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Capitulo II

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Filosofia da educação capitulo II
A Crise e Alternativas 
 Apresentado pela graduanda 
em pedagogia Carina Ferraz 
A Educação Tradicional, enraizada na sociedade de classes escravagista da idade antiga, destinada a uma pequena minoria, começou seu declínio já no movimento renascentista, embora sobreviva ate hoje.
A Educação nova, que apareceu com vigor na obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses dois últimos séculos e trouxe numerosas conquistas, sobretudo nas ciências da educação e da metodologias de ensino. As técnicas de freinet, por exemplo, são aquisições definitivas. 
Mas a educação tradicional e a educação nova, esses grandes movimentos da história do pensamento pedagógico e da prática educativa, têm um traço comum que é o de conceber a educação como um processo de desenvolvimento pessoal, individual. 
Caminhamos para uma mudança da própria função social da escola. Entre nós, chamamos essa nova educação de educação popular, não porque ela seja destinada apenas ás camadas populares, mas, como vimos, pelo caráter popular, socialista e democrático que essa concepção traz.
 A educação popular e socialista não é uma ideia abstrata, nem uma utopia pedagogista. Ela se encontra em desenvolvimento entre nós, por exemplo, no próprio processo de resistência e de luta pela superação das desigualdades. Neste momento histórico, no Brasil, ela constitui-se um instrumento dessa luta. Só uma sociedade de iguais, uma sociedade sem classes, lhe conferirá estatuto pleno.
Baseados na obra La cuestión escolar de jesus Palácios (ver “Leituras complementares”), poderíamos pensar a questão escolar através de dois momentos históricos: o da educação tradicional e da educação nova. 
A educação tradicional repousava sobre a certeza de que o ato educativo destinava-se a reproduzir os valores e a cultura da sociedade. Os problemas começaram quando essa convivência harmoniosa entre educação e sociedade foi rompida. Esse momento, segundo Palácios, foi inaugurada por Rousseau, que contrapunha a inocência da criança ao nascer á sociedade perversa. Mas as respostas a questão não foram satisfatória. A crise da escola começou com a perda da certeza na qual ela se apoiava em relação á sua função reprodutora. As respostas a essa crise podem ser divididas em três grupos:
O primeiro insiste na disfuncionalidade da escola tradicional: são os sintomas através dos quais se manifesta a “enfermidade” do sistema tradicional de ensino. Palácios aponta nove sintomas dessa disfuncionalidade: o atraso da escola, ligando-se sempre ao passado; a incapacidade da escola atual de oferecer instrução, simplesmente; a promoção de estudos de maneira puramente mecânica; o autoritarismo escolar; a negação das relações interpessoais; o desconhecimento da realidade; a equacionar a relação entre educação e politica; a incapacidade de reciclar os professores que acabam neurótico (sobretudo os autoritários). O primeiro grupo insiste que a superação da crise passa pela superação dessas nove disfunções da escola atual.
O segundo grupo de respostas reúne as varias tendências não autoritárias, passando pela perspectiva marxista e pela desescolarização. Mas, segundo Palácios, elas caem em algumas ilusões. A resposta dada pela Escola Nova, que renovava principalmente os métodos pedagógicos, cai na ilusão pedagogista de pretender resolver a crise da educação com propostas puramente pedagógicas. A pedagogia não-diretiva e a institucional, filhas da Escola Nova, são duplamente ilusórias: querem resolver a crise acreditando na igualdade entre professor e aluno e acreditando que podem chegar á autogestão pedagógica. A perspectiva marxista, segundo Palácios, desvaloriza a ação pedagógica e cai na Ilusão sociologista: redução da questão escolar á questão social. Nesse grupo ele inclui também os que defendem a desescolarização da sociedade acabam desistindo de qualquer solução: a escola também é culpada pela sua própria existência. 
O autor filia-se a um terceiro grupo, o da “superação integradora das ilusões”. Essa superação encontra-se na escola viva, concreta, formadora da personalidade politica, social, ativa, cientifica, socialista. E conclui: “só a critica que se converte em práxis escapa da ilusão. Para essa práxis não existem receitas. Cada professor, cada classe, cada centro de ensino, cada sociedade deve desenvolver seu esforço em função de seus problemas e de suas possibilidades. Somente esse esforço, unido ao seu esforço em função de seus problemas e de suas possibilidades. Somente esse esforço, unido ao esforço comum de transformação social, pode conseguir que a educação seja um processo enriquecedor e facilitador do desenvolvimento pessoal e social; que a escola compense as desigualdades ligadas ao meio de procedência; que a escola se vincule a vida e ás necessidades vitais (família, bairro, cidade) da criança; que a escola sirva á integração social e á cooperação entre os indivíduos; que desenvolva ao máximo as possibilidades e os interesses de cada um; que utilize todos os recursos disponíveis da sociedade para aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos; que a escola, finalmente, deixe de reproduzir o statuto quo e ajude a transformá-lo” (p.647).

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