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INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS – EQW 112 INTRODUÇÃO AOS POLÍMEROS Profªs: Ana Lúcia Nazareth da Silva IMA/UFRJ ananazareth@ima.ufrj.br NOÇÕES BÁSICAS SOBRE POLÍMEROS - INTRODUÇÃO Macromolécula Polímero ? Molécula grande, de elevada MM Também é uma molécula grande, porém seu alto peso origina-se da repetição de segmentos ao longo da cadeia Poli=muitos Mero=partes Ex.: Propileno (ou propeno) Polipropilenopolimerização nCH2= CH CH3 polimerização CH2-CH-CH2-CH-CH2-CH CH3 CH3 CH3 CH2CH n CH3 Representação 33 Termos Gerais: Monômero – Composto químico que reage para formar os polímeros. No exemplo, o monômero foi o propileno Mero – É a parte que se repete na cadeia do polímero. No exemplo, a porção CH2-CH-(CH3) é a unidade repetitiva Oligômero ( poucas partes) – É um polímero de baixa MM, com aproximadamente 10 unidades repetidas Polimerização – É a reação pela qual os monômeros combinam-se para formar os polímeros Copolímeros – polímeros que apresentam mais de um mero diferente na cadeia polimérica. 55Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental As cadeias poliméricas podem se apresentar na forma de: a) Cadeias lineares ou polímeros lineares b) Cadeias com ramificações longas c) Cadeias com ramificações curtas d) Cadeias com ligações cruzadas ou polímeros reticulados ou em rede Figura 1: Representação das cadeias poliméricas: (a) cadeia linear; (b) cadeia ramificada; (c) cadeia reticulada Propriedades Mecânicas 66Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental Em função da quantidade de ligações cruzadas, os polímeros reticulados podem ser subdivididos em polímeros com baixa densidade de ligações cruzadas (ex.: borrachas vulcanizadas), ou polímeros com alta densidade de ligações cruzadas (ex.: termorrígidos) Os diferentes tipos de cadeia levam ao aparecimento de propriedades diferentes nos polímeros, especialmente em relação à fusibilidade e solubilidade. As cadeias laterais dificultam a aproximação das cadeias poliméricas, diminuindo, assim, as interações moleculares e acarretando prejuízos nas propriedades mecânicas. A formação de cadeias reticuladas , devido à presença de ligações cruzadas entre moléculas, “amarra” as cadeias, impedindo o seu deslizamento umas sobre as outras, aumentando muito a resistência mecânica e tornando o polímero insolúvel e infusível. Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 7 CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS Quanto à presença de grupos funcionais - Poliamidas - Poliésteres - Poliéteres Quanto ao método de preparação Poliadição Policondensação Presença de três diferentes etapas reacionais: iniciação; propagação e terminação Não há distinção reacional entre o início da formação do polímero, crescimento ou interrupção deste crescimento Uma vez iniciada a cadeia, o seu crescimento é rápido, com altos graus de polimerização sendo obtidos logo no início da reação (MM ~ 105) O crescimento da cadeia é lento (MM ~1-2 X 104) Uso de um iniciador Não precisa de iniciador Não há subprodutos durante a reação Há subprodutos – o crescimento da cadeia depende da eliminação de moléculas pequenas, tais como, H2O, HCl e NH3 Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 8 Quanto ao comportamento mecânico Plásticos – caracterizam-se por serem sólidos à temperatura ambiente em seu estado final, mas em algum estágio de seu processamento, tornam-se fluidos e possíveis de serem moldados, por ação de calor e/ou pressão. Borrachas ou Elastômeros – material que exibe elasticidade à temperatura ambiente. Termoplásticos Termorrígidos Polímeros que permitem fusão por aquecimento e solidificação por resfriamento São polímeros que por aquecimento, ou outra forma de tratamento, assumem a estrutura tridimensional, reticulada, com ligações cruzadas, tornando-se insolúveis e infusíveis Fibra – um termoplástico orientado (com um sentido longitudinal dito eixo principal da fibra). A orientação das cadeias e dos cristais, feita de modo forçado durante a fiação, aumenta a resistência mecânica desta classe de materiais. Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 9 T e ns ã o, Deformação, Pl á st ic o rí gi d o Figura 2: Curvas de Tensão X Deformação de diferentes polímeros CURVA DE TENSÃO VERSUS DEFORMAÇÃO Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 10 Processamento de Termoplástico por Extrusão Quanto aos tipos de morfologia no estado sólido Polímero amorfo – as cadeias do polímero estão em estado desorganizado, arranjadas aleatoriamente e entrelaçadas, lembrando um prato de espaguete cozido. Os polímeros amorfos são geralmente polímeros transparentes. Polímero cristalino – as cadeias do polímero estão em estado ordenado, com uma forma definida. Os polímeros cristalinos são geralmente opacos. Polímero semicristalino – em geral, os polímeros não são totalmente amorfos, nem totalmente cristalinos, apresentando-se em um estado intermediário. As moléculas exibem um empacotamento regular, ordenado, em determinadas regiões. Quanto maior o grau de cristalinidade, maior é a organização das cadeias poliméricas. Devido às fortes interações intermoleculares, os polímeros semicristalinos são mais rígidos e resistentes. Estes polímeros também são mais opacos devido à presença das regiões cristalinas. Representação de um polímero semicristalino. Teor de cristalinidade crescendo da esquerda para direita Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 11 Processamento de Termoplástico por Extrusão Micrografias óticas de cristais de Polipropileno Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 12 Processamento de Termoplástico por Extrusão Massa Molecular e sua distribuição em polímeros Polímeros Não são produtos homogêneos; contêm mistura de moléculas, de massas variadas, apresentando o que se chama de polimolecularidade. Os polímeros possuem longos segmentos moleculares, que vão influenciar nas propriedades dos produtos finais, sendo assim, é de grande importância seu conhecimento e controle. Representação esquemática de um polímero linear 13 As fortes interações entre cadeias resultam nas propriedades especiais das macromoléculas. A partir de MM entre 1000-1500 estas propriedades começam a surgir e vão se tornando mais significativas à medida que o MM aumenta. Polímeros – MM > 10.000 Oligômeros – 1000 < MM < 10.000 Cadeias poliméricas com MM acima de 250.000 são consideradas de elevada massa molecular Variação de uma dada propriedade em função de sua massa molecular Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 14 Tipos de massas moleculares médias Massa Molecular Numérica Média (Mn) - é a maneira de calcular a massa molecular onde o número de cadeias poliméricas é o mais importante. Massa Molecular Ponderal Média (Mw) – é a maneira de calcular a massa molecular onde a massa das cadeias poliméricas é o mais importante. 1 1 ____ i i i i i n Mn Mn 1 2 1 ____ i ii i i i Mn Mn Mw Mi é o peso molecular de moléculas de classe i; ni é o número de moléculas de classe i Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 15 Massa Molecular Viscosimétrica Média (Mv) – se baseia na propriedade característica dos polímeros de produzirem soluções viscosas, mesmo a grandes diluições. Depende do espaço ocupado pelas macromoléculas, causando resistência ao escoamento e são fatores importantes não apenas o n°e o peso das moléculas, mas também a sua forma na solução. As interações polímero-solvente afetam os resultados obtidos. Na prática, os valores de Mv são obtidos através da equação: [] = K Mv a, onde K e a são constantes que dependem do sistema polímero-solvente e da temperatura 1 /1 1 1 ____ i ii a a i i i Mn Mn Mv Poliestireno (metil-etil-cetona, 25°C) - K=3,9 x 10-4; a = 0,58 Poli(metacrilato de metila) (metil-etil-cetona, 25°C) - K=0,68 x 10-4; a = 0,72 Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 16 Métodos experimentais para a determinação da massa molecular de polímeros • Osmometria, Ebuliometria e Crioscopia – Mn • Espalhamento de Luz – Mw • Viscosimetria – Mv • Cromatografia de Exclusão por Tamanho (GPC ou SEC) – Mn, Mw e Mv Conceito sobre Polidispersão Será tanto maior quanto mais heterogêneo forem as massas molar DMM = Mw/Mn Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 17 Polímeros podem existir em estado amorfo, caracterizado por um arranjo desordenado das moléculas, ou em estado cristalino, em que há uma ordenação tridimensional Temperatura de transição vítrea (Tg) Temperatura de fusão cristalina (Tm) Análise de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) “Differential Scanning Calorimetry” Além das temperaturas Tg e Tm, obtém-se, através desta técnica, a entalpia de fusão, Hf, usada para o cálculo do grau de cristalinidade, c. Outras medidas são o calor de cristalização, Hc, e o calor de reação, Hr. Temperatura de cristalização (Tc) PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS POLÍMEROS Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 18 Influência da presença de grupamentos no comportamento térmico do polímero Influência da polaridade (presença de grupos polares) na Tg e Tm: -C-O- -N-C-O- -N-C- -N-C-N- H H H H Polaridade Crescente Tg e Tm crescentes Éster Uretano Amida Uréia Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 19 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS Viscoelasticidade o Os polímeros não são nem perfeitamente elásticos e nem perfeitamente viscosos; o Apresentam um comportamento intermediário entre sólido e líquido: parte da energia é armazenada e parte é dissipada sob a forma de calor; Por isso, a resposta dos polímeros frente a esforços mecânicos pode variar com a duração deste esforço o A medida de viscoelasticidade é uma técnica disponível em equipamentos conhecidos como reômetros e este parâmetro revela características sobre a natureza viscoelástica do material. o Ciência que estuda o comportamento viscoelástico dos materiais: REOLOGIA (estudo do escoamento e deformação da matéria). Importância dos dados reológicos na indústria: • Determinar a funcionalidade da incorporação de aditivos no desenvolvimento de produtos; • Controle de qualidade do produto final ou intermediário; • Determinação da vida durante estoque; Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 20 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS Permeabilidade Durante o transporte de óleo e gás por dutos flexíveis, os materiais estão em contato com gases a elevadas T e P e, possivelmente, em contato com a água do mar. Blistering (absorção de gás no polímero seguida de uma descompressão explosiva) Corrosão dos arames das armaduras de pressão “Empolamento” Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 21 PERMEABILIDADE Grau de Cristalinidade Presença de Aditivos (Plastificante) O coeficiente de permeabilidade depende dos coeficientes de difusão e solubilidade, que são funções da temperatura (e algumas vezes da pressão dos gases) e afinidade do gás com o material polimérico em questão. Quanto maior o grau de cristalinidade, menor é a permeabilidade do material A incorporação de plastificante leva ao aumento da permeabilidade do material Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 22 PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS Principais métodos de processamento de polímeros Consiste em empurrar o material para fora de um compartimento Ex.: tubo de pasta de dente; seringa, reômetro capilar O material líquido ou pastoso é forçado a adquirir o formato ao sair da extrusora No caso de polímeros, o processo pode ser em tubos, perfis, sacos plásticos, recobrimentos de fios e cabos, chapas, etc. Representação esquemática de uma extrusora Extrusão Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 23 Representação esquemática das diferentes zonas de uma extrusora Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 24 Extrusora usada na fabricação de dutos de transporte de petróleo Para cada tipo de polímero processado, diferentes perfis de temperatura são usados Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 25 TERMOPLÁSTICOS São alimentados no estado “sólido”; São fundidos sob ação do calor e ficção; São transportados e bombeados; São forçados pela matriz para adquirirem um formato específico São resfriados Processo de extrusão de um material polimérico Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 26 PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS Injeção Conformação pela aplicação de pressão e preenchimento de uma cavidade Descrição: Dois módulos: Unidades de Injeção e Fechamento e Molde Representação esquemática de uma injetora Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 27Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 27 ROTOMOLDAGEM Processo de alta temperatura e baixa pressão, ideal para a produção de peças plásticas grandes, ocas e inteiras, caracterizando-se por não apresentar fluxo de plástico fundido e nem esforço cisalhante. Quanto maior for a peça, maiores são as vantagens do processo, já que podem ser produzidas peças sem emendas e sem rebarbas; porém os índices de produção são relativamente baixos; É recomendado tanto para a produção de peças ocas de grande porte (containers, tanques de combustível, gabinetes de equipamentos), quanto para peças pequenas (vasos, brinquedos, peças de decoração); Também tem como vantagem o baixo custo e possibilidade de fabricação de pequenos lotes. Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 28Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 28 Introdução ao Processamento de Polímeros ExperimentalIntrodução ao Processamento de Polímeros Experimental 29Introdução ao Processamento de Polímeros ExperimentalIntrodução ao Processamento de Polímeros Experimental TERMOFORMAGEM - ETAPAS DO PROCESSO Fixação da chapa Aquecimento Moldagem Resfriamento Extração da peça No processo de termoformagem, uma chapa ou lâmina termoplástica amolecida pelo calor é forçada contra um molde por meio de pressão, adquirindo o seu formato, em temperatura controlada. Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 30Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 30Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 30Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 30Introdução ao Processamento de Polímeros Experimental 30 Processamento de Termoplástico por Extrusão 3131 PROPRIEDADES FINAIS DOS PRODUTOS Propriedades mecânicas – baseadas em normas ASTM e ISO: Resistência à Tração Parâmetros obtidos: -Módulo de elasticidade (MPa) - Tensão no escoamento (MPa) e Deformação no escoamento (%) - Tensão na ruptura (MPa) e Deformação na ruptura (%) Processamento de Termoplástico por Extrusão 3232 PROPRIEDADES Propriedades mecânicas – baseadas em normas ASTM e ISO: Resistência ao Impacto ENSAIO IZOD ENSAIO CHARPY Principal parâmetro: -Energia de impacto (J) -Resistênciaao impacto (KJ/m2) Processamento de Termoplástico por Extrusão 3333 PROPRIEDADES Propriedades de escoamento – baseadas em normas ASTM e ISO: Índice de Fluidez (Melt Flow Index – MFI) Principal parâmetro: -Índice de fluidez (g/10 min)
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