Buscar

Anotações Psicologia de grupo Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Psicologia dos grupos e subjetividade
Video 1
-Para o senso comum: Cada indivíduo é o responsável final por seus sucessos e fracassos, capaz de usar a razão (e a oportunidade) para encontrar as melhores e mais valiosas soluções para seus problemas.
- Em uma perspectiva crítica: Não é possível pensar o indivíduo sem o grupo. Todo indivíduo é alguém devido aos grupos aos quais está relacionado.
Materialismo dialético - Karl Marx: Com suas ideias sobre as relações entre subjetividade, sociedade, economia e política, influiu decisivamente na construção do ideário socialista.
Por meio da dialética como forma de pensar a realidade, explicou sua instituição e a sustentação do capitalismo, assim como buscou as pistas para superar as contradições do capitalismo e seus efeitos, como opressão e sofrimento das populações.
- O método marxista constitui-se a partir da intuição de Marx e Engels quanto a trazer a teoria das contradições de Hegel para auxiliar no entendimento de uma sociedade marcada peas grandes mudanças trazidas da civilização industrial moderna.
- Também chamado de materialismo dialético, propõe que a análise profunda de um objeto, revela elementos contraditórios, contradição entendida como motor da realidade, algo que não é natural. 
- Um exemplo: como entender o proletariado sem incluir suas relações com a burguesia, isto é, a presença da submissão de classe e o desejo de consumir.
Marx discute os conflitos entre operários e patrões na Europa do século XIX, pós revolução industrial. o proletário é aquele que vive de salário, que sobrevive, segundo Marx, da venda da sua força de trabalho, fonte de riqueza. Do outro lado, estão os patrões, os proprietários das fábricas, dos meios de produção, os industriais, que produzem riqueza a partir do trabalho alheio.
	Proletariado (vende a força de trabalho) X Patrões (Proprietários dos meios de produção)
Ideologia: Seu sentido mais corrente é o que trata daquilo que afasta os homens e as sociedades da “realidade”, mais especificamente dos determinantes que nos fazem compreendê-la.
Chaí: Fraco X Forte
- Fraco: seu valor está no ser aquilo que sustenta o pensamento e o comportamento humano construídos por meio das relações entre os homens e transmitidos entre as gerações pela cultura e suas instituições, isto é, pela linguagem, pela arte, pelas produções artísticas, científicas, religiosas, na escola, no trabalho, no dia a dia. - Definição forte está diretamente associada à crítica construída na perspectiva marxista e que a apresenta como possuindo um sentido necessariamente negativo
Guareschi:
- Esse processo, que pode ser reconhecido como brutal e violento, uma vez que implica a imposição de ideias, valores e comportamentos (o hoje), assim como de possibilidades (o futuro).
- Sua instituição se faz de tal forma que os indivíduos não se dão conta de seu aspecto construído e tutorado, tomando como “natural” o que foi produzido circunstancialmente, apoiado por interesses de classe e de grupos específicos, mas de forma que oculte tais interesses e a contradição na qual estão apoiados.
Resposta: c) forte e fraca
Video 2
Psicologia dos grupos no embate das questões sociais: História
-A inserção científica e profissional da Psicologia em um contexto marcado por grandes desigualdades sociais e pela dominação de modelos científicos forjados em outras culturas foi construída por meio de uma profunda mudança no rumo dessa história, que exigiu e ainda vem exigindo a disposição para o confronto, o debate e o engajamento político.
- Seguindo o modelo colonial, nossa produção científica e técnica esteve longe de levar em conta a história e as realidades vividas pelos povos latino-americanos, e acadêmicos e universidades dedicavam-se com mais ou menos sucesso a repetir as preocupações e os programas das universidades norte-americanas.
- A ultrapassagem crítica desse modelo pronto de reprodução vai apoiar-se em uma “tomada de consciência”, se é possível falar assim, por parte dos próprios psicólogos, que passam a incluir no seu vocabulário técnico-prático palavras que antes não se pensava que pudessem fazer parte dele.
- É o caso, por exemplo, da ideia de subdesenvolvimento, conceito que aponta para as condições de submissão cultural e econômica construídas e sustentadas pelas relações de dependência com os chamados países desenvolvidos.
Ditadura militar (1964-1985) eliminou direitos civis (espaços de debate e a possibilidade do pensamento discordante), eventualmente apelando para a tortura dos opositores e produzindo o que, se chamou de “desaparecidos”, isto é, os indivíduos identificados que foram mortos por esses regimes. Sua presença nos meios culturais e acadêmicos foi avassaladora, ocasionando cassações, exílios e a morte de muitos indivíduos tidos como oponentes do regime, “subversivos”, que pretendiam mudar a condição política do país. (Censura)
- O cientista deveria exercer uma ação estritamente acadêmica ou, no máximo, compreender sua produção como voltada para o “bem comum”, o “bem-estar da sociedade”, a “felicidade da nação”.
- A crise da Psicologia social, identificada por pensadores desde a década de 1960, refere-se ao confronto entre um modelo de Psicologia que defendia uma prática neutra e de aplicação tecnológica, na esteira da Psicologia americana, e um modelo que se apresentava vinculado ao contexto histórico-social, em que se desenrola a vida dos indivíduos; uma Psicologia com forte componente crítico e político.
Aroldo Rodrigues: produz a sua obra científica a partir de um referencial histórico e epistemológico que caracteriza os conceitos e as práticas da corrente principal da Psicologia americana. Foi o principal representante dessa posição, que entende uma separação necessária entre Psicologia e Política, compreendida aqui no seu braço participativo e crítico.
Silvia Lane: constrói sua carreira científica aproximando-se, antes, do “materialismo” de Skinner, para então dedicar-se ao materialismo de Marx, contido na Psicologia soviética. Fez duras críticas ao entendimento sustentado por Rodrigues sobre a Psicologia Social como uma ciência básica e neutra capaz de solucionar problemas sociais. Para ela, vai buscando estabelecer-se como ação científica e política, indicando a impossibilidade de separar teoria e prática, voltada para uma ação acadêmica e profissional engajada na luta por transformação e justiça social.
Resposta: e) os intelectuais
Video 3
Psicologia Sócio-Histórica:
Defendem a neutralidade da Psicologia, desenvolveu-se uma perspectiva crítica nomeada como Psicologia sócio-histórica, representada no Brasil pelos trabalhos de Silvia Lane e de seu grupo. Fundamentada na crítica marxista e na produção de autores russos como Vygotsky e Leontiev, essa proposta ação considera a Psicologia como ciência e guarda como princípio o Conflito: Mobilizam a caracterização de distintos objetos de conhecimento X A escolha de ferramentas metodológicas apropriadas para o exercício do conhecer.
- Adotou o materialismo dialético como teoria; Como teoria crítica do modelo positivista e racionalista da ciência psicológica, busca situar a Psicologia em uma perspectiva dialética. A sociedade deve ser entendida como uma produção histórica de seus participantes. A história deve ser compreendida como movimento contraditório e constante do fazer humano, tendo por fundamento sua base material.
- Segundo Bock (2001), a visão liberal que acompanha a instalação do capitalismo privilegia o individualismo, a vida privada e a invenção de um mundo interno, particular.
- A Psicologia contribui para a compreensão sobre como cada um desenvolverá suas próprias fórmulas de apropriação e enfrentamento do mundo natural e do social. Essa compreensão, contaminada pela ideologia dominante do sujeito senhor de si e de sua história, despreza o âmbito coletivo, individualiza o sofrimento, a inadequação e a falta, contribuindo para a sustentação da desigualdade social.
Nessa perspectiva vai-se compreender o fenômeno psicológico como não pertencenteà natureza humana, não preexistente ao homem, mas refletindo a condição social, econômica e cultural.
-A Psicologia sócio-histórica afirma a indissociabilidade entre a subjetividade e a objetividade do mundo, marcada pelas relações econômicas, e reconhece a presença da linguagem como mediadora do processo de internalização da realidade. -A subjetividade não pode ser descolada das relações sociais concretas, deve conhecer o mundo interior.
Linguagem e imaginário
Metodologia: os métodos qualitativos têm sido os preferencialmente utilizados nesse campo. “Alguns problemas exigem uma abordagem que possa dar conta, simultaneamente, da variedade e da convergência.”
- É possível aliar as preocupações com o engajamento do pesquisador e as vias para a transformação da sociedade com as demandas acadêmicas do apelo ao método que pudesse ser reconhecido como produzido dentro dos cânones científicos. A pesquisa qualitativa apoia-se em uma epistemologia que reconhece como prática de ciência as teorias e as ações que admitem a construção de conhecimento a partir de situações singulares, marcadas pelo contexto histórico e social nas quais se apresentam.
- O estudo das representações sociais, por exemplo, pode-se dar em face desse contexto de interação entre os indivíduos a partir da interpretação das falas dos participantes de determinado grupo, de tal maneira que o pesquisador poderá procurar no estudo da história/narrativa do uso da representação social o instrumental específico para o exercício de interpretação.
-A apreensão dos fundamentos dessas duas categorias, linguagem e imaginário é decisiva para a pesquisa e a intervenção com grupos na Psicologia social.
Linguagem:
Os estudos sobre a linguagem têm sido alvo de um grande número de pensadores, seja preocupados com a compreensão de sua origem e função social, seja buscando compreender seus aspectos, neurofisiológicos e funcionais. Na linhagem teórica que vê a linguagem como prática que produz a ligação entre o indivíduo e o mundo social, há compreensões bastante diversas. Ex: O psicólogo behaviorista Skinner tem uma obra voltada para o estudo e a interpretação do comportamento verbal, indicando a materialidade do falar.
Em uma outra perspectiva, a sócio-histórica, tendo Vygotski e Leontiev a frente, a linguagem vai ser compreendida como produto de relações materiais e sociais e pensada como indissociavelmente ligada ao pensamento.
Resposta: b) Subjetividade e objetividade (não pode ser descolado das relações sociais, conhecer o mundo interior e compreender como expressão e conversão do mundo objetivo e coletivo)
Video 4
Continuação da linguagem: Martin Heidegger afirma que na compreensão da linguagem como meio universal, ela não apenas revela, mas institui a realidade, o que sugere uma condição muito singular: no limite, nós não falamos, somos falados.
- A relação com a linguagem é uma tarefa coletiva, que depende da inserção social dos falantes, do lugar de onde se “fala” e de quem são seus interlocutores.
Imagem e (des)razão
- As concepções de imaginário que têm sido tratadas nas Ciências Sociais e recuperam a importância daquilo que não pode ser “calculado”, como se viu anteriormente em relação à linguagem. -A dimensão humana, no que ela tem de caótico e “irracional”, é tomada como centro de metodologias de pesquisa e intervenção.
- Gilbert Durand define imaginário como o “conjunto das imagens e relações de imagens que constitui o capital pensado do Homo sapiens”. O imaginário tem sido associado à desrazão e ao infantilismo social, e sua função seria fomentar erros e falsidades. Ele recupera o valor do imaginário e das imagens, considerando que elas também detêm conhecimento, embora este possa não ser necessariamente científico.
- A crítica de Castoriadis ao marxismo passa pelo reconhecimento da instalação de uma burocracia operária na então URSS, pela perda do caráter revolucionário da sociedade soviética e pela compreensão de que o pensamento marxista não conseguiria ultrapassar o burguês. Constata que as teorias revolucionárias não conseguiram, em um certo momento, ceder a mistificação, isto é, tendem a ser elas mesmas sujeitas a serem tomadas como naturais.
O imaginário radical:
Caracterizando as instituições sociais, ele afirma que tudo de que se fala, tudo o que se apresenta para e pelos indivíduos está associado a uma rede simbólica, um simbólico que obviamente está na linguagem, mas que também está nas instituições.
- Os símbolos institucionais, aquilo que representam, não são assim instituídos apenas racionalmente e também não o são naturalmente, mesmo que apoiados de alguma forma na realidade. O que não é redutível ao simbólico, é uma primeira aproximação que irá chamar de imaginário.
- A linguagem e o simbolismo em um mesmo plano. Nem tudo é linguagem, tampouco simbolismo, mas, assim como a linguagem nos aprisiona em seus domínios sem impedir uma mobilidade, também o simbolismo inerente as instituições oferecem possibilidades de manuseio, operatividade.
O imaginário social:
Para Castoriadis, os problemas só são possíveis de serem identificados como tais justamente pela presença do imaginário. A definição das necessidades da sociedade é definida, a maneira pela qual se estabelecem, sua dinâmica de instituição e manutenção, tudo isso é tributário do imaginário radical.
- Forma e conteúdo não podem ser entendidos como dissociados.
- Linguagem e simbólico não podem ser entendidos como independentes de um conteúdo que expressariam.
- O imaginário social, histórico e circunstancial, organiza a cada vez o lugar ocupado pelas instituições e pelos grupos, e designa as imagens daquelas em relação ao todo.
O imaginário e os grupos sociais:
- Castoriadis afirma que cada sociedade é um sistema de interpretação do mundo, de seu próprio mundo.
- A própria identidade de uma sociedade é um sistema de interpretação, esse mundo que ela cria, e é por isso que ela, do mesmo jeito que o indivíduo percebe como ameaça mortal qualquer ataque a seu sistema de interpretação: entende um ataque como perigo à sua identidade, a si mesma.
- Preservando-se e oferecendo significados imaginários, a sociedade elabora uma imagem do mundo natural associada a sua identidade, assim como das necessidades que precisam ser preenchidas a partir desse mundo.
O imaginário grupal:
As necessidades dos grupos e suas perspectivas possíveis de atuação pela existência são como as das sociedades e instituições, referidas ao seu lugar no tempo e a sua presença social, e nelas se constata ainda uma identidade – ainda que esses grupos sejam “apenas” categorias sociais. A própria presença do grupo não pode ser pensada como natural ou pura invenção, senão como só possível a partir do imaginário radical e do social-histórico.
-Se há um imaginário social, entendemos que haverá também um imaginário grupal, expressão do imaginário radical na história e no tempo de certo grupo.
Operando sobre a dinâmica dos grupos
A partir da noção de imaginário é possível pensar na ação sobre as instituições e os grupos humanos, deixam de ser meros conglomerados funcionais para ser lugares de encontro. Onde não estão em jogo apenas as ações possíveis para cada ator participante, mas haveria lá toda uma dimensão imaginária (afetiva, relacional, de expectativas e medos).
Resposta: a) relações materiais e sociais (Vygostki e Leontiev)

Outros materiais