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Alcanos e Cicloalcanos Profa. Dra. Luisa Del Carmen Barrett Reina Hidrocarbonetos cujas ligações carbono-carbono são ligações simples. São chamados de compostos saturados porque contêm o número máximo de átomos de hidrogênio que o composto de carbono pode possuir. A sua fórmula geral molecular é CnH2n+2. Cicloalcanos são alcanos nos quais todos ou alguns dos átomos de carbono estão dispostos em um anel. A fórmula geral molecular CnH2n é para cicloalcanos contendo um único anel. Eles têm dois átomos de hidrogenio a menos. As principais fontes de alcanos são o gás natural (principal componente é o metano) e o petróleo. Forma dos alcanos Uma orientação tetraédrica geral dos grupos e, portanto, hibridização sp3, é a regra para os átomos de carbono em todos os alcanos e cicloalcanos. Podemos representar as formas dos alcanos como mostardo à seguir: Por causa de seus átomos de carbono tetraédrico, as cadeias são em ziguezague. Esses alcanos são descritos como alcanos de cadeia não ramificada. Significa que cada átomo de carbono dentro da cadeia está ligado a não mais do que dois átomos de carbono.. Os exemplos anteriores são de alcanos de cadeia ramificada. Alcanos não ramificados Nomenclatura IUPAC dos alcanos – Nomenclatura Sistemática O sufixo usado para os alcanos é -ano. Os prefixos dos nomes da maioria dos alcanos (acima de C4) é de origem grega e latina. IUPAC – sigla em inglês da União Internacional de Química Pura e Aplicada. Se removermos um átomo de hidrogênio de um alcano, obtemos o que é chamado de um grupo alquila. O sufixo -ila usado para dar o nome a esses grupos. Nomenclatura de grupos alquila não ramificados Nomenclatura de alcanos de cadeia ramificada Nomenclatura de grupos alquila ramificados Para alcanos com mais de dois átomos de carbono, é possível obter-se mais de um grupo alquila. A nomenclatura sistemática de grupos alquila é semelhante a dos alcanos de cadeia ramificada, com a condição de que a numeração comece sempre no ponto onde o grupo está ligado à cadeia principal. Os nomes comuns isopropila, isobutila, sec-butila e terc- butila são aprovados pela IUPAC. Ao decidir sobre a ordem alfabética para estes grupos se ignora os prefixos definidores da estrutura (sec- e terc-). Nomenclatura de cicloalcanos - monocíclicos 3. Quando três ou mais substituintes estão presentes,, começamos com o substituinte que leva ao conjunto de localizadores mais baixos. Os substituintes são citados em ordem alfabética. a) 6-isopropil-2,3-dimetilnonano b) 4-terc-butil-3-metil-heptano c) 4-isobutil-1,1-dimetilciclo-hexano d) sec-butilciclo-heptano e) Ciclobutilciclopentano f) (2,2-dimetilpropil)ciclo-hexano As formas moleculares temporárias que resultam de uma rotação são chamadas de conformações ou confôrmero da molécula. Uma análise das variações de energia que ocorrem em uma molécula que sofre rotações em torno de ligações simples é chamada de análise conformacional. Fórmulas estruturais para representar o confôrmero Ligações sigma e rotação das ligações Dois grupos ligados por apenas uma ligação simples podem sofrer rotação, um em relação ao outro, em torno da ligação. Confôrmeros do etano Análise conformacional do etano Tensão torsional – é o nome dado à repulsão sentida pelos elétrons ligantes de um substituinte quando passam perto dos elétrons de outro substituinte. Análise conformacional do butano O butano tem três ligações simples carbono-carbono e a molécula pode girar em torno delas. Se considerarmos a rotação sobre a ligação C2-C3 do butano, descobriremos que existem seis confôrmeros importantes. Interação gauche (tipo de tensão estérico) – é a tensão em uma molécula quando os átomos ou grupos estão tão próximos um do outro que resultam em repulsão entre as nuvens eletrônicas dos átomos ou grupos. Estabilidade relativa dos cicloalcanos: tensão de anel Esta diferença na estabilidade relativa é devido à tensão do anel, que compreende a tensão angular e a tensão torsional. Tensão angular é o resultado do desvio de ângulos de ligação ideais provocado por limitações estruturais inerentes (tais como o tamanho do anel). Tensão torsional é causada pela repulsão entre os elétrons ligantes de um substituinte e os elétrons ligantes de um substituinte próximo. Ciclopropano Ciclobutano Ciclopentano Conformações do ciclo-hexano: em cadeira e em barco A conformação mais estável do ciclo-hexano é a conformação em cadeira. Não há tensão angular ou tensão torsional. A conformação menos estável do ciclo-hexano é a conformação em barco. Não há tensão angular, mas tem tensão torsional. Ciclo-hexanos substituídos: grupos de hidrogênio axiais e equatoriais A conformação em cadeira de um anel do ciclo-hexano tem duas orientações distintas para as ligações que se projetam no anel. Estas posições são chamadas axial e equatorial. As ligações axiais do ciclo- hexano são perpendiculares ao plano médio do anel. As ligações equatoriais do ciclo-hexano são aquelas que se estendem a partir do perímetro do anel. Quando um anel do ciclo-hexano sofre uma mudança conformacional cadeira-cadeira, todas as ligações que eram axiais se tornam equatoriais e todas as ligações que eram equatoriais se tornam axiais. Ciclo-hexano monossubstituído Análise conformacional do metilciclo-hexano Interação 1,3-diaxial (tipo de tensão estérica) - È simplesmente uma interação gauche entre os átomos de hidrogênio do grupo metila e o átomo de hidrogênio em C3 e o átomo de hidrogênio em C5. Os números 1,3 descrevem a distância entre o substituinte e cada um dos hidrogênios. Interações 1,3-diaxiais do grupo terc-butila Cicloalcanos dissubstituídos: isomerismo cis- trans A presença de dois substituintes em diferentes carbonos de um cicloalcano permite a possibilidade de isomerismo cis-trans. Vamos considerar o 1,2-dimetilciclopentano Isômeros são compostos diferentes que têm a mesma fórmula molecular. Eles terão diferentes propriedades físicas. Isomerismo cis-trans e estruturas conformacionais dos ciclos-hexanos. Ciclos-hexanos trans 1,4-dissubstituídos Se considerarmos os dimetilciclo-hexanos, as estruturas são um pouco mais complexas porque o anel do ciclo- hexano não é plana. Ciclos-hexanos cis 1,4-dissubstituídos Ciclos-hexanos trans 1,3-dissubstituídos Ciclos-hexanos cis 1,3-dissubstituídos Ciclos-hexanos trans 1,2-dissubstituídos Ciclos-hexanos cis 1,2-dissubstituídos Reações dos alcanos – Radicais Solomons Cap. 10 Paula Cap. 9 Os alcanos reagem com cloro (Cl2) ou bromo (Br2) para formar cloretos ou brometos de alquila. Essas reações de halogenação (halogenação radicalar) são reações de substituição. Ocorrem somente a altas temperaturas ou na presença de luz. O flúor (F2) é o mais reativo, por isso precauções especiais devem ser tomadas para evitar explosões. Já o iodo (I2) é pouco reativo que para todos os propósitos práticos podemos dizer que não ocorre reação. O mecanismo para a halogenação é bem conhecido. A alta temperatura (ou luz) fornece a energia necessária para romper a ligação Cl-Cl ou Br-Br homoliticamente. Clivagem homolítica de ligação é a etapa de iniciação da reação. Mecanismo para a monocloração do metano Umfator complicado das halogenações de alcanos é que múltiplas substituições quase ocorrem. Se misturarmos uma razão equimolar de CH4 e Cl2 ou Br2 a seguinte mistura de produtos é produzida. Com o objetivo de maximizar a quantidade dos produtos mono-halogenados obtidos a reação deve ser realizada com excesso do alcano. A cloração da maior parte dos alcanos superiores dá uma mistura de produtos isoméricos monoclorados, bem como de compostos altamente halogenados. O Cl2 é relativamente não seletivo; ele não descrimina muito entre os diferentes tipos de átomos de hidrogênio (primários, secundários e terciários) em um alcano. O Br2 é menos reativo frente aos alcanos do que o Cl2, porém o Br2 é mais seletivo no sítio de ataque quando ele reage. O Br2 mostra uma capacidade muito maior em discriminar dentre os diferentes tipos de hidrogênio. Estabilidade relativa dos radicais alquila Embora radicais alquila não sejam carregados, o carbono que possui o elétron desemparelhado é deficiente em elétrons. Por isso os radicais são espécies altamente reativas. Evidencia experimental indica que a estrutura geométrica da maioria dos radicais alquila é trigonal plana no carbono contendo o elétron desemparelhado. Essa estrutura pode ser acomodada por um carbono central hibridizado sp2. Em um radical alquila, o orbital p contém o elétron desemparelhado. De maneira geral, as estabilidades relativas dos radicais são: Grupos alquila ligados ao carbono que possui o elétron desemparelhado fornecem um efeito estabilizante através da hiperconjugação. Quanto mais grupos alquila estiverem ligados a ele, mais estável será o radical. A hiperconjugação envolve a deslocalização de elétrons, via sobreposição parcial de orbitais, de um orbital ligante preenchido para um orbital não preenchido adjacente.
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