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DIREITO CIVIL III

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1- João, agricultor, fez um contrato de mutuo federatício no BASA, para custear lavoura de arroz. Cabe informar que o pagamento do empréstimo daria com a colheita, contudo, esta se perdera em razão de uma prolongada seca entre os meses de novembro à março deste ano. Em razão dos fatos a cima descritos anteriormente verificou-se que João não tenha bens a cumprir com o contrato, assim como advogado do mesmo ache a saída jurídica plausiva para o caso.
R: Por ter ocorrido  um fato imprevisível ( a seca) a prestação tornou-se excessivamente onerosa. Então , João deverá recorrer ao judiciário para obter alteração da convenção e condições mais humanas. Aplica-se a cláusula rebus sic stantibus e da teoria da imprevisão.
2 – Marta celebrou contrato de aluguel com Ana, por um período de 36 meses, registrando o pacto no cartório de registro de imóveis. No curso do contrato de locação, Adão ofereceu o valor de 200 mil reais pela compra do imóvel de Marta. Com base nos fatos, responda:
a) Como Ana poderá assegurar o contrato de compra e venda, sem desrespeitar o contrato de locação em curso?
R: poderá celebrar com João um contrato preliminar de compra e venda, postergando o registro do imóvel para a data do termo do contrato de locação. 
b) Estando assegurado o contrato de compra e venda, o que acontecerá se Marta desistir de transferir o imóvel para Adão, resolvendo renovar o contrato de locação com Ana?
R: o pré-contrato faz gerar o direito ao contrato definitivo, conforme o art. 463. Dessa forma, Adão poderá solicitar a outorga da escritura definitiva de compra e venda. Não sendo cumprido, poderá ainda solicitar a adjudicação do bem imóvel, nos termos do art. 1418. 
3 – André celebra um contrato com Bruno nos seguintes termos: “André pagará 2 mil reais a cada mil grãos de café colhidos por Bruno”. No dia estipulado, Bruno anuncia que não foi possível realizar a colheita dos mil grãos. Com base nos fatos, responda:
a) Qual a modalidade do contrato em que as partes assumem o risco sobre a quantidade da prestação?
R: trata-se de contrato aleatório, da modalidade emptio rei speratae (art. 459). 
b) No caso em tela, se André tivesse assumido expressamente o risco pela quantidade, quais  os efeitos jurídicos seriam gerados?
R: André deveria pagar os dois mil reais, mesmo sem a contraprestação.
c) E se, tendo André assumido o risco, Bruno deixasse de realizar a colheita, ao argumento de que estava em viagem de férias?
R: nesse caso, tendo havido culpa do devedor, o credor ficará isento de sua obrigação, não havendo que pagar os dois mil reais acordados (art. 459, parte final). 
4 – A escola X celebra um contrato de prestação de serviços com uma empresa promotora de eventos. Em uma das cláusulas contratuais, a empresa se comprometeu a realizar o show da banda “Os imundos” na festa de encerramento de ano da escola. 
a) É possível, conforme o Código Civil, essa figura contratual?
R: sim, trata-se de promessa de fato de terceiro, com previsão nos artigos 439 e 440.
b) Qual a consequência para a promotora de eventos caso a banda se negue a realizar o show?
R: segundo o artigo 439 do CC, aquele que se comprometeu por fato de terceiro responderá por perdas e danos caso este não execute. 
5 – Rita adquiriu de Antonio uma motocicleta, sem ter, antes feito uma revisão. Ao utilizá-la, percebeu que o ponteiro do combustível estava quebrado e comunicou o fato a Antonio, buscando a rescisão do contrato. Este, orientado por seu advogado, disse que nada poderia fazer, visto que Rita tinha condições de perceber o vício. 
a) Agiu bem o advogado de Antonio?
R: sim; por se tratar de vício aparente, não incidirá as regras do vício redibitório (art. 441).   
b) Se o vício tivesse sido no motor que apresentasse superaquecimento nos aclives, Rita estaria melhor amparada pelo direito?
R: sim; sendo vício oculto, existe a garantia dos vícios redibitórios ínsita a todos os contratos comutativos. 
6 – Beatriz comprou um veículo alienado em hasta pública. Posteriormente, teve seu veículo apreendido por ato administrativo oriundo da delegacia, em razão de o veículo ser de procedência criminosa. Você, como advogado de Beatriz, qual providência tomaria?
R: caberá alegação de evicção, nos termos do artigo 447, podendo Beatriz pleitear a rescisão do contrato, sem prejuízo das perdas e danos. Conforme maioria doutrinária, responderá o executado do processo onde houve a hasta pública e, subsidiariamente, o exequente. 
7 – O hospital privado “Rainha da Sucata” alugou um imóvel de Emanuel pelo prazo de 36 meses. Antes do termo contratual, instalou-se uma pista de pouso de aviões de caça nas redondezas do hospital, de forma a prejudicar o ambiente hospitalar. Poderá o hospital solicitar a extinção do contrato antes do prazo final? Explique. 
R: sim, poderá o hospital solicitar a resolução por inexecução involuntária, visto que a locação se tornara imprestável, sem culpa do locador. 
8-Ticio doou a seu amigo Caio um cavalo de raça Manga Larga, avaliado em 30 mil reais. Após dois meses da doação Caio descobriu que o presente, ou seja, o cavalo continha uma doença congênita, onde procurou Tício para trocá-lo. Pergunta-se, Tício está obrigado a trocar este animal? Por que? Fundamente  sua resposta.
R: Não, porque se trata de uma doação pura, o beneficiário da liberalidade, nada tendo pago, não tem porque reclamar. O artigo 552 do Código Civil diz:
O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conseqüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.

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