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Impacto psicológico do diagnóstico do câncer de mama: um estudo a partir dos relatos de pacientes em grupo de apoio
Considerado o mais frequente entre as mulheres, o câncer de mama é um tipo de neoplasia maligna. Apresenta sobre o principal símbolo corpóreo da mulher, deixando comprometido não só o seu físico como também sua saúde mental. As pesquisas deste assunto de forma geral são situadas no campo da Psico-Oncologia, cuja interface multidisciplinar entre a Psicologia e a Oncologia volta-se para as dimensões emocionais do câncer.
De acordo com Carvalho (2002), a Psico-Oncologia surge como desdobramento considerável de mortalidade da maioria dos tipos de câncer em diversos países, ao qual resultou avanços técnicos-científicos que fez com que os tratamentos se tornassem mais resolutivos. A Psico-Oncologia também se alinha tanto aos objetivos fundamentais da prática profissional quanto aos básicos de investigação em Psicologia da Saúde.
Löwy (2010), observa que em países como os Estados Unidos da América, as atitudes em relação ao câncer de mama para os profissionais de saúde quanto da população em geral se diferem daquelas que se observa no contexto brasileiro. Isso porque para esses países as noções de risco e prevenção, são levadas ao extremo considerando se a cultura.
Ressalta se também que ao generalizar os resultados oriundos de pesquisas sobre o impacto psicológico do diagnóstico de câncer de mama desenvolvidas em outros países se refere ao fato de algumas delas defenderem a existência de um conjunto de respostas emocionais que se organizam em fases.
A assistência psicológica para mulher diagnosticadas com o câncer de mama pode ser executada mediante diversos recursos técnicos. Para Holland e Holahan (2003), Pinheiro, Silva, Mamede e Fernandes (2008) e Santos, Prado, Panobianco e Almeida (2011), dentre outros autores as práticas grupais são proveitosas, pois a diversificação das queixas facilita a expressão de sentimentos e trocas de experiências que se relacionam a doença e ao tratamento, o que faz com que os níveis de ansiedade das participantes diminuam e potencializa a ocorrência de processos de mudança. 
De acordo com a literatura algumas pacientes ao receberem o diagnóstico de câncer de mama sentem se surpresas, uma vez que ao se depararem com a doença, essa evidencia a fragilidade da condição humana. Chiattone (1996), revela ao paciente diagnosticado que seu mundo anterior não existe mais, que sua existência está ameaçada e que o amanhã não pode se estender para sempre. 
Após serem diagnosticadas parte das pacientes iniciou um processo de aceitação de forma gradual, ao qual no início do processo apresentou atitudes que variaram de uma aceitação passiva com elementos de conformidade para uma aceitação mais ativa, reveladora, sobretudo mediante a busca de informações. Parte das pacientes ao receberem o diagnóstico, engajou-se de um momento de reflexão com a intenção de identificar fatores que estão associados ao surgimento e desenvolvimento do câncer. Esse processo é de extrema relevância, pois representa o ponto de partida para a explicação, a compreensão e aceitação do câncer, e consequentemente para a definição de estratégias de enfrentamento (Lavery & Clarke, 1996).
Parte das mulheres que receberam o diagnóstico recorrem a religiosidade. Ferreira et al. (2008), diz que isso ocorre quando para o paciente a doença é atribuída como um significado de provação. Contudo, esclarece que a religiosidade pode ser empregada de várias formas no enfrentamento de uma situação adversa. 
	Algumas pacientes relataram em grupo que algumas optaram por não contar a familiares o diagnóstico da doença por não querer incomodar ou preocupar os familiares. Já outras optaram por compartilhar com os familiares para receber apoio frente ao diagnóstico.
O presente estudo revela que os delineamentos dos processos em suas dimensões revelam elementos para o aperfeiçoamento de assistência psicológica. Além disso, representa uma fonte de dados extremamente rica para a compreensão dos aspectos psicológicos do câncer de mama.
O desenvolvimento da psico-oncologia: implicações para a pesquisa e intervenção profissional em saúde
Descreve-se a psico-oncologia como um campo interdisciplinar da saúde, que busca a influência de fatores psicológicos sobre o processo de desenvolvimento, tratamento e reabilitação de pacientes com diagnósticos de câncer. Entre os objetivos da psico-oncologia está a identificação de variáveis psicossociais e contextos ambientais em que possa ser feito intervenções psicológicas para auxiliar o processo de enfrentamento da doença.
A psico-oncologia tem se tornado uma ferramenta indispensável na promoção de qualidade de vida para pacientes com câncer, o que facilita o processo de enfrentamento de eventos estressantes, os quais estão os períodos longos de tratamento, tratamento farmacológicos agressivos em seus efeitos colaterais, procedimentos médicos invasivos e dolorosos e alteração comportamentais dos pacientes.
Na psico-oncologia, o atendimento não depende da abordagem teório filosófica do psicólogo. Busca trabalhar com o paciente onde quer que sele se encontre, seja na sala de espera, emfermarias, sala de procedimentos invasivos ou qualquer que seja o local e incluindo participação da equipe interdisciplinar. O psicólogo dessa área deve priorizar a promoção de mudanças comportamentais relacionados a saúde do indivíduo.
Gimenes (1994) define psico-oncologia como uma interface entre a psicologia e a oncologia, levando em conta as concepções de saúde e doença inerentes ao modelo biopsicossocial. Esse mesmo autor destaca que a psico-oncologia surge como uma área de conhecimento, quando profissionais de saúde passam a reconhecer que o desenvolvimento do câncer, assim como o processo de tratamento da doença sofre influencias de variáveis sociais e afetivas, que estariam além da circunscrição médico-biológica. 
Observa se no campo da saúde uma necessidade de adaptação dos métodos e técnicas da psicologia clínica para o contexto hospitalar ou instituições de saúde. Necessita-se que a psicologia da saúde venha desvincular-se do modelo clinico, centrados em atendimentos psicoterapêuticos individuais, e venha estimular o trabalho do psicólogo na promoção e prevenção de saúde. É importante que o psicólogo não se preocupe apenas com a intervenção no caso da psico-oncologia, mas sim com os efeitos que ela proporciona, fazendo assim uso de metodologias de eficácia a curto e longo prazo.
Qualidade De Vida, Bem Estar-Psicológico E Autoeficácia Em Mulheres Jovens Com Câncer De Mama
O câncer de mama é muito comum entre as mulheres e geralmente atinge mulheres com mais de quarenta anos de idade, embora tenha um aumento de sua incidência em faixas etárias mais jovens segundo o Inca (2009). O câncer de mama é considerado uma doença complexa, necessitando de alguns tratamentos dolorosos e gerando incerteza quanto a cura, o que causa impacto na vida das mulheres que recebem estes diagnósticos.
	A qualidade de vida de uma pessoa diagnosticada com câncer é uma variável multidimensional, pois esta é resultado subjetivo de percepção que varia de pessoa para pessoa. 
O presente estudo objetivou comparar a qualidade de vida, bem-estar psicológico e auto eficácia das pacientes jovens acometidas por câncer de mama e outros tipos de câncer. Por muito tempo o câncer de mama esteve relacionado as questões psicossomáticas, o qual seria característica comum entre as mulheres diagnosticadas com a doença mentalizar seu sofrimento e expressar-se emocionalmente de acordo com Marty (1993). 
Castro & Bornholdt (2004) vem dizer que estudos empíricos feitos a partir da abordagem da psicologia da saúde não sustentam essa hipótese, e tentam de outra forma conhecer recursos psicológicos e possíveis indicadores psicopatológicos de pessoas acometidas por doenças graves a fim de promover adaptação e enfrentamento diante da doença.
	O resultado do presente estudo não demonstrou diferenças no bem-estar psicológicoe autoeficácia entre as mulheres com diagnóstico de câncer de mama e outros tipos de câncer, contudo, mostra que as características psicológicas dessas mulheres são similares.
Com relação ao tipo de cirurgia para retirada do tumor da mama, os dados apresentam que mulheres que realizaram mastectomia total apresentaram uma melhor qualidade de vida que as mulheres que realizaram maastctomia conservadora.
O estágio do câncer, que indica a gravidade da doença, também não foi um fator com grandes diferenças na percepção de qualidade de vida, bem-estar psicológico e autoeficácia das participantes. Segundo Bardwell et al, (2006), o câncer gera um impacto psicológico grande para qualquer indivíduo devido as incertezas, possibilidades de levar a morte e devido ao tratamento doloroso. Porém quanto aos aspectos relacionados a doença e ao tratamento ainda se encontraram dados efetivos na literatura sobre o impacto emocional que é causado ao indivíduo.
Para esse mesmo autor, o apoio de familiares e companheiros tem sido descrito na literatura como um aspecto importante para a saúde mental de pacientes com câncer. Para Caplette-Gingras & Savard (2008) a falta de apoio tem sido associada a transtornos emocionais como a depressão. Contudo, o estudo realizado demonstra que a respeito á qualidade de vida, bem-estar psicológico e autoeficácia de mulheres com câncer foram similares entre mulheres casadas ou solteiras ou separadas ou que viviam com seus companheiros.
Em suma, o estudo apresenta que os resultados mostram que para a importância do bem-estar e da autoeficácia para qualidade de vida não só física como também psicológica, social e ambiental para que a mulher jovem venha se sentir adaptada ao diagnostico ou qualidade de vida razoável é necessário que ela venha examinar como se sente e se vê capaz para enfrentar a doença em si, como o estágio ou o tipo de cirurgia a ser realizada. Dessa forma, o profissional da psicologia hospitalar se torna muito importante para a promoção de saúde mental para essas mulheres, utilizando de recursos que de melhor forma capacite as mulheres a enfrentar o diagnóstico e tratamento para obter melhor qualidade de vida.

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