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História da Microbiologia

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História da Microbiologia.
II Caminhos dos descobrimentos em Microbiologia.
Assim como qualquer outra ciência, a microbiologia moderna deve muito ao passado. Embora alguns autores defendam a ideia de que suas raízes são muito antigas, a microbiologia, como ciência, não apresentou grande desenvolvimento até o século XIX. A partir de então, a área teve um enorme crescimento, expandindo-se para muitos novos campos relacionados.
1.5. As raízes históricas da microbiologia.
Embora a existência de criaturas pequenas, invisíveis a olho nu, tenha sido especulada há muitos anos, sua descoberta está associada à invenção do microscópio. Robert Hooke descreveu estruturas de frutificação de bolores em 1664, mas a primeira pessoa a observar os microrganismos em detalhes foi o holandês Antoni van Leeuwenhoek, era microscópios extremamente rudimentares se comparados aos atuais, mas, pela manipulação e focalização precisas, ele foi capaz de visualizar organismos pequenos, como as bactérias, relatou suas observações em uma série de cartas enviadas à Sociedade Real de Londres, que as publicou, traduzidas para o inglês, em 1684. Suas observações foram confirmadas por outros pesquisadores, mas somente no século XIX, com o aperfeiçoamento e a disseminação no uso dos microscópios, a extensão e a natureza das formas de vida microbiana se tornaram mais aparentes.
Ferdinand Cohn e a ciência bacteriologia:
Ferdinand Cohn (1828-1898), um botânico alemão contemporâneo de Pasteur e Kock, o qual transformou a microbiologia em uma ciência verdadeira, nasceu em uma cidade atualmente conhecida como Wroclaw, na Polônia, por volta de 1850, interessou-se por microscopia, tendo a sorte de dispor dos melhores microscópios da sua época, passando então a estudar o crescimento e a divisão das células vegetais. Seus estudos de microscopia passaram a abranger, além das plantas e algas, uma grande variedade de bactérias, incluindo a grande bactéria sulfurosa Beggiatoa.
Cohn desenvolveu um interesse especial pelas formas bacterianas que exigiam resistência ao calor, levando-o a descobrir o gênero Bacillus e o processo de formação de esporos. Continuou seus trabalhos com bactérias até sua aposentadoria e, ao longo de muitos anos, trouxe várias contribuições ao desenvolvimento da bacteriologia, incluindo as bases de um esquema de classificação bacteriana e a criação de uma importante revista científica.
Pasteur e o fim da teoria da geração espontânea:
No século XIX, a principal controvérsia existente envolvia a teoria da geração espontânea. A ideia básica da geração espontânea e facilmente entendida. Se um alimento for mantido em um ambiente aberto, após determinado período de tempo ele apodrecerá. Se esse alimento apodrecido for examinado ao microscópio, poderemos visualizar um enorme número de bactérias.
O maior oponente à teoria da geração espontânea foi o químico francês Louis Pasteur (1822-1895), que abordou o tema desenvolvendo os trabalhos mais precisos e convincentes. De início, Pasteur demonstrou que o ar apresentava estruturas extremamente semelhantes às encontradas nos alimentos deteriorados. Também demonstrou que o ar apresentava, constantemente, uma grande variedade de células microbianas, as quais não podem ser diferenciadas dos organismos encontrados em grandes quantidade nos alimentos ou outros produtos deteriorados. Com isso, Pasteur concluiu que os organismos encontrados em materiais em decomposição eram provenientes do ar. Pasteur rebateu estas críticas realizando um experimento simples e brilhante a partir da confecção de um frasco com uma extremidade longa e afilada, semelhante ao pescoço de cisne, atualmente denominada frasco de Pasteur. Nesse tipo de frasco, as soluções podiam ser fervidas e, após seu resfriamento, o ar podia entrar livremente.
O processo de eliminação de todas a bactérias ou de microrganismos presentes em objetos ou na superfície destes é atualmente denominado esterilização. Pasteur acumulou uma serie de triunfos na microbiologia e na medicina. Dentre estes, temos o desenvolvimento de vacinas contra o antraz (carbúnculo), a cólera aviária e a raiva, durante um período extremamente produtivo, de 1880 a 1890.
Koch e a teoria das doenças causadas por germes:
Robert Koch (1843-1910) - um médico prático- a teoria das doenças causadas por germes tornou-se claramente conceituada a partir de evidências experimentais. Em seu trabalho inicial, Kock estudou o antraz (carbúnculo) causado por uma bactéria formadora de esporo, denominada Bacillus anthracis - uma doença do gado que ocasionalmente acomete seres humanos, deixa o sangue do animal infectado repleto de células desta grande bactéria. A partir de análises microscópicas cuidadosa, Koch verificou que certas bactérias sempre se encontravam no sangue dos animais que estavam mortos, além disso, fez experimentos com sangue de um camundongo doente, injetando em outro camundongo e este ficava doente. Koch demonstrou, a partir de análises microscópicas, que o sangue de todos os animais doentes continham grandes quantidades da bactéria formadora de esporos.
Koch formulou os seguintes critérios, atualmente denominados postulados de Koch, para provar que um tipo específico de microrganismo causa um tipo específico de doença.
Koch e as culturas puras:
Na busca de métodos que permitissem a obtenção de culturas puras, Koch iniciou seus trabalhos de maneira rudimentar, utilizando nutrientes sólidos, tais como fatias de batatas. O pesquisador inferiu sobre o possível surgimento de cada colônia a partir de uma célula bacteriana que caiu na superfície sólida e, encontrado nutrientes adequados, passou a se multiplicar, isto é, cada colônia representaria uma cultura pura.
Koch e a tuberculose:
O maior feito de Kock na bacteriologia médica foi seu trabalho com a tuberculose. Quando iniciou seus trabalhos (1881), cerca de um sétimo das mortes era decorrente da tuberculose. Atualmente sabemos que o bacilo da tuberculose, Mycobacterium tuberculosis ,é uma bactéria de difícil coloração devido à presença de grandes quantidades de lipídeos semelhantes à cera, localizados em sua superfície externa. Entretanto, Koch desenvolveu uma metodologia de coloração para M. tuberculosis em amostras de tecidos, empregando azul de metileno alcalino associado a um segundo corante (marrom de Bismarck), que corava somente os tecidos (este método de Koch antecedeu a coloração de Ziehl-Nielsen, atualmente utilizada para corar bactérias ácidoresistentes como M.tuberculosis. Koch foi capaz de obter culturas puras desse organismo a partir de uma variedade de fontes humanas e animais. Daí em diante, foi relativamente fácil obter a prova definitiva de que o organismo por ele isolado era a verdadeira causa da tuberculose.
1.6. Diversidade microbiana e o advento da microbiologia molecular.
Com o avanço da microbiologia a partir do século XIX, nosso entendimento acerca da diversidade microbiana foi aumentado significativamente, levando ao surgimento de várias subdisciplinas no campo da microbiologia, que resultou na era atual da “microbiologia molecular”.
Beijerinck e Winogradsky:
Martinus Beijerinck (1851-1931) era professor na Escola Politécnica de Delft no final de sua vida, mas foi originalmente treinado em botânica, iniciou sua carreira na microbiologia com o estudo da microbiologia das plantas. Talvez a principal contribuição de Beijerinck para a microbiologia tenha sido sua clara formulação do conceito de cultura enriquecimento (“cultura seletiva”). Em vez de isolar os microrganismos da natureza empregando metodologias não seletivas. Beijerinck isolou as primeiras culturas puras de muitos microrganismos e descreveu os princípios básicos da virologia.
Sergei Winogradsky (1856-1953) tinha interesses similares aos de Beijerinck, obtendo sucesso no isolamento de várias bactérias de importância pela primeira vez, estava interessado nas bactérias do solo. Estudou o processo de oxidação do sulfeto de hidrogênio pelas bactérias oxidantes de enxofre, diretamente em seus hábitats naturais. Alémde demonstrar que as bactérias podiam atuar como a gentes biogeoquímicos, é também lembrado por suas inferências perspicazes sobre a significância pasteurianum (uma bactéria anaeróbica).
Publicou muitos artigos científicos juntamente com uma importante monografia, Microbiologie du Sul (Microbiologia do Solo).
Bibliografia:
Brock,Microbiologia.2004 by Pearson Education do Brasil.
Título original: Brock Biology of Microorganisms 10º edition.

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