Buscar

ENADE fisioterapia 2017

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

ENADE COMENTADO 2007 
Fisioterapia 
Chanceler
Dom Dadeus Grings
Reitor
Joaquim Clotet
Vice-Reitor
Evilázio Teixeira
Conselho Editorial
Ana Maria Lisboa de Mello
Elaine Turk Faria
Érico João Hammes
Gilberto Keller de Andrade
Helenita Rosa Franco
Jane Rita Caetano da Silveira
Jerônimo Carlos Santos Braga
Jorge Campos da Costa
Jorge Luis Nicolas Audy – Presidente
José Antônio Poli de Figueiredo
Jurandir Malerba
Lauro Kopper Filho
Luciano Klöckner
Maria Lúcia Tiellet Nunes
Marília Costa Morosini
Marlise Araújo dos Santos
Renato Tetelbom Stein
René Ernaini Gertz
Ruth Maria Chittó Gauer
EDIPUCRS
Jerônimo Carlos Santos Braga – Diretor
Jorge Campos da Costa – Editor-chefe
Denizar Alberto da Silva Melo 
Mara Regina Knorst 
Fabrício Edler Macagnan 
Márcio Vinícius Fagundes Donadio 
(Organizadores) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENADE COMENTADO 2007 
Fisioterapia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2010 
© EDIPUCRS, 2010
CAPA Vinícius de Almeida Xavier
DIAGRAMAÇÃO Gabriela Viale Pereira
REVISÃO Rafael Saraiva
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.
EDIPUCRS – Editora Universitária da PUCRS
Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33
Caixa Postal 1429 – CEP 90619-900 
Porto Alegre – RS – Brasil
Fone/fax: (51) 3320 3711
e-mail: edipucrs@pucrs.br - www.pucrs.br/edipucrs
E56 ENADE comentado 2007 : fisioterapia [recurso eletrônico] / 
 organizadores, Denizar Alberto da Silva Melo ... [et al.].
 – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 
 2010.
 83 p.
 Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader
 Modo de Acesso: 
 <http://www.pucrs.br/edipucrs/enade/fisioterapia2007.pdf>
 ISBN 978-85-7430-983-5 (on-line)
 1. Ensino Superior – Brasil – Avaliação. 2. Exame 
 Nacional de Desempenho de Estudantes. 3. Fisioterapia – 
 Ensino Superior. I. Melo, Denizar Alberto da Silva.
 CDD 378.81
Questões retiradas da prova do ENADE 2007 da área de Fisioterapia
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 7
 
COMPONENTE ESPECÍFICO 
 
QUESTÃO 11 ........................................................................................................... 10
Emerson Boschi, Ivan Fernandes e Viviane Fração 
QUESTÃO 12 ........................................................................................................... 16
Denizar Melo e Verônica Frison 
QUESTÃO 13 ........................................................................................................... 18
Denizar Melo e Adriana Kessler 
QUESTÃO 14 ........................................................................................................... 20
Adriana Kessler, Jorge Luiz de Andrade Trindade, Mara Regina Knorst e Thais 
de Lima Resende 
QUESTÃO 15 - ANULADA ....................................................................................... 23
QUESTÃO 16 ........................................................................................................... 24
Jorge Luiz de Andrade Trindade e Thais de Lima Resende 
QUESTÃO 17 ........................................................................................................... 27
Jorge Luiz de Andrade Trindade e Thais de Lima Resende 
QUESTÃO 18 ........................................................................................................... 29
Emerson Boschi e Luana Caloy 
QUESTÃO 19 - ANULADA ....................................................................................... 31
QUESTÃO 20 ........................................................................................................... 32
Denizar Melo e Márcio Donadio 
QUESTÃO 21 ........................................................................................................... 34
Mara Regina Knorst e Thais de Lima Resende 
QUESTÃO 22 ........................................................................................................... 36
Mara Regina Knorst e Thais de Lima Resende 
QUESTÃO 23 ........................................................................................................... 38
Adriana Kessler e Thais de Lima Resende 
QUESTÃO 24 ........................................................................................................... 40
Jorge Luiz de Andrade Trindade e Denizar Melo 
 
QUESTÃO 25 ........................................................................................................... 42
Jorge Luiz de Andrade Trindade e Denizar Melo 
QUESTÃO 26 ........................................................................................................... 45
Carla S. de Almeida e Verônica Frison 
QUESTÃO 27 ........................................................................................................... 47
Carla S. de Almeida e Flavia Franz 
QUESTÃO 28 ........................................................................................................... 50
Verônica Frison e Adriana Macagnan 
QUESTÃO 29 ........................................................................................................... 52
Mara Regina Knorst 
QUESTÃO 30 ........................................................................................................... 54
Carla S. de Almeida e Flavia Franz 
QUESTÃO 31 ........................................................................................................... 56
Carla S. de Almeida e Viviane Fração 
QUESTÃO 32 ........................................................................................................... 58
Fabrício Edler Macagnan 
QUESTÃO 33 ........................................................................................................... 61
Fabrício Edler Macagnan 
QUESTÃO 34 ........................................................................................................... 63
Emerson Boschi, Viviane Fração e Adriana Macagnan 
QUESTÃO 35 ........................................................................................................... 67
Jorge Luiz de Andrade Trindade e Fabrício Edler Macagnan 
QUESTÃO 36 ........................................................................................................... 70
Mara Regina Knorst e Thais de Lima Resende 
QUESTÃO 37 - DISCURSIVA .................................................................................. 73
QUESTÃO 38 - DISCURSIVA .................................................................................. 75
QUESTÃO 39 - DISCURSIVA .................................................................................. 77
QUESTÃO 40 - DISCURSIVA .................................................................................. 80
 
LISTA DE CONTRIBUINTES ................................................................................... 82
 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 7 
APRESENTAÇÃO 
A formação dos(as) profissionais da Saúde, em nível de Graduação, está 
amparada pela Lei nº 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases, que fundamenta a 
Educação Superior no Brasil, e nas Políticas de Saúde vigentes. Considerando os 
desafios de formar profissionais/cidadãos com competências e habilidades para 
dar conta da complexa realidade da saúde, nacional e mundial, a criação do 
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, Lei nº 
10.861/2004 propõe parâmetros essenciais para a avaliação da Educação 
Superior. O SINAES preconiza uma formação que atenda a princípios de 
qualidade e relevância voltados paraas necessidades de desenvolvimento do 
país. Assim, a avaliação permanente de todos os processos formativos precisa 
estar incorporada no cotidiano das instituições de ensino, aproximando-a da 
realidade social de cada área. 
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE – constitui-
se em uma das etapas de avaliação do SINAES. Seu propósito é avaliar o 
desempenho dos estudantes, identificando se as condições de ensino, o 
conhecimento, as competências e as habilidades pretendidas e a metodologia 
utilizada estão em conformidade com os princípios e orientações das Diretrizes 
Curriculares do Curso em avaliação. As Diretrizes Curriculares da Área da Saúde 
orientam para a formação de um novo profissional/cidadão, alinhando-a aos 
princípios do Sistema Único de Saúde – SUS, para atender às demandas da 
saúde, na sociedade contemporânea. Para isso, e também conforme as referidas 
diretrizes, é necessária a formação generalista com o desenvolvimento de 
competências comuns às profissões, bem como as específicas de cada uma 
delas para que a saúde seja atendida de maneira integral. Portanto, a premissa 
da interdisciplinaridade como forma de ser, de fazer, de conhecer e de conviver, 
precisa estar incorporada na concepção dos profissionais, a qual também está 
subjacente na avaliação da qualidade dos cursos nessa área. 
O ENADE Comentado, do Curso de Graduação em Fisioterapia, da 
Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia – FAENFI – tem como 
propósito discutir, com a comunidade acadêmica da Faculdade, as questões que 
compuseram o ENADE 2007, promovendo e ampliando debates relativos às 
8 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
práticas e ao cenário da Saúde no qual se insere a Fisioterapia. Ao mesmo tempo 
como instrumento de avaliação, oportuniza reflexões acerca do processo 
pedagógico desenvolvido ao longo do Curso. 
A prova do ENADE/2007 do Curso de Fisioterapia é composta por 40 
questões, assim constituídas: 10 questões de formação geral, 30 questões de 
conteúdo específico, sendo 26 com respostas objetivas e 4 questões discursivas. 
Também integra a Prova do ENADE um questionário no qual o estudante refere 
sua percepção acerca do curso e estrutura do mesmo, no contexto da 
Universidade. 
Nesta publicação são apresentadas as 30 questões específicas da área da 
Fisioterapia e discutidas as 26 questões objetivas, do ENADE 2007. As 
discussões estão fundamentadas em publicações e nas políticas de saúde 
vigentes, devidamente referenciadas para que o leitor possa ampliar a reflexão 
acerca das temáticas abordadas pelas questões. As referências foram inseridas 
conforme as orientações de Vancouver, comumente utilizadas na documentação 
em Saúde. 
Ressaltamos que a realização deste e-book só foi possível pelo 
envolvimento do corpo docente do Curso de Fisioterapia. Agradecemos de 
maneira muito especial a toda equipe da FAENFI que assumiu com 
responsabilidade e competência a elaboração do presente e-book. 
Nosso agradecimento à Prof.ª Dr. Solange Medina Ketzer, Pró-Reitora de 
Graduação/PUCRS, extensivo à sua equipe pelo apoio e estímulos permanentes. 
Esta publicação eletrônica – ENADE Comentado 2007: Fisioterapia – 
FAENFI – insere-se na coleção da EDIPUCRS. Almejamos que o referido material 
possa ser um instrumento de consulta para estudantes, docentes e profissionais 
de saúde, bem como de revisão e reformulação de metodologias de ensino e de 
aprendizagem. 
 
Beatriz Sebben Ojeda 
Diretora da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia – FAENFI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPONENTE ESPECÍFICO 
 
 
10 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 11 
Os processos de reabilitação de lesões musculoesqueléticas devem basear-se, 
principalmente, nas respostas fisiológicas dos tecidos após a lesão. Assim, o 
Fisioterapeuta precisa entender o processo de cicatrização para poder 
supervisionar e intervir eficientemente nesse processo. 
Com base na figura ao lado, analise as 
afirmativas a seguir. 
I Como resposta a um trauma, o dano 
imediato do tecido é chamado de lesão 
primária, a qual ocorre ao mesmo tempo do 
trauma, não havendo possibilidade de 
evitá-la. 
II A resposta secundária à lesão ocorre em 
tecidos que não foram diretamente 
atingidos pelo trauma e pode ser inibida ou 
minimizada pela ação do Fisioterapeuta. 
III A resposta inflamatória segue-se às lesões 
primária e secundária nas quais se pode 
observar, em graus diferentes, os sinais 
inflamatórios de calor, rubor, tumor, dor e 
impotência funcional. 
IV O ciclo de dor e espasmo muscular atua 
como reação de proteção a danos maiores, 
e a atuação do Fisioterapeuta é de fundamental importância para a quebra 
desse ciclo. 
V As diversas fases do processo de reparo não interferem na redução do risco 
de recidiva das lesões musculoesqueléticas. 
 
Estão corretas, apenas, as afirmações 
(A) I, II e III. 
(B) I, III e IV. 
(C) II, III e V. 
(D) I, II, III e IV. 
(E) I, II, III e V. 
 
Gabarito: D 
Autores: Emerson Boschi, Ivan Fernandes e Viviane Fração 
 
P
R
E
N
TI
C
E
, V
oi
gh
t, 
20
03
. 
 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 11 
Comentário: 
A resposta do organismo aos danos traumáticos primários leva à 
destruição tecidual adicional, conhecida como lesão secundária. 
A lesão primária é o dano tecidual causado diretamente pelo trauma. 
A lesão secundária é o dano tecidual que ocorre na periferia, em resposta a 
lesão primária; é causada pelas alterações enzimáticas e hipóxia no tecido. 
As enzimas destinadas a digerir os detritos celulares são ativadas e 
liberadas dos lisossomos das células mortas. Se tais enzimas entrarem em 
contato com as células vivas adjacentes, elas passam a degradar sua membrana 
celular, causando mais morte celular e a chamada lesão enzimática secundária. 
A lesão hipóxica secundária resulta de liberação inadequada de oxigênio 
para os tecidos da periferia de uma lesão traumática primária. O fluxo sanguíneo 
é interrompido nos vasos lesados distais ao local da lesão e diminui nos outros 
vasos da região, devido à estase e à aglutinação inflamatórias. A falta de oxigênio 
finalmente ocasiona edema e rompimento celular, acidose e digestão lisossômica, 
de acordo com a descrição anterior. A degradação da membrana celular e a 
liberação intracelular de enzimas lisossômicas levam à morte celular. Os detritos 
que são formados adicionam-se ao hematoma e assim, aumenta a área de lesão 
tecidual. 
As estruturas adjacentes às regiões traumatizadas podem, independente 
do trauma inicial, ser também agredidas de forma primária ou secundária e ter 
seus próprios quadros de comprometimento. Essa lesão adicional resulta em 
perturbações microcirculatórias secundárias, como a vasorreação em resposta à 
dor, à hipovolemia, ao choque e às adaptações metabólicas ao trauma. 
Ao se realizar o exame físico em pacientes vítimas de traumatismos 
musculoesqueléticos, em diferentes etapas da sua recuperação, podem ser 
identificadas diversas condições dependentes ou não na lesão principal, entre 
elas o edema, as aderências e a rigidez articular. 
Para que se possa prevenir ou minimizar a ocorrência dessas condições há 
que se entender a fisiopatologia das lesões dos tecidos moles. O processo de 
cicatrização envolve uma sequência de eventos celulares, fisiológicos e 
bioquímicos que buscam restaurar a homeostasia local. 
12 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
Em resposta à ruptura das fibras de colágeno e de vasos, ocorrem a 
hemorragia e a resposta humoral, com a ativação dos mecanismos de coagulação 
e aliberação de fatores inflamatórios quimiotáxicos e vasoativos. O edema se 
instala em resposta ao processo hemorrágico, à vasodilatação e ao aumento da 
permeabilidade vascular local. Essa é a fase inflamatória aguda, com duração 
aproximada de três dias e caracterizada por aumento do calor local, vermelhidão, 
podendo levar à incapacidade funcional, além do edema. 
Nas primeiras 24 horas após o trauma, tem início o processo de reparação 
tecidual, que se intensifica ao longo dos três dias subsequentes, caracterizando a 
fase de reparação tecidual proliferativa. Há o aumento da migração de 
fibroblastos nos tecidos lesionados, com a função de sintetizar fibras colágenas, 
que são depositadas no local de forma aleatória. Também há neoformação 
vascular, garantindo o restabelecimento da permeabilidade e a drenagem de 
exsudatos inflamatórios. A ação de macrófagos é intensificada para a remoção de 
células mortas e coágulos. 
O equilíbrio entre síntese e degradação de colágeno é essencial para a 
reparação tecidual após uma lesão. O tecido cicatricial, apesar da sua eficiência 
como reparador, não tem a mesma resistência e elasticidade que o tecido sadio 
não lesionado. Para a aquisição do resultado ideal e condições semelhantes 
àquelas pré-lesões, é necessário que haja maturação cicatricial. 
Nessa fase seguinte de remodelação, a área traumatizada já obteve a 
cicatrização pelo depósito de fibras colágenas e os sinais e sintomas iniciais se 
resolvem. Entretanto, o tecido neoformado é estruturalmente desorganizado e 
desalinhado, com pouca resistência a forças tensivas, uma vez que esta é 
diretamente proporcional ao alinhamento das fibras colágenas. A fase de 
remodelação varia na duração, podendo alcançar até 18 meses, como no caso de 
lesões ligamentares. 
Uma outra reação orgânica ao trauma também é observada nos músculos 
esqueléticos: a contração protetora em resposta a uma perturbação física. O 
mecanismo de trauma pode comprometer a integridade muscular por mecanismos 
de fora para dentro (compressão externa) ou de dentro para fora, pelo aumento 
do volume interno (hemorragia, hematoma). No caso do aumento do volume 
interno, o tecido muscular extrapola a capacidade do seu continente, no caso o 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 13 
invólucro representado pelo epimísio e fáscia, determinando, por exemplo, as 
síndromes compartimentais. 
Independentemente do processo ser por compressão externa ou por 
aumento do volume interno, a pressão tecidual encontra-se aumentada, o que 
reduz a perfusão capilar e a microcirculação muscular, determinando a formação 
do edema pós-isquêmico. Dessa forma, estabelece-se um processo contínuo em 
que a pressão tecidual aumentada reduz a perfusão, o que causa o edema 
intersticial, levando a hipóxia e a acidose, que, por sua vez, faz aumentar a 
permeabilidade e que novamente aumentam a pressão tecidual. 
Os recursos fisioterapêuticos para a prevenção e o tratamento do edema, 
das aderências e da rigidez são: a cinesioterapia, a termoterapia, a hidroterapia e 
a eletroterapia. Esses recursos têm, em primeira instância, a propriedade de 
reduzir a dor e o edema reacional. A médio e longo prazos objetivam a 
manutenção ou a recuperação da amplitude funcional de movimento, a 
flexibilidade, a resistência, a velocidade muscular, a agilidade e a propriocepção. 
O resfriamento local propiciado pela crioterapia e utilizado nas fases iniciais 
pós-trauma (primeiras 48 horas) promove a analgesia e o controle de edema. A 
analgesia ocorre devido à diminuição da velocidade de disparo e de condução 
dos estímulos nociceptivos pelos receptores periféricos. A resposta 
vasoconstritora ao frio promove a redução do fluxo sanguíneo regional, auxiliando 
no controle do edema. 
Nas fases subsequentes de reparação proliferativa (do 3º dia à 3ª semana) 
e da remodelação do tecido cicatricial (até 18 meses), o uso do banho de 
contraste pode ser indicado para estimular a resposta vascular. A manutenção da 
aplicação de crioterapia para o controle da dor e a redução do espasmo muscular 
pode ser instituída como alternativa à aplicação da termoterapia superficial, 
levando-se em conta a preferência do indivíduo e as respostas funcionais obtidas. 
Não há consenso para a aplicação padronizada do frio ou do calor nessas 
fases, porém o aquecimento tecidual induzido por meios terapêuticos aumenta a 
circulação local e regional, reduz a viscosidade dos tecidos e melhora a 
elasticidade do colágeno. Também propicia a redução da velocidade de disparo 
dos fusos musculares e nociceptores, o que leva à redução da dor e ao 
14 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
relaxamento muscular, além de acelerar o processo de cura por aumentar o fluxo 
local. 
A seleção adequada e individualizada dos recursos fisioterapêuticos, 
associada ao posicionamento do segmento lesionado de forma a favorecer a 
drenagem do exsudato inflamatório e com a indicação de bandagens 
compressivas, se pertinentes, podem auxiliar no controle do edema reacional. 
Durante as fases iniciais de reparação tecidual, a cinesioterapia deve ser 
realizada dentro de limites coerentes. As regiões não envolvidas no trauma 
devem ter a sua capacidade funcional preservada, enquanto as diretamente 
acometidas são protegidas para a obtenção da cicatrização ótima. Entretanto, 
deve-se ter em mente que a restrição prolongada, o repouso e o imobilismo 
acarretam a persistência do edema local e levam à formação de tecido cicatricial 
exuberante e desnecessário, com possível limitação da sua extensibilidade. 
O imobilismo também é responsável pelo encurtamento muscular e pela 
má perfusão. Na fase proliferativa do processo de reparação tecidual, a 
mobilização lenta e progressiva deve ser instituída de forma a equilibrar a 
atividade local e a proteção tecidual, viabilizando a manutenção da função 
motora. 
Em contrapartida, o tecido cicatricial não estimulado pela mobilização e 
pelo alongamento não desenvolverá o alinhamento necessário das fibras de 
colágeno para a aquisição de força tensiva adequada, podendo comprometer a 
capacidade funcional do indivíduo. Na medida que a dor, a inflamação e o edema 
são controlados, os exercícios físicos podem ser intensificados, porém sempre se 
levando em conta o limite álgico. 
Nos estágios finais de reparação tecidual, o processo inflamatório já deve 
ter sido debelado e a ação dos fibroblastos já foi reduzida. O edema e a dor, caso 
ainda persistam, devem ser de pouca intensidade, indicando o sucesso das 
medidas adotadas para o seu controle. 
Portanto, a alternativa “E” está incorreta porque se as diversas fases do 
processo de reparo não forem respeitadas durante o tratamento das lesões 
musculoesqueléticas, temos o risco de recidiva da lesão. 
 
 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 15 
Referências 
1. Manna AW. Clínica Cirúrgica Ortopédica -Traumatologia. v 3. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. 
2. Knight KL. Crioterapia no tratamento das lesões esportivas. São Paulo: 
Manole; 2000. 
3. Low, J. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3ª. ed. Barueri: 
Manole; 2001. 
4. Cohen M. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção e tratamento. Rio 
de Janeiro: Revinter; 2003. 
16 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 12 
A resposta motora humana é elaborada através da integração sensório-motora 
entre as estruturas do sistema nervoso periférico e o sistema nervoso central, o 
qual interpreta os impulsos sensoriais aferentes e elabora um sinal motor 
adequado para a atividade motora desejada. A quantidade de força e a precisão 
de uma contração muscular estão baseadas numa ordem de recrutamentodas 
fibras musculares, que obedece a critérios de ativação. 
Com o auxílio dessas informações, é possível afirmar que cada unidade motora 
(A) é inervada por apenas um neurônio, e o recrutamento das unidades motoras 
é determinado pelo tamanho dos motoneurônios, sendo que unidades 
motoras com motoneurônios menores são recrutadas em primeiro lugar. 
(B) é inervada por apenas um neurônio, e o princípio de recrutamento obedece 
ao tipo de tarefa a ser realizada, sendo que unidades motoras maiores são 
recrutadas em primeiro lugar. 
(C) é inervada por apenas um neurônio, e a ordem de recrutamento obedece a 
padrões específicos de acordo com o tamanho das fibras musculares, sendo 
que fibras musculares maiores são ativadas em primeiro lugar. 
(D) possui vários motoneurônios, e a ordem de recrutamento depende do 
tamanho da velocidade de condução, sendo que unidades motoras maiores 
são recrutadas em primeiro lugar. 
(E) tem um número próprio de motoneurônios de acordo com as tarefas 
desempenhadas pelo músculo, sendo que unidades motoras com maior 
número de motoneurônios são ativadas em primeiro lugar. 
 
Gabarito: A 
Autores: Denizar Melo e Verônica Frison 
Comentário: 
O motoneurônio, que emerge do corno ventral da medula espinhal, inerva 
numerosas fibras musculares: esse número depende do tipo de músculo. Todas 
as fibras musculares inervadas por uma só fibra nervosa motora formam a 
chamada unidade motora. 
Quando o sistema nervoso central envia um sinal fraco para contrair 
determinado músculo, as unidades motoras com fibras pequenas e em menor 
número são estimuladas preferencialmente em relação às maiores unidades 
motoras. Em seguida, à medida que aumenta a intensidade do sinal neural, são 
estimuladas unidades motoras progressivamente maiores, sendo que as unidades 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 17 
motoras muito grandes chegam a desenvolver, muitas vezes, mais de cinquenta 
vezes a força contrátil das unidades motoras menores. Isso é chamado de 
Princípio do Tamanho. Ele é importante por permitir a graduação da força 
muscular, durante uma contração fraca em pequenas etapas; essas etapas ficam 
progressivamente maiores quando são necessárias grandes intensidades de 
força. A causa do princípio do tamanho é que as unidades motoras pequenas são 
ativadas por fibras nervosas motoras bastante delgadas e os pequenos 
motoneurônios da medula espinhal são, de longe, muito mais excitáveis que os 
grandes, de modo que, naturalmente eles são excitados em primeiro lugar. 
Assim, as alternativas D e E devem ser de início descartadas, pois iniciam 
descrevendo que cada unidade motora possui vários motoneurônios ou um 
número próprio de motoneurônios. 
A alternativa B deve ser descartada por descrever que o princípio do 
recrutamento obedece ao tipo de tarefas e sabe-se que depende do tamanho do 
motoneurônio. 
A alternativa C deve ser descartada por descrever que as fibras 
musculares maiores são as ativadas em primeiro lugar, enquanto sabe-se que os 
pequenos motoneurônios, responsáveis pela inervação de fibras delgadas, são 
mais rapidamente excitáveis, sendo as fibras musculares menores as ativadas em 
primeiro lugar. 
Referências 
1. Guyton AC. Tratado de fisiologia médica. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 
2006. 
2. Aires MM. Fisiologia. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. 
 
18 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 13 
Os gráficos demonstram duas pressões do sistema respiratório. 
Analisando os gráficos, conclui-se que o Gráfico I representa as alterações de 
pressões durante a respiração 
(A) mecânica com pressão positiva, e o II, a respiração espontânea, sendo que 
o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. 
(B) mecânica com pressão positiva, e o II, a respiração espontânea, sendo que 
o traçado A representa a pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. 
(C) espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão positiva, sendo que 
o traçado A representa a pressão alveolar, e o traçado B, a pressão pleural. 
(D) espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão positiva, sendo que 
o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. 
(E) espontânea, e o II, a respiração mecânica com pressão negativa, sendo que 
o traçado A representa a pressão pleural, e o traçado B, a pressão alveolar. 
 
Gabarito: C 
Autores: Denizar Melo e Adriana Kessler 
Comentário: 
O gráfico I representa respiração espontânea, na qual a pressão pleural 
(B), antes que a inspiração comece, é de -5 cmH2O em virtude do recuo elástico 
do pulmão que contrapõe a tendência de expansão da caixa torácica. A pressão 
pleural cai durante a inspiração, pois à medida que o pulmão expande, o recuo 
elástico aumenta promovendo queda de pressão ao longo da via aérea que se 
associa com uma redução adicional na pressão pleural. Na expiração, a pressão 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 19 
pleural torna-se progressivamente menos negativa, pois ocorre redução do recuo 
elástico do pulmão. No entanto, em uma expiração forçada, a pressão pleural 
pode tornar-se positiva. 
A pressão alveolar (B), na ausência de fluxo ventilatório (inspiração ou 
expiração), é zero, porque sem nenhum fluxo aéreo não há queda da pressão ao 
longo das vias aéreas. Para que o fluxo inspiratório ocorra, a pressão alveolar cai, 
estabelecendo a pressão de impulsionamento. Em indivíduos normais, a alteração 
na pressão alveolar é de aproximadamente 1 cmH2O, mas em pacientes 
obstrutivos ela pode ser muitas vezes maior. Na fase expiratória devido à 
compressão do gás intra-alveolar pela retração elástica pulmonar, a pressão 
alveolar torna-se progressivamente positiva, até aproximadamente metade do 
fluxo expiratório, declinando ao longo da expiração até tornar-se igual a 
atmosférica. 
Na ventilação assistida e em modos espontâneos, como a Pressão de 
Suporte, a contração da musculatura vai depender da demanda metabólica do 
paciente (controle neural – drive), que vai proporcionar a queda de pressão no 
circuito do ventilador mecânico e, de acordo com a sensibilidade ajustada, 
promover a abertura da válvula (disparo), gerando um pico de fluxo inspiratório, 
aumentando progressivamente a pressão no sistema respiratório do paciente. Na 
expiração, ao contrário, como a pressão no sistema está elevada, a abertura da 
válvula expiratória promoverá a saída passiva do volume corrente. 
No gráfico II trata-se de ventilação mecânica, pois a pressão alveolar (A) se 
mantém positiva durante todo o ciclo e há inversão na dinâmica da pressão 
pleural (B), uma vez que na fase inspiratória esta tende a igualar-se a atmosférica 
e na expiratória decresce progressivamente. À medida que o fluxo de ar adentra o 
sistema respiratório, a pressão inspiratória vai se elevando, pois é necessária 
para vencer dois componentes: um resistivo (devido à resistência ao fluxo de ar 
passando pelas vias aéreas) e outro elástico (decorrente da distensão dos 
pulmões e da parede torácica)2. 
Referências 
1. West JB. Fisiologia respiratória. 6ª. ed. Barueri: Manole. 2002. 
2. Carvalho CRR, Junior CT, Franca SA. III Consenso Brasileiro de Ventilação 
Mecânica: ventilação mecânica: princípios, análise gráfica e modalidades 
ventilatórias. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 2007; 33(supl. 2): S 54-S 70. 
20 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 14 
A História Natural da Doença é o conjunto de processos interativos que afetam 
desde o aparecimento da doença até o resultado final. Com base nessa 
informação, analise as afirmações a seguir. 
 
Uma fratura de quadril em um idoso tem etiologia multifatorial, e suas 
conseqüênciasno estado de saúde dependerão das condições clínicas pré- 
existentes no momento da fratura e dos níveis secundário e terciário de atenção à 
saúde existentes na comunidade onde vive o idoso. 
 
PORQUE 
 
O homem participa em todas as etapas do processo da História Natural da 
Doença, sendo gerador das condições favoráveis ao aparecimento de estímulos 
patológicos e vítima do contexto de agressão à saúde por ele favorecido. 
 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
(A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
(C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas. 
 
Gabarito: B 
Autores: Adriana Kessler, Jorge Luiz de Andrade Trindade, Mara Regina Knorst e 
Thais de Lima Resende 
Comentário: 
A questão se refere à História Natural da Doença, tema abordado em 
epidemiologia. Pereira1 relata que alguns autores definem a História Natural da 
Doença como o curso de algum agravo à saúde sem a intervenção do homem, 
que pode modificá-lo através de medidas preventivas ou curativas. 
Assim sendo, a primeira parte da questão aponta para três aspectos: 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 21 
1º o fato de que uma fratura de quadril no idoso tem múltiplas causas 
(etiologia multifatorial). 
2º o fato de que o que acontece depois da fratura depende do estado de 
saúde desse idoso no momento em que ele sofre a fratura, isto é, quanto mais 
doenças/ agravos prévios tiver a pessoa que fratura o quadril, mais difícil será a 
sua recuperação. Isso é particularmente importante em vista do fato de que a taxa 
de mortalidade ligada a esse agravo pode chegar a 25% e que há relato de que 
entre 25 e 75% dos que sofrem uma fratura de quadril não retornarão ao seu nível 
de funcionamento anterior à doença2. 
3º o fato de que as consequências da fratura na saúde do idoso também 
dependerão do acesso e da qualidade do cuidado em saúde que esse idoso 
receberá a partir do momento em que sofre o agravo. Esse cuidado engloba 
desde a cirurgia no hospital (atenção terciária) ao atendimento fisioterapêutico a 
domicílio e/ou clínica (atenção secundária). 
A segunda parte da questão apresenta uma afirmativa relativa ao fato de 
que o homem, a partir da sua atuação em seu meio ambiente e do seu modo de 
vida é responsável por criar condições que favorecem o aparecimento de 
doenças/agravos que o acometem. 
Observando o curso clínico da doença podemos verificar uma evolução 
esperada (prognóstico), considerando desde a instalação desta, até o desfecho 
final e a capacidade de causar danos ao organismo humano. Perracini e Ramos3 
descrevem a influência de fatores socioeconômicos e psicossociais, como fatores 
que poderiam estar associados a quedas em idosos (uma das maiores causas de 
fraturas em idosos2), indicando as relações multifatoriais ao agravo de saúde. Os 
autores também indicam algumas características, tais como patologias prévias, 
como fatores de vulnerabilidade ligados ao indivíduo. 
Por outro lado, a questão refere as “consequências no estado de saúde” 
ligado condicionalmente as “condições clínicas pré-existentes”, ou seja, as 
características de funcionamento do organismo quando de uma fratura que pode 
ser potencializado ao associar-se a situações como estado nutricional, por 
exemplo. Idosos em estados nutricionais precários terão um impacto maior em 
seu estado de saúde quando sofrem uma fratura de quadril se comparado 
aqueles que mantêm um bom estado nutricional. 
22 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
Outro elemento descrito na questão são os níveis de atenção a saúde. 
Franco e Passos4 comentam que uma das aplicações mais conhecidas e 
utilizadas para o modelo de multicausalidade de Leavell e Clark é sua proposta de 
níveis de prevenção vinculadas às etapas da história natural da doença. Assim, 
os níveis de prevenção compõem uma ordem em que a prevenção primária 
compreende o período pré-patogênico e as ações de promoção à saúde e 
proteção específica se fazem presentes. Nessa fase a complexidade de 
intervenção é definida como atenção primária. No período patogênico encontra-se 
a prevenção secundária e terciária, cujas ações visam a “progressão da evolução” 
do processo patológico no organismo1. A prevenção secundária envolve o 
diagnóstico, tratamento precoce e limitação da invalidez5. Já na prevenção 
terciária, as ações se dirigem à fase final do processo e visam o desenvolvimento 
da capacidade residual do indivíduo, cujo potencial funcional foi reduzido pela 
doença1. 
Comentando as respostas, poderíamos dizer que a primeira afirmação 
indica à questão multifatorial da etiologia da fratura de quadril no idoso, das 
condições clínicas e de atenção a saúde que o indivíduo mantém em seu meio. 
Na segunda afirmação, podemos observar a indicação do homem tanto como 
“gerador das condições favoráveis ao aparecimento de estímulos patológicos” 
como “vítima do contexto de agressão a saúde”. Estas duas afirmações se 
complementam, no entanto não se justificam entre si. 
Referências 
1. Pereira MG. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2006. 
2. Guccione AA. Fisioterapia Geriátrica. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2002. 
3. Perracini MR, Ramos LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de 
idosos residentes na comunidade. Revista Saúde Pública. 2002; 36(6): 709-716. 
4. Franco JF, Passos ADC (org.). Fundamentos de epidemiologia. Barueri: 
Manole; 2005. 
5. Almeida Filho N, Rouquayrol MZ. Introdução à epidemiologia. 4ª. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 23 
QUESTÃO 15 
A Promoção da Saúde pode ser definida como o processo de capacitação dos 
indivíduos e grupos para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde e 
para aumentar o próprio controle sobre elas. A Carta de Ottawa (OMS/1996) 
preconiza cinco campos de atuação para a Promoção da Saúde, sendo um deles 
o desenvolvimento de saúde ambiental, ou seja, de ambientes favoráveis à 
saúde. De que forma a Fisioterapia pode atuar diretamente, através de suas 
ações, no desenvolvimento da saúde ambiental? 
(A) Elaborando políticas públicas saudáveis. 
(B) Criando estratégias de cinesioterapia voltadas para o combate à inatividade 
física. 
(C) Criando estratégias de modificações e adaptações nos locais e 
equipamentos de trabalho. 
(D) Criando estratégias de educação voltadas para a saúde postural do 
indivíduo. 
(E) Transmitindo informações úteis às comunidades, como as referentes à 
coleta seletiva de lixo. 
 
24 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 16 
De acordo com a Declaração de Alma-Ata, promulgada em 1978, no 
encerramento da Conferência de Alma-Ata (OMS), as ações primárias de saúde 
pressupõem a participação da população em seu planejamento, organização, 
execução e controle. 
Uma das Diretrizes do Sistema Único de Saúde em concordância com este 
princípio da Declaração de Alma-Ata é a participação da comunidade, ou seja, o 
exercício do controle social sobre as atividades e os serviços públicos de saúde. 
Com base no texto acima, nas Diretrizes do SUS e no funcionamento do Sistema 
de Saúde brasileiro, pode-se afirmar que 
(A) embora seja uma diretriz constitucional, a participação da comunidade no 
Sistema de Saúde ainda não foi implantada no Brasil devido à dificuldade de 
acesso à saúde. 
(B) embora seja uma diretriz constitucional, a participação da comunidade no 
Sistema de Saúde ainda não foi implantada no Brasil, devido às dificuldadesde financiamento. 
(C) a participação da comunidade no Sistema de Saúde ocorre de fato, e é feita 
através das estratégias do Programa Saúde da Família. 
(D) a participação da comunidade no Sistema de Saúde ocorre de fato, e suas 
atividades de organização, execução e controle são direcionadas apenas 
para as ações de promoção da saúde. 
(E) a participação da comunidade ocorre de fato, e é feita por meio das 
Conferências e Conselhos de Saúde, nos níveis nacional, estaduais, 
municipais e distritais. 
 
Gabarito: E 
Autores: Jorge Luiz de Andrade Trindade e Thais de Lima Resende 
Comentário: 
A Conferência Internacional sobre os Cuidados Primários de Saúde, 
realizado em Alma-Ata, foi um marco nas políticas internacionais de saúde. Esta 
representou o ponto de partida para outras iniciativas, culminado em conferências 
subsequentes sobre a saúde dos povos. Entre outros, a Declaração de Alma-Ata 
expressou a necessidade de ação de governos, trabalhadores da área da saúde e 
da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo. O 
quarto item da declaração foi relativo à participação popular: “É direito e dever dos 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 25 
povos participar individual e coletivamente no planejamento e na execução de 
seus cuidados de saúde.” 1 
No Brasil, desde a Declaração de Alma-Ata, pode se perceber muitas 
mudanças no modelo de atenção à saúde, entre elas a participação da 
comunidade, que aparece no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 2 como 
uma das diretrizes para a organização do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a 
implementação do SUS, seus princípios e diretrizes 3, podemos identificar não só 
os elementos de uma política voltada para a construção iminente de uma ação 
universal na atenção à saúde da população, como também a participação da 
mesma como um dos seus princípios. Nesse sentido, o exercício de controle 
social sobre as atividades e serviços públicos de saúde, caminha para uma 
prática cada vez mais efetiva. 
Vasconcelos e Pasche4, ao fazerem referência sobre o “Exercício da 
participação social no SUS” indicam que a diretriz constitucional da participação 
comunitária se traduziu na criação das conferências e dos conselhos de saúde 
nas três esferas de governo (municipal, estadual e nacional) como mecanismos 
de viabilização da participação da população na condução da política de saúde. A 
lei nº. 8.142/90 3, que regulamenta a matéria, assegura a composição paritária 
dessas instâncias, na qual os usuários tem assegurado 50% da representação e 
os 50% restantes devem contemplar os trabalhadores de saúde, os prestadores 
de serviços e os gestores. 
As conferências se reúnem por convocação do gestor ou do conselho de 
saúde e debatem os temas gerais e específicos da política de saúde, em cada 
âmbito, com periodicidade definida em lei. As conferências municipais precedem 
as estaduais e estas a nacional. Em cada uma delas (municipais e estaduais) são 
escolhidos delegados que representarão o território na discussão nacional.5 
Os conselhos de saúde têm caráter permanente e atribuição de deliberar 
sobre as políticas em cada âmbito de governo (municipal, estadual e nacional). 
Devem aprovar o plano de saúde, o orçamento setorial, acompanhar a execução 
das políticas de saúde, avaliar os serviços de saúde e fiscalizar a aplicação dos 
recursos financeiros.5 
26 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
O desempenho dos conselhos de saúde está condicionado pela 
organização da sociedade civil em cada contexto o que pode, de certa forma 
comprometer as suas prerrogativas atribuídas em lei4. 
Diante do exposto, na questão acima, a alternativa correta é a “E”, pois não 
dependem, como indicado na alternativa “A”, ao acesso aos serviços de saúde 
pela população ou a financiamento, como indicado na alternativa “B”. Na 
alternativa “C” está indicado a participação popular apenas através de estratégias 
do Programa de Saúde da Família, que prioriza a atenção básica a população 
local. Já a alternativa “D” indica a participação popular exclusivamente para as 
ações de promoção da saúde. Na realidade, como exposto acima, as ações 
envolvem ações em geral que deliberam sobre a saúde geral da população. 
Referências 
1. OPAS. Declaração de Alma-Ata. Disponível em: 
<http://www.opas.org.br/promocao/uploadArq/Alma-Ata.pdf>. Acesso em 
16/9/2009. 
2. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília; DF: Senado Federal; 1988. 
3. Brasil. Ministério da Saúde. Lei n.8.080/90, de 19 de setembro de 1990. 
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em 
22/9/2009. 
4. Gastão W, De Sousa Campos MCS, Minayo MA, et al. (orgs). Tratado de 
Saúde Coletiva. 2ª. ed. São Paulo – Rio de Janeiro: Hucitecf – Fiocruz; 2008. 
5. Brasil. Ministério da Saúde. Lei n.8.142/90, de 28 de dezembro de 1990. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8142.htm>. Acesso em 
22/9/2009. 
 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 27 
QUESTÃO 17 
O Capítulo da Saúde na Constituição Federal de 1988 afirma que a assistência à 
saúde deve abranger atividades curativas e, prioritariamente, atividades 
preventivas. Qual das diretrizes do SUS configura esta afirmação? 
(A) Regionalização da assistência. 
(B) Igualdade da assistência. 
(C) Integralidade da assistência. 
(D) Universalidade de acesso aos serviços de saúde. 
(E) Hierarquização das ações de saúde 
 
Gabarito: C 
Autores: Jorge Luiz de Andrade Trindade e Thais de Lima Resende 
Comentário: 
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal em 
19881 com o propósito de reduzir a discrepância de atendimento à população 
brasileira. Anteriormente, a assistência pública a saúde ficava restrita ao Instituto 
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), o qual o 
público-alvo era formado pelos empregados que contribuíam com a previdência 
social; os demais eram atendidos apenas em serviços filantrópicos. 
No campo da saúde isso significou a possibilidade de superação da oferta 
estratificada de serviços, que diferenciava os indivíduos em indigentes e 
segurados da Previdência Social, e trouxe a oportunidade para reduzir a diferença 
de atendimento aos moradores do campo e da cidade de diferentes partes do 
país. 
O SUS se sujeita a regulamentação das Leis n° 8.080/902 e n° 8.142/903. A 
Lei de n° 8.080 de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde) indica como 
princípios do SUS a universalidade, a equidade e a integralidade, e também 
normatiza os princípios organizacionais da regionalização, hierarquização, 
descentralização, racionalização, resolução, complementaridade do setor privado 
e participação da comunidade.2 
As diretrizes e os princípios do SUS estabelecem como as ações e os 
serviços de saúde públicos e privados devem ser desenvolvidos.2 
28 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
O princípio da Universalidade assegura o direito à saúde a todos os 
cidadãos e o acesso sem discriminação ao conjunto das ações e serviços de 
saúde ofertados pelo sistema. Nesse sentido, a busca pelos serviços de saúde 
em unidades de saúde básicas, garante a população em geral o encaminhamento 
de ações voltadas à realidade local, sem discriminação ou estratificação do 
cidadão garantida por força de lei.4 
Já a equidade, tem como base o respeito pelas diferenças de grupos 
sociais, ou seja, a necessidade do sistema considerar de forma igualitária as 
diferenças existentes entre grupos populacionais. Assim, o indivíduo que mantém 
uma vulnerabilidade maior em relação à sua saúde, por fatores diversos, tem 
prioridade e ações diferenciadas na busca de soluçãoe redução das diferenças 
sociais.4 
O terceiro princípio, a integralidade, supõe as dimensões do processo 
saúde-doença que afetam os indivíduos e as coletividades e pressupõe a 
prestação continuada do conjunto de ações e serviços, visando garantir a 
promoção, a proteção, a cura e a reabilitação. Nesse sentido, observamos hoje 
uma prática de saúde voltada prioritariamente a prevenção e a proteção a saúde 
através de programas de informação, orientação e ações de prevenção e bem 
estar da população. E de outra forma, a ampliação à atenção individual em níveis 
mais complexos de saúde, obedecendo a realidade local e as diversas formas de 
busca de solução a demanda de populações locais por processos de consórcios 
entre municípios, por exemplo. Onde estes tentam suprir a carência de 
assistência, através de trocas de serviços entre si.4 
Referências 
1. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. 
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n.8.080/90, de 19 de setembro de 1990. 
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em 
22/9/2009. 
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n.8.142/90, de 28 de dezembro de 1990. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8142.htm>. Acesso em 
22/9/2009. 
4. Gastão WSC, Minayo MA, Akerman M, Júnio MD, Carvalho YM. (orgs). 
Tratado de Saúde Coletiva. 2ª ed. São Paulo – Rio de Janeiro: Hucitecf – 
Fiocruz; 2008. 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 29 
QUESTÃO 18 
A “Teoria das Comportas” vem sendo utilizada ao longo dos anos para explicar a 
ação do TENS no controle da dor. A esse respeito, analise as afirmações a 
seguir. 
 
A “Teoria das Comportas”, sozinha, não consegue esclarecer os mecanismos de 
analgesia da Estimulação Elétrica Transcutânea Nervosa (TENS). 
 
PORQUE 
 
Tem sido observado que freqüências altas na programação do TENS causam 
analgesia por mecanismo diferente, como, por exemplo, a produção de opiáceos 
endógenos. 
 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
(A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
(C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas 
 
Gabarito: C 
Autores: Emerson Boschi e Luana Caloy 
Comentário: 
A teoria da comporta da dor fundamenta uma base fisiológica para os 
efeitos eletroanalgésicos, na qual a meta é ativar seletivamente as fibras 
aferentes Aβ (TENS Convencional) de diâmetro largo sem ativar 
concorrentemente as fibras aferentes de pequeno diâmetro Aδ (TENS 
Acupuntural). 
Há evidências crescentes de que a TENS Acupuntural, mas não a TENS 
Convencional, seja mediada por endorfinas. A TENS Acupuntural aumentou os 
níveis de endorfina no líquido cerebroespinhal em pacientes com dor crônica e a 
analgesia era revertida por um antagonista de receptores opioide (naloxona). 
30 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
Contudo, a naloxona não pode reverter a analgesia produzida pela TENS 
Convencional em pacientes com dor, sugerindo que o mecanismo de analgesia 
através da Teoria das Comportas não é proporcionado pelas endorfinas. 
As características elétricas da TENS são escolhidas tendo em vista a 
ativação seletiva de diferentes populações de fibras nervosas, já que se acredita 
que isso produza resultados analgésicos diferentes. 
Fibras nervosas de diâmetro largo, como as Aβ e Aα, tem baixo limiar de 
ativação por estímulos elétricos quando comparadas com fibras equivalentes de 
diâmetro pequeno (Aδ e C). A amplitude (intensidade) de corrente necessária 
para excitar uma fibra nervosa declina com o aumento da duração do pulso e com 
o aumento da frequência de pulso. Assim, para ativar fibras de diâmetro largo 
(Aβ) sem ativar fibras de diâmetro menor (Aδ) deve-se selecionar correntes de 
baixa intensidade e de alta frequência (10 – 200 Hz) com duração de pulso entre 
100 e 200µs. 
Por outro lado, para ativar fibras de pequeno diâmetro (Aδ) necessita-se de 
baixa frequência de pulsos (< 10Hz) e não alta frequência como sugerido na 
segunda afirmação. 
Conclui-se que a Teoria das Comportas sozinha não consegue justificar 
todas as formas de regulagens e mecanismos neurofisiológicos de analgesia da 
dor e que a produção/liberação de opiáceos endógenos (endorfinas) através da 
TENS ocorre por estímulos de baixa frequência (<10 Hz) quando ativada as fibras 
aferentes de pequeno diâmetro (Aδ). 
Referências 
1. Low J. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3ª ed. Barueri: Manole; 
2001. 
2. Nelson MR, Hayes WK; Currier PD. Eletroterapia clínica. 3ª ed. Barueri: 
Manole; 2003. 
3. Sheila K. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11ª ed. Barueri: 
Manole; 2003. 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 31 
QUESTÃO 19 
José, com 52 anos de idade, diabético há mais de dez anos, procura uma clínica 
para tratamento de uma ulceração plantar. Após avaliação detalhada, o 
Fisioterapeuta fecha o diagnóstico de pé diabético. A fim de tomar a melhor 
decisão terapêutica, consulta diversos periódicos da área, analisa os resultados 
clínicos e experimentais e opta pela aplicação de laser de baixa potência. Ao 
determinar a dosimetria para o tratamento do Sr. João, o Fisioterapeuta deve 
considerar 
(A) pigmentação da pele, área da ulceração, área do feixe do laser, potência do 
equipamento e tempo de aplicação. 
(B) tempo de aplicação, forma de aplicação (varredura ou pontual), e 
comprimento de onda do laser. 
(C) tempo de instalação do diabetes, existência de áreas de tecido necrótico, 
condições nutricionais, hidratação e pigmentação. 
(D) efeitos primários e secundários tais como: bioquímicos, bioelétricos, 
bioenergéticos, analgésicos, antiinflamatórios e cicatrizantes. 
(E) potência do equipamento, tipo de laser, forma de aplicação (varredura ou 
pontual) e efeitos primários e secundários. 
 
32 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 20 
A obtenção da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2) para avaliar 
o grau de hipoxemia utiliza um método invasivo chamado gasometria arterial. A 
avaliação da saturação percentual de oxigênio da hemoglobina arterial (SpO2), 
que é um método não invasivo, pode ser feita pela medida de oximetria de pulso. 
 
Analisando o gráfico acima e considerando como hipoxemia o valor de 60 mmHg 
de PaO2, o valor da SpO2 obtido deverá ser de, aproximadamente, 
(A) 95% 
(B) 90% 
(C) 75% 
(D) 65% 
(E) 60% 
 
Gabarito: B 
Autores: Denizar Melo e Márcio Donadio 
Comentário: 
A saturação de oxigênio da hemoglobina arterial depende da pressão 
parcial de oxigênio no sangue, ou seja, da fração de gás que está dissolvida no 
sangue, de maneira que quanto maior a pressão parcial de oxigênio maior será a 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 33 
saturação da hemoglobina (comportamento este demonstrado no gráfico 
apresentado na questão). No entanto, a resposta desta questão, não prescinde de 
conhecimentos de fisiologia, apenas leva em consideração a interpretação do 
gráfico, visando determinar o valor no eixo das ordenadas (y) representado pela 
saturação de oxigênio, para um determinado valor dado no eixo das abscissas (x) 
representado pela pressão arterial de oxigênio, gerado pelo ponto na curva de 
dissociação da hemoglobina. 
Referências 
1. Aires MM. Fisiologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. 
2. Guyton AC. Tratado de fisiologia médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 
2006. 
34 Denizar Alberto da Silva Meloet al. (Orgs.) 
QUESTÃO 21 
Um homem com 58 anos comparece ao consultório do Fisioterapeuta com dor 
lombar. Em relação a esse paciente, o Fisioterapeuta decide, então, tomar as 
seguintes providências: 
 
I – elaborar diagnóstico funcional; 
II – prescrever antiinflamatórios para iontoforese; 
III – solicitar radiogramas. 
 
Segundo o Código de Ética Profissional da Fisioterapia, aprovado em 1978, 
é(são) proibida(s) ao Fisioterapeuta a(s) providência(s) 
(A) II, somente. 
(B) III, somente. 
(C) I e II, somente. 
(D) II e III, somente. 
(E) I, II e III. 
 
Gabarito: A 
Autoras: Mara Regina Knorst e Thais de Lima Resende 
Comentário: 
Em relação às duas providências que não são proibidas ao fisioterapeuta, 
ou seja, aquelas contidas nas afirmativas I e III encontramos, respectivamente, 
suporte nos artigos 9º e 13º da Resolução COFFITO 10, o Código de Ética 
Profissional. No artigo 9º encontra-se a seguinte afirmativa: “O fisioterapeuta e o 
terapeuta ocupacional fazem o diagnóstico fisioterápico e/ou terapêutico 
ocupacional e elaboram o programa de tratamento.” A seguir, no artigo 13º 
encontramos que “O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, à vista de parecer 
diagnóstico recebido e após buscar as informações complementares que julgar 
convenientes, avaliam e decidem quanto à necessidade de submeter o cliente à 
fisioterapia e/ou terapia ocupacional, mesmo quando o tratamento é solicitado por 
outro profissional.” Com isso entende-se que as afirmativas I e III estão corretas, 
pois é esperado que o profissional faça um diagnóstico relativo ao seu fazer 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 35 
(diagnóstico fisioterápico), assim como ele, se julgar que precisa de mais 
informações, pode buscá-las através de exames complementares (informações 
complementares). 
Quanto à providência contida na afirmativa II “(...) prescrever 
antiinflamatórios para iontoforese”, ela é claramente proibida ao fisioterapeuta e 
essa proibição encontra-se explicitada no inciso IV do artigo 8º da Resolução 
COFFITO 10: “É proibido ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional, nas 
respectivas áreas de atuação: (...) IV - prescrever medicamento ou praticar ato 
cirúrgico”. 
Referências 
1. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução 
COFFITO - 10. D.O.U nº. 182 de 22/9/1978, Seção I, Parte II, p. 5.265-5.268. 
Disponível em: http://www.crefito5.com.br/downloads.php?area=4. Acesso em 
22/9/2009. 
36 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 22 
Um Fisioterapeuta, que realizava atendimento na enfermaria, é chamado com 
urgência ao ambulatório do hospital para atender a um adolescente com Distrofia 
Muscular de Duchenne, que se apresenta com intensa dispnéia, devido a 
hipersecreção. Após realizar a avaliação completa do paciente, o profissional 
prescreve um tratamento baseado em drenagem postural, tapotagem e aspiração, 
com o objetivo de desobstruir as vias aéreas desse paciente. Por estar de plantão 
na enfermaria e não poder abandonar o posto, o Fisioterapeuta solicita que o 
atendente de enfermagem do ambulatório realize o atendimento. Com base no 
Código de Ética Profissional, pode-se concluir que a atitude do Fisioterapeuta 
está 
(A) correta, pois ele está sobrecarregado e, dessa forma, nenhum paciente 
ficará sem atendimento. 
(B) correta, ao escolher o atendente para fazer o atendimento em seu lugar, pois 
o mesmo está familiarizado com as técnicas. 
(C) correta, pois escolheu as melhores técnicas para desobstrução das vias 
aéreas. 
(D) errada, pois deveria delegar suas funções, somente, para um enfermeiro que 
possua titulação de nível superior. 
(E) errada, pois o Fisioterapeuta não deve delegar suas funções a outros 
profissionais. 
 
Gabarito: E 
Autoras: Mara Regina Knorst e Thais de Lima Resende 
Comentário: 
A sustentação para a afirmativa correta, alternativa “E”, é encontrada em 
três legislações relativas à profissão, explicitadas a seguir em ordem cronológica: 
Lei 6.316/751, Resolução COFFITO 102 e Resolução COFFITO 803. 
No Capítulo IV da Lei 6.316/75 (Das Infrações e Penalidades) encontramos 
no inciso II do artigo 16 que, em relação ao exercício da profissão, constitui 
infração disciplinar “(...) facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não 
registrados ou aos leigos”.1 
No inciso III do artigo 8º da Resolução COFFITO 10 encontramos que “É 
proibido ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional, nas respectivas áreas de 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 37 
atuação: (...) concorrer, de qualquer modo para que outrem exerça ilegalmente 
atividade privativa do fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional”.2 
No artigo 4º da Resolução COFFITO 80 encontramos que “(...) ao 
profissional FISIOTERAPEUTA é vedado, em atividade profissional nos Serviços 
de Fisioterapia, atribuir ou delegar funções de sua exclusividade e competência 
para profissionais não habilitados ao exercício profissional da Fisioterapia.” 
Portanto, independente do profissional se encontrar sobrecarregado 
(alternativa A), demonstrar cuidado ao “escolher o atendente” (alternativa B), 
escolher a terapêutica mais indicada do ponto de vista técnico (alternativa C) ou 
mesmo escolher um outro profissional de nível superior (alternativa D), 
permanece o fato de que, de acordo com a sua legislação profissional, o 
fisioterapeuta não deve delegar suas funções a outros profissionais. 
Referências 
1. Brasil. Lei no. 6.316 de 17 de setembro de 1975. DOU nº. 242 de 
18/12/1975, Seção. I, p. 16.805–16.807. Disponível em: 
http://www.crefito5.com.br/downloads.php?area=4. Acesso em 22/9/2009. 
2. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução 
COFFITO-10. D.O.U nº. 182 de 22/9/1978, Seção I, Parte II. 
3. 5.265/5.268. Disponível em: 
http://www.crefito5.com.br/downloads.php?area=4. Acesso em 22/9/2009. 
4. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução 
COFFITO-80. D.O.U nº. 093 de 21/5/87, Seção I, p. 7.609. Disponível em: 
http://www.crefito5.com.br/downloads.php?area=4. Acesso em 22/9/2009. 
38 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 23 
Helena é uma criança de três anos com diagnóstico de paralisia cerebral. Seu pai 
é pedreiro e sua mãe deixou o emprego de faxineira para se dedicar ao 
tratamento da filha, que vem sendo atendida em uma instituição beneficente de 
reabilitação há dois anos. A criança é asmática, apresenta suspeita de retardo 
mental e atraso do desenvolvimento motor caracterizado por uma diplegia e uma 
hipertonia moderada dos membros inferiores. Esta semana, durante a sessão de 
fisioterapia, onde são realizados exercícios de alongamento e técnicas de 
aprendizagem motora, a criança apresentou um forte episódio de crise de asma. 
Do ponto de vista de conduta profissional e do Código de Ética da profissão de 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional, como deve agir o Fisioterapeuta? 
(A) Considerando que a criança vem somente duas vezes por semana à sessão 
de fisioterapia, deve continuar a sessão de tratamento, acrescentando 
exercícios respiratórios e reforço da orientação quanto à limpeza da poeira 
doméstica. 
(B) Deve continuar os exercícios, e solicitar à mãe que compre um 
broncodilatador para que faça uma nebulização na farmácia antes da 
próxima sessão de fisioterapia, além de uma boa limpeza no quarto de 
Helena. 
(C) Deve suspender a sessão de exercícios imediatamente e providenciar um 
medicamento broncodilatador na farmácia da instituição para realizar a 
nebulização na criança e, após isso, orientar a mãe quanto aos agentes 
causadores da crise de asma. 
(D) Deve suspender a sessão de exercícios e solicitar à mãe o medicamento 
broncodilatador prescritopelo pediatra da criança, para realizar nebulização 
imediatamente e reforçar as orientações quanto aos agentes causadores da 
crise asmática. 
(E) Deve continuar o tratamento acrescentando exercícios respiratórios à sua 
conduta e, após a sessão, providenciar o encaminhamento da criança a um 
pronto-socorro médico e advertir a mãe quanto à necessidade de limpeza 
doméstica adequada. 
 
Gabarito: D 
Autoras: Adriana Kessler e Thais de Lima Resende 
Comentário: 
Durante o episódio agudo de crise asmática não é aconselhável a 
continuidade das atividades motoras, pois elas podem piorar os sinais e os 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 39 
sintomas.1 Em face dessa informação e considerando que o inciso V do Artigo 8º 
da Resolução COFFITO 10, o Código de Ética da profissão, estabelece que é 
proibido ao fisioterapeuta recomendar, prescrever e executar tratamento ou nele 
colaborar, quando atentório à saúde do cliente,2 conclui-se que a alternativa A é 
incorreta. 
A alternativa B apresenta tanto erros do ponto de vista de conduta 
profissional, quanto duas infrações do Código de Ética da profissão. Como 
exposto anteriormente, as atividades motoras devem ser interrompidas durante 
uma crise de asma, pois podem exacerbar sinais e sintomas,1 constituindo, 
portanto, conduta terapêutica atentória à saúde do cliente, o que infringe o inciso 
V do Artigo 8º da Resolução COFFITO 10.2 E, ao solicitar à mãe que compre um 
broncodilatador, infringe o inciso IV do mesmo artigo, que estabelece que é 
proibido ao fisioterapeuta prescrever medicamento.2 
Na alternativa C vê-se dois cursos de ação corretos: suspender a sessão 
de exercícios imediatamente durante uma crise de asma, pois podem exacerbar 
sinais e sintomas,1 e orientar a mãe quanto aos agentes causadores da crise de 
asma.1 Entretanto, ao providenciar um broncodilatador sem prescrição médica 
infringe o inciso IV do Artigo 8º da Resolução COFFITO 10, que proíbe ao 
fisioterapeuta a prescrição de medicamentos.2 O profissional, portanto, só poderia 
realizar a nebulização na vigência de prescrição médica. Em razão dessa infração 
ética, a alternativa C é incorreta. 
Na alternativa E entende-se que o tratamento não deve ser continuado, 
uma vez que pode piorar os sinais e sintomas.1 O curso correto de ação seria o 
encaminhamento imediato dessa criança a um pronto-socorro médico. Essa 
afirmativa é errada, uma vez que a conduta terapêutica seria atentória à saúde do 
cliente, o que infringe o inciso V do Artigo 8º da Resolução COFFITO 10.2 
Referências 
1. Sociedade Brasileira de Pneumologia. IV Diretrizes Brasileiras para o 
Manejo da Asma. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 2006; 32(7): S447-S474. 
2. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução 
COFFITO-10. D.O.U nº. 182 de 22/9/1978, Seção I, Parte II, p. 5.265/5.268. 
Disponível em: http://www.crefito5.com.br/downloads.php?area=4. Acesso em 
22/9/2009. 
40 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 24 
Um grupo de Fisioterapeutas foi convidado a realizar, com os funcionários de uma 
das agências de um grande Banco, um trabalho de orientação de saúde voltada 
para a prevenção de algias e afecções da coluna vertebral. No planejamento das 
estratégias de orientação de saúde, os Fisioterapeutas deverão incluir 
 
I – noções básicas de anatomia e biomecânica da coluna vertebral; 
II – informações quanto à importância da prática de atividade física regular; 
III – indicação de tratamentos específicos para as afecções e algias detectadas; 
IV – informações sobre posturas adequadas a serem adotadas no ambiente de 
trabalho e no dia-a-dia. 
 
Estão corretas as ações 
(A) I, II e III, apenas. 
(B) I, II e IV, apenas. 
(C) I, III e IV, apenas. 
(D) II, III e IV, apenas. 
(E) I, II, III e IV. 
 
Gabarito: B 
Autores: Jorge Luiz de Andrade Trindade e Denizar Melo 
Comentário: 
A demanda de trabalho do fisioterapeuta vem sofrendo algumas alterações 
nos últimos tempos. Muitas dessas alterações ocorrem pela mudança de 
paradigmas profissional e da saúde no país.1 Assim, o fisioterapeuta muitas vezes 
atua em cenários diferentes, como as empresas, por exemplo, desenvolvendo 
temas de interesse da população (no caso, trabalhadores) e situações de risco à 
saúde destes. 
A educação transforma o trabalhador num sujeito ativo e participante, 
conhecedor de sua própria saúde. Promover a saúde vem dar nova estruturação 
à visão de assistência ao trabalhador. É um processo pelo qual, através de ações, 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 41 
capacita-se a população para que busque meios que evite deixá-la vulnerável ao 
adoecimento, afetando a sua qualidade de vida.2 
As ações de promoção e educação em saúde do trabalhador 
compreendem: a consulta e o atendimento, a solicitação de exames e 
procedimentos complementares, o ensino e orientação dos trabalhadores em 
relação à alimentação, hidratação, repouso, exercícios, postura, funcionamento 
de órgãos, aparelhos e sistemas, vida afetiva familiar e sexual, recreação, asseio 
corporal e ambiental.3 Podem ser implementadas por meio de consultas, 
palestras, debates, grupos de ensino, distribuição de material educativo. 
Assim, a construção do conhecimento na prática de saúde do trabalhador, 
implica na ordenação de elementos relativos a temas diversos, muitas vezes com o 
intuito de prevenir agravos à saúde relativos ao grupo em seu contexto de trabalho. 
O tema “prevenção de algias e afecções da coluna vertebral” pressupõe 
orientações sobre as estruturas corporais, atividade física regular e posturas a 
serem adotadas nas atividades diárias e laborais. 
A alternativa III fala sobre “indicação de tratamentos específicos para as 
afecções e algias detectadas”. O que contrapõe o propósito de trabalho 
pretendido, ou seja, as ações de prevenção primária ou educação em saúde. 
Essa alternativa implica em avaliação individual e prescrição de tratamentos 
específicos a transtornos musculoesqueléticos. 
Referências 
1. Rebelatto JR, Botomé SP. Fisioterapia no Brasil: fundamentos para uma 
ação preventiva e perspectivas profissionais. São Paulo: Manole; 1999. 
2. Westphal MF, Almeida ES. Gestão de Serviços de Saúde. São Paulo: 
Edusp; 2001. 
3. Carvalho, GM. Enfermagem do Trabalho. São Paulo: EPU; 2001. 
42 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
QUESTÃO 25 
Um Fisioterapeuta da equipe do PSF de uma cidade de porte médio do interior 
identificou, numa visita domiciliar, uma paciente de 78 anos com história de queda 
na semana anterior, acamada, com sinais e sintomas de fratura do quadril direito, 
queixa de dor local à palpação e à movimentação passiva. Apesar de um quadro 
de fragilidade física, caracterizado por perda de peso não intencional, fadiga auto-
relatada e diminuição da força de preensão da mão dominante, a paciente 
apresentava condições cognitivas preservadas. Dadas as condições 
apresentadas pela paciente, quais as condutas do Fisioterapeuta mais plausíveis 
e recomendadas? 
(A) Orientar os familiares da paciente sobre posicionamento no leito, colocação 
de compressas úmidas quentes no local da dor e exercícios passivos nos 
membros inferiores. 
(B) Incentivar a compra de uma cadeira de rodas enquanto espera o resultado 
da aplicação do programa de exercícios terapêuticos. 
(C) Encaminhar o caso para o serviço de assistência social do município, uma 
vez que se trata de um caso de negligência por parte da família. 
(D) Estabelecer um protocolo de exercícios terapêuticos baseado em 
movimentos passivos e ativo-assistidos para ser realizado diariamente 
durante 30 dias. 
(E) Solicitar uma avaliação do paciente por parte dos outros profissionais da 
equipe para tomadade decisão sobre os procedimentos do caso clínico da 
paciente. 
 
Gabarito: E 
Autores: Jorge Luiz de Andrade Trindade e Denizar Melo 
Comentário: 
O Programa de Saúde da Família (PSF) é uma estratégia de reorientação 
do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes 
multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Essas equipes são 
responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, 
localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de 
promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos 
mais frequentes, e na manutenção da saúde dessa comunidade. Criado em 1994 
pelo Ministério da Saúde, o Programa Saúde da Família (PSF), tem como 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 43 
principal propósito: reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e 
substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família e, com 
isso, melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. A estratégia do PSF prioriza as 
ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma 
integral e contínua.1 O atendimento é prestado na unidade básica de saúde ou no 
domicílio, pelos profissionais. O Programa de Saúde da Família define que para 
uma atenção familiar básica é necessária uma equipe mínima de profissionais, 
denominada equipe de saúde da família (ESF), composta de: um médico 
generalista, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e cinco a seis agentes 
comunitários de saúde, podendo ainda contar com outros profissionais. A 
presença destes outros profissionais (dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas, 
etc.) poderá ocorrer de acordo com a realidade do município através de atuação 
direta (atuando junto com a equipe básica) ou prestando atendimento quando 
solicitado sua presença através de redes de apoio, como no caso do Núcleo de 
Apoio de Saúde da Família (NASF), por exemplo. Assim, esses profissionais e a 
população acompanhada criam vínculos de corresponsabilidade, o que facilita a 
identificação e o atendimento aos problemas de saúde da comunidade.1 
O PSF visa realizar as ações de promoção à saúde, bem como a 
prevenção e difere de modelos tradicionais que tem por objetivo a cura de 
doenças e o tratamento clássico, realizado no âmbito hospitalar2. 
A equipe de saúde da família é constituída por diversos profissionais que 
se responsabilizam por uma determinada população, de uma determinada 
localidade, onde realizam ações de promoção da saúde, prevenção, tratamento e 
reabilitação de agravos. Essa equipe é sediada na localidade, em uma Unidade 
de Saúde da Família – uma unidade que vem para substituir as antigas Unidades 
de Saúde3. 
Essa unidade trabalha mediante os seguintes princípios4: 
• Caráter substitutivo; 
• Integralidade e hierarquização; 
• Territorialização e adscrição de clientela; 
• Equipe multiprofissional. 
Uma das especificidades que chama a atenção segundo, Ronzani et 
al.(2008), na proposta inicial do PSF, diz respeito à atuação dos profissionais, que 
44 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
devem ter, além da capacidade técnica, um envolvimento e uma identificação com 
essa proposta de trabalho, que muitas vezes demanda criatividade, iniciativa e 
vocação para trabalhos comunitários e em grupo. 
As experiências relatadas na inclusão do fisioterapeuta nas ações da 
equipe de Saúde da Família indicam resultados significativos para a população.5,6 
A questão acima aponta a atuação do fisioterapeuta na Estratégia de 
Saúde da Família, na qual o profissional, através de uma de suas ações (Visitas 
domiciliares), identifica situações adversas da saúde da população. Considerando 
o exposto acima e atuação em equipe, podemos pressupor a discussão de cada 
caso com a equipe para uma tomada de decisão em relação à saúde da 
comunidade na qual atua. Portanto, a resposta mais plausível em relação à 
conduta do profissional é a “E”, uma vez que: 
Resposta “A”: os sinais e sintomas de fratura são impeditivos para 
mobilização da região, principalmente realizada por leigos; 
Resposta “B”: antes de iniciar o programa de exercícios é necessária 
avaliação interdisciplinar, buscando a real origem dos sintomas e dos sinais; 
Resposta “C”: o enunciado da questão não oferece subsídios 
identificadores de maus-tratos; 
Resposta “D”: a avaliação criteriosa e precisa da equipe interdisciplinar é 
fundamental para verificação das reais condições do paciente e estabelecer 
condutas adequadas 
Referências 
1. Gastão W, de Sousa Campos MCS, Minayo MA, et al. (orgs). Tratado de 
Saúde Coletiva. 2ª. ed. São Paulo – Rio de Janeiro: Hucitecf – Fiocruz; 2008. 
2. Ronzani TM, et al. O Programa de Saúde da Família segundo 
profissionais de saúde, gestores e usuários. Ciência & Saúde Coletiva. 2008; 
13(1):23-34. 
3. Trad LAB, et al. O Impacto Sócio-Cultural do Programa de Saúde da Família 
(PSF): uma proposta de avaliação. Caderno de Saúde Pública. 1998; 14(2):429-
435. 
4. Brasil, Ministério da Saúde. Programa Saúde da Família/Ministério da 
Saúde, Secretaria Executiva. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2001. 
5. Baraúna M, et al. A importância da inclusão do fisioterapeuta no Programa 
de Saúde da Família. Fisioterapia Brasil. 2008; 9(2):64-69. 
6. Trelha CS, et al. O fisioterapeuta no Programa de Saúde da Família em 
Londrina (PR). Revista Espaço Para a Saúde. 2007; 8(2):20-25. 
ENADE Comentado 2007: Fisioterapia 45 
QUESTÃO 26 
Um paciente de 35 anos é encaminhado por um perito do INSS para o setor de 
fisioterapia apresentando história de dor na região lombossacra e parestesia de 
membro inferior direito. A carta de encaminhamento do perito solicita um relatório 
fisioterapêutico sobre as condições cinético-funcionais do paciente. Durante a 
avaliação, o paciente reclama que não consegue trabalhar há mais de um ano e 
que a única alternativa para sua situação é ser aposentado por invalidez. Ao 
exame físico, o Fisioterapeuta não constata alterações clínicas que possam estar 
desencadeando as dores relatadas. Ao realizar o teste da elevação da perna 
retificada, o paciente informa que não consegue realizar a elevação. O 
Fisioterapeuta decide aplicar o Teste de Hoover, ilustrado na figura abaixo. 
 
HOPPENFELD, Stanley. Propedêutica ortopédica: coluna e extremidades. 
Rio de Janeiro: Atheneu, 2001. 
 
Com o auxílio das informações contidas no caso clínico e na figura acima, pode-
se concluir que o teste representado 
(A) é utilizado para tensionar as estruturas da medula espinal. 
(B) destina-se a elevar a pressão intratecal. 
(C) tem por finalidade determinar se o paciente está simulando ao afirmar que 
não pode elevar a perna. 
(D) tem como objetivo testar o encurtamento dos músculos isquiotibiais. 
(E) visa a comprimir o disco intervertebral pelas vértebras. 
 
Gabarito: C 
Autoras: Carla S. de Almeida e Verônica Frison 
 
46 Denizar Alberto da Silva Melo et al. (Orgs.) 
Comentário: 
O Teste de Hoover é utilizado para avaliar se o paciente está simulando 
alguma dor. A manobra consiste na realização ativa da elevação de um membro 
inferior, enquanto as mãos do examinador apoiam os calcanhares. A resposta 
normal produz no membro que não está sendo elevado uma força contrária, que 
pode ser sentida pela mão do examinador. A ausência dessa força para baixo 
sugere simulação; portanto, a alternativa correta é a letra C. 
A questão A não está correta, pois a angulação do Teste de Hoover não é 
suficiente para provocar tensão nas estruturas neurais. O teste que coloca tensão 
nos tecidos neurais pode ser o laségue ou mesmo o slump test. 
A questão B não está correta, pois o teste que visa aumentar a pressão 
intratecal

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes