Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
05/10/2015 1 Prof. Fábio da Veiga Ued Departamento de Nutrição - UFTM Especialista em Nutrição em Pediatria - UNICAMP Mestre em Atenção a Saúde - UFTM Aleitamento materno Fórmulas infantis Alimentação complementar Alimentação do pré-escolar e escolar (Ministério da Saúde, Brasil) Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas (Unicef) ↓ Recomendam o aleitamento materno exclusivo (AME) desde a primeira hora de vida extra uterina até o 6º mês de vida pós-natal. Até esta idade o leite materno (LM) é suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais da criança, além de favorecer a proteção contra doenças. Impacto na promoção da saúde integral da dupla mãe/bebê Estratégia natural de vínculo, afeto, carinho, proteção, crescimento e desenvolvimento. Intervenção sensível, econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil. 05/10/2015 2 Lactente Evita mortes infantis Previne anemia Evita infecção respiratória e diarreias Diminui o risco de alergias Diminui o risco de hipertensão colesterol alto e diabetes Reduz a chance de obesidade Melhor opção para a nutrição Efeito positivo na inteligência Melhor desenvolvi- mento da cavidade bucal Nutriz Proteção contra câncer de mama Reduz depressão pós-parto Menores custos financeiros Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho Diminui risco de hemorragia pós-parto Recuperação do peso pré- parto Efeito anticoncep -cional Retorno rápido ao peso pré- gestacional Composição semelhante para todas as mulheres que amamentam. Nos primeiros dias, até cerca de uma semana, o LM é chamado colostro, líquido amarelado e espesso com alta concentração proteica e menor teor de lactose e gordura. Do 8º ao 14º dia é chamado de leite de transição. O leite maduro apresenta composição mais estável a partir do 15º dia após o parto. LM: composição varia de acordo com o estágio da lactação. Leite de Transição 8º ao 14º dia (±500ml/dia) ↑ Energia, Carboidrato e Lipídios ↓ Proteínas Leite Maduro 15º dia em diante Composição ajustada às necessidades do lactente Colostro 1º ao 7º dia (±100ml/dia) ↑ Proteínas e Vitaminas Lipossolúveis (A, E, carotenoides) ↑ Imunoglobulinas (proteção da flora intestinal imatura) ↓ Energia, Carboidrato e Lipídios ↑ Fator bífido (crescimento da flora bacteriana benéfica) ↑ Agentes anti- inflamatórios (fator de crescimento e leucócitos) LM: composição semelhante para todas as mulheres que amamentam. O leite de mães de RNs prematuros Leite de mães de bebês a termo Leite de vaca Leite Prematuro ↑ Energia, Lipídios e Proteínas ↑ IgA, lisozima e lactoferrina ↓ Carboidratos (lactose) 05/10/2015 3 O leite de mães de RNs prematuros é um pouco diferente do leite de mães de bebês a termo e diferente também do leite de vaca. Nutriente Colostro (3-5 dias) Leite maduro (26-29 dias ) Leite de vaca A termo Pré-termo A termo Pré-termo Calorias (kcal/dL) 48 58 62 70 69 Lipídios (g/dL) 1,8 3,0 3,0 4,1 3,7 Proteínas (g/dL) 1,9 2,1 1,3 1,4 3,3 Lactose (g/dL) 5,1 5,0 6,5 6,0 4,8 Leite anterior • Mais aquoso • Menos gordura • Menos calorias Leite posterior • Mais gordura • Mais calorias É importante o esvaziamento completo da mama, para que a criança obtenha o leite posterior e atinja o ganho de peso esperado. NÃO EXISTE LEITE FRACO! Carboidratos Proteínas Lipídios Vitaminas Minerais Fatores protetores Carboidratos Lactose e oligossacarídeos prebióticos Fornecem 40% da necessidade de energia. Facilitam a absorção de cálcio e ferro. Promovem a colonização intestinal com Bifidobacterium bifidum. Proteínas Em quantidades ideais para o crescimento e desenvolvimento do bebê. É facilmente digerida e bem absorvida pelo organismo do bebê. Relação caseína/ proteína do soro mais adequada que a do leite de vaca. Proteínas Relação caseína/ proteína do soro 20% caseína 80% lactoalbumina Caseína Lactoalbumina Baixa digestibilidade Reações alérgicas Alta digestibilidade Esvaziamento gástrico 05/10/2015 4 Proteínas A principal proteína do LM é a lactoalbumina, e a do leite de vaca é a caseína Leite de vaca: não é aconselhável oferecer para lactentes menores de 2 anos de idade! O Leite de vaca possui mais proteínas que o leite humano. Nutriente Teor protéico Caseína Proteínas do soro Digestibilidade Leite Humano Baixo (0,9%) 20% 80% Fácil digestão Leite de Vaca Elevado (3,5%) 80% 20% Difícil digestão Lipídios Principal fonte de energia para o bebê. O leite materno contém enzimas que digerem a gordura e a transformam em energia para o bebê. Contém substâncias essenciais para o bom crescimento cerebral (DHA e ARA/ ɯ3 e ɯ6). Lipídios DHA: ácido docosahexaenóico ARA: ácido araquidônico Desenvolvimento do cérebro e da retina Ɯ3: ácido α-linolenico Ɯ6: ácido linoléico Manutenção da integridade das membranas celulares. Vitaminas Vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis Vitamina A Reduz prevalência de infecções Proteção da mucosa intestinal Integridade do tecido epitelial Visão Minerais Boa relação Ca:P (2:1) O alto teor de fósforo pode inibir a absorção de cálcio. Manutenção do pH intestinal básico. Formação de ossos e dentes. Minerais Ferro Elevada biodisponibilidade (lactoferrina) Previne a anemia Ferro Concentração Biodisponibilidade Leite Humano 0,2-0,5 mg/l 38% Leite de Vaca 0,2-0,5 mg/l 20% 05/10/2015 5 Fatores Protetores Imunológicos Glutamina e arginina: ação antiinflamatória Anticorpos: IgA (protetora da mucosa intestinal), IgM, IgG Lactoferrina e lisozima: enzimas bactericidas Fator Bífido: Promove o crescimento de bifidobactérias no intestino e limita o crescimento de bactérias patogênicas Macrófagos e Polimorfos: Morte de bactérias e fagocitose “Todos os leites são espécie-específicos” “Todos os leites são espécie-específicos” Espécie/ Quantidade Carboidrato (g/100ml) Lipídio (g/100ml) Proteína (g/100ml) Humano 7,0 3,8 0,9 Vaca 4,8 3,7 3,4 Cabra 4,1 4,5 2,9 Pontos chave do posicionamento adequado: Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; Corpo do bebê próximo ao da mãe; Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); Bebê bem apoiado. Indicativos de técnica inadequada: Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; Ruídos da língua; Dor na amamentação. Pontos chave da pega adequada: Mais aréola visível acima da boca do bebê; Boca bem aberta; Lábio inferior virado para fora; Queixo tocando a mama. 05/10/2015 6 Frequência Sem restrições de horários e tempo de permanênciana mama (amamentação em livre demanda) Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência e sem horários regulares Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de 8 a 12 vezes ao dia Duração O bebê precisa mamar um peito antes de passar para o outro. O importante é que a mãe dê tempo suficiente à criança para ela esvaziar adequadamente a mama. Dessa maneira, a criança recebe o leite do final da mamada, que é mais calórico, promovendo a sua saciedade e, consequentemente, maior espaçamento entre as mamadas. NÃO usar Mamadeira, chupeta ou chuca!! Maior risco de contaminar o leite e provocar doenças. Atrapalha o aleitamento materno, causando confusão de bicos. Pode modificar a posição dos dentes, prejudicar a fala e respiração fazendo o bebê respirar pela boca. É mais caro e sua preparação dá mais trabalho. Diminui o contato entre mãe e filho. Complicações mais comuns da amamentação Bebê ou não suga ou tem sucção fraca Demora na “descida do leite” Ingurgitamento mamário Dor, fissuras e rachaduras Mastite Hipogalactia Mamilos ausentes, planos ou invertidos Candidíase Bloqueio de ductos lactíferos Abscesso mamário São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou total do leite materno. Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser recomendado: Mães infectadas pelo HIV; Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2; Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação (antineoplásicos e radiofármacos); Criança portadora de galactosemia. Substitutos ideais do leite materno: fórmulas infantis Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a interrupção temporária da amamentação: Infecção herpética (vesículas localizadas na pele da mama); Varicela; Doença de Chagas (fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente); Abscesso mamário. A amamentação deve ser mantida na mama sadia; Consumo de drogas de abuso: recomenda-se interrupção temporária do aleitamento materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado. O tempo recomendado de interrupção da amamentação varia dependendo da droga. Há alimentos que, ingeridos pela mãe, causam cólica no bebê? Evite o consumo de café/ refrigerante/ chocolate. As substâncias neles contidas passam para o leite provocando irritabilidade no bebê. Caso seja um hábito da mãe, a ingestão não deve exceder 2 xícaras por dia. Há alimentos que aumentem a produção de leite? Não há comprovações científicas que o consumo de álcool aumenta a produção de leite materno. Dessa forma, seu consumo deve ser evitado. Não fume! As substâncias presentes no cigarro diminuem a produção de leite materno. 05/10/2015 7 Como amamentar com o fim da licença maternidade? Ordenhar o próprio leite e armazenar. Higienização pré-coleta (utensílios, mãos, mama). Realizar a técnica da ordenha, desprezando os primeiros jatos de leite. Acondicionar o leite em frasco de vidro esterilizado, com tampa. Armazenar o leite (em geladeira – 12 horas / em freezer – 15 dias). Descongelar o leite em banho-maria. Evitar ficar em temperatura ambiente por mais de 1 hora. Embora as fórmulas infantis (FI) não reproduzam a composição do leite humano (LH), são os substitutos mais apropriados para alimentar lactentes saudáveis, nascidos a termo, durante o primeiro ano de vida. • INDICAÇÃO PARA USO DE FÓRMULAS INFANTIS: • 1) Como substituto (ou suplemento) do LH, cujas mães escolhem não amamentar (ou não amamentar exclusivamente). • 2) Como um substituto para o LH, para os quais o AM é clinicamente contra-indicado: alguns erros inatos do metabolismo (galactosemia), HIV, HTLV (vírus linfotrópico da célula humana). • 3) Como suplemento, quando a mãe tem “pouco leite” e não está suficiente para o ganho de peso adequado. American Academy of Pediatrics, 2009 Produtos modificados composição semelhante ao Leite materno Atender aos padrões do codex alimentarius FAO/OMS Nutricionalmente adequada Segura para o lactente Satisfazer o lactente Aceitável em paladar/cheiro Disponibilidade e custo 1. Fórmula infantil de partida para lactente (0 – 6 meses); 2. Fórmula infantil de segmento para lactente (6 – 12 meses); 3. Fórmula infantil de transição para lactente (10º mês em diante); • Específicas: 4. Fórmula para RN de alto risco (prematuros); 5. Fórmula hipoalergênica; 6. Fórmula anti-regurgitação; 7. Fórmula infantil destinada a necessidades especiais à base de soja; 8. Fórmula isenta/baixo teor de lactose; 9. Fórmula infantil extensamente hidrolisada 10. Fórmula infantil à base de aminoácidos livres; 11. Fórmula metabólica; 12. Nutrição enteral/oral completa. 05/10/2015 8 • “Fórmula de Partida” • 0 – 6 meses • Produto destinado à alimentação de lactentes, em substituição total ou parcial do leite materno ou humano, para satisfação das necessidades nutricionais deste grupo etário. Nan 1: R$ 32,84 Milupa 1: R$ 17,39 6 – 12 meses Produto destinado à alimentação de lactentes a partir do sexto mês, como substituto do leite materno ou humano, no período de introdução da alimentação complementar. Nan 2: R$ 38,60 Aptamil 2: R$ 24,75 10 meses em diante Produto destinado à alimentação de lactentes a partir do décimo mês, como substituto do leite materno ou humano, no período de transição para alimentação da família. Aptamil 3: R$ 20,03 05/10/2015 9 4) Fórmula para RN de alto risco (prematuros); 5) Fórmula hipoalergênica; 6) Fórmula anti-regurgitação; 7) Fórmula infantil destinada a necessidades especiais à base de soja; 8) Fórmula isenta/baixo teor de lactose; 9) Fórmula infantil extensamente hidrolisada 10) Fórmula infantil à base de aminoácidos livres; 11) Fórmula metabólica. Necessidades dietoterápicas específicas. Atender às necessidades específicas, decorrentes de alterações fisiológicas ou patológicas, temporárias ou permanentes. Composição modificada. Para recém - nascidos de alto risco Nascimento prematuro (< 34 SG) Muito baixo peso ao nascer (<1.500 kg) Após o nascimento apresenta patologia que necessita de tratamento intensivo. Diluição: 1 medidor/ 30ml de água Pre Nan: R$ 99,46 Redução do risco de manifestações alérgicas (prevenção). Fórmula infantil – 0 a 12 meses: Nutrientes com efeito bifidogênico; Proteção contra infecções intestinais; Estimula resposta imunológica. Nan HA: R$ 40,75 Indicada aos lactentes que apresentam regurgitação e/ou refluxo gastroesofágico fisiológico. Apresentam agentes que espessam no interior do estômago e aumentam a viscosidade da fórmula. 05/10/2015 10 Nan AR: R$ 32,84 Aptamil AR: R$ 30,14 Indicação: Intolerância a lactose APLV (IgE mediada) Galactosemia Melhor palatabilidade Menor custo Nan Soy: R$ 49,78 Aptamil Soja: R$ 37,15 • Indicação: • Crianças com má digestão da lactose (congênita, doença celíaca, recuperação de diarréia) • Intolerância a lactose • Isenta de lactose (0-12 meses) • Baixo teor de lactose (>12 meses)Nan Sem lactose: R$ 48,78 Aptamil Sem lactose: R$ 46,85 • “Semi-elementar” • Indicação: • APLV e proteína de soja • Má absorção significante (fibrose cística, Síndrome do Intestino Curto, atresia de via biliares, colestase) • Proteína altamente hidrolisada (peptídeos): incapazes de desencadear resposta imunológica • Baixa palatabilidade • Alto custo 05/10/2015 11 Alfare: R$ 126,28 Aptamil Pepti: R$ 75,39 “Elementar” “Monomérica” Indicação: Alergia alimentar (LV, soja e hidrolisados) Má absorção significante (fibrose cística, SIC, atresia de via biliares, colestase, diarréias prolongadas) Transição nutrição parenteral para enteral Aminoácidos livres/ não alergênica/ altamente absorvível Maior custo Neocate: R$ 159,60 AminoMed: R$ 370,46 Indicação: Erros Inatos do Metabolismo Doenças metabólicas hereditárias Deficiência de enzimas ou transporte Acúmulo ou falta de substrato PKU Med lactentes com Fenilcetonúria e Hiperfenilalaninemia Isenta de fenilalanina R$ 371,36 GAc Med lactentes com Acidúria Glutárica Tipo I Isenta de lisina, baixa em triptofano R$ 1.120,35 HCys Med lactentes com Homocistinúria Isenta de metionina Leu Med lactentes com Hiperleucinemia Isenta de leucina 05/10/2015 12 MSUD Med lactentes com distúrbios do metabolismo de aminoácidos de cadeia ramificada Isenta de leucina, isoleucina e valina OAc Med lactentes com acidemias / acidúrias orgânicas Isenta de isoleucina, metionina, treonina e valina TYRo Med lactentes com Tirosinemia Tipo I, II e III Isenta de fenilalanina e tirosina UrC Med lactentes com Distúrbios do Ciclo da Ureia Enriquecida com cistina e tirosina TGI íntegro e funcionante Manter e/ou recuperar o estado nutricional Promover o crescimento Crianças maiores de 1 ano Indicação: Baixa aceitação dieta Risco nutricional ou desnutrição Restrição hídrica Distúrbios neurológicos ou oncológicos Pré e pós operatório Nutren Jr: R$ 52,14 Grande variedade de fórmulas para diferentes necessidades dietoterápicas. Cuidado com a preparação, diluição e armazenamento. Seguir a utilização conforme a faixa etária e volume tolerável. Atentar-se ao período de utilização e evolução da fórmula. 05/10/2015 13 Passo 1 – Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. Passo 2 – Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade Passo 3 – Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada. Passo 4 – A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança. Passo 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. Passo 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, também, uma alimentação colorida. Passo 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados. Passo 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. Período durante o qual outros alimentos ou líquidos são oferecidos à criança em conjunto com o leite materno; alimento oferecido à criança paralelamente ao aleitamento materno. (WHO, 1998) Quando iniciar? Recomendação: 6º mês de vida! 6º mês de vida Início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita a mastigação; Desenvolvimento do paladar e excitação à visão do alimento; Sistema digestivo: enzimas em quantidades suficientes, e ↑ permeabilidade da mucosa intestinal; Sistema excretor: ↑ da taxa de filtração glomerular; Sistema neurológico e muscular: movimento mastigatório/ reflexos de deglutição e reflexo lingual presentes (redução da protrusão)/ sustentação da cabeça, senta-se sozinho e destreza manual. Introdução precoce: Alergia alimentar Intolerância alimentar Diarreia e deficiência de absorção de nutrientes Deficiência de crescimento e desnutrição Riscos desta fase: Oferta de alimentos desaconselháveis Risco de contaminação (manipulação) Oferta inadequada de micronutrientes Vitaminas, zinco e ferro Alimentos de transição: Início: 6º mês, até 11º mês oferecidos, inicialmente, em forma de papa evolução para pequenos pedaços Alimentos de consistência da família: Início: entre 10 meses e 1 ano mesma consistência e forma de preparação avaliar os hábitos alimentares da família Composição da dieta Equilibrada e variada Todos os tipos de macro e micronutrientes obs: carboidratos simples, gorduras saturadas e excesso de proteínas = doenças crônicas no futuro (obesidade, diabetes, dislipidemias, doença renal) 05/10/2015 14 Introdução da alimentação De forma gradual, sob a forma de papas; Consistência espessa (maior densidade energética); Permitir que a criança segure o copo ou a colher; A papa deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar; Oferecer um alimento novo por dia; Não se deve obrigar a ingerir, de imediato, um novo alimento introduzido; oferecer em outras oportunidades; Introdução da alimentação Cozinhar com pouca água e pouco óleo (preservação dos nutrientes); Alimentos com casca: cuidado com a higienização Frutas – descascar Vegetais – cozinhar Oferecer água potável à criança ou suco de fruta natural; não usar mamadeira; obs: evitar o consumo acima de 240ml/dia – interfere na alimentação Orientar higiene oral após as refeições. Papa de frutas frutas in natura; frutas em forma de papas; amassadas ou raspadas, dadas com colher; não adoçar a papa; 2 papas por dia (manhã e tarde); nenhuma fruta é contra-indicada. Papa principal (papa salgada) 6º mês: no horário do almoço ou jantar. 7º mês: no horário do almoço e jantar. A refeição deve conter os seguintes alimentos: cereais ou tubérculos leguminosas carne (vaca, frango, porco, peixe ou vísceras, em especial o fígado) hortaliças (verduras e legumes) Papa principal (papa salgada) Primeiras papas: pode-se misturar os alimentos; Posteriormente, alimentos oferecidos separadamente, para que a criança identifique os vários sabores e, dessa forma, aceite-os; Carnes: picadas ou desfiadas; Legumes: em forma de purê; a consistência deve ser progressivamente aumentada. Óleo vegetal:baixas quantidades Sal e temperos industrializados: não devem ser usados!! Componentes da Papa salgada Cereal ou tubérculo Leguminosa Proteína animal Vitaminas e Minerais Arroz Feijão Carne bovina Legumes Milho Soja Vísceras Verduras Macarrão Ervilha Frango Frutas Batata Grão-de-bico Ovos Mandioca Lentilha Peixe Inhame Carne suína Cará 05/10/2015 15 Esquema alimentar para crianças em AM Mães que não amamentam: intercalar as papas com as fórmulas infantis de 3 em 3 horas Alimentos que não devem ser consumidos Alimentos industrializados pré-prontos, refrigerantes, café, chás, embutidos, etc; Mel (Clostridium botulinum); Açúcar e sal; Leite de vaca não é apropriado antes dos 12 meses; Alimentos que provocam engasgo: amendoim, pipoca, bala. Alimentos que podem ser consumidos Feijão, ovo inteiro (clara e gema) e peixe após os 6 meses de idade. Posso armazenar a papinha para oferecer outro dia? Papinhas podem ser congeladas ou armazenadas na geladeira. Em geladeira (24 horas), em freezer (1 mês). Cuidado com as condições de higiene da geladeira. Armazenar em potes de vidro ou plástico (sem bisfenol), esterilizados. Não congelar: maionese, ovos, vegetais crus. Para servir a papinha: 1 dia antes, retire do freezer e coloque-a na geladeira. No dia seguinte, aqueça em fogo baixo e sirva. Considerações finais Prestar atenção aos sinais de saciedade da criança e não superalimentá-la. Lactentes têm capacidade de auto-regular a sua ingestão calórica total. Diante da impossibilidade do aleitamento materno, deve-se utilizar fórmula infantil que satisfaça as necessidades desse grupo etário. Estimular os hábitos alimentares e o estilo de vida adequados para toda a família. Pesquisa Ambulatório de Pediatria – UFTM (2013) Conhecimento sobre alimentação complementar 45 pais e responsáveis, período de 2 semanas 26,5% adoçam as papas de frutas com mel ou açúcar 29% temperam a papa principal com sal 35% não sabiam qual o mês correto para iniciar a introdução dos alimentos 38% acreditavam que o aleitamento deveria ser interrompido 40% utilizam liquidificador ou peneira 64,5% não sabiam que qualquer fruta pode ser oferecida à criança 91% não incluem ovo, peixe ou feijão na papa principal 05/10/2015 16 Pré-escolar: 2 a 6 anos Escolar: 7 a 10 anos Adolescência: 10 a 20 anos de idade TGI bem desenvolvido/ capacidade gástrica Aprimoramento progressivo do sentido de sabor e preferências alimentares Rompimento da dependência materna Influência do meio externo (mídia) Escola: forte influência • Características Gerais: • Crianças que receberam AM e alimentação complementar em momento oportuno: maior probabilidade de manter os hábitos adquiridos • Velocidade de crescimento e ganho de peso inferior ao do lactente! • Decréscimo nas necessidades nutricionais e no apetite! • Características Gerais: • Diminuição do apetite e da ingestão alimentar • Limitam a variedade de alimentos ingeridos! Família Inapetência Uso de técnicas estimuladoras do apetite • Características Gerais: • É importante conhecer: 1. Alterações do comportamento alimentar 2. Comportamento alimentar inadequado 3. Fornecer orientações gerais Não costumam aceitar os alimentos DESCONHECIDOS rapidamente – NEOFOBIA Oscilação na aceitação dos alimentos e rejeição a alguns Preferências repetitivas por determinados alimentos Novas preferências alimentares: processo de aprendizagem (é necessário oferecer várias vezes o mesmo alimento, de 8 a 10 vezes) 05/10/2015 17 Inicia-se o processo de escolha: imitação na seleção de alimentos Se a criança repele um alimento por várias vezes – substituí-lo por outro de igual valor nutricional (exemplo: não aceita o leite - fornecer o queijo ou iogurte) A criança valoriza as atividades lúdicas (andar, mexer em objetos espalhados pela casa) A alimentação fica em segundo plano O apetite varia em função: atividade física, ambiente, refeição anterior, situação física e psíquica Forma da apresentação dos alimentos (cor, textura, aroma) Permitir que a criança controle a ingestão Sempre que possível, permitir que a mesma se sirva OBSERVAR : Conflitos nas relações familiares Chamar a atenção dos pais!!! Recompensas Chantagens Subornos Punições RECUSA ALIMENTAR DA CRIANÇA Disciplinar os horários das refeições Intervalos suficientes para que a criança sinta fome Cinco a seis refeições diárias: café da manhã, lanche1 , almoço, lanche 2 , jantar e ceia Tempo definido e suficiente para cada refeição Tamanho das porções dos alimentos – de acordo com o grau de aceitação da criança Criança não deve ser obrigada a comer tudo que esta no prato Sobremesa não é recompensa Não proibir refrigerantes e guloseimas mas deixar consumi-los em ocasiões especiais: aniversários, comemorações A criança deve ter seu lugar à mesa Ela observará o comportamento alimentar da família Controlar a ingestão de líquidos durante a refeição Ambiente calmo, tranquilo, sem TV ou outro aparelho ligado e que ofereça distração Envolver a criança no processo de preparação do alimento, sempre que possível (na compra no supermercado, nas preparações, no servir) Variação: cores , texturas, apresentação dos pratos 05/10/2015 18 Características Gerais: Maior atividade física Ritmo de crescimento constante Ganho de peso mais acentuado com a proximidade do estirão Crescente independência familiar Influencias externas Maior ingestão alimentar (apetite voraz) Características Gerais: Melhor aceitação das preparações alimentares Possuem vontade própria: são capazes de selecionar e comer sozinhos Início do comportamento sedentário (computador, videogame, tablet, celular) A escola ganha papel de destaque na orientação da criança OBS: profissionais de saúde devem ser atuantes nas políticas públicas de alimentação escolar Características Gerais: A entrada na Escola: autonomia alimentar! Consolidação de hábitos alimentares Importância da Escola Intervenção de fatores: Ambientais/culturais Características Gerais: A entrada na Escola: transição social intragrupos Família Escola Imitação Influência dos amigos, e da família também Processo de socialização: novos hábitos alimentares Cantinas saudáveis Opções saudáveis para a escola: A família preparar o próprio lanche da criança Fatores que afetam a alimentação adequada: Aparência dos pratos Quantidade de comida Combinação dos alimentos Bom exemplo familiar Alimentação saudável Alimentos de todos os grupos Proporções adequadas Variedade de alimentos Produtos frescos e da época 05/10/2015 19 1. Ingestão de nutrientes em quantidade e qualidadeadequadas ao crescimento e desenvolvimento desta faixa etária 2. Alimentação variada, que inclua todos os grupos alimentares, conforme as DRIs, evitando-se o consumo de refrigerantes, balas e outras guloseimas 3. Consumo diário e variado de frutas, verduras e legumes, ótimas fontes de calorias, minerais, vitaminas hidrossolúveis e fibras 4. Consumo restrito de gorduras saturadas e trans para profilaxia de aterosclerose e doença coronariana na vida adulta 5. Controle da ingestão de sal (5g/dia) para prevenção de hipertensão arterial 6. Consumo adequado de cálcio para formação adequada da massa óssea e profilaxia da osteoporose na vida adulta 7. Controle do ganho excessivo de peso através da adequação da ingestão de alimentos ao gasto energético e desenvolvimento de atividade física regular 8. Orientar o escolar e sua família sobre a importância de ler e interpretar corretamente os rótulos de alimentos industrializados. 9. Evitar a substituição de refeições por lanches. 10. Reduzir o tempo gasto com atividades sedentárias (TV, videogame e computador). Limitar o tempo com essas atividades – no máximo, 2 horas/dia. fabio_uftm@hotmail.com
Compartilhar