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ANATOMIA CANINA Noções basicas

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ANATOMIA CANINA - N0ÇÕES BÁSICAS
 
INTRODUÇÃO
Estrutura – A expressão “estrutura” é definida como sendo a “organização das partes ou dos elementos que formam um todo. Do ponto de vista anatômico, deve ser entendida como “parte ou conjunto das partes mais resistentes de um corpo, que determina sua disposição espacial, e lhes dá sustentação”.[1][1] V. figura 1
 
É importante salientar que o presente trabalho considera o cão de uma forma geral, sem distinção das raças ou do tamanho.
 
Iniciaremos nosso estudo pela “estrutura óssea”, o que nos permitirá conhecer o nome e a posição de cada osso. Em seguida tratamos das chamadas “Zonas” e pontos de interesse e utilidade, com o objetivo de detectar a correção dos exemplares.
 
 
TIPOS DE OSSOS 
Ossos longos: Nesse tipo de osso observamos flagrante predominância do comprimento sobre a largura e a espessura. Têm como função primordial a sustentação. Ex: fêmur, úmero, tíbia, fíbula, rádio e ulna, metacarpos e metatarsos.
 
Ossos curtos: Aqui, ao contrário dos ossos longos, não há preponderância do comprimento sobre a largura, isto é, ambos são aproximadamente iguais e, não obstante não tenham forma definida, são assemelhados a um cubo.
 
Importante salientar que os ossos curtos estarão sempre unidos entre si através de ligamentos, dando forma às zonas em que um movimento pequeno é necessário. Aparecem sempre em lugares em que é necessária uma determinada flexibilidade. Ex: Ossos da coluna vertebral, carpo e tarso. V. figura 2
 
 
Ossos planos: A característica principal desses ossos é que eles são moderadamente grandes, sendo sua espessura menor que o comprimento e a largura. Têm como função principal a proteção de regiões importantes e delicadas. Ex: ossos da cabeça, da pelve e da escápula.
 
Ossos hióides e do pênis:  Para o objetivo do presente trabalho, não há necessidade de aprofundamento relativamente a esses ossos, bastando saber que eles existem.
 
É importante ressaltar que o esqueleto é uma armadura que suporta e protege os tecidos moles nos animais e no homem. Quando dizemos duro, não afirmamos que sejam inflexíveis, mesmo porque, se assim fossem, quebrariam ao mínimo golpe. Embora leves, os ossos dos cães são fortes e resistentes, dotados de considerável elasticidade.
 
Para facilitar nosso estudo, nós o dividiremos em: Cabeça, um eixo central (coluna vertebral), e dois membros anteriores, e dois posteriores, que servem de sustentação ao todo.
 
 
CABEÇA
Como podemos observar na figura abaixo, a cabeça é formada pelo crânio (occipital, temporal, parietal e frontal), focinho (nasal, malares, maxilares e pre-maxilares) e mandíbula. V. figura 3
 
 
 
Cabeça - Planos
Traço característico da raça, isto é, ela define o tipo do cão. Uma boa cabeça, à primeira vista, determina a qualidade de seu possuidor, sendo fundamental, entre outras exigências, para que o exemplar se torne ganhador. Está unida ao pescoço por intermédio da articulação com a primeira vértebra cervical, bem como por uma série de ligamentos e músculos. Para sistematizar nosso estudo vamos dividi-la em seis planos, a saber: anterior, posterior, superior, inferior, planos laterais. É bom tomar esta forma de estudo como referência, começando sempre da frente para trás, de acima para baixo e finalmente as laterais.
 
Plano anterior: Nesse plano, temos o maxilar por cima e a mandíbula por baixo, denominados “corpo da mandíbula”. Entre ambos encontramos a parte anterior da boca, a trufa, as narinas. Levantando os lábios, observamos os dentes. Abrindo a boca, vemos a língua e o palato.
 
Plano posterior: é formado pela articulação do occipital com a primeira vértebra cervical chamada Atlas. Conforme a raça canina, a crista occipital será mais ou menos desenvolvida, sendo certo que a protuberância occipital é um ponto importante para algumas delas.
 
Plano superior: Constituído pelos ossos nasais, frontais e parietais que dão formato ao nariz, parte superior do focinho, stop e crânio.
 
Plano inferior: esse plano é formado, em sua totalidade, pela mandíbula, estando o seu desenvolvimento ligado ao tipo de cabeça e à mordedura correspondente à raça.
 
Plano lateral: formados pelos ossos mandibulares, os malares, as arcadas zigomáticas e superciliares, os ramos laterais da mandíbula e os parietais em sua porção lateral. Externamente encontramos os lábios com suas comissuras, orelhas, olhos e mordedura. V. figura 4.
 
 
 
Classificação das Cabeças
Dolicocéfalos: predominância do comprimento em relação à largura do crânio e do focinho, sendo os olhos colocados lateralmente, o que dificulta a visão (bifocal). Característica dos lebreis.
 
Braquicéfalos: nestes, o comprimento e a largura são relativamente iguais, sendo as cabeças similares a um cubo. Ex: Bulldog, Grifon e Pequinês.
 
Mesocéfalos: tipo intermediário entre os anteriores. Ex: Boxer e Boston Terrier.
 
É de ser ressaltado que os crânios podem ser largos ou estreitos, curtos ou longos e chatos ou côncavos.
 
O stop é a união entre os ossos nasais e frontais. É bem marcado em algumas raças, ligeiramente visível em outras e imperceptível em algumas. V. figura 5.
 
 
 
Focinho: por cima começa no nariz ou trufa e termina no stop. Por baixo tem início no corpo da mandíbula e finaliza na barbela. Pelos lados se encontram os lábios e em seu limite posterior os masseteres. Levantando-se os lábios, visualizamos os caninos, pré-molares e molares.
 
Considera-se longo o focinho, quando a distância do stop ao nariz for igual à do stop ao occipital. Será médio quando for ligeiramente mais curto do que o crânio. Curto quando for visivelmente mais curto que o crânio. A largura do focinho está relacionada com a do crânio continuando-se com este harmoniosamente. No que diz respeito à forma, afilada (lebreis), quadrada (pointer), redondo (pequinês). Observado de perfil, o focinho apresenta linha superior reta, ascendente ou descendente, curvada, respingada, aquilino (ligeiramente curva quase imperceptível). A profundidade do focinho é marcada pelo espaço existente entre a trufa e a mandíbula. A profundidade é fundamental, seja qual for o comprimento e a forma do focinho, desde que indica uma mandíbula forte e poderosa.
 
Nariz ou trufa: é o prolongamento das fossas nasais. Possui dois orifícios facilmente dilatáveis por onde entra o ar, e são chamadas narinas. O nariz ou trufa é coberto por pele de textura especial, sempre úmida, geralmente preta ou da cor correspondente à cada raça. Não pode ser despigmentado, salvo algumas exceções, no inverno. É proporcional ao tamanho do focinho e pode estar colocado em nível elevado ou baixo. O plano inferior da cabeça é ligeiramente côncavo. V. figura 6.
 
 
 
Os lábios devem ser bem pigmentados e pretos na maioria dos casos. Podem ser: esticados (que não caiam) denominados lábios "apertados", e pendentes. V. figura 7.
 
 
 
Dentição ou dentadura: constituída de 42 (quarenta e dois) dentes no total, sendo 20 (vinte) na parte superior e 22 (vinte e dois) na inferior. No local que corresponde ao plano anterior estão os incisivos que são 6 (seis) em cima e 6 (seis) embaixo. Lateralmente, há 1 (um) canino em cima e embaixo, 4 (quatro) pré-molares em cima e 4 (quatro) embaixo e 2 (dois) molares em cima e 3 (três) embaixo. Geralmente são contados pela metade, sendo sua fórmula a seguinte:
 
2(I 3/3 C1/1 P4/4 M2/3), onde: 
I = incisivos (3 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
C = Caninos (1 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
P = Pré-molares (4 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
M = Molares (2 de cala lado do maxilar e 3 de cada lado da mandíbula). V. figura 8.
 
 
 
 
COLUNA VERTEBRAL
Formada por: Pescoço (7 vértebras cervicais), Dorso (13 vértebras torácicas), Lombo (7 vértebras lombares), Garupa (3 vértebras sacras) e Cauda (20-23 vértebras coccígeas). V. figura 9.
 
 
 
O pescoço compreende a região entrea nuca e o ponto mais alto no início das vértebras torácicas (região da cruz ou cernelha geralmente correspondente a 3ª vértebra torácica).
 
A coluna pode ser representada pela seguinte fórmula:
 
C7 T13 L7 S3 Co 20-23, onde:
 
C = cervical;
T= torácicas ou vértebras dorsais;
L = lombar;
S = sacra;
Co = Caudais ou Coccígeas.
 
 
PESCOÇO
 
O pescoço tem início na articulação atlanto-occipital, estendendo-se até a sétima vértebra cervical. Tem do limite posterior à cruz, para baixo e adiante, o antepeito, e, de ambos os lados, as espáduas. Sua base óssea corresponde às vértebras cervicais, cujo tamanho e forma diferem entre si, principalmente nas duas primeiras (atlas-axis). Isto facilita os movimentos laterais, para cima e para baixo. No movimento cumpre a função de pêndulo como explicaremos posteriormente.
 
O comprimento, a largura e a forma do pescoço diferem nas diversas raças. No entanto, sua posição ideal é de aproximadamente 135°, com relação ao restante da coluna vertebral, regra essa que comporta exceções. As raças de velocidade necessitam de um pescoço longo, que permita alterar muito rapidamente sua direção, assim como frear. Por isso, nas raças de velocidade tudo é alongado. V. figura 10.
 
 
 
Já as raças que têm a força como principal característica, necessitam de maior estabilidade, motivo pelo qual têm pescoços mais curtos.
 
A forma aproximadamente cônica é a ideal, e o seu encaixe ao corpo deve ser harmonioso.
 
Entretanto, existem pescoços denominados “de carneiro” (côncavos) e outros chamados “de ganso” (muito longos e pobres de substância).
 
A posição, o comprimento e a utilidade do pescoço dependem do comprimento das vértebras cervicais, porém mais ainda pela inclinação da escápula. Para estar bem inclinado, o pescoço deverá estar bem articulado ao corpo, mesmo porque não devemos esquecer que muitos músculos têm inserção no pescoço (cervical) e na escápula. V. figura 11.
 
 
 
DORSO:
 
A base óssea do dorso corresponde às vértebras dorsais (13) a partir da cruz. Distinguem-se das demais por ter, em sua parte superior, apófises espinhosas bem desenvolvidas que vão se encurtando até o lombo (vértebras lombares), assim como, de ambos os lados, pequenas apófises articulares para as costelas.
 
Situada em variadas posições nos diferentes exemplares, a cruz é uma referência óssea. Ela pode ser tocada colocando-se um dedo que se apóie no bordo superior da escápula, no meio da qual se encontra a apófise espinhosa da 3ª até a 5ª vértebras dorsais. A cruz serve como referência para a medição da altura do cão, ou seja, o tamanho do cão é medido da cruz ao solo. Depende da posição da cruz, para frentre ou para trás, o comprimento do pescoço e a correção ou não da movimentação. A altura da cruz é determinada em relação a grupa, enquanto a largura é determinada pelo espaço existente entre ambas as escápulas.
 
O comprimento do pescoço e a correção ou não da movimentação, depende da posição da cruz, para frentre ou para trás.
 
O dorso pode ser longo, médio, curto, no nível, selado, carpeado e seu comprimento está relacionado ao comprimento do peito. Sempre deve ser forte. V. figura 12.
 
 
LOMBO:
 
A base óssea do lombo corresponde às 7 (sete) vértebras lombares. Para frente se continua com o dorso e para trás com garupa. O lombo pode ser arqueado ou no nível, e deve sempre ser forte. Exemplificando: quando prestamos atenção num Whippet, observamos que nem toda sua linha superior é arqueada, mas somente seu lombo. V. figura 13.
 
 
 
GARUPA:
 
Sua base óssea corresponde às três vértebras sacras soldadas, ílio e ísquio. Deve-se dizer a parte superior e posterior da pelve e de certo modo a inserção da cauda.
 
A garupa pode estar no nível (forma mais comum) ou caída, cuja inclinação dependerá da raça. Pode ser longa, média ou curta, o que influenciará de forma decisiva o tipo de movimentação do animal. Ambos os ílios devem encontrar-se entre si à mesma distância que ambos os ísquios, o que dará ao cão uma garupa bem colocada, permitindo que os membros posteriores, que articulam nos planos laterais da pelve, sejam paralelos. Denomina-se garupa de “ganso” ou de “pato”, quando a distância dos ílios entre si é maior que a dos ísquios entre si. V. figuras 14 e 15.
 
 
 
 
CAUDA:
 
Formada por um número variável de vértebras caudais ou coccígeas (20-23).
 
Tipos de caudas:
 
De acordo com sua implantação, podem ser Altas, médias, baixas, longas, curtas, medianas.
 
Enroscadas sobre o lombo, enroscadas a garupa, enroscadas em si mesma.
 
Amputadas na sua totalidade (Old English Sheepdog) ou deixando um número diverso de vértebras. Amputadas ao terço ou ao meio de seu comprimento.
 
Podem ser também eretas, caídas, com uma curva ligeira, com pelo curto na parte superior e peluda na inferior, com pelo curto em toda sua superfície.
 
A forma da cauda está descrita no padrão da raça, assim como o tamanho, a implantação etc. V. figura 16.
 
 
 
COSTELAS
Os cães têm treze pares de costelas que se articulam por cima com as vértebras dorsais, e, nove delas, se articulam por baixo com o esterno. O restante está aderido entre si por meio de tecido elástico, dando forma ao arco costal. As últimas são flutuantes. As costelas, denominadas esternais, em número de 9 (nove), se articulam com o esterno por meio de suas cartilagens. As restantes costelas flutuantes (4). A largura do peito dependerá do maior ou menor arqueamento das costelas.
 
Costelas bem arqueadas: colocadas, em geral, num ângulo de 45° com relação ao dorso chegando ao esterno de forma suave.
 
Costelas em forma de barril: como seu nome indica ao corte transversal do tórax apresenta forma de barril.
 
Costelas chatas: desce em forma abrupta, dando às costelas de ambos os lados, o aspecto de estar paralela entre si.
 
Costelas em quilha: têm a curvatura normal nas primeiras 2/3 partes e logo descem abruptamente para o esterno. V. figuras 17, 18 e 19.
 
 
 
 
Esterno
 
Constituído por oito esternébras (estruturas ósseas pequenas), unidas entre si por meio das cartilagens e dos ligamentos, e é com elas que articulam as 9 (nove) primeiras costelas.
O esterno é longo e comprimido lateralmente. Sua extremidade anterior é chamada de manúbrio do esterno e de sua extremidade posterior apresenta as cartilagens xifóides.
 
 MEMBROS ANTERIORES
 
Formados por: Escápula, Úmero, Rádio, Ulna, Carpo, Metacarpo e Falanges.
 
Escápula:
 
Assemelhada a um triângulo, a escápula é um osso plano. É formada por duas faces, uma delas que está em contato com as costelas e serve como inserção ao músculo subescapular, denominada interna, e uma face externa que é útil como ponto de referência para nosso estudo.
 
Colocada aproximadamente a 45° da linha superior onde se distingue um bordo anterior, um bordo superior, um bordo posterior (que não tem importância) e um ângulo inferior.
 
É importante salientar que na face externa desde a borda superior até o ângulo inferior, existe uma proeminência longitudinal chamada espinha da escápula, dividindo a mesma em duas partes, e tem respectivamente inseridos os músculos supra e infra-espinhosos. O ângulo inferior tem uma superfície articular côncava que apresenta na parte anterior uma apófise parecida com um bico do papagaio (acrômio) que, junto com a espinha e o bordo superior, nos ajudará a compreender o movimento.
 
É denominada Espádua a região cuja base óssea é formada pela escápula. V. figura 20.
 
 
 
Úmero:
 
O Úmero é um osso longo dotado de uma superfície articular arredondada em sua extremidade superior, a qual denominamos cabeça. Articula-se com a escápula formando a articulação escápulo-umeral chamada de ombro. A extremidade inferior se articula com o radio e a ulna formando a articulação úmero-rádio-ulnar também chamada cotovelo.
 
A região cuja base óssea é formada pelo úmero édenominada braço. V. figura 21.
 
 
 
Rádio e ulna:
 
São dois ossos longos, sendo certo que o rádio situa-se na frente e a ulna atrás. Ambos se encontram parcialmente fundidos. O rádio articula-se com o úmero por cima e na parte posterior com a ulna. A extremidade superior da ulna constitui a maior parte desse osso que se projeta para cima e para trás denominando-se esta zona olecrano.
O radio e ulna articula-se em sua extremidade inferior com os ossos do carpo.
 
A região cuja base óssea é formada pelo radio e ulna denomina-se antebraço.
 
Carpo:
 
O Carpo é constituído por sete ossos, sendo três na fileira proximal e quatro na distal. Os ossos do carpo se articulam por cima com o radio e ulna e por baixo com os metacarpianos.
 
Metacarpo:
 
São cinco os ossos metacarpianos. O mais curto é o primeiro, enquanto o terceiro e o quarto são os mais longos. Estão muito próximos entre si por cima, mas divergem um pouco distalmente. Articulam-se por cima com a fileira superior dos ossos do carpo e por baixo com as falanges. V. figuras 22 e 23.
 
 
 
 
 
Falanges:
 
Cada dedo é dotado de três falanges, exceto o primeiro que tem apenas duas. Este é muito curto, denominado erroneamente pelos criadores de “quinto dedo”, e é extraído logo no nascimento do cão, em diversas raças por razões estéticas. O terceiro e o quarto dedos são mais longos. A primeira falange de cada dedo se articula com a segunda e esta com a terceira.
 
A terceira falange é coberta pela unha.
 
A planta do pé de cada dedo tem uma “almofada” carnosa e áspera denominada “almofada digital” e, atrás delas, uma “almofada” maior com formato aproximadamente arredondado chamada “almofada” plantar. Na região do carpo existe uma outra “almofada” denominada “almofada” do carpo.
 
 
Os pés
 
Classificam-se os pés:
 
Pé de gato: tem a forma arredondada, mas bem pequeno. Como todos, deve ser bem implantados e com arco dos dedos correto. Ex: Terrier, Dobermann.
 
Pé de lebre: com a forma alongada, dá a impressão que ambos os dedos do meio se sobressaem aos demais. Também devem ser apertados e com bom arco nos dedos. Ex: Galgos em geral.
 
Pé intermediário: como o próprio nome indica é um meio termo entre o pé de gato e o pé de lebre. Ex: siberianos.
 
Pé plano: é um defeito que pode aparecer nos três tipos anteriores ocasionado pela falta de arqueamento dos dedos, com o apoio destes no solo e não somente em suas almofadas. Em conseqüência, além de chato os dedos se separam.
 
V. figuras 24 e 25.
 
 
 
MEMBROS POSTERIORES
 
Pelve, Fêmur, Tíbia, Perônio, Tarso, Metatarso e Falanges.
 
Pelve:
 
Também chamada de osso da bacia, a Pelve é o maior dos ossos lisos. É Formada por três ossos soldados entre si: ílio, ísquio e púbis.
 
O ílio é o maior dos três e tem formato triangular, sendo que seu ângulo externo (tuberosidade pélvica) forma a ponta da bacia.
 
O ísquio forma a parte posterior do assoalho da pélvis e seu bordo medial se encontra com o osso do lado oposto na sínfise isquiática.
 
O púbis é a menor das três e forma a parte anterior do assoalho da pélvis. A borda medial se une com o osso do lado oposto ao nível da sínfise do púbis. Os três ossos se encontram para formar o acetábulo que é uma cavidade que se articula com a cabeça do fêmur. V. figura 26.
 
 
 
Fêmur:
 
Sem dúvida, o fêmur é o mais volumoso e sólido dos ossos longos. Articula-se por cima com acetábulo (pelve) e por baixo com a tíbia e rótula. A articulação fêmur-tíbio-rotuliana ou patela, é formada pelo encontro do fêmur, da rótula e da tíbia.
 
O fêmur é a base óssea da coxa. V. figura 27.
 
 
 
 
Tíbia e Fíbula:
 
Articulada por cima com o fêmur e por baixo com o tarso, temos a Tíbia.
 
A fíbula é um osso longo e reduzido situado ao longo da borda lateral da tíbia.
A perna é formada pela região cuja base óssea é formada pela tíbia e fíbula.
 
Tarso:
 
São sete ossos que se articulam por cima com a tíbia e por baixo com os metatarsianos. V. figura 28.
 
 
 
 
Metatarso:
São cinco metatarsianos, o primeiro em geral é muito pequeno. V. figura 29.
 
 
 
 
Falanges:
 
O primeiro dedo, geralmente,  falta. No entanto, quando existe consiste em uma ou duas falanges. Há também os supranumerários ou aberrantes que em algumas raças são obrigatórios (Pastor de Brie) e na maioria descartáveis. As falanges dos outros dedos se parecem com as do membro anterior. V. figura 30.
 
 
 
 
 CORPO
O corpo do cão é formado por: Linha superior, Linha inferior, Plano anterior, Plano posterior, Planos laterais.
 
Linha superior:
 
É constituída pela cruz, pelo dorso, pelo lombo e pela garupa.
 
A linha superior pode ser:
 
No nível: Ex: Afghan
Selada: somente o dorso. Ex: Caniche e Dogos.
Carpeada: somente o dorso. Ex: Whippet e Greyhound.
Ligeiramente descendente: da Cruz a garupa. Ex: Dobermann.
Cedida: quando da cruz a garupa a coluna for se parece a um fio de estender roupa.
 
 
Linha inferior:
 
É formada pelo peito e pelo ventre. Sua base óssea é o esterno (piso da cavidade do tórax), continuando-se com o ventre e o púbis.
 
Plano anterior:
 
É formado pela parte inferior do pescoço, pelos ombros (esquerdos - direito) e pelo manúbrio do esterno. A esta região se denomina antipeito.
 
 
Plano posterior:
 
É constituído pelo ânus, pela vulva na fêmea e pela parte posterior dos membros, sendo perceptível o ísquio, a ponta dos jarretes e os jarretes.
 
 
Planos laterais:
 
Membro anterior, costelas, vazio e membro posterior. Através do plano lateral, medimos o comprimento e a profundidade do tórax. V. figura 31.
 
 
 
 
Comprimento: é medido desde a extremidade do antipeito (ombro) até a última costela.
 
Profundidade: é determinada pela distância percorrida da cruz ao esterno. É importante salientar que se o esterno estiver abaixo do cotovelo o tórax é profundo. Se o esterno estiver à altura do cotovelo apresenta profundidade média. Caso esteja acima dele é denominado de pouco profundo. A profuindidade é determinada da forma descrita quando o cotovelo estiver corretamente colocado (angulações escápulo-umeral e úmero-rádio-ulnar corretas), pois, do contrário, a profundidade do tórax será modificada pelas angulações incorretas.
 
 
MÚSCULOS
 
No desenho encontramos diversos tipos de músculos, isto é, aqueles que nos interessam para o nosso propósito. Veja a importância de todos os que se inserem no pescoço e vão do esterno, escápula e braço, e como de seu comprimento depende o comprimento e a largura do pescoço. Também dependerá (além de posicionar dos ossos) deles a movimentação que se pode produzir. V. figura 32.
 
 
 
O movimento correto dependerá do desenvolvimento dos extensores e dos flexores em ambos os membros.
 
A linha superior mais correta, corresponderá à fascia dorsolombar bem desenvolvida e tensa.
 
Não entraremos no estudo aprofundado dos músculos, pois isso acarretaria a necessidade de conhecimentos avançados, o que não é nosso objetivo no presente trabalho.
 
No entanto, a excelente musculatura pode ser reconhecida pela simples visão, nas raças de pelo curto, assim como pelo tato nas raças de pelo longo.
 
Cumpre ressaltar, finalmente, que um cão da competição deve ser um atleta, desde que deverá suportar todas as exigências da mesma. V. figuras 33 e 34.
 
 
 
Texto cedido pela
Dra. MARIA IGNEZ CARVALHO FERREIRA, renomada Veterinária, Professora e Criadora da Raça Dobermann

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