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Organização Político-Administrativa do Estado Brasileiro Organização do Estado e Separação de Poderes Prof. Dr. Bruno César Lorencini Componentes do Estado Federal A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende, conforme o art. 18 da Constituição Federal de 1988: A) União B) Estados C) Distrito Federal e D) Municípios Componentes do Estado Federal Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. • Soberania: elemento do Estado. • Concepção de Westphalia (Bodin e Maquiavel): soberania absoluta. • Humanização do Direito Internacional (Trindade e Piovesan): relativização da soberania. Soberania x Autonomia • A soberania e as concepções acerca dos direitos humanos: – O caso Sakineh – O caso da proibição do uso de burca na França. Breve debate • Tríplice independência: – Política (governo próprio). – Administrativa (burocracia própria). – Financeira (arrecadação própria). Autonomia • Considere o Brasil: - quem é(são) soberano(s)? - quem é(são) autônomo(s)? Reflexão • A República Federativa do Brasil (o todo) é soberano, pois se trata do Estado nacional. • União Federal, Estados membros, Distrito Federal e Municípios são entidades federativas e, portanto, autônomas. No Brasil: • Porque no federalismo brasileiro, os órgãos que representam e governam o Estado Federal brasileiro (o todo) são os mesmos que representam e governam a entidade federativa chamada União Federal. Por que a confusão? • Por vezes, o Presidente da República atua como chefe de Estado (ex. Assinatura de tratado internacional); outras atua como chefe da Administração Federal (ex. nomeação de ministro). • Haverá leis nacionais (produzidas pelo Congresso Nacional enquanto órgão legislativo do Estado Federal brasileiro – o todo), com eficácia para todas as pessoas políticas, e haverá leis federais, que terão eficácia perante a Administração federal. Assim sendo: • Órgão central do Estado Federal. • Pessoa jurídica de direito público interno: titular de direitos. • Órgãos representativos: Presidente da República e Congresso Nacional (mesmos órgãos que representam a República Federativa do Brasil). • Produz as leis federais. União Federal • Art. 20. São bens da União: • I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; • II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; • III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; • IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) • V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; • VI - o mar territorial; Bens da União • VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; • VIII - os potenciais de energia hidráulica; • IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; • X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; • XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Bens da União • § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Participação na exploração de recursos naturais O caso dos royalties do petróleo • Modifica as Leis no 9.478, de 6 de agosto de 1997, e no 12.351, de 22 de dezembro de 2010, para determinar novas regras de distribuição entre os entes da Federação dos royalties e da participação especial devidos em função da exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, e para aprimorar o marco regulatório sobre a exploração desses recursos no regime de partilha. • Em suma, a lei acaba com a prioridade de distribuição aos Estados produtores, prevendo uma “compensação financeira” Lei 12.734/2012 • Sob o ponto de vista do federalismo, é justo que haja redistribuições dos royalties para Estados que não são produtores? • O Estado produtor merece algum tipo de compensação financeira? Por quê? Questões para debate Componentes do Estado Federal Brasília • Capital Federal (art. 18, §1º) • “Cidade-centro” – civitas civitatum • Não é sede de Município • Sede do Governo Federal • Sede do Governo do Distrito Federal Componentes do Estado Federal Brasília “Brasília, assim, assume uma posição jurídica específica no conceito brasileiro de cidade. Brasília é civitas civitatum, na medida em que é cidade- centro, polo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves, e onde acontecem os fatos mais decisivos para o destino do País. Mas não se encaixa no conceito geral de cidades, porque não é sede de Município. É civitas e polis , enquanto modo de habitar de sede do Governo Federal. Não era forma de participar, porque seu povo não dispunha do direito de eleger seus governantes nem seus representantes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, mas agora se integra na cidadania com a autonomia do Distrito Federal (art. 32). Brasília tem como função servir de Capital da União, Capital Federal e, pois, Capital da República Federativa do Brasil, e também sede do governo do Distrito Federal, conforme dispõe o art. 6º da respectiva Lei Orgânica”. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 38º ed. – São Paulo: Malheiros, 2015. Pág. 476. Componentes do Estado Federal Territórios Federais • Não são considerados como componentes da Federação; • Não há mais territórios: Roraima e Amapá transformados pela CF/88 em Estados; • Natureza de mera autarquia, descentralização administrativo- territorial da União, quando os declara integrantes desta (art. 18, §2º); • Possibilidade de criação, ulterior transformação em Estado ou sua reintegração ao Estado de origem consoante regulamentação por Lei Complementar. Estados membros • Instituições típicas do Estado Federal; • Sem Estados federados não se conhece Federação; • Não é o nome que lhes dá natureza, é o regime de autonomia (José Afonso da Silva); • Poder Regional; • Possibilidade de incorporação entre si, por subdivisão ou desmembramento para se anexarem a outros, quer para formarem novos Estados ou mesmo Territórios Federais; • Necessidade de aprovação da população diretamente atingida por Plebiscito, e do Congresso Nacional, por Lei Complementar, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas (art. 18, §3º c/c art. 48, VI). Municípios • Poder Local • Ente-federativo • Lei Orgânica • Autonomia político-administrativa • Criação, Incorporação, fusão e desmembramento por Lei Estadual, após consulta à população diretamente interessada Componentes do Estado FederalMunicípios O Município brasileiro é “entidade de terceiro grau, integrante e necessária ao nosso sistema federativo” HELY LOPES MEIRELLES MEIRELLES, Hely Lopes.Direito Municipal Brasileiro, pág. 39 apud SILVA, José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo, pág. 478. Componentes do Estado Federal Municípios • Existe federação de Municípios? • O Município, dotado de autonomia político-constitucional, integra o conceito de entidade federativa? Componentes do Estado Federal Municípios “Dizer que a República Federativa do Brasil é formada de união indissolúvel dos Municípios é algo sem sentido, porque, se assim fora, ter-se-ia que admitir que a Constituição está provendo contra uma hipotética secessão municipal. Acontece que a sanção correspondente a tal hipótese é a intervenção federal que não existe em relação aos municípios” SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 38º ed. – São Paulo: Malheiros, 2015. Pág. 479. Municípios “Não conhecemos uma única forma de união federativa contemporânea onde o princípio da autonomia municipal tenha alcançado grau de caracterização política e jurídica tão alto e expressivo quanto aquele que consta da definição constitucional do novo modelo implantado no País com a Carta de 1988, a qual impõe aos aplicadores de princípios e regras constitucionais uma visão hermenêutica muito mais larga tocante à defesa e sustentação daquela garantia. Nunca esteve o Município numa organização federativa tão perto de configurar aquela realidade de poder – o chamado pouvoir municipal – almejado por numerosa parcela de publicistas liberais dos séculos XVIII e XIX, quanto na Constituição brasileira de 1988” BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 29º ed. – São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 355. • Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los ou embaraçar-lhes o funcionamento (ressalvada a colaboração de interesse público) – ofensa ao Estado laico. • Recusar fé a documentos públicos. • Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Vedações Federativas (art. 19) Apresentação do caso Novos Estados: Carajás e Tapajós • (i) Descrição. • (ii) Vantagens e desvantagens. • (iii) Seria bom para o Brasil? SEMINÁRIO
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