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Desenvolvimento Econômico P2 Estudo

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Desenvolvimento Econômico – P2
Analise a questão centro-periferia.
A concepção centro-periferia procura entender o desenvolvimento econômico de longo prazo de forma diferente das teorias correntes de crescimento, pois não procura captar o processo de acumulação e avanço técnico de uma economia capitalista modelo, mas sim elucidar quais características são assumidas por esse processo ao serem propagadas as técnicas de produção capitalista num modelo de sistema econômico composto por centros e periferias.
Os centros e periferia se constituem como resultado da forma como o progresso técnico se propaga na economia mundial. Há uma desigualdade no que tange o desenvolvimento de cada um. Nos centros, a difusão do progresso técnico acontece de maneira rápida, promovendo elevação da produtividade; enquanto na periferia as novas técnicas são implementadas com atraso e com seletiva setorial (setor agroexportador).
Diante disso, enquanto a estrutura produtiva central se apresenta homogênea – altos níveis de produtividade em todos os setores, e diversificada, a periferia contrasta ao dispor da especialização produtiva – cunhada na produção de commodities, parte substancial dos recursos produtivos é destinada à sucessivas ampliações do setor agroexportador- e heterogeneidade estrutural – produtividade baixa na maior parte dos setores, excedo a ilha agroexportadora. 
A estrutura periférica tem seus primeiros movimentos de evolução a partir do fim da 2 GM e da Crise de 29’, que impõem fortes barreiras à importação de produtos manufaturados centrais e acaba por impulsionar o setor industrial periférico no sentindo de se suprir a demanda interna. 
Para além de desenvolvido e subdesenvolvido, a concepção de centros e periferia perpassa pelas entranhas do sistema econômico, expondo a relação de desigualdade estrutural e diferenciação de ganhos médios per capita, relação esta que interatua e se reforça reciprocamente, além de relacionar-se também com o desequilíbrio externo – que é inerente ao processo de industrialização periférico, uma vez que há disparidade entre as elasticidade-renda da demanda por importação entre os dois polos e tendência à deterioração dos meios de troca.
A heterogeneidade e especialização periférica tendem a se reproduzir o longo do processo de industrialização. O caráter especializado faz com que a industrialização comece por setores tecnologicamente simples, como o de bens de consumo, avançando lentamente para os de maior complexidade. A mudança para a estrutura produtiva central só se faz, inicialmente, por meio da reiterada especialização, o que dificuldade a diversificação das exportações periféricas. Além disso, a periferia padece de uma desvantagem quanto à geração e incorporação do progresso técnico devido à baixa capacidade de acumulação. Esse problema não é resultado apenas de sua heterogeneidade, mas também um reflexo da sua especialização. Essa desvantagem reflete no menor crescimento da produtividade do trabalho periférico. 
A heterogeneidade reflete também a tendência ao subemprego, uma vez que, dada a superabundância de mão de obra, a absorção da mesma em segmentos de atividades de níveis de produtividade maiores. Nos centros, observa-se escassez de mão de obra, que somada ao alto grau de organização (sindicatos) contribui para tal diferenciação do ganho real e para a tendência à deterioração dos meios de troca. 
Descreva a importância da tecnologia para a teoria cepalina.
O padrão tecnológico com que se dá a industrialização periférica incide diretamente na maneira como a situação do subemprego persistirá/será conduzida. Na industrialização periférica faz-se necessário o uso de tecnologias centrais, isto é, mais modernas, de maior dotação de capital por homem, tendo em vista que nelas a eficiência técnica e econômica é maior, o que permitiria uma mudança na estrutura produtiva de tal modo que incitaria uma maior complementariedade produtiva e integração vertical da produção, fazendo com que o problema do subemprego fosse paulatinamente superado à medida que ocorresse e fosse incentivado o progresso técnico. 
Esta linha de pensamento se explica considerando que, nos centros, a emergência de inovações tecnológicas com o intuito principal de substituir mão de obra por capital, aumenta a densidade de capital. Esse aumento apresenta dois efeitos: desocupação, no primeiro momento; depois, reabsorção dessa mão de obra em outros procedimentos produtivos gerados a partir da inovação tecnológica. Tal interação entre o progresso técnico, acumulação, empregos que ocorre nos centros, sustenta o aumento gradual da densidade de capital por unidade de mão de obra, permitindo, desse modo, uma homogeneização dessa densidade em diversos setores produtivos. A homogeneização é de grande interesse para o desenvolvimento industrial e econômico periférico, pois permitiria atingir o objetivo da superação do subemprego, pois, efetivada a inovação, a reação em cadeia que seria desenvolvida faria com que a estrutura produtiva periférica evoluísse, no sentindo de atingir níveis cada vez maiores e mais eficientes de diversificação e produtividade. Dado que o progresso técnico aumenta a produtividade dos fatores K e L, de tal modo que a densidade de capital (L/K) se vê incrementada toda vez que ocorre uma inovação, cada nova técnica é mais eficiente no uso dos fatores do que a anterior, demonstrando, assim, o caráter dinamizador do progresso técnico no que tange à evolução estrutural da periferia. 
Apresente as principais características da industrialização periférica e correlacione com o processo de industrialização mencionado pelos autores clássicos do desenvolvimento.
A industrialização periférica é considerada, na concepção do sistema centro-periferia, um fenômeno espontâneo que se dá a partir de mudanças no padrão de crescimento, e essas mudanças estão ligadas à eventos como as GMs e a Crise de 29’. O que antes era um desenvolvimento para fora, agora é voltado para dentro, e tal mudança de eixo se é descrito ao longo de seu processo, por certas características. 
A industrialização periférica, tem como características principais a heterogeneidade – baixa produtividade na maioria dos setores, exceto agroexportador; e a especialização produtiva. Essas características trazem consigo algumas implicações, quais sejam: (i) a tendência ao desequilíbrio externo - a deterioração dos termos de troca sofrido pela periferia faz com que a elasticidade-renda da demanda por importações na periferia seja muito maior do que nos centros. Isto se deve ao caráter periférico especializado, que nas fases iniciais da industrialização só exporta bens primários, enquanto a demanda por manufaturas centrais – insumos intermediários e de capital, é muito alta devido ao processo de substituição de importações empreendido, que tem como objetivo mudar a composição da estrutura de importações, reduzindo a importação de bens de consumo de fácil elaboração e aumentando os de bens de capital. Ao se modificar a estrutura produtiva, por meio do aumento de indústrias mais elaboradas, induz-se uma maior complementariedade e verticalidade da produção intersetorial, reduzindo o grau de especialização e a dependência externa. Muitos autores clássicos do Desenvolvimento defendiam que a industrialização deveria ocorrer por meio de indústrias pesadas, que fossem capazes de dinamizar a economia de tal forma que absorvesse a mão de obra excessiva que há na periferia e também puxasse outras indústrias complementares, que suprissem o mercado interno, o que geraria com o passar do tempo, menor dependência externa e exposição (Hirschman). Além disso, esse processo estimularia uma maior acumulação de capital, o que faria a manutenção de novas ondas de investimentos industriais. 
Outra implicação seria (ii) os problemas ocupacionais, que se refletem a heterogeneidade na estrutura produtiva periférica. Devido à abundante mão de obra encontrada na periferia e às poucas atividades de alta produtividade, a persistência do subemprego torna-seum problema estrutural derivado principalmente dessa heterogeneidade. A periferia conta com baixa capacidade de poupança, o que, somado à baixa produtividade existente, obstaculiza a penetração do progresso técnico, o que por sua vez dificulta a acumulação de capital e a expansão industrial – como o caso do Ciclo Vicioso proposto por Nurkse. Além disso, a estrutura de propriedade dos solos típico da periferia tende a fazer com que ocorra excedente de mão de obra agrícola que não consegue ser absorvida, reiterando o subemprego, agora o urbano. Todos os autores clássicos do desenvolvimento pontuam que o progresso técnico só pode prosperar caso os níveis de acumulação se mantenham. Dessa forma, é necessário que haja um estímulo em grande escala em técnicas modernas que induzam a criação/evolução de atividades de ganho produtivo maior, levando ao aparecimento de outras atividades complementares mais produtivas que absorvam mão de obra antes subempregada, combinando fatores de forma eficiente, gerando renda e excedente, propiciando, assim, a manutenção da acumulação e por conseguinte evolução dos subempregos. 
De que maneira a visão da deterioração dos termos de troca se encaixa na concepção de centro-periferia e da industrialização periférica.
A partir da exposição da teoria da deterioração dos termos de troca pode-se compreender melhor a tendência que se configura ao longo da relação entre centros e periferia de concentração dos frutos do progresso técnico pelos primeiros e, além disso, permite um melhor entendimento das características da posterior industrialização periférica. 
Postula-se que o avanço tecnológico nos centros (indústria) é mais rápido do que na periferia (commodities), e sendo assim, a produtividade dos primeiros tenderá, sempre, a ser maior do que do segundo. Essa situação, em tese, deveria configurar uma vantagem para a periferia à medida que, com maior produtividade do setor industrial central, os preços relativos reduziriam. Entretanto, na realidade, o que se observa é um aumento dos preços da produção manufatureira em detrimento dos preços de produção primária, pois a relação de preços varia de maneira desfavorável para a produto da atividade cuja produtividade aumenta menos, no caso, as commodities. Os países periféricos não só não usufruem da maior produtividade industrial dos centros, como também não retêm para si o benefício do seu próprio progresso técnico. Essa deterioração é devida à menor elasticidade-renda da demanda por importação de produtos primários dos centros em comparação com alta elasticidade-renda da demanda por importação de produtos manufaturados, tornando a diferenciação da renda uma tendência. 
Quando a deterioração se encontra em alta, significa que há um favorecimento aos produtos primários, há transferência dos frutos do progresso técnico para a periferia. Considerando a teoria dos ciclos, a economia mundial estaria em situação expansão, onde os preços das exportações periféricas estariam em alta, e que devido a fatores como rigidez de oferta e estoques anteriores, essa alta superaria o preço das exportações centrais. 
Entretanto, quando a economia apresenta movimento de declínio a deterioração se apresenta em baixa, isto é, os frutos do progresso técnico estão sendo concentrados a favor dos centros. A relativa escassez de mão de obra nos centros, somada a altos níveis de organização trabalhista, fazem com que em períodos de declínio, as pressões empresariais para manter os lucros à custa do nível de salários sejam transferidas para a periferia, onde a mão de obra é abundante e pouco organizada. A condição periférica de heterogeneidade e especialização fazem com que a contração maior dos lucros e salários ocorra nela própria, e sendo assim, o nível de preço dos seus produtos cai mais do que proporcionalmente em relação aos produtos centrais. A produção agroexportadora na qual a periferia está cunhada é uma função direta do nível de atividade dos centros, logo, se a atividade produtiva dos centros é retraída, o mesmo acontecerá na periferia. 
A longo prazo, há uma tendência à diferenciação das rendas médias entre os dois polos, e o comportamento dos termos de troca é reflexo dessa diferenciação. A melhora auferida pela periferia nas fases de crescente cíclicas é menos que proporcional à piora incorrida nas fases de contração, de modo que, por meio dessas oscilações se produz uma tendência de longo prazo à deterioração.

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