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58 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Unidade III 5 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS A pergunta norteadora desta unidade é: Como os fatos são registrados na contabilidade? Figura 11 5.1 Mecanismo de débito e crédito Inacreditavelmente, o conteúdo que estudaremos a seguir mantém-se intacto há mais de quinhentos anos! Atualmente, mesmo os sistemas mais modernos de contabilidade reproduzem o trabalho que os contadores faziam de forma manual. Trata-se do Método das Partidas Dobradas, que foi compilado pelo frei Luca Bartolomeu de Pacioli, um frade muito amigo do gênio Leonardo da Vinci que publicou o documento que seria a base da moderna contabilidade. Figura 12 – Frei Luca Pacioli discorre sobre a contabilidade de acordo com suas pesquisas 59 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Saiba mais Para saber um pouco mais sobre a obra de Luca Pacioli, acesse: <http:// www2.cfc.org.br/uparq/Livro_lucapacioli.pdf>. Os contadores costumam registrar todas as operações que ocorrem em uma empresa nos livros contábeis. Os mais conhecidos são: livro diário e livro-razão. O livro diário, como o nome sugere, é um documento em que todas as transações são descritas diariamente. O livro-razão é uma ferramenta auxiliar, que organiza o registro dos movimentos por contas contábeis. No próximo tópico, estudaremos esses livros. Observação O trabalho com o Método das Partidas Dobradas, débito e crédito também é conhecido no Brasil como escrituração contábil ou bookeeping, em inglês. O Método das Partidas Dobradas destaca que em qualquer operação há um débito e um crédito de igual valor, ou um débito (ou mais débitos) de valor idêntico a um crédito (ou mais créditos). Portanto, não há débitos sem créditos correspondentes. É o que dizem Iudícibus et al. (2010 p. 43): A essência do método, universalmente aceito, é que o registro de qualquer operação implica que um débito numa ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja igual à soma dos valores creditados. “Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s).” Então, além da Equação Fundamental do Patrimônio, temos esta outra máxima, expressa a seguir: Não há débito sem crédito correspondente Figura 13 60 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 A cada lançamento contábil, a soma dos créditos deve ser igual à soma dos débitos e vice-versa. Vejamos os passos do Método das Partidas Dobradas: • ler a transação; • identificar as contas; • classificar as contas identificadas; • mecanismo de crédito e débito para A/P/PL; • lançar as operações no livro diário e/ou no livro-razão. Imaginemos que ocorreu uma transação contábil na empresa. Digamos que material que estava no armazém, avaliado em R$ 25.000,00 e aguardando ser vendido para um cliente, foi finalmente vendido em uma negociação na qual o vendedor Sr. Armando concedeu um prazo para o cliente efetuar o pagamento em três meses, ou seja, 90 dias. O valor da operação foi de R$ 30.000,00. Em primeiro lugar, é necessário observar o que ocorre. Podemos verificar por essa descrição diversas informações, mas basicamente houve uma venda a prazo. O que ocorreu nessa situação? O ativo aumentou ou diminuiu? Diminuiu, tenho menos estoque no momento. Mas o ativo também aumentou, uma vez que a empresa agora possui o direito de receber a dívida do cliente em três meses. Assim, devemos classificar as contas envolvidas nessa operação, que são: vendas, clientes e estoques. Devemos decidir quais contas serão debitadas e creditadas e lançar essas operações nos livros da empresa. No caso, haverá a necessidade de efetuar dois lançamentos, a seguir: 1ª parte do lançamento contábil: Cidade, 15 de janeiro de 20X1 D – Clientes 30.000,00 C – Vendas 30.000,00 Venda efetuada ao nosso cliente, conforme NF. XXXX sendo concedido prazo para o pagamento. 61 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade 2ª parte do lançamento contábil: Cidade, 15 de janeiro de 20X1 D – Custo das Mercadorias Vendidas 25.000,00 C – Estoques 25.000,00 Baixa do estoque por conta de venda efetuada. A seguir apresentaremos um esquema prático do Método de Centralização: Débito, crédito e saldo Ativo = aplicação natureza da conta Aumenta/debita Ativo Diminui/credita Passivo são origens natureza da conta credora Aumenta/credita Passivo Diminui/debita Figura 14 Destacamos como ocorre o lançamento das operações: • descrição das transações; • elaborações do livro diário; • transcrição dos lançamentos do livro diário para o livro-razão; • elaboração do balanço patrimonial no final do período. No entanto, quando temos um débito? E quando temos um crédito? Como decidir? Sem dúvida, essas definições confundem, parecem brincadeira de adivinhação ou um trava-línguas; mas são reais, todo contador e administrador se envolve diariamente com essas dificuldades. É necessário ter bastante atenção. Com o tempo, identificar um débito e um crédito será tão natural como ler e escrever (embora em diversas ocasiões não seja tão simples assim, surgem operações muito complexas que levam a dúvidas); mas, por enquanto, alguns esquemas podem ajudar com sucesso. 62 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Os seguintes esquemas irão ajudá-lo a entender o mecanismo de adição e subtração que o método das partidas dobradas sugere. É muito importante que você não veja esses esquemas como regras que deverão ser consultadas apenas quando for conveniente. Tente entender o porquê dessas regras e, em um breve futuro, saberá como agir sem a necessidade dos esquemas. É muito importante aqui que você veja as operações do ponto de vista da empresa. Digo isso porque normalmente os alunos costumam confundir as adições de débito e crédito com os extratos bancários, em que elas seriam “ao contrário”. Isso porque o extrato é a contabilidade do banco, e não a sua contabilidade. A seguir, apresentam-se esses esquemas: Quadro 34 – Esquema de débitos e créditos Ativo Passivo + D - C - D + C Despesa Patrimônio líquido + D - C - D + C Receita - D + C Ou mais especificamente: Toda vez que o ativo aumenta: Debita‑se Figura 15 Toda vez que o ativo diminui: Credita‑se Figura 16 63 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Toda vez que o passivo e o PL aumentam: Credita‑se Figura 17 Toda vez que o passivo e o PL diminuem: Debita‑se Figura 18 Toda vez que as receitas aumentam: Credita‑se Figura 19 Toda vez que as receitas diminuem: Debita‑se Figura 20 Toda vez que as despesas aumentam: Debita‑se Figura 21 64 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Toda vez que as despesas diminuem: Credita‑se Figura 22 Outra apresentação dessas mesmas regras: Quadro 35 – Resumodo mecanismo de débito e crédito Contas Efetua‑se um lançamento a: Débito Crédito De Para Para Ativo Aumentar Diminuir Passivo Diminuir Aumentar Patrimônio líquido Diminuir Aumentar Lembrete A cada lançamento contábil, a soma dos créditos deve ser igual à soma dos débitos e vice-versa. 5.2 Registros Contábeis: livro diário e livro-razão Os contadores utilizam livros para o registro dos acontecimentos em uma entidade. O uso de livros perde-se na história, e, nos dias atuais, os livros contábeis continuam existindo, porém, na maioria dos casos, em formato eletrônico. Esse formato, por sua vez, não alterou em nada os requisitos necessários para um livro contábil. São diversos os livros que um contador utiliza, mas, ao lado de livro de registro de caixa, livros fiscais, estudaremos dois livros que são fundamentais na contabilidade: • o livro diário; • o livro-razão. O livro diário, no sentido exato do significado, são anotações em que os contadores registram, relatam todas as ações que ocorrem na empresa, os fatos contábeis. Esse registro, relato, denomina-se “partida de diário”, no qual se utiliza o método mundialmente adotado em todos os sistemas contábeis: o Método das Partidas Dobradas. 65 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Os requisitos necessários de uma partida de livro diário são: • a data de operação; • a conta a ser debitada; • a conta a ser creditada; • o histórico da operação mencionando seus documentos comprobatórios; • o valor da operação em moeda. O livro diário tem por objetivo ser um relato fidedigno dos fatos, de acordo com os registros do contador. Esse relato é tão confiável que as autoridades públicas depositam imensa credibilidade nos contadores e consideram que o livro tem validade legal/jurídica. É comumente requisitado por agentes públicos, quando da necessidade de fiscalizações, podendo vir a constituir prova em tribunais (junto a um parecer de perito contábil). Observação Há uma especialização na contabilidade que é a Perícia Contábil, na qual profissionais da contabilidade emitem pareceres para os juízes, que utilizam esse documento para fundamentar decisões. O livro diário é imprescindível na maioria das perícias. A figura a seguir é um modelo de partida de diário, em que são observados todos esses aspectos: a Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor Figura 23 Lembrete O livro diário é utilizado para registros de todas as operações contábeis de uma empresa, e, como o próprio nome indica, isso é feito diariamente. 66 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Agora vamos apresentar dois exemplos de partidas de diário, partindo de situações reais muito significativas para a história de algumas empresas e do Brasil. Transação: compra do touro Karvadi A empresa Fazenda Francisco José de Carvalho Neto comprou um boi de altíssima qualidade para melhoramento genético, importado da índia, o touro Karvadi. Partida de diário em formato clássico (pouco usada nos dias atuais): 25 de outubro de 1961. Animais para reprodução a Bancos conta movimento Compra de touro para reprodução da Índia, da raça nelore, de nome Karvadi, conforme documento XXXXXX. Valor $$$$$$$$$$$$. Partida de diário em formato moderno: 25 de outubro de 1961. Compra de touro para reprodução da Índia, da raça nelore, de nome Karvadi, conforme documento XXXXXX. D – Animais para reprodução C – Bancos conta movimento/Valor $$$$$$$$$$$ Observe que tanto na versão clássica (a que tem um “a” sobrescrito ou “azinho”) como na versão moderna, a conta a débito vem em primeiro lugar, ou seja, está antes do crédito. Saiba mais Conheça a história do touro Karvadi, um animal espetacular que ajudou na melhoria genética do rebanho brasileiro, atualmente um dos melhores do mundo. Para saber mais sobre essa história, acesse: <http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=94887>. 67 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Transação: o trator Soberano da Andrade Gutierrez Belo Horizonte, 18 de maio de 1948 Compra de um trator de esteiras da Caterpillar, modelo D6 D – Máquinas e Equipamentos C – Bancos conta movimento/Valor $$$$$$$$$$$ Saiba mais O primeiro trator comprado pela Construtora Andrade Gutierrez existe até hoje e recebeu o carinhoso nome de “Soberano”. Procure na internet essa história! Importante A citação das empresas Fazenda Francisco José de Carvalho Neto, Caterpillar e Andrade Gutierrez, ou mesmo do touro Karvadi, foram realizadas para fins estritamente pedagógicos, em ambiente universitário. A escolha ou o uso dessas empresas não deve jamais ser interpretado como sugestão do professor de consumo de produtos ou realização de investimentos. O livro-razão registra e sintetiza as operações contábeis por conta contábil. Abre-se um razão para cada conta contábil, com o intuito de controlar o movimento de cada conta contábil individualmente. O livro-razão não tem validade jurídica, é considerado um livro de serviço do contador. Nos ambientes profissionais, o livro-razão normalmente apresenta uma relação com os históricos e valores a débito e a crédito de todas as partidas de diário que envolveram a conta contábil. O livro-razão é expresso de forma didática por meio de razonetes, uma linha horizontal dividida por uma linha vertical em forma de T. Nesse T, por convenção, os valores a débito são sempre dispostos do lado esquerdo, e os valores a crédito são sempre dispostos do lado direito. Quando da necessidade de somar os valores, os contadores traçam um risco, o que significa que há uma soma. 68 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Elementos de um razonete (livro‑razão) Nome da conta Valor a débito Valor a crédito nº da operação nº da operação R$ 0,00 R$ 0,00 Somatório dos valores a débito e a crédito R$ 0,00 Saldo da conta A convenção usada pelos contadores e usuários da contabilidade é a de que, no livro-razão ou conta T (veja o exemplo a seguir), os créditos são lançados à direita e os débitos à esquerda. xxxx yyyy vvv c d vvv O que faz essa convenção ser mantida é o fato de as demonstrações contábeis serem compreendidas universalmente. 5.2.1 O balancete de verificação Na contabilidade, devemos fazer uma pausa na sequência dos lançamentos para poder averiguar sua exatidão. Os responsáveis pela contabilidade de uma empresa sempre devem verificar se os lançamentos realizados no período estão corretos. Soma de débito = Soma de crédito Os elementos do balancete de verificação são: • identificação da entidade; • data a que se refere; • abrangência; • identificação das contas e respectivos grupos; • saldos das contas, indicando se devedores ou credores; • soma dos saldos devedores e credores. 69 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Como exemplo de um balancete de verificação, observe os seguintes razonetes e seus saldos: Imóveis R$ 4.000,00 R$ 20.000,00 Saldo R$ 24.000,00 Móveis e utensílios R$ 1.000,00 R$ 4.000,00 Saldo R$ 5.000,00 Veículos R$ 2.000 R$ 3.000,00 Saldo R$ 5.000,00 Estoque de mercadorias R$3.500,00 R$ 1.500,00 R$ 5.000,00 R$ 2.000,00 Saldo R$ 3.000,00 Caixa R$ 1.000,00 R$ 2.000,00 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00 R$ 1.500,00 Saldo R$ 4.500,00 Fornecedores R$ 1.500,00 R$ 7.000,00 R$ 1.000,00 R$ 8.000,00 Saldo R$ 6.500,00 Capital R$ 30.000,00 Salários a pagar R$ 4.000,00 Títulos a pagar R$ 3.000,00 R$ 4.000,00 Saldo R$ 1.000,00 (Apenas) os saldos desses razonetes são “transportados” para o balancete, como segue: Quadro 36 - Balancete de verificação N. de Ordem Contas Saldo Devedor Credor 1 Caixa R$ 4.500,00 - 2 Móveis e utensílios R$ 5.000,00 - 3 Veículos R$ 5.000,00 - 4 Títulos a pagar - R$ 1.000,00 5 Estoques R$ 3.000,00 - 6 Fornecedores - R$ 6.500,00 7 Salários a pagar - R$ 4.000,00 8 Imóveis R$ 24.000,00 - 9 Capital - R$ 30.000,00 Totais R$ 41.500,00 R$ 41.500,00 70 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Exemplo de aplicação Exercício proposto: Andressa Lee II Retomando o exercício proposto na Unidade II (Mallu Magalhães), tente efetuar as partidas de diário, exercitando o seu “débito e crédito”. O exercício é este: Após obter um pequeno capital com seus pais, a roqueira Andressa Lee, fã incondicional de Rita Lee, foi aconselhada a abrir uma empresa e tomou as primeiras decisões de sua carreira. Essas decisões foram as seguintes: 1. Investimento inicial de capital no valor de R$ 40.000,00 em dinheiro, sendo que o valor total foi depositado em conta-corrente do Banco Exempel S.A. 2. Compra à vista de uma guitarra pink por R$ 4.000,00. 3. Compra de uma máquina de costura (para ela mesma costurar seu figurino) por R$ 6.000,00. Pagamento de R$ 3.000,00 à vista e R$ 3.000,00 a prazo. 4. Compra de um fusca conversível usado em bom estado e customizado com grafismos de rock. Pagamento a prazo no valor de R$ 18.000,00. 5. Pagamento de metade do saldo devido pela compra da máquina de costura. 6. Obtenção de um empréstimo no banco Exempel S.A. no valor de R$ 30.000,00. 7. Venda da guitarra adquirida na operação 2 a uma amiga. Transação feita a prazo e pelo mesmo valor que foi adquirida. Comentários 1 Brasília, 25 de janeiro de 20X1. Histórico: Investimento de R$ 40.000,00. O valor total foi depositado em conta-corrente. Quadro 37 D ‑ Bancos conta movimento R$ 40.000,00 C ‑ Capital social R$ 40.000,00 71 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade 2 Brasília, 26 de janeiro de 20X1. Histórico: Compra à vista de uma guitarra pink por R$ 4.000,00. Quadro 38 D ‑ Instrumentos musicais R$ 4.000,00 C ‑ Bancos conta movimento R$ 4.000,00 3 Brasília, 27 de janeiro de 20X1. Histórico: Compra de uma máquina de costura por R$ 6.000,00. Pagamento de R$ 3.000,00 à vista e R$ 3.000 a prazo. Quadro 39 D ‑ Máquinas e equipamentos R$ 6.000,00 C ‑ Bancos conta movimento R$ 3.000,00 C ‑ Fornecedores R$ 3.000,00 Observe que, nesse lançamento, há duas contas a crédito e uma conta a débito. Os lançamentos compostos são permitidos legalmente e são os mais utilizados. 4 Brasília, 28 de janeiro de 20X1. Histórico: Compra de um fusca a prazo por R$ 18.000,00. Quadro 40 D ‑ Veículos R$ 18.000,00 C ‑ Financiamentos R$ 18.000,00 72 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 5 Brasília, 29 de janeiro de 20X1. Histórico: Pagamento de metade do saldo devido. Quadro 41 D ‑ Fornecedores R$ 1.500,00 C ‑ Bancos conta movimento R$ 1.500,00 6 Brasília, 30 de janeiro de 20X1. Histórico: Empréstimo no valor de R$ 30.000,00. Quadro 42 D ‑ Bancos conta movimento R$ 30.000,00 C ‑ Empréstimos R$ 30.000,00 7 Brasília, 31 de janeiro de 20X1. Histórico: Venda da guitarra adquirida na operação 2 a prazo pelo mesmo valor que foi adquirida. Quadro 43 D ‑ Direitos a receber R$ 4.000,00 C ‑ Instrumentos musicais R$ 4.000,00 73 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Observação Observe que a conta contábil “instrumentos musicais” em um momento é debitada e em outro é creditada. Esse movimento reflete as decisões de Andressa Lee, que comprou uma guitarra e depois decidiu vendê-la. Quadro 44 Elementos de um razonete (livro‑razão) Nome da conta Valor a débito Valor a crédito nº da nº da operação operação R$ 0,00 R$ 0,00 Somatórios dos valores a débito e a crédito R$ 0,00 Saldo da conta Bancos conta movimento Capital social 1 R$ 40.000,00 R$ 40.000,00 1 R$ 4.000,00 2 R$ 3.000,00 3 R$ 1.500,00 4 6 R$ 30.000,00 R$ 70.000,00 R$ 8.500,00 R$ 61.500,00 Instrumentos musicais 2 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 7 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 0 0 Máquinas e equipamentos Fornecedores 3 R$ 6.000,00 R$ 3.000,00 3 5 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 R$ 3.000,00 74 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 R$ 1.500,00 Veículos Financiamentos 4 R$ 18.000,00 R$ 18.000,00 4 Direitos a receber Empréstimos 7 R$ 4.000,00 R$ 30.000,00 6 6 VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.1 Despesas, receitas e resultado O balanço patrimonial nos apresenta a situação econômica e financeira de uma empresa, demonstrando os saldos do que ela possui em bens e direitos, assim como quanto ela deve a terceiros e aos sócios em determinado momento, e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) nos aponta o desempenho de uma instituição ao longo de um período. A DRE acumula as vendas de operações de uma empresa ou entidade. Acumula, ainda, as despesas. A seguir, apresentaremos um quadro com exemplos de receitas e outro com exemplos de despesas: Quadro 60 – Exemplos de receitas Fato gerador Conta representativa na DRE Prestação de serviços Receita de prestação de serviço Venda de mercadorias Receita de venda de mercadorias Venda de produtos Receita de venda de produtos Quadro 61 – Exemplos de despesas Fato gerador Conta representativa na DRE Uso do trabalho dos empregados Despesas com pessoal Uso de escritório alugado Despesas com aluguel Uso do capital de terceiros – bancos Despesas financeiras Cobertura de seguros patrimoniais Despesas com seguros 75 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade A diferença entre receitas e despesas gera o resultado do exercício no período analisado, indicando o valor que a empresa faturou ou qual a quantia que está devendo. Utilizamos as seguintes fórmulas práticas: Receitas – despesas = resultado do exercício Receita – venda de mercadorias, produtos ou serviços pela empresa Despesa – uso, consumo de bens ou serviços pela empresa Resultado – diferença entre receitas e despesas durante um determinado período Receita, despesa e resultado Observação Estudamos nas unidades anteriores que as contas de despesas e receitas são “de resultado”, ou seja, são encerradas ou zeradas ao final de cada exercício contábil. Para fins de controle interno, as contas de despesas e receitas são controladas em frações específicas para cada departamento da empresa ou até para cada funcionário!É o que se chama de centro de custo e centro de lucros, assuntos que você irá estudar em disciplinas como Contabilidade Gerencial e Administração. Para bem entender o conceito de resultado, é imprescindível realizar um estudo e uma reflexão sobre os conceitos de despesas e receitas. As fórmulas que estudamos são aparentemente muito simples para calcular, mas entender de fato o conceito de resultado não é tão simples. Raifur Kos (2011), em um estudo com empresários na cidade de Guarapuava – Paraná, chegou à conclusão de que vários empresários não entendem o conceito contábil de receita. Observa-se que essa situação não é restrita a Guarapuava; desconfia-se de que essa seja uma situação comum no Brasil. Nesse sentido, a definição de despesa segundo Iudícibus et al. (2010, p. 66) é: O Consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente, deverá produzir uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passivo, uma Despesa é realizada com a finalidade de se obter uma receita cujo valor será superior à diminuição que provoca no Patrimônio Líquido. Essa definição nos mostra com clareza que não é qualquer gasto que pode ser considerado despesa. Despesa também não pode ser entendida como um ato de esbanjar dinheiro, ou utilizá-lo de forma aleatória. Despesa é um gasto fundamentado, planejado, que carrega consigo a intenção de gerar vendas. Se isso não ocorrer, não se poderá considerar um gasto como despesa. 76 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Iudícibus et al. (2010, p. 66) também ensinam a definição de receita: Entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Da mesma forma que a despesa, receita não é qualquer venda realizada pela empresa. É a venda dos produtos e/ou serviços que a empresa se propõe a disponibilizar para seus clientes. Por exemplo, a venda de um veículo, totalmente à parte das atividades principais da empresa, não deve ser considerada como receita. Mas é com o pensamento de Eugen Schmalenbach (1955, p. 39), contábil, mas que leva em consideração também aspectos econômicos, que o conceito de resultado fica muito claro: A nossa ideia de resultados precisa começar pela natureza de um negócio. O negócio é uma parte da totalidade da vida econômica a que é chamado a atuar para fazer parte de uma divisão de tarefas da economia como um todo. Como uma parte da economia que recebe matérias-primas e serviços de vários tipos e retorna para a economia mercadorias ou serviços. Nesse processo, deve produzir um valor adicionado, senão o negócio não estará contribuindo para a economia como um todo, estará, ao contrário, consumindo-a. Aquilo que é pego da economia geral é despesa do negócio. Aquilo que contribui para a economia geral em mercadorias, serviços ou outros atos é receita do negócio. O resultado é a diferença entre receitas e despesas, sua determinação, é a tarefa da contabilidade de negócios. Note-se a última frase: a determinação do resultado da empresa é uma tarefa da contabilidade. A fórmula matemática, que é relativamente simples e que nós já estudamos, pode ser observada na seguinte figura: 77 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade + Receitas ‑ Despesas = Resultado Figura 25 – Estrutura Básica de uma DRE Considerando que a empresa utiliza regime de competência, é necessário que o contador considere o período de competência das despesas e das receitas e faça os ajustes necessários (tópico 6.2: Ajustes contábeis conforme regime de competência) para poder demonstrar corretamente ao usuário da contabilidade o resultado. Lembrete No regime de competência, o resultado é apurado quando as vendas são feitas pela empresa, independentemente de quando serão pagas, e quando as despesas são incorridas, ou seja, quando a empresa usa bens e serviços em suas atividades, independentemente de quando foram ou serão pagas. (tópico 6.3 deste livro-texto). Não é desejável, por exemplo, que uma venda em que o valor já foi recebido no caixa, mas o serviço ainda não foi prestado ou o produto ainda não foi entregue, seja considerado como uma receita. Há de se ressaltar ainda a saudável fluência de Eugen Schmalenbach ao comentar que, se uma empresa conseguir obter um valor adicionado (um lucro), estará utilizando bem os recursos da sociedade; e, se tiver como resultado um prejuízo, estará desperdiçando os recursos da economia. Portanto, mais do que um simples procedimento matemático, o contador, ao apurar o resultado da empresa, estará analisando o sucesso (ou não) de uma equipe de pessoas, dotadas de recursos a elas disponibilizados. Isso é muito mais que simples matemática! Concorda? 78 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Observação A palavra consumo ajuda a entender o conceito de despesa: se um produto ou serviço foi consumido em determinado período como algo necessário para gerar uma receita, independentemente da data do pagamento, tratar-se-á de uma despesa. Vejamos a seguinte situação: Determinada empresa desenvolve jogos para computador. Em um mês, toda a equipe de programadores se dedicou arduamente para desenvolver um novo produto, que foi comprado por R$ 100.000,00 por uma grande editora, que vai distribuí-lo aos seus assinantes. Saiba mais O desenvolvimento de games para computador torna-se cada vez mais relevante para a economia, e há brasileiros atuando com muito sucesso nesse setor. Veja uma matéria jornalística a respeito: <http:// g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/07/sucesso-de-brasileiros -na-criacao-de-games-poe-mercado-em-evidencia.html> e visite o site da Abragames: <http://www.abragames.org/>. Esse valor, que denominamos receita, é o resultado da empresa? De jeito nenhum! Devemos considerar as despesas que essa equipe gerou para desenvolver esse novo produto. Supondo que essa organização tenha gasto R$ 70.000,00 com os salários da equipe, R$ 10.000,00 com energia elétrica, R$ 5.000,00 com impostos e R$ 5.000,00 com refeições e outras pequenas despesas pessoais, todas consideradas despesas, teremos o seguinte: Receitas: R$ 100.000,00 Despesas: • Salários (R$ 70.000,00) • Energia elétrica (R$ 10.000,00) • Impostos (R$ 5.000,00) 79 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade • Refeições e outros gastos (R$ 5.000,00) Total: (R$ 90.000,00) Resultado (no caso, o lucro): R$ 10.000,00 Lembrete A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) indica o desempenho de uma empresa em determinado período. Comentamos no tópico 3.3: Conceitos de conta que existem dois tipos de contas contábeis: as contas patrimoniais e as contas de resultado. Estudamos neste tópico que as contas de resultado durante o processo de fechamento contábil têm os seus saldos zerados com o auxílio de uma conta temporária, a conta ARE – Apuração de Resultado do Exercício. Por sua vez, o saldo dessa conta ARE é transferido para o balanço patrimonial, no grupo do Patrimônio Líquido. A figura a seguir apresenta a relação entre DRE e balanço patrimonial: (+) Receita (-) Despesas (=) Lucro / Prejuízo do exercício A P PL Capital Lucro / Prejuízo Figura 26 Uma única conta passa então a demonstrar o resultado do período, lucro ou prejuízo. Essa é a consequência de todo o processo deapuração de resultado que gera, de fato, um novo patrimônio para a empresa (lucro ou prejuízo). Esse patrimônio, quando lucro é fruto do esforço e do sucesso empresarial. Antes da introdução, no Brasil, das Normas Internacionais de Contabilidade, o lucro poderia ser expresso em uma conta de lucros acumulados. Agora, entende-se que os lucros não devem ser acumulados, devem ser ou distribuídos ou destinados a reservas. Já o prejuízo, esse sim, pode ser acumulado, porque se entende que nos períodos subsequentes a empresa poderá se esforçar para eliminar o prejuízo acumulado com resultados positivos. 80 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 No próximo tópico, iremos estudar o processo de apuração do resultado, em que as contas de resultado são encerradas, ou “zeradas”. Exemplo de aplicação A seguir, reproduzimos a Demonstração de Resultado da Coteminas, para você observar a aplicação da estrutura que acabamos de estudar em uma empresa real. Da mesma forma que fizeram no balanço patrimonial (tópico 2), observe que eles demonstram dois anos ao mesmo tempo, 2011 e 2012, com duas partes: a “controladora” e o “consolidado”. Quadro 45 – Demonstração de Resultado da Coteminas, dos anos de 2012 e 2011, preparado pelo contador Nourival C. Pedroso Filho, CRC nº 1 065177-O/8 S/MG COMPANHIA DE TECIDOS NORTE DE MINAS ‑ COTEMINAS DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO (Em milhares de Reais) PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 (Em milhares de Reais) Nota explicativa Controladora Consolidado 2012 2011 2012 2011 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 25 - - 2.045.150 1.739.039 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 24 - - (1.545.753) (1.309.275) ------------ ------------ ------------ ------------ LUCRO BRUTO - - 499.397 429.764 RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS: De vendas 24 - - (274.204) (209.516) Gerais e administrativas 24 (25.098) (18.833) (150.269) (135.219) Honorários da administração 24 (1.682) (2.139) (9.957) (11.021) Equivalência patrimonial 8 153 (73.463) (15.166) 102 Outras, líquidas 27 (1.478) (41) 70.790 1.368 ------------ ------------ ------------ ------------ RESULTADO OPERACIONAL (28.105) (94.476) 120.591 75.478 Despesas financeiras – juros e encargos (5.811) (2.294) (86.254) (74.582) Despesas bancárias, impostos, descontos e outros (1.642) (1.230) (49.729) (42.914) Receitas financeiras 16.905 14.541 30.965 37.820 Variações cambiais, líquidas 4.840 8.252 (6) (6.711) ------------ ------------ ------------ ------------ RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS (13.813) (75.207) 15.567 (10.909) Provisão para imposto de renda e contribuição social: Corrente 17.b (32) (2) (17.177) (26.926) 81 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Diferido 17.b - - 668 (67.254) ------------ ------------ ------------ ------------ PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO PROVENIENTE DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS (13.845) (75.209) (942) (105.089) Equivalência patrimonial proveniente das operações descontinuadas de controlada 8 (88.874) (184.546) - - Resultado proveniente das operações descontinuadas de controlada 28 - (135.350) (269.643) ------------ ------------ ------------ ------------ PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (102.719) (259.755) (136.292) (374.732) ======= ======= ======== ======== ATRIBUÍDO A: Participação dos acionistas controladores Nas operações continuadas (13.845) (75.209) Nas operações descontinuadas (88.874) (184.546) ------------ ------------- (102.719) (259.755) ------------ ------------- Participação dos acionistas não controladores Nas operações continuadas 12.903 (29.880) Nas operações descontinuadas (46.476) (85.097) ------------ ------------- (33.573) (114.977) ------------ ------------- (136.292) (374.732) ======== ======== PREJUÍZO BÁSICO E DILUÍDO POR AÇÃO - R$ Nas operações continuadas 26 (0,1188) (0,6453) (0,1188) (0,6453) Nas operações descontinuadas 26 (0,7625) (1,5834) (0,7625) (1,5834) Total 26 (0,8813) (2,2287) (0,8813) (2,2287) ====== ====== ====== ====== Fonte: Coteminas (2012, p. 27). Observe que, na elaboração da DRE, o contador responsável, o Sr. Nourival C. Pedroso Júnior, primeiro demonstra todas as vendas que foram realizadas e depois vai descontando o Custo dos Produtos Vendidos e as despesas, até chegar a um resultado, que, nesses dois períodos de 2012 e 2011, não foi favorável; eles apuraram prejuízo. 82 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 É comum uma empresa apurar prejuízo em suas operações, especialmente, em períodos muito difíceis para a economia do país, em que a conjuntura pode não favorecer a empresa. Mas essa situação não pode se manter por muito tempo; a administração da empresa deve agir para solucionar os problemas. Daí a importância da contabilidade, ainda mais ressaltada nessas situações! Importante O balanço patrimonial da Cia. Coteminas foi utilizado para fins estritamente pedagógicos, em ambiente universitário. A escolha ou o uso dessa empresa não deve jamais ser interpretado como sugestão do professor de consumo de produtos ou realização de investimentos. 6.2 Apuração do resultado e transferência para o patrimônio líquido Já estudamos que a apuração do resultado é uma fórmula matemática que leva em conta as receitas no período sobre o qual as despesas são descontadas, e que, mais do que uma fórmula matemática simples, é um trabalho por ora complexo, porque é necessário atender ao princípio da competência, constituindo uma atividade que avalia o sucesso do trabalho humano. Na contabilidade, no entanto, faz-se necessário, a cada apuração de resultado, zerar o saldo das contas contábeis que envolvem tal resultado, transferindo esses saldos para uma conta contábil em específico, a chamada ARE – Apuração do Resultado do Exercício –, e, posteriormente, para a conta de reservas de lucros e/ou prejuízos acumulados. Na contabilidade, no entanto, faz-se necessário a cada apuração proceder ao descrito no exemplo a seguir. Imaginemos que Afonso, um inventivo criador de equipamentos eletrônicos, tenha resolvido criar um rádio de papelão, que foi muito bem-aceito pelo mercado porque foi associado com uma imagem ecologicamente correta. O contador da empresa de Afonso registrou o seguinte: Vendas .......................................100.000,00 Despesas com vendas ............10.000,00 Despesas gerais ....................... 40.000,00 No livro diário: Registro das vendas D – Caixa ..................................100.000,00 C – Vendas ...............................100.000,00 83 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Registro das despesas: D – Despesas com vendas ....10.000,00 D – Despesas gerais ............... 40.000,00 C – Caixa .................................... 50.000,00 Quando do procedimento de apuração do resultado, temos as seguintes contas de resultado registradas no livro-razão: Vendas Despesas com vendas Despesas gerais 100.000 10.000 40.000 Quando aconteceu o fechamento contábil mensal, o resultado do exercício foi apurado com o seguinte lançamento, utilizando-se a conta ARE. D – Vendas ....................................100.000,00 C – Despesas com vendas ......... 10.000,00 C – Despesas gerais .....................40.000,00 C – ARE ...........................................100.000,00D – ARE ............................................. 10.000,00 D – ARE .............................................40.000,00 No livro-razão, apenas as contas de resultado são demonstradas, da seguinte forma: Vendas Despesas com vendas Despesas gerais 100.000 10.000 40.000 100.000 10.000 40.000 ARE 10.000 100.000 40.000 50.000 O saldo final na conta ARE é “transportado” para a conta reservas de lucros, com o seguinte lançamento contábil: Apuração do resultado do exercício Reservas de lucros 84 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 D – ARE .......................................50.000,00 C – Reservas de Lucros .........50.000,00 O que é representado na conta de reserva de lucros, no livro-razão, da seguinte forma: ARE Reservas de lucros 10.000 100.000 50.000 40.000 50.000 Saiba mais Rádios de papelão realmente existem! Veja em: <http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2011/08/radio- de-papelao-traz-beneficios-ao-meio-ambiente-e-saude.html>. Exemplo de Aplicação A seguir, demonstra-se um exercício analítico passo a passo, com as etapas de apuração do ARE: O show de Ann Arbor no Brasil Este exercício é inspirado na cantora norte-americana Katy Perry, Em 2011, a cantora Katy Perry realizou uma turnê internacional com o nome de The California Dreams Tour 2011 (Giro de 2011 dos sonhos californianos), começando por Portugal e passando por países como Brasil, Itália, Suíça, Alemanha, França, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Escócia, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Estados Unidos e Canadá. Figura 24 – Montagem artística sobre foto de Katy Perry 85 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade A parte brasileira da turnê foi um sucesso, e, quase um ano depois, Perry voltou ao país para divulgar um novo filme e declarou que os fãs brasileiros tiveram “um papel muito importante” em sua vida, após receber um pedido de divórcio do comediante Russell Brand. A mensagem chegou momentos antes do início do show, no dia 25/09/11, e Perry, mesmo sentindo profunda tristeza, subiu no palco. A alegria contagiante dos brasileiros lhe deu forças para continuar o seu trabalho, fato que a cantora jamais irá esquecer. Mais do que uma simples história ligada ao universo da música e das artes, o Brasil está se tornando um importante polo cultural internacional, um setor da economia com muitas oportunidades de negócios e que oferece muitos empregos. Ann Arbor, uma cantora inglesa americana de Michigan, muito querida em todo o mundo, sempre teve vontade de visitar o ensolarado Brasil e fazer um show por aqui. Mais do que um capricho, conquistar os fãs brasileiros era uma meta pessoal. E o Brasil está em evidência na mídia porque sediará importantes eventos. É importante estar em um lugar assim. Pediu então à sua produção que providenciasse o que fosse necessário para organizar esse show, que, evidentemente, deveria dar lucro. A produção de Ann Arbor pesquisou toda a legislação brasileira e entrou em contato com empresas com experiência na realização de eventos no Brasil. Uma das recomendações que foram repassadas pela assessoria jurídica foi a de que um procurador (um representante legal) de Ann Arbor abrisse uma empresa no Brasil para facilitar todos os trâmites burocráticos e pagamentos de serviços. Além disso, a assessoria brasileira recomendou a contratação de um bom profissional para cuidar dessa empresa. Escolheram você! Abriu-se então a empresa Ann Arbor Brasil Ltda., devidamente registrada na Jucesp (a Junta Comercial do Estado de São Paulo). Por meio de transferência bancária do Banco inglês HSBB em Los Angeles, Ann Arbor abriu a empresa com o capital de R$ 200.000,00. Após essa primeira providência, você contratou a empresa Manga e Mel Produções Artísticas Ltda., que cuidou de todos os aspectos logísticos do show, o qual custou ao todo R$ 12.000.000,00. A Manga e Mel Produções Artísticas Ltda. cobrou pela prestação de serviços R$ 400.000,00. Tomou também as seguintes providências: 1) A casa de shows Chácara do Cavalo cobrou pelo aluguel do espaço a quantia de R$ 2.000.000,00. 2) A São Luis Costuras Ltda. cobrou pela confecção das roupas para o show a quantia de R$ 650.000,00. 3) Uma empresa especializada em vendas de ingressos cobrou a quantia de R$ 300.000 pela prestação de serviço de venda de ingressos. 86 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 4) Você cobrou pelo seu trabalho R$ 70.000,00. Todas essas despesas foram pagas à vista. Por sua vez, essa empresa arrecadou do público R$ 42.000.000,00. Pede-se: qual foi o resultado dessa empresa? Quando abriram a empresa, você realizou o seguinte lançamento contábil: Abertura da empresa Ann Arbor Ltda., com capital de R$ 200.000,00 conforme registro XXXX na Junta Comercial do Estado de São Paulo. O valor foi depositado na agência X do Banco HSBB em São Paulo. Após essa operação, o Balanço Patrimonial ficou assim: D – Bancos ........................200.000,00 C – Capital Social ...........200.000,00 Após essa primeira operação, você contratou uma empresa para vender os ingressos. Após efetuadas as vendas, essa empresa depositou na conta bancária o valor de R$ 42.000.000,00. A conta bancos é considerada na contabilidade uma conta patrimonial, enquanto que a conta vendas é considerada uma conta de resultado. Registro de vendas de ingressos, depositadas na agência X do Banco HSBB em São Paulo: D – Bancos ..................42.000.000,00 C – Vendas ...................42.000.000,00 Após as vendas, você tomou as providências necessárias para a realização do show, ou seja, pagou todas as despesas. Essas despesas são consideradas contas de resultado e diminuíram o saldo que a empresa tinha na conta de bancos, uma conta patrimonial. Você fez o seguinte registro no livro diário da empresa: Pagamento de despesas para a realização de show: D – Despesas com logística ..................................................12.000.000,00 D – Despesas com prestação de serviços artísticos .........400.000,00 D – Despesas com aluguéis .................................................... 2.000.000,00 D – Despesas com scessórios para show ..............................650.000,00 D – Despesas com vendas ...........................................................300.000,00 D – Despesas administrativas .......................................................70.000,00 C – Bancos ..................................................................................15.420.000,00 87 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Após esses lançamentos, você apura um novo Balanço Patrimonial. Observe que o seu balanço não está com o valor do Ativo igual ao valor do Passivo. Isso é porque você ainda não fez a apuração do resultado do exercício! No livro-razão (nos razonetes), a situação está a seguinte: Bancos (Conta Patrimonial) Capital Social (Conta Patrimonial) 200.000,00 12.000.000,00 200.000,00 42.000.000,00 400.000,00 2.000.000,00 650.000,00 300.000,00 70.000,00 42.200.000,00 15.420.000,00 26.780.000,00 Despesas com Logística (Conta de Resultado) Despesas com Prestação de Serviços Artísticos (Conta de Resultado) 12.000.000,00 400.000,00 Despesas com Aluguéis (Conta de Resultado) Despesas com Acessórios para Show (Conta de Resultado) 2.000.000,00 650.000,00Despesas com Vendas (Conta de Resultado) Despesas Administrativas (Conta de Resultado) 300.000,00 70.000,00 Receitas com Vendas (Conta de Resultado) 42.000.000,00 88 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Para apurar o resultado do exercício na contabilidade, você terá de criar mais uma conta, chamada ARE (Apuração do Resultado do Exercício), em que você terá de “transportar” todos os saldos das contas de resultado (apenas as contas de resultado!). Você irá realizar o seguinte lançamento no livro diário: Apuração do Resultado do Exercício em 30/XX/XX: D – Vendas ......................................................................................42.000.000,00 C – Despesas com logística ......................................................12.000.000,00 C – Despesas com prestação de serviços artísticos .............. 400.000,00 C – Despesas com aluguéis ........................................................ 2.000.000,00 C – Despesas com acessórios para show .................................. 650.000,00 C – Despesas com vendas ............................................................... 300.000,00 C –Despesas administrativas ............................................................70.000,00 C – ARE – Apuração do Resultado do Exercício .......26.580.000,00 Após esses lançamentos, os razonetes ficaram assim: você zerou o saldo de todas as contas de resultado (menos o da conta ARE), mas manteve o saldo de todas as contas patrimoniais. O resultado do período ficou então disposto na conta de ARE – Apuração do Resultado do Exercício. Então, você já tem condições de apurar a Demonstração de Resultado do Exercício: Ann Arbor Brasil Ltda Demonstração de resultados do exercício em 30/XX/XX Em R$ - Reais Vendas ....................................................................................... 42.000.000,00 Despesas com logística .................................................... -12.000.000,00 Despesas com prestação de serviços artísticos .............-400.000,00 Despesas com aluguéis .......................................................-2.000.000,00 Despesas com acessórios para show .................................-650.000,00 Despesas com vendas ..............................................................-300.000,00 Despesas administrativas ......................................................... -70.000,00 Lucro líquido .......................................................................... 26.580.000,00 Mas o Balanço Patrimonial continua com uma diferença entre o saldo do Ativo e o do Passivo, veja! Ann Arbor Brasil Ltda Balanço patrimonial em 30/XX/XX Em R$ - Reais 89 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Ativo Passivo Bancos 26.780.000,00 Patrimônio líquido Capital social 200.000,00 Total do Ativo 26.780.000,00 Total do Passivo e PL 200.000,00 Para fechar o balanço corretamente, você também terá de zerar o saldo da conta ARE, que é a única conta de resultado ainda com saldo, e transferir esse saldo para a conta reservas de lucros, que é uma conta patrimonial. Ou seja, o lucro obtido passa a ser considerado um patrimônio da empresa. Para tal, você fará o seguinte: No livro diário: Transferência do saldo da conta ARE – Apuração do Resultado do Exercício para as reservas de lucro, no balanço patrimonial D – ARE – Apuração do Resultado do Exercício .....26.580.000,00 C – Reserva de Lucros........................................................26.580.000,00 E no livro-razão: Apuração do Resultado do Exercício (Conta de Resultado) 12.000.000,00 42.000.000,00 400.000,00 2.000.000,00 650.000,00 300.000,00 70.000,00 15.420.000,00 42.000.000,00 26.580.000,00 26.580.000,00 Reserva de Lucros (Conta Patrimonial) 26.580.000,00 90 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Agora, você já tem condições de apurar o balanço patrimonial desse período (exercício contábil): Ann Arbor Brasil Ltda Balanço Patrimonial em 30/XX/XX Em R$ - Reais Ativo Passivo Bancos 26.780.000,00 Patrimônio Líquido Capital social 200.000,00 Reserva de lucros 26.580.000,00 Total do ativo 26.780.000,00 Total do Passivo e PL 26.780.000,00 Pronto! Parabéns. Agora você finalizou o seu trabalho e pode enviar esse balanço patrimonial para a Ann Arbor, nos EUA. Conforme ela havia determinado e todos trabalharam para tal, o show no Brasil deu um bom lucro! 6.3 Registros das operações contábeis – regime de caixa e regime de competência Na contabilidade são utilizados dois regimes: • regime de caixa: o resultado é apurado quando as receitas são recebidas e quando as despesas são pagas; • regime de competência: o resultado é apurado quando as vendas são feitas pela empresa, independentemente de quando serão pagas, e quando as despesas são incorridas, ou seja, quando a empresa usa bens e serviços em suas atividades, independentemente de quando foram ou serão pagas. O regime de competência segue o princípio contábil da competência, em que as despesas e receitas devem ser registradas em um mesmo período. No entanto, esse regime traz mais dificuldades e custos para o processamento, por isso, admite-se o emprego do regime de caixa. Para a correta aplicação do regime de competência, faz-se necessário realizar ajustes na contabilidade, o que você irá estudar no próximo subtópico. 91 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade 6.3.1 Ajustes contábeis conforme regime de competência Algumas transações têm sua liquidação financeira, pagamento ou recebimento em prazos diferentes de seu efeito sobre o resultado. Receitas e despesas devem corresponder ao mesmo período, ou seja, as receitas devem ser comparadas com as despesas incorridas no mesmo período. Existem exemplos de situações em que um recebimento ou pagamento adiantado impactam o caixa da empresa (conta de ativo) de maneira muito diferente do que ocorre na DRE. A posição financeira da empresa foi alterada, mas seu resultado ainda não. Vejamos, então, como ajustamos essas diferenças ao longo do tempo. Receitas antecipadas são valores que a empresa recebeu previamente para poder entregar um produto ou serviço em tempo hábil. Isso gera uma obrigação à instituição, e, caso esta não seja cumprida, ela terá de devolver o dinheiro ao seu cliente. Despesas antecipadas ou adiantamento de fornecedores são valores que a empresa pagou previamente para ter certo produto em dia, e isso confere à organização o direito de recebê-lo na data agendada ou ter o dinheiro de volta. Veja um exemplo sobre balanço patrimonial: Quadro 46 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 10.000,00 Banco R$ 34.200,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Máquinas R$ 78.000,00 Veículos R$ 42.000,00 Equipamentos de informática R$ 48.400,00 Imóveis R$ 341.200,00 Marca R$ 460.000,00 Fornecedores R$ 228.000,00 Salários a pagar R$ 332.000,00 Impostos a recolher R$ 122.000,00 Financiamento R$ 206.000,00 Total R$ 888.000,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 200.000,00 Total do PL R$ 200.000,00 Total geral R$ 1.088.000,00 Total geral R$ 1.088.000,00 Momento 1 Por meio do balanço patrimonial citado, demonstraremos a contabilização de uma antecipação das receitas de serviços da empresa no valor de R$ 30.000,00, recebida em cheque. 92 Unidade III AD M -C CTB — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Quadro 47 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 10.000,00 Banco R$ 64.200,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Máquinas R$ 78.000,00 Veículos R$ 42.000,00 Equipamentos de informática R$ 48.400,00 Imóveis R$ 341.200,00 Marca R$ 460.000,00 Fornecedores R$ 228.000,00 Salários a pagar R$ 332.000,00 Impostos a recolher R$ 122.000,00 Financiamento R$ 206.000,00 Receita antecipada R$ 30.000,00 Total R$ 918.000,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 200.000,00 Total do PL R$ 200.000,00 Total geral R$ 1.118.000,00 Total geral R$ 1.118.000,00 Podemos observar que a conta banco teve um aumento de R$ 30.000,00 no ativo; em contrapartida, gerou uma obrigação no passivo, receita antecipada, no valor de R$ 30.000,00, pois a empresa terá uma obrigação de entregar o serviço ou devolver o dinheiro ao seu cliente. As demais contas não tiveram modificação. Momento 2 Neste momento, a empresa entrega o serviço finalizado para o cliente; a nota fiscal foi feita no valor de R$ 50.000,00, e a instituição recebe essa diferença em espécie monetária. Quadro 48 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 30.000,00 Banco R$ 64.200,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Máquinas R$ 78.000,00 Veículos R$ 42.000,00 Equipamentos de informática R$ 48.400,00 Imóveis R$ 341.200,00 Marca R$ 460.000,00 Fornecedores R$ 228.000,00 Salários a pagar R$ 332.000,00 Impostos a recolher R$ 122.000,00 Financiamento R$ 206.000,00 Total R$ 888.000,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 200.000,00 Lucros R$ 50.000,00 Total do PL R$ 250.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 93 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Saiba mais Para aprofundar seu conhecimento sobre ativos e passivos, leia: DERMINE, J.; BISSADA, Y. F. Administração financeira e orçamentária. São Paulo: Atlas, 2005. Podemos observar que os dados do momento anterior geraram o balanço. No momento em que a empresa entregou o serviço, entra em espécie monetária, na conta caixa, o valor de R$ 20.000,00 (diferença do que a empresa já havia recebido anteriormente) no ativo; a conta de receitas antecipadas fica zerada, pois a organização já está entregando a nota fiscal e finalizando o serviço, e isso gera um aumento do patrimônio líquido, na conta lucros, no valor total da nota fiscal de R$ 50.000,00. A conta de lucros ainda depende de apuração. Até 2007, os lucros das empresas podiam ser “acumulados”, portanto, utilizava-se muito o termo “lucros acumulados”. Observação Com a convergência contábil internacional, em que o Brasil alinha a sua contabilidade às IFRS — normas internacionais de contabilidade, estabelece-se que os lucros não devem mais ser acumulados, apenas os prejuízos. Se a organização tiver obtido lucros, deve dar-lhes alguma destinação imediatamente, e não acumulá-los. Agora, veja um exemplo de despesas antecipadas. Momento 1 O gerente de uma empresa fará uma viagem para os Estados Unidos, mas, como os voos estão lotados, ele preferiu comprar a passagem com dois meses de antecedência. Ela custa R$ 2.600,00 e será paga em duas vezes. Veja o balanço a seguir: 94 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Quadro 49 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 30.000,00 Banco R$ 62.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Máquinas R$ 78.000,00 Veículos R$ 42.000,00 Equipamentos de informática R$ 48.400,00 Imóveis R$ 341.200,00 Marca R$ 460.000,00 Despesas antecipadas R$ 1.300,00 Fornecedores R$ 228.000,00 Salários a pagar R$ 332.000,00 Impostos a recolher R$ 122.000,00 Financiamento R$ 206.000,00 Total R$ 888.000,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 200.000,00 Lucros R$ 50.000,00 Total do PL R$ 250.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 Nesta primeira parcela da passagem, reduziu-se o valor de R$ 1.300,00 do banco, porque a empresa está pagando em cheque; então, surge a conta despesas antecipadas, com o valor de R$ 1.300,00, demonstrando que a instituição tem o direito de receber a passagem em tempo hábil ou receber o dinheiro que já pagou. Momento 2 A empresa paga a segunda parcela da passagem em dinheiro. Quadro 50 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 28.700,00 Banco R$ 62.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Máquinas R$ 78.000,00 Veículos R$ 42.000,00 Equipamentos de informática R$ 48.400,00 Imóveis R$ 341.200,00 Marca R$ 460.000,00 Despesas antecipadas R$ 2.600,00 Fornecedores R$ 228.000,00 Salários a pagar R$ 332.000,00 Impostos a recolher R$ 122.000,00 Financiamento R$ 206.000,00 Total R$ 888.000,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 200.000,00 Lucros R$ 50.000,00 Total do PL R$ 250.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 Podemos perceber que o balanço patrimonial do Momento 2 foi feito com os dados do Momento 1. O fato de a empresa estar pagando mais uma parcela da passagem em dinheiro reduz o caixa em R$ 1.300,00 e aumenta a conta despesas antecipadas no mesmo valor. Observa-se que as demais contas não se modificam. 95 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Momento 3 Neste momento, o gerente viajará para os Estados Unidos, isto é, fará o uso da passagem. Quadro 51 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 28.700,00 Banco R$ 62.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Máquinas R$ 78.000,00 Veículos R$ 42.000,00 Equipamentos de informática R$ 48.400,00 Imóveis R$ 341.200,00 Marca R$ 460.000,00 Despesas antecipadas R$ 2.600,00 Fornecedores R$ 228.000,00 Salários a pagar R$ 332.000,00 Impostos a recolher R$ 122.000,00 Financiamento R$ 206.000,00 Total R$ 888.000,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 200.000,00 Lucros R$ 50.000,00 Total do PL R$ 250.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 Total geral R$ 1.138.000,00 Agora, notamos que o gerente já está utilizando a passagem, isto é, a empresa não terá mais o direito de receber o dinheiro de volta, pois estará fazendo o uso efetivo da passagem; isso zera a conta despesas antecipadas e reduz o patrimônio líquido por meio da conta lucros (é apenas neste momento que ocorre a despesa). Lembrete A contabilidade é uma ferramenta que pode nos indicar se um negócio teve sucesso ou não. Por fim, citamos um exemplo de depreciação: Para exemplificar depreciação, o melhor é citar um veículo, que, a cada período decorrido, tem seu valor reduzido em 20%, ao longo de cinco períodos consecutivos. Há o reconhecimento da perda de valor do ativo e da despesa de depreciação na DRE. Observação Depreciação é o desgaste pelo uso de máquinas e equipamentos. Também é uma despesa, mas com uma característica importante: não tem saída de caixa. 96 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Momento 0 Quadro 52 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 28.700,00 Banco R$ 62.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Veículos R$ 42.000,00 Fornecedores R$ 42.000,00 Salários a pagar R$ 19.000,00 Impostos a recolher R$ 41.800,00 Total R$ 102.800,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 105.000,00 Total do PL R$ 105.000,00 Total geral R$ 207.800,00 Total geral R$ 207.800,00 Momento em que a empresa compra o veículo no valor de R$ 42.000,00. Momento 1Quadro 53 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 28.700,00 Banco R$ 62.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Veículos R$ 42.000,00 Depreciação acumulada (R$ 8.400,00) Fornecedores R$ 42.000,00 Salários a pagar R$ 19.000,00 Impostos a recolher R$ 41.800,00 Total R$ 102.800,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 105.000,00 Prejuízo (R$ 8.400,00) Total do PL R$ 96.600,00 Total geral R$ 199.400,00 Total geral R$ 199.400,00 No primeiro ano, a empresa teve um desgaste do veículo, o que gera uma depreciação acumulada de R$ 8.400,00, causando uma redução no patrimônio líquido por meio da conta lucros (prejuízos). Então, ocorrem o consumo e a despesa do veículo, e essa despesa diminui os lucros (resultados). 97 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Momento 2 Quadro 54 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 28.700,00 Banco R$ 62.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Veículos R$ 42.000,00 Depreciação acumulada (R$ 16.800,00) Fornecedores R$ 42.000,00 Salários a pagar R$ 19.000,00 Impostos a recolher R$ 41.800,00 Total R$ 102.800,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 105.000,00 Prejuízo (R$ 16.800,00) Total do PL Total geral R$ 191.000,00 Total geral R$ 191.000,00 No segundo ano de uso do veículo, ele tem seu valor reduzido em mais 20%, isto é, R$ 8.400,00 na depreciação acumulada, gerando uma despesa, no período, de R$ 8.400,00; como toda despesa reduz a conta lucros, o novo valor da conta prejuízos é de R$ 16.400,00. Momento 3 Quadro 55 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 28.700,00 Banco R$ 62.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Veículos R$ 42.000,00 Depreciação acumulada (R$ 42.000,00) Fornecedores R$ 42.000,00 Salários a pagar R$ 19.000,00 Impostos a recolher R$ 41.800,00 Total R$ 102.800,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 105.000,00 Prejuízo (R$ 42.000,00) Total do PL R$ 63.000,00 Total geral R$ 165.800,00 Total geral R$ 165.800,00 Neste momento, a empresa já utilizou o veículo por cinco anos, que equivale ao período de término da depreciação. O automóvel está totalmente depreciado. Partindo do balanço anterior, o prejuízo aumentou para R$ 42.000,00. 98 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Momento 4 Agora a empresa vende o veículo já depreciado por R$ 24.000,00, por meio de um cheque. Quadro 56 Ativo Passivo Dinheiro em caixa R$ 28.700,00 Banco R$ 86.900,00 Duplicatas a receber R$ 74.200,00 Fornecedores R$ 42.000,00 Salários a pagar R$ 19.000,00 Impostos a recolher R$ 41.800,00 Total R$ 102.800,00 Patrimônio líquido Capital social R$ 105.000,00 Prejuízo (R$ 18.000,00) Total do PL R$ 87.000,00 Total geral R$ 189.800,00 Total geral R$ 189.800,00 Podemos observar que, devido ao fato de o veículo não ter valor real (valor do veículo com o desconto da depreciação), o valor integral da venda é considerado lucro, o que aumentou a conta banco em R$ 24.000,00 e gerou um aumento, no prejuízo, de R$ 18.000,00. Vamos agora realizar um exercício, com os mesmos dados que vimos anteriormente: Cia. Tá Limpo Ltda. 1- Subscrição e integralização por três sócios no valor de R$ 1.000,00 para constituição de empresa. Quadro 57 1 Identificação da conta Caixa Capital social Classificação Ativo Patrimônio líquido Aumento / Diminuição + + Débito / Crédito D C Valor R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 2- Compra de mesas, cadeiras e arquivos à vista por R$ 100,00. 99 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Quadro 58 2 Identificação da conta Móveis e utensílios Caixa Classificação Ativo Ativo Aumento / Diminuição + - Débito / Crédito D C Valor R$ 100,00 R$ 100,00 3- Recebimento de R$ 500,00 referentes a serviços de limpeza prestados. Quadro 59 3 Identificação da conta Caixa Receita Classificação Ativo Receita Aumento / Diminuição + + Débito / Crédito D C Valor R$ 500,00 R$ 500,00 4- Compra de material de limpeza a prazo no valor de R$ 60,00. Quadro 60 4 Identificação da conta Mat. limpeza Dupl. A pagar Classificação Ativo Passivo Aumento / Diminuição + + Débito / Crédito D C Valor R$ 60,00 R$ 60,00 5- Pagamento de R$ 50,00 referentes à propaganda na TV. Quadro 61 5 Identificação da conta Desp. Propaganda Caixa Classificação Despesa Ativo Aumento / Diminuição + - Débito / Crédito D C Valor R$ 50,00 R$ 50,00 6- Depósito bancário 70% do saldo em caixa. 100 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Quadro 62 6 Identificação da conta Banco Caixa Classificação Ativo Ativo Aumento / Diminuição + - Débito / Crédito D C Valor R$ 945,00 R$ 945,00 7- Prestação de serviços, a ser recebido a prazo — R$ 200,00. Quadro 63 7 Identificação da conta Dupl. a receber Rec. serviço Classificação Ativo Receita Aumento / Diminuição + + Débito / Crédito D C Valor R$ 200,00 R$ 200,00 8- Consumo de R$ 20,00 do material de limpeza comprado anteriormente. Quadro 64 8 Identificação da conta Desp. mat. limpeza Mat. limpeza Classificação Despesa Ativo Aumento / Diminuição + - Débito / Crédito D C Valor R$ 20,00 R$ 20,00 9- Pagamento em cheque de 60% da compra do item 4. Quadro 65 9 Identificação da conta Dupl. a pagar Banco Classificação Passivo Ativo Aumento / Diminuição - - Débito / Crédito D C Valor R$ 36,00 R$ 36,00 10- Venda de 50% do total de bens existentes, exceto caixa, pelo valor de R$ 150,00. Valores recebidos em cheque. 101 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade Quadro 66 10 Identificação da conta Baixa de bens Móveis e utensílios Material limpeza Classificação Despesas Ativo Ativo Aumento / Diminuição + - - Débito / Crédito D C C Valor R$ 70,00 R$ 50,00 R$ 20,00 10 Identificação da conta Banco Rec. venda de bens Classificação Ativo Receita Aumento / Diminuição + + Débito / Crédito D C Valor R$ 150,00 R$ 150,00 11- Pagamento, por meio de cheque, da folha de pagamento do mês, no valor de R$ 10,00. Quadro 67 11 Identificação da conta Desp. de pessoal Banco Classificação Despesas Ativo Aumento / Diminuição + - Débito / Crédito D C Valor R$ 10,00 R$ 10,00 Saiba mais Para treinar lançamentos contábeis, você tem à sua disposição nos polos o sistema EContab, usado por muitos escritórios de contabilidade. A empresa que desenvolveu esse sistema de uso contábil tem um convênio com a UNIP, o que possibilita seu acesso a um ambiente profissional. Não deixe de usar! Converse com o tutor do polo. 102 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Resumo Nesta unidade estudamos o Método das Partidas Dobradas, conhecido popularmente como débito e crédito. Aqui, começamos a estudar mais intimamente o processo de trabalho contábil, em que os fatos são registrados nos livros contábeis, principalmente os livros diário e razão. Vimos que esse registro segue uma metodologia, conhecida como o Método das Partidas Dobradas, que é centenário. Foi descrito ainda na época do Renascimento, em Veneza e em Milão, pelo Frei Luca Pacioli, e é utilizado sem modificaçõesaté hoje, mesmo nos sistemas de informática mais sofisticados. Dentro do conceito de contabilidade que é o de captar, registrar, acumular, resumir e analisar todos os fatos econômicos e financeiros que ocorrem em uma entidade, conhecemos débito e crédito como mecanismo, adições e subtrações, e balancetes de verificação. Estudamos ainda que há dois regimes para se realizar a escrituração contábil nos livros: o regime de caixa (que segue o momento em que despesas e receitas são pagas) e o regime de competência (que segue o momento em que despesas e receitas efetivamente ocorrem ou são consumidas). Vimos ainda que é importante, muitas vezes, realizar ajustes contábeis para atender ao regime de competência. Estudamos também o conceito de resultado, que é extremamente simples, praticamente intuitivo. Mas ao mesmo tempo tão complexo e sublime! São as receitas descontadas as despesas, o que nos dá a informação sobre se a empresa (ou melhor, a entidade) obteve lucro (um resultado positivo) ou prejuízo (um resultado negativo). Esta unidade, podemos dizer, é bem densa. Se nas unidades anteriores talvez você já tivesse ouvido comentar sobre muitos dos conceitos abordados, nesta há muitos aspectos que dificilmente são comentados na sociedade, ficam mais restritos aos profissionais de contabilidade. E como são importantes esses conceitos! Por isso, a recomendação aqui é que você não tenha ansiedade em passar para a próxima unidade; dedique o maior tempo possível para bem entender o mecanismo de débito e crédito, as adições e as subtrações. Até porque esse mecanismo é imprescindível para os próximos desafios na universidade e para a sua vida profissional. Cada minuto dedicado a esse estudo, neste momento, vale muito a pena. 103 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade A expectativa é a de que você já tenha condições de responder à pergunta norteadora desta unidade, que é: “Como os fatos são registrados?”. Agora, eu espero também que você já tenha formulado outra pergunta: eu já sei o que é, como é a sua dinâmica e como se trabalha em contabilidade. Mas a sua curiosidade agora é: como analisar uma demonstração já preparada? O que ela pode me dar de informação? Como saber se um negócio dá lucro ou prejuízo? Para isso, você precisa conhecer a Estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Já está na hora de partir para a próxima unidade! Exercícios Questão 1 (Enade 2006). A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade emanados do CFC – Conselho Federal de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. A Norma Contábil que determina a inclusão das receitas e despesas na apuração do resultado do período a que pertencerem, de forma simultânea, quando se correlacionarem, independentemente de ter havido recebimento, no caso de receita, ou pagamento, no caso de despesa, está contida no Princípio Fundamental de Contabilidade da: A) Competência. B) Continuidade. C) Oportunidade. D) Tempestividade. E) Uniformidade. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: o sincronismo entre os períodos de ocorrência de receitas e de despesas é tratado pelo princípio da competência. 104 Unidade III AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 B) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da continuidade estabelece que a empresa tem duração ilimitada, independentemente de seus sócios ou acionistas. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da oportunidade considera que os valores devem ser contabilizados nos momentos em que ocorrem os eventos ou fatos econômicos. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da tempestividade refere-se ao processo de imediato reconhecimento dos ativos e dos passivos contábeis. E) Alternativa incorreta. Justificativa: o princípio da uniformidade considera a manutenção de determinado critério ou princípio nos processos executados em vários períodos, de forma que permita a comparação entre valores e resultados. Questão 2 (Enade 2006). Considere, no quadro a seguir, os saldos finais das contas patrimoniais da Cia. Colibri em 31/12/2005. Quadro 68 Caixa R$ 1.000,00 Capital social R$ 1.000,00 Contas a pagar até 90 dias R$ 1.000,00 Contas a receber até 360 dias R$ 2.000,00 Depreciação acumulada R$ 500,00 Financiamentos a longo prazo R$ 1.200,00 Imobilizado R$ 2.000,00 Lucro acumulado R$ 700,00 Provisão para crédito de liquidação duvidosa R$ 300,00 Salários a pagar R$ 300,00 Os valores totais do ativo e do patrimônio líquido são, respectivamente, A) R$ 2.800,00 e R$ 3.600,00. 105 AD M -C CT B — R ev isã o: A nd re ia - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 0/ 07 /2 01 4 Contabilidade B) R$ 4.200,00 e R$ 1.700,00. C) R$ 4.200,00 e R$ 2.800,00. D) R$ 4.300,00 e R$ 1.200,00. E) R$ 5.000,00 e R$ 1.000,00. Resolução desta questão na plataforma.
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