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Ética Jurídica e Deontologia Jurídica 8Ética e Profissão Jurídica: Definição da profissão do Advogado; U N ID A D E 2 Olá, bem vindo à unidade 2. Nela iremos partir de uma abordagem múltipla de ética, abre-se espaço para análises de relações da comunicação com a ética. Relaciona-se ética e legislação em comunicação, abordando as possibilidades de se conceituar o que é ser ético ou antiético em comunicação, mesmo estando dentro de parâmetros legais. A unidade apresenta as relações entre ética e valores em comunicação, partindo de particularidades e práticas relacionadas ao conceito de credibilidade em comunicação. Vamos começar nossos estudos? Boa aula! Ao estudar esta unidade de aprendizagem, você poderá: ● Ética do Profissional do Direito. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil e seu Regulamento Geral. Disciplina entre o Dever Profissional e as Relações com o Cliente. ● Ética do Advogado. Processo Disciplinar. Deontologia na Magistratura, no Ministério Público e na Defensoria Pública. No decorrer deste material você conhecerá diferentes temas. Confira abaixo: ● Ética e Profissão Jurídica: Definição da profissão do Advogado; O papel da deontologia no sistema jurídico. Ética Jurídica e Deontologia Jurídica 9Ética e Profissão Jurídica: Definição da profissão do Advogado; U N ID A D E 2 Ética e Profissão Jurídica: Definição da profissão do Advogado; O papel da deontologia no sistema jurídico A advocacia não é uma mera atividade profissional. Por outro lado, não é tarefa fácil definir a advocacia, pois a tentativa de definição isenta invariavelmente frustra-se pelas influências humanísticas e políticas do conceituador que, inserido em uma determinada ordem jurídica, será tentado a ver a advocacia sob a ótica das leis que regem a atividade em seu país. Por isso, proponho diferentes critérios de conceituação, a depender do aspecto teleológico desta. Sob o critério filosófico-liberal, advocacia é a atividade jurídica exercida pelos guardiães das liberdades humanitárias, políticas e filosóficas, e que visa à manutenção e aplicação da ordem jurídica aos casos concretos em sociedade, pugnando pelo Estado de Direito. Sob o critério político, advocacia é a atividade que propicia a defesa de interesses de pessoas envolvidas em conflitos sociais, perante o Poder Judiciário ou órgãos administrativos, de acordo com normas e princípios jurídicos pré-estabelecidos (Estado de Direito) pela linha de poder dominante em uma dada sociedade, escolhida pelo povo e que o representa (Estado Democrático). Sob o critério constitucional-positivo, advocacia é uma das funções essenciais à justiça, sendo o advogado indispensável à administração desta, e inviolável por atos e manifestações no exercício de sua atividade, na forma da lei. Sob o critério formal (ou legalista), advocacia é a atividade privativa de bacharel em Direito, regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Sob o critério formal-funcional, advocacia é a atividade privativa de bacharel em Direito, regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, desde que, subjetivamente, se verifiquem ausentes: causas legais de impedimento, incompatibilidade ou licença obrigatória, e ainda, sanção disciplinar ou ordem judicial que impeça, limite ou proíba seu exercício. Ética Jurídica e Deontologia Jurídica 10Ética e Profissão Jurídica: Definição da profissão do Advogado; U N ID A D E 2 Sob o critério material, advocacia pode ser: a atividade de provocação da jurisdição em favor do jurisdicionado pelo exercício da capacidade postulatória (aspecto processual); a mediação de conflitos entre os homens em sociedade por métodos de conciliação (aspecto negocial); a consultoria e assessoria em matéria jurídica (aspecto auxiliar); a fiscalização de regularidade de contratos constitutivos de pessoas jurídicas sujeitas a registro no órgão competente (aspecto burocrático). A apresentação dos diferentes critérios não significa a opção por um e exclusão dos demais. Os critérios para conceituação na verdade se conjugam, para que seja correto conceituar a advocacia, e de fato a conceituo, como: função essencial à justiça, que visa à garantia das liberdades humanitárias, políticas e filosóficas, e ao cumprimento da ordem jurídica vigente, solucionando conflitos com base em normas e princípios jurídicos pré-estabelecidos, através da mediação, ou por postulação perante os órgãos administrativos ou jurisdicionais, ou evitando-os, pela assessoria e consultoria jurídicas, seja na seara pública ou privada, sendo privativa de bacharel em ciências jurídicas, atendidas as demais qualificações exigidas em lei, que a desempenha com múnus público em atendimento a ministério conferido pela Constituição Federal. A impressão do exercício da advocacia é de natureza personalíssima, e de forte influência empírica, no que toca a forma de imaginá-la, interpretá-la e realizá-la na vida cotidiana, com suas imponderáveis e imprevisíveis situações. Porém, a sua conceituação deve ser científica, como proposta de ponto de partida para se estabelecer uma doutrina a respeito do regime jurídico, ético e filosófico da advocacia, para fins de especulação investigativo-doutrinária e sedimentação de valores com escopo único de demonstrar a posição elevada de que goza, como baluarte da democracia e da preservação da ordem. A Deontologia Forense ● Deontologia é a teoria dos deveres. Deontologia profissional se chama o complexo de princípios e regras que disciplinam particulares comportamentos do integrante de uma determinada profissão. ● Deontologia Forense designa o conjunto das normas éticas e comportamentais a serem observadas pelo profissional jurídico; ● Ciência que cuida dos deveres e obrigações dos operadores do direito, e de seus fundamentos éticos legais; ● Ciência dos deveres aplicada àqueles que exercem alguma profissão jurídica, em especial os advogados, magistrados e promotores de justiça;Fontes basilares para o estudo da ética dos advogados: ● Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil; ● Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil; ● Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil; Ética Jurídica e Deontologia Jurídica 11Ética e Profissão Jurídica: Definição da profissão do Advogado; U N ID A D E 2 Princípios da Deontologia Forense Princípio da conduta ilibada: a conduta ilibada é o comportamento sem mácula, aquele sobre o qual nada se possa moralmente levantar. Trata-se de conceito impreciso, existindo uma tendência a desconsiderar os problemas da vida particular do profissional, quando estes não reflitam no exercício de sua atividade. Princípio da dignidade e do decoro profissional: A dignidade constitui um valor inerente à pessoa humana, que deve ser protegido e respeitado. A Projeção desse valor no exercício profissional é o que proporciona o decoro à corporação ou colégio profissional. Sabe-se o que é o decoro quando se defronta com as inúmeras condutas indecorosas de pessoas que deveriam dar o exemplo. Decoro é acatamento, brio, circunspecção, compostura, algo equivalente à decência, honestidade, honra, nobreza. Princípio da incompatibilidade: Entende-se incompatível a profissão jurídica com outra, salvoa de magistério. A segunda atividade provocaria interferência na esfera profissional jurídica, propiciaria captação de clientela, geraria confusão nas finalidades de atuações diversas ou estabeleceria vínculos de subordinação lesivos do princípio da independência. Princípio da correção profissional: o profissional correto é aquele que atua com transparência no relacionamento com todos os protagonistas da cena jurídica ou da prestação jurisdicional. Não se beneficia com a sua função ou cargo. Princípio do coleguismo: baseado no núcleo comum das carreiras jurídicas, o curso de Direito, o princípio em questão se traduz na camaradagem, confiança recíproca e solidariedade que podem considerar-se confluentes no conceito genérico de coleguismo. É um sentimento derivado da consciência de pertencer a determinado grupo, a inspirar certa homogeneidade comportamental. Princípio do desinteresse: deve se entender o altruísmo de quem relega a plano subalterno a ambição pessoal ou até a aspiração legítima a ganhar mais, para buscar o interesse da justiça. Trata-se de princípio inspirador dos chamados a integrar as carreiras jurídicas como a magistratura, procuradorias, defensorias, etc. Princípio da confiança: adstrita mais fortemente à advocacia, uma vez que o advogado será o detentor dos segredos do cliente, terá acesso a informações intimas e foi escolhido por motivos profissionais e pessoais para desempenhar sua função com fidelidade. Princípio da independência profissional: aqui se concebe a ausência de quaisquer vínculos interferentes na ação do profissional do direito, capazes de condicionar ou orientar sua atuação de forma diversa ao interesse da justiça. Princípio da reserva: o homem de bem é um homem discreto. O princípio da reservasse estende a todas as circunstâncias nas quais parte ou terceiro venham a ser direta ou indiretamente implicados no processo. Ética Jurídica e Deontologia Jurídica 12Ética e Profissão Jurídica: Definição da profissão do Advogado; U N ID A D E 2 Leitura Complementar NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional.. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Ética Jurídica Ética Geral e Profissional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8906/94) Básica LANGARO, Luiz Lima. Curso de Deontologia Jurídica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. LÔBO, Paulo. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. Complementar BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Ética Jurídica Ética Geral e Profissional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. FERRARI, Irany. Etica profissional do advogado. São Paulo: Ltr, 2010. MADEU, Diogenes. Ética Prof Geral e Jurídica. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Roque, Sebastião José. Deontologia Jurídica: Ética profissional do Advogado. São Paulo: Ícone, 2009. VASQUEZ, Adolfo Sanches. Ética. 33. ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 2012.
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