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07/11/2017 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA \TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA… http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3Fnome_comarca%3DTribunal%2Bde%… 1/6 Número do processo: 70073199705 Comarca: Comarca de Gravataí Data de Julgamento: 26/10/2017 Relator: Cláudia Maria Hardt PODER JUDICIÁRIO ---------- RS ---------- ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA CMH Nº 70073199705 (Nº CNJ: 0084085-16.2017.8.21.7000) 2017/Cível APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. EXTINÇÃO POR INÉPCIA DA INICIAL. Ainda que, reiteradamente, intimada para emendar a inicial, indicando de modo claro e fundamentado os contratos, cláusulas e encargos contratuais que pretende fossem revisados, sanando irregularidades e defeitos capazes de dificultar o julgamento da demanda, deixou a parte autora de atender tais determinações judiciais. A manutenção da decisão pelo indeferimento da inicial, por inépcia, é medida que se impõe. Sentença confirmada. APELO DESPROVIDO. Apelação Cível Décima Sexta Câmara Cível Nº 70073199705 (Nº CNJ: 0084085-16.2017.8.21.7000) Comarca de Gravataí MONEGO E FONSECA LTDA APELANTE PAULO RENATO MONEGO FONSECA APELANTE IZABEL CRISTINA FONSECA APELANTE BANCO BRADESCO S.A. APELADO ACÓRDÃO 07/11/2017 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA \TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA… http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3Fnome_comarca%3DTribunal%2Bde%… 2/6 Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao apelo. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes Senhores Des.ª Ana Maria Nedel Scalzilli (Presidente) e Des. Paulo Sergio Scarparo. Porto Alegre, 26 de outubro de 2017. DES.ª CLÁUDIA MARIA HARDT, Relatora. RELATÓRIO Des.ª Cláudia Maria Hardt (RELATORA) Trata-se de recurso de apelação interposto por MONEGO E FONSECA LTDA, PAULO RENATO MONEGO FONSECA e IZABEL CRISTINA FONSECA em face da sentença que indeferiu a petição inicial da demanda que haviam ajuizado em face de Banco BRADESCO S/A, a qual se deu nos seguintes termos (fl. 59): MÔNEGO E FONSECA LTDA, PAULO RENATO MONEGO FONSECA E IZABEL CRISTINA FONSECA ingressaram com pedido revisional em face de BRADESCO S/A. Inicialmente o autor ingressou com pedido cautelar, visando a suspensão do leilão aprazado para 31/08/2016. Posteriormente os autores aditaram o pedido, transformando-o em revisional, mantendo a tutela provisória para suspensão do leilão. Foi determinado novo aditamento, porque não atendidos os requisitos do art. 285-B do CPC de 1973, com seu equivalente no novo no art. 330 § 2º do CPC. Intimada, a parte alega nada ter a emendar, pois não há débitos em função dos pagamento feitos, fato que os extratos bancários poderão comprovar. Vieram os autos para exame do pedido inicial. É O RELATO. PASSO A DECIDIR. Pretende o autor a revisão do contrato. Juntou o contrato que pretende revisar. Contudo, não atendeu o disposto no art. 330, §2º do CPC. Não apresentou cálculo e não especificou as cláusulas que pretende controverter. Intimado para emendar a inicial, negou-se com a justificativa de que não há saldo devedor. Observo que os contratos acostados aos autos dizem respeito à Cédula de Crédito Bancário- Empréstimo para Capital de giro, e duas renovações, nas quais o houve redução do saldo devedor e dos juros. Os juros aplicados nas avenças estão abaixo dos praticados no mercado, não se verificando abusividade. De qualquer forma, o aditamento da inicial não atende o disposto no § 2º do art. 319 e seguintes do CPC, não esclarece quais as cláusulas que pretende controverter, fazendo ilações genéricas, restando claro que o único objetivo seria a suspensão do leilão do imóvel. Assim, não cumprida a determinação imposta, imperativo o indeferimento da inicial. Neste sentido, a jurisprudência: 07/11/2017 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA \TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA… http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3Fnome_comarca%3DTribunal%2Bde%… 3/6 (...) (Apelação Cível Nº 70067686410, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mylene Maria Michel, Julgado em 16/06/2016) Em face do exposto, INDEFIRO A PETIÇÃO INICIAL, forte no art. 485, I, do CPC. Custas pela parte autora. Transitado em julgado, arquive-se com baixa. Em suas razões recursais (fls. 61/69), requereu a parte autora a reforma integral de tal decisão, a qual não teria analisado a contento a lide sobre todos os seus ângulos – com o que presente cerceamento de defesa. Em preliminar, disse ter causado estranheza a fundamentação acerca do artigo 319, §2º, do CPC, eis que estaria a parte insurgente impossibilitada de juntar os extratos, com o que não conseguiam demonstrar com exatidão os valores pagos à parte adversa. Referiu, ainda, que durante grande parte destas sucessivas (re)negociações, Paulo Renato sofria com problemas de depressão, com o que não em perfeita sanidade, não gozando àquela altura de plena consciência mental – tendo tentado tirar a própria vida por duas vezes. Reclamou da dissonância entre o valor apontado como pelo imóvel dado em garantia, muito inferior ao de mercado – tanto que, mesmo mediante preço vil, acabou não sendo adquirido nas praças públicas realizadas. Disse descabido que imóvel com valor, àquela altura, de mais de R$2.000.000,00 , fosse servir de garantia para mútuo de apenas R$150.000,00. Apontou como descabidas as repetidas determinações do juízo originário para emenda da vestibular, reclamando que os valores ofertados pela instituição financeira em comparação às condições de pagamento não eram equânimes – com o que é sabido por todos que os documentos ofertados aos consumidores possuem letras minúsculas, para passarem despercebido os abusos, levando a erro. Reeditou ter havido flagrante cerceamento de defesa em exigir dos consumidores a apresentação de documentos em posse da instituição financeira – a qual, nitidamente, obstruía a oferta. Apontou que o bem posto como garantia era bem de uma família – ainda mais não podendo ser tomada por dívida inferior a 25% de seu valor de mercado. Ao final, requereu a parte apelante a concessão de JG, eis que a dívida discutida na presente os teria levado à falência, estando a empresa desativada e sem funcionamento, situação agravada pelo estado de saúde mental de Paulo Renato, para que fosse julgado o recurso, com a reforma da decisão extintiva. Os autos vieram à apreciação desta Corte, sendo-me distribuídos por sorteio. Determinada a retificação na autuação realizada em 2º grau, eis que a parte recorrida não é a que constou (BRADESCO AUTO/RE CIA DE SEGUROS), mas sim Banco BRADESCO S/A, esta foi realizada. Intimados os apelantes para demonstrar fazer jus à concessão do benefício da gratuidade de justiça, com a juntada aos autos de provas fidedignas de que a pessoa jurídica está desativada, bem como, a Paulo Renato e Izabel, fossem juntadas aos autos cópias das três derradeiras declaração ao Fisco (IR), além de despesas mensais regulares que façam crer também fazer jus ao benefício, vieram aos autos documentação da empresa, bem como menção de que eram isentos da obrigação de ofertar declaração à Receita Federal. É o relatório. VOTOS Des.ª Cláudia Maria Hardt (RELATORA) 07/11/2017 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA\TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA… http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3Fnome_comarca%3DTribunal%2Bde%… 4/6 De início, ante a documentação acostada que dá conta da inatividade da empresa, bem como indica a ausência de oferecimento de declaração de Imposto de Renda, defiro a AJG para fins recursais (eficácia ex nunc), ante o requerimento em razões recursais efetivado. Não merece acolhida a inconformidade. Para evitar desnecessária tautologia, reitero os termos trazidos na sentença já colacionada aos autos. O artigo 330, §2º, do CPC/15 – acerca da petição inicial - assim dispõe: Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: (...) §2º. Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. Tal determinação busca evitar o ajuizamento de ações sem um mínimo de compromisso com o processo, de modo a trazer eficácia ao processo civil. Assim, notadamente, dever ser individualizada a abusividade e a especificação do que se pretende readequar no contrato. A propósito, Humberto Theodoro Júnior1: O processo civil deve-se inspirar no ideal de propiciar às partes uma Justiça barata e rápida, do que se extrai a regra básica de que “deve-se tratar de obter o maior resultado com o mínimo de emprego de atividade processual. Note-se que o ordenamento jurídico vigente não admite mais a simples alegação genérica e indefinida da existência de alguma lesão de direito. Tanto isso é verdade que o artigo 319,IV, do CPC/16, traz que “a petição inicial indicará o pedido com as suas especificações.” Daí porque a parte que busca em juízo demanda revisional deve indicar com mínimo de detalhes as abusividades supostamente sofridas, individualizando eventuais cobranças indevidas. Resulta, pois, inadmissível a formulação de pretensão genérica sem os requisitos exigidos pela lei. Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO. DESCUMPRIMENTO DO ART. 330, §2º, do CPC/15. A presente ação foi ajuizada em 30.09.2016, quando já vigente o artigo 330, §2º, do CPC/15, portanto, aplicáveis as respectivas disposições pertinentes. No ajuizamento da ação revisional cabe, obrigatoriamente, ao autor especificar as cláusulas que pretende revisar e quantificar o valor incontroverso. O valor incontroverso não pode ser um valor aleatório. Até porque, a parte tem conhecimento, ou pelo menos deveria ter, do valor por ela contratado. A indicação deste valor deve ser feita na inicial de modo contábil, para cada operação, indicando o valor recebido pelo empréstimo ou operação de crédito e sobre ele aplicando as taxas e valores que defende na ação revisional, e de acordo com o entendimento em decisões repetitivas do Colendo STJ acerca da questão (juros remuneratórios, capitalização dos juros, etc.) O artigo 330, § 2º do CPC/15 se refere a empréstimo e financiamento, isso é, em caráter genérico, independente da modalidade de crédito contratada, porquanto tais operações, quaisquer sejam, de crédito rotativo, são uma espécie de empréstimo e/ou financiamento. Desse modo, é de ser aplicado o referido dispositivo às demais contratações de crédito rotativo, conforme a jurisprudência deste Tribunal. No caso, embora descumprido o estabelecido no artigo 330, §2º, do CPC/15, não houve intimação prévia do autor para ele emendar a inicial, sendo imperiosa a desconstituição da sentença, 07/11/2017 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA \TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA… http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3Fnome_comarca%3DTribunal%2Bde%… 5/6 de ofício (artigo 321 do novo CPC). SENTENÇA DESCONSTITUÍDA, DE OFÍCIO. APELAÇÃO CÍVEL PREJUDICADA. (Apelação Cível Nº 70074213745, Vigésima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Maraschin dos Santos, Julgado em 26/07/2017) APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO REVISIONAL. REQUISITOS DA INICIAL. REVISIONAL. FUNDAMENTOS DO PEDIDO. A inicial da ação revisional de contrato de empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil deve discriminar, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o valor incontroverso. A irregularidade é sanável. - Circunstância dos autos em que foi oportunizada a emenda da inicial; a parte não cumpriu com o determinado; e se impõe manter a sentença. RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70073926560, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Moreno Pomar, Julgado em 29/06/2017) APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. EXTINÇÃO POR INÉPCIA DA INICIAL. Caso em que a parte autora, intimada para emendar a inicial, indicando de modo claro e fundamentado os contratos, cláusulas e encargos contratuais que pretende sejam revisados, sanando irregularidades e defeitos capazes de dificultar o julgamento da demanda, deixou de atender à determinação judicial, o indeferimento da inicial, por inépcia, é medida que se impõe. SENTENÇA CONFIRMADA. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70069390003, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, Julgado em 16/02/2017) No caso concreto, restou a parte autora intimada a adequar o feito ao rito ordinário (fl. 41), depois para emendar a vestibular, a indicar as cláusulas que pretendiam controverter, apresentando cálculo com o valor incontroverso, e oferecendo depósito judicial desta quantia (fls. 49/51). Já à fl. 55, sobreveio nova determinação para emenda. Só então, inobservadas as determinações judiciais é que lançada a sentença de indeferimento da inicial – tendo sido obedecido, portanto, o artigo 321 do CPC/15: Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Assim, considerando o desatendimento à determinação judicial, correta a decisão que julgou extinta a ação. Feitas essas considerações, nego provimento ao apelo e confirmo a sentença por seus próprios fundamentos. Des.ª Ana Maria Nedel Scalzilli (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a). Des. Paulo Sergio Scarparo - De acordo com o(a) Relator(a). DES.ª ANA MARIA NEDEL SCALZILLI - Presidente - Apelação Cível nº 70073199705, Comarca de Gravataí: "NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME" Julgador(a) de 1º Grau: KEILA SILENE TORTELLI 07/11/2017 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA \TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA… http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3Fnome_comarca%3DTribunal%2Bde%… 6/6
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