao grau d e responsabilidad e 
pela prática d o fato.” (JESUS, 2009, p. 11.). 
m) Princípio do estado de inocência: “Ninguém será culpado a té o trânsito em julgad o de sentença penal 
condenatória.” (CF/88, art. 5º, LVII). 
n) Princípio da ig ualdade: T odos são iguais perante a lei . (CF/88, art. 5º, caput). 
o) Princípio do “ne bis in idem”: É dizer que ninguém po de ser punido duas vezes pe l o mesmo fato. 
VI - LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
Lei penal no tempo: não retroag irá (irretroativa), salvo para beneficiar o réu. 
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Art. 2º - Ninguém po de ser punido por fato que lei posterior deixa de co nsiderar crime, cessando em virtud e 
dela a execução e o s efeitos penais da sentença co ndenatória. 
 
§ único - A le i posterior, q ue de qualquer modo favor ecer o agente, aplica -se aos fatos a nteriores, ainda que 
decididos por sentença conde natória tr ansitada em julgado. 
 
Art. 5°, XL, CF – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
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Lei excepcional: é aquela feita para vigorar em épocas especiais, como guerra, calamidade etc. (é 
aprovada pa ra vigorar enquanto perdura r o período excepcional) . 
 
Lei temporária: é aquela feita par a vigorar por determinado tempo, estabelecid o previamente na próp ria lei. 
 
* são leis ultra-ativas (não retroage m), pois regulam atos praticados durante sua vi gência, mesmo ap ós sua 
revogação. 
 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua d uração ou cessadas as 
circunstâncias que a deter minaram, aplica -se ao fato p raticado durante sua vigência. 
-Tempo do crime: o CP adotou a teoria da ativida de; não se co nfunde tempo do crime co m momento 
consumativo, que, nos termos do art. 1 4, I, o corre quando se reúnem tod os os elementos de sua definição 
legal; a i mportância da definição do te mpo do cri me tem que ver, por ex., co m a definição d a norma penal a 
ser aplicada, no reconhecimento ou não da menoridade do réu etc. 
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Art. 4º - Considera-se pratica do o crime no momento da ação ou om issão, ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
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Lei penal no espaço : 
 
- lugar do crim e: o CP adotou a teoria da ubiqüidade , segundo a qual o lugar do crime é tanto o da conduta 
quanto o do res ultado; o CPP , ao c ontrário, ad otou como regr a para a fixação da 
competência a que estabelece 
ser competente o foro (co marca) no qual o crime se co nsumou (art. 70) - teoria do resultado . 
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Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo o u em parte, 
bem comoonde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
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- territorialidade: o CP adotou a teo ria da territorialidade temperada . 
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Art. 5º - Aplica-se a lei br asileira, se m prej uízo de co nvenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido no territór io nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram -se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves 
brasileiras, de natureza p ública o u a serviço do gover no brasileiro onde q uer que se encontrem, bem co mo as aeronaves e as embarcações b rasileiras, mercantes ou d e pro priedade privada, que se achem, resp ectivamente, 
no espaço aéreo correspondente ou em alto -mar. 
§ 2º - É também aplicá vel à lei brasileira ao s cri mes p raticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de prop riedad e privada, acha ndo-se aq uelas e m po uso no ter ritório nacio nal ou em vôo no esp aço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
- extraterritorialidade: é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos cri minosos oco rridos no exterior. 
Art. 7º - Fica m sujeitos à lei brasileira, e mbora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liber dade do Presidente da República; 
b) contra o p atrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Feder al, d e E stado, de Território, de Município, 
de empresa pública, sociedad e de ec onomia mista, autarquia ou fundação instituída pelo P oder Público; 
c) contra a administração pública, por que m está a seu ser viço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no B rasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção , o Brasil se obrigou a rep rimir; 
b) praticad os por brasileiro; 
c) praticados em aeronave s o u embarcações brasileira s, mercantes o u de pr opriedade privada, quando em 
território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é p unido segundo a lei brasileira, ainda que abso lvido o u co ndenado no 
estrangeiro
§ 2º - Nos casos d o inciso II, a ap licação da lei brasileira depende do concurso das seguint es condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato p unível também no país e m que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei br asileira autoriza a e xtradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estra ngeiro ou não ter aí cu mprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoad o no estrangeiro ou, po r outro motivo, não estar extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei b rasileira aplica- se também ao cri me cometido p or estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, 
reunidas as condições p revistas no § anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição d o Ministro da Justiça. 
- pena cump rida no estrangeiro: 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ---- 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena i mposta no B rasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é co mputada, quando idênticas. 
- eficácia de sentença estrangeira: 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicaç ão da lei brasileira prod uz na espécie as mesmas 
conseqüências, pode ser homologada no B rasil para: 
I - obrigar o co ndenado à reparação do dano, a restituições e a o utros efeitos civis; 
II - sujeitá -lo a medida de segurança. 
§ único - A homolo gação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de ped ido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, d a existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridad e judiciária 
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
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 - contagem do p razo: no Direito P enal o dia do co meço inclui -se no cô mputo do p razo, assim, se u ma pena 
começa a ser cumprida às 23:3 0h, os 30 minutos re stantes s erão contados como sendo o 1° dia; o p razo penal 
distingue-se d o pr ocessual, p ois, neste, excl ui-se o 1° dia da contagem, a ssim, se o réu é in timado da sentença 
no dia 10. 04, o prazo p ara recorrer co meça a fluir apenas no dia 11.04 (se for d ia útil); os prazo s penais são 
improrrogáveis, assi m, se o prazo termina em um sábad o, domingo o u feriado, estará ele encerrado , ao 
contrário, os prazos processua is pro rrogam -se a té o 1 ° dia subseqüente; se o CP e o CPP tratarem d a mesma 
matéria (ex.: decadência), conta-se pelo modo mais favoráve l ao réu, ou seja, incluindo o dia do co meço. 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Art. 10 - O d ia do começo inclui -se no cô mputo do prazo. Contam -se o s dias, os meses e o s anos p elo 
calendário comum. 
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- frações não computáveis na pena : 
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Art. 11 - Desprezam-se, na s p enas pr ivativas de liberdade e nas restr itivas d e direitos, as fraçõ es d e d ia, e, na 
pena de multa, as frações d e cruzeiro. 
- legislação especial: 
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Art. 12 - As regras gerais d este Código aplica m-se aos fatos incri minados p or lei especial, se esta não 
dispuser de modo d iverso.
VII - TEORIA G ERAL DO CRIM E 
 
Conceito: é um fato típico (conduta / resultado / nexo causal / tipicid ade) e a ntijurídico (contrário ao 
direito); para a aplicação d a pena é necessário q ue o fato, al ém d e típico e antijurídico, seja ta mbém culpá vel, 
ou sej a, reprovável (culpabili dade - imputabilidade / exigib ilidade d e conduta diversa / p otencial co nsciência 
da ilicitude). 
 
- FATO TÍPICO 
 
- conduta : é o comportamento human o, voluntário e co nsciente (do loso ou culposo) dirigido a uma 
finalidade. 
 
- resultado: é a conseqüência da conduta humana, ou seja, aquilo pr oduzido por u ma conduta dolosa ou 
culposa do ho mem. 
 
- nexo ca usal (relaçã o de causalidade): é a relação de causa e efeito existe nte entre a co nduta do agente e o 
resultado dela deco rrente. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CONCAUSAS: 
 
- dependentes: aquela s que se encontra m dentro da linha de desdobramento nor mal da conduta; elas j amais 
rompem o nexo causal - ex.: uma facada pro voca uma perf uração em um órgão v ital da vítima, que p rovoca 
uma hemorragia aguda, r esultando a sua morte. 
 
- independentes: são aq ueles que não se inc luem no desdobra mento normal da conduta. 
 
- absoluta mente indepe ndentes – são as que têm orige m t otalmente diversa da cond uta; a causa provocativa 
do resultado não se originou na conduta d o agente; e m tod as as hipóteses rompe -se o ne xo causal, já que o 
resultado decorr e dessa causa independente e não da conduta do agente. 
 
- preexistentes – quandoanteriores à conduta - ex.: “A” quer matar “B” e o esfaqueia; acontece que, 
anteriormente, “C” já tinha envenenado “B”, que morre em razão do envenenamen to ; “A” resp onde apenas 
por “tentativa de homicídio ” e “C” por “homicídio con sumado ”.
- concomitantes – quando se verifica ao mesmo tempo em que a conduta do agente - ex.: uma pessoa está 
envenenando a víti ma, quando entram bandidos no local e mata m esta co m disparos de arma de fogo; o agente 
responde por “tentativa de homicídio ”. 
 
- supervenie ntes – q uando p osteriores à conduta - ex.: ap ós o envenenamento, cai um lustre na cabeça da 
vítima, que morre por traumatismo craniano; o agente resp onde por “ ten tativa de homicíd io”. 
 
- relativa mente in dependentes – são aq uelas que, po r si s ó, produze m o res ultado, mas que se or iginam na 
conduta do agente. 
 
- preex istentes – q uando a nteriores à cond uta; o agente responde pelo crime, po is não se rompe o ne xo ca usal 
- ex.: “A” quere ndo matar “B”, lhe desfere um golpe de faca, golpe es te que, por si só seria in suficiente par a 
provocar a morte de uma pessoa co mum, mas e m razão de “B” ser hemofílico (causa preexistente), acaba 
falecendo pela grande perda de sangue. 
 
- concom itantes – quando se verifica ao mesmo tempo em q ue a conduta d o agente; o agente respo nde pelo 
crime, pois não se ro mpe o nexo causal - e x.: no exato i nstante e m que o agente dispar a contra a vítima, vem 
esta a sofrer um infarto (dec orrência do susto e, p or isso, ligada à conduta do sujeito). 
 
- superveniente s – q uando posterior es à conduta; rompe -se o nexo causal e o agente não responde pelo 
resultado, mas somente pelos ato s até então praticados (art. 13 , § 1°) - ex.: a vítima to ma um tiro na barr iga 
(conduta do age nte) e é colocada e m uma ambulâ ncia; durante o trajeto, a ambulância se envol ve em uma 
colisão e a pes soa morre em r azão dos novos feri mentos; assim , co mo a causa da morte foi o acid ente, a 
pessoa que efetuou o disp aro não responde por “ homicídio consu mado”, mas apenas po r tentativa. 
Relação d e causalidade 
 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do cr ime, so mente é imputável a que m lhe deu causa. 
Considera-se ca usa a ação ou omissão se m a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
Superveniên cia de causa independ ente 
 
§ 1º - A superveniência d e causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, prod uziu o 
resultado; os fatos anterior es, entretanto, imputa -se a q uem os praticou. 
 
Relevância causa l da omissão (crimes om issivos impróprios ou com issivos por om issão) 
 
§ 2º - A o missão é pena lmente relevante qua ndo o o mitente devia e p odia agir p ara evitar o resultado. O de ver 
de agir incumbe a que m: 
a) tenha p or lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância - dever de proteção e assistência para com os 
filhos (obrigação r esultante da lei civil - C C e ECA) - e x.: pai q ue intencio nalmente deixa de alimentar seu 
filho recém-nascido , causando sua morte, responde po r “homicídio d oloso”; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidad e de impedir o resultado - pode resultar de relação contratual, 
profissão ou q uando, po r qualquer outra forma, assumiu a pessoa a posição de garantidora de que o resultado 
não o correria; o dever jurídico não decorre d a lei, mas de uma situação fática - ex.: salva-vidas que ze la pela 
segurança dos banhistas d e um clube; 
c) com se u comporta mento anterior, cr iou o risco da ocorrência do resultado - ex.: aquele que, p or 
brincadeira, joga uma pessoa na piscina e, posteriormente, perceb e que esta não sabe nadar tem o d ever de 
salvá-la; se não o fizer, r esponde p elo crime.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- tipicidade: é o nome que se dá ao enquadr amento da co nduta concretizada pelo agente na norma penal 
descrita em abstrato; par a que haja crime é necessário que o sujeito r ealize, no caso concreto, todos os 
elementos componentes da d escrição típica. 
ANTIJURÍDICO – justificativas ou causa s excludentes da antijuridicidade. 
 
- na parte geral 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- 
Exclusão de ilicitude 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
 
I - em estado de necessidade ; 
II - em legítim a defesa ; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
Excesso punível 
 
§ único - O agente, e m qualquer das hipóteses deste artigo, resp onderá pelo excesso d oloso ou culposo. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- estado de nece ssidade 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Art. 24 - Considera-se em es tado de nece ssidade quem pr atica o fato para salvar de perigo atua l, que não 
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio o u alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era r azoável exigir -se. 
 
§ 1º - Não pod e alegar estado de necessidade q uem tinha o dever legal de en frentar o perigo. 
 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a 
2/3. 
- o perigo deve ser atual (o entendimento prevalente é d e que ele também possa ser iminente); 
 
- o perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio ; 
 
- a situação de perigo não tenha sido ca usada voluntariamente (ente nda-se dolosamente) pelo agente; 
 
- inexistência do dever legal d e enfrentar o perigo ; 
 
- inevitabilidad e da conduta ; 
 
- razoabilida de do sacrifício ; 
 
- conhecim ento da situação justificante (elemento subj etivo). 
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- ex.: a disputa d e náufragos pela po sse de uma tábua de salvação; a destruição de um tabique de madeira do 
vizinho, para deter um incê ndio; agente q ue, ferido a faca no peito e em busca de assistência médica, atr opela 
transeunte, causando-lhe a morte; venda de carne acima da tabela, por ter sid o comprada também acima da 
tabela; impossibilidad e, a não ser através desse meio, d e exercer a profissão ; acusado que, dese mpregado, 
devendo prover a subsistência de pro le numerosa e esposa grávida, subtrai alimentos e utilidades domésticas 
em supermercado etc. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- o estad o d e necessidade putativo o corre quando o agente julga erroneamente estar sob a pro teção da 
excludente; no caso, porém, é excluída só a culpab ilidade, e não a antijuridicidad e. 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 - legíti ma defesa 
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Art. 25 - Entende- se em legítima defesa que m, usando moder adamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou i minente, a direito seu ou de outrem. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- exis tência de um a agressão (d eve ser humana; contra ani mais ou co isas caracteriza -se estado de 
necessidade); 
 
- a agressão dev e ser injusta; 
 
- a agressão dev e ser atual ou im inente; 
 
- agressão d irigida à proteção de d ireito próprio ou de terceiro ; 
 
- utilizaçã o d os meios necessários (são os meios menos lesivos à disposição do agente no momento da 
agressão). 
 
- moderação – ex. de imoderação - matar a tiros um menor, para impedir a subtração de frutos de uma ár vore. 
 
- conhecim ento da situação justificante (elemento subj etivo).
a legítima d efesa putativa ocorre quando o agente j ulga erroneamente estar sob a pr oteção da excludente. 
--------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------- 
 - excesso: é a intensificaçã o desnecessária de u ma cond uta inicial mente justificada; o excesso sempre 
pressupõe um i nício de situaç ão justificante; a p rincíp io o a gente e stava agindo coberto por uma exclude nte, 
mas, em seguida, a extrapola; ele pode ser doloso (descar acteriza a legítima defesa a partir do momento em 
que é empregado o excesso e o agente respo nde dolosa mente pelo resultado q ue produzir) ou culposo ( é o que 
deriva de culp a e m relação à moderação, e, p ara al guns do utrinadores, ta mbém à escolha dos meios 
necessários; nesse caso, o agente responde p or crime culposo). 
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- diferenças entre o estado d e necessidade e a legítima defesa:
- no EN, há um conflito entre bens jurídicos; na LD, ocorre repulsa contra u m ataque. 
- no EN, o be m é exposto a risco; na LD, o be m sofre uma agressão atual ou imi nente. 
- no EN, o perigo p ode ser proveniente de conduta humana ou animal; na LD, a agressão d eve ser humana. 
- no EN, a co nduta pod e atingir bem jurídico de ter ceiro ino cente; na LD, a conduta p ode ser dirigida apena s 
contra o agressor. 
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 estrito cu mprimento do dever leg al : o d ever deve constar de lei, decr etos, regulamentos ou ato s 
administrativos fundados em lei que seja m de caráter geral - exs.: oficial de justiça que apreende bens para 
penhora; policial que lesiona a ssaltante em fuga etc; se o agente extrapolar os limites , haver á crime. 
 
- exercício regular de direito : consiste na at uação do agente dentro do s limites conferidos pelo o rdenamento 
legal; o sujeito não comete c rime por estar exercitando u ma prerrogativa a ele conferi da pela lei - e xs.: na 
recusa e m depor em juízo por parte de q uem te m o dever legal de guardar sigilo, na interve nção cirúrgica 
(desde que haj a consentimento do paciente ou de seu rep resentante legal), nas le sões espo rtivas, desde que 
respeitadas as regras do esporte etc; o exer cício abusivo do dire ito faz desaparecer a excludent
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
- ofendículos – são aparatos visíveis desti nados à de fesa d a propried ade ou de qualquer outro be m jurídico - 
exs.: pontas -de-lança em portão, caco s de vidro em cima de um muro, tela elétr ica co m aviso; o uso d os 
ofendículos é lícito, desde que não coloq uem e m r isco pessoas não agressoras; quanto à natureza destes, há 
duas opiniões : a) existe a legítim a d efesa p reordenada porq ue o aparato só funcionará quando houver 
agressão, e é preordenada p orque foi po sta a nteriormente a esta; b) não há crime, po is há exercício regular do 
direito de defesa de bens jurídicos (não se pode cogitar de legítima defesa por não haver agressão atual ou 
iminente). 
 
- defesa mecânica predispos ta – são aparatos ocultos que tê m a mesma finalidade do s ofendículos; pode m, 
dependendo das circunstâncias, caracterizar algum cr ime culpo so - ex.: co locar um tela elétrica sem aviso (se 
alguém encosta e so fre lesão, o responsável pela co locação de tela resp onde por “ lesões co rporais culposa s”). 
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- na parte especia l 
 
- coação para impedir suicídio (art. 146 , § 3°, II); 
- ofensa em juízo na discu ssão de causa (ar t. 142, I); 
- aborto par a salvar a vida da gestante (art. 12 8); 
- violação de domicílio q uando um crime está sendo ali praticado ( art. 150, § 3°, II) etc. 
 
- CULPÁVEL (CU LPABILIDADE) 
 
- i mputabilidade: é o autor que, no momento da ação, é capaz de entender o caráter ilícito do fato e de 
determinar-se de aco rdo com esse e ntendimento; deve sempre ser aferida no momento da pr ática delitiva, nem 
antes, nem depo is; el a tem a ver com a me noridade penal, co m a doença mental, bem como co m a 
embriaguez. 
 
- exigibilidade de con duta diversa : refere-se ao fato de se sab er se, nas circunstâncias, seria exi gível que o 
acusado agisse de for ma diversa. 
 
- potencial consciê ncia da ilicitude: deve-se c hegar à co nclusão de que o agente, co m al gum esforço o u 
cuidado, poderia saber que o fato é ilícito.

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