Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Rossana Fisciletti – rossanafisciletti@gmail.com Questão para fixação – Tema: Bens A CASA “Era uma casa, muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede...” (Trecho da música, „A Casa‟, de Vinícius de Moraes). Situado no bairro de Comendador Soares em Nova Iguaçu, um terreno abandonado foi habitado por João de Barros Filho, que sempre viveu de favor na casa de parentes. Com muito sacrifício e ajuda de amigos, João comprou cimento, tijolos, pisos, telhas, etc. Sozinho construiu uma casa de 200m2. No quintal plantou algumas árvores e fez um jardim, onde colocou um banco de três lugares de madeira de demolição feito por ele mesmo, com a seguinte frase entalhada nas costas: Deus é fiel! Algum tempo depois, João comprou um automóvel, Monza Preto de 1995, em bom estado. Cinco anos depois, após fortes chuvas, João precisou remover uma das telhas da casa para reparo, recolocando-a no lugar, após o conserto. Com base neste caso: a) Explique a classificação de bens móveis e imóveis, observando os seguintes bens: a casa, os materiais de construção e as árvores plantadas por João. b) Como classificar a telha da casa de João? c) Como classificar o banco de madeira feito por João? d) Como classificar o carro e o combustível do carro de João? e) João pode fazer com que o terreno integre seu patrimônio? Por quê? Pode-se aplicar a teoria do patrimônio mínimo. Im a g e m : re fo rm as ec o n st ru ca o .c o m .b r Questão para fixação – Tema: Bens PROCURA-SE MEL COISA COMUM # COISA PERDIDA # COISA ABANDONADA # COISA DE NINGÚEM res commune omnium res perdicta res derelicta res nullius 1) Fundamente, de acordo com o Código Civil, a recompensa prometida. 2) Estabeleça a diferença entre coisa comum, coisa perdida, coisa abandonada e coisa de ninguém. 3) Caso alguém encontre a Mel e não queira devolvê-la, estaria cometendo alguma infração? 4) Em relação aos bens, como podemos classificar a cadelinha Mel? F o n te : p ro cu ra se ca ch o rr o .u o l. co m .b r JURISPRUDÊNCIA – Patrimônio Mínimo Processo. REsp 621399 / RS -RECURSO ESPECIAL - 2003/0221656-9. Relator: Ministro LUIZ FUX (1122). Órgão Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA. Data do Julgamento: 19/04/2005. Data da Publicação/Fonte: DJ 20/02/2006 p. 207 Ementa; PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL MOVIDA EM FACE DE BEM SERVIL À RESIDÊNCIA DA FAMÍLIA. PRETENSÃO DA ENTIDADE FAMILIAR DE EXCLUSÃO DO BEM DA EXECUÇÃO FISCAL. POSSIBILIDADE JURÍDICA E LEGITIMIDADE PARA O OFERECIMENTO DE EMBARGOS DE TERCEIRO. É BEM DE FAMÍLIA O IMÓVEL PERTENCENTE À SOCIEDADE, DESDE QUE O ÚNICO SERVIL À RESIDÊNCIA DA MESMA. RATIO ESSENDI DA LEI Nº 8.009/90. 1. A lei deve ser aplicada tendo em vista os fins sociais a que ela se destina. Sob esse enfoque a impenhorabilidade do bem de família visa a preservar o devedor do constrangimento do despejo que o relegue ao desabrigo. 2. Empresas que revelam diminutos empreendimentos familiares, onde seus integrantes são os próprios partícipes da atividade negocial, mitigam o princípio societas distat singulis, peculiaridade a ser aferida cum granu salis pelas instâncias locais. 3. Aferida à saciedade que a família reside no imóvel sede de pequena empresa familiar, impõe-se exegese humanizada, à luz do fundamento da república voltado à proteção da dignidade da pessoa humana, por isso que, expropriar em execução por quantia certa esse imóvel, significa o mesmo que alienar bem de família, posto que, muitas vezes, lex dixit minus quam voluit. 4. In casu, a família foi residir no único imóvel pertencente à família e à empresa, a qual, aliás, com a mesma se confunde, quer pela sua estrutura quer pela conotação familiar que assumem determinadas pessoas jurídicas com patrimônio mínimo. 5. É assente em vertical sede doutrinária que "A impenhorabilidade da Lei nº 8.009/90, ainda que tenha como destinatários as pessoas físicas, merece ser aplicada a certas pessoas jurídicas, às firmas individuais, às pequenas empresas com conotação familiar, por exemplo, por haver identidade de patrimônios." (FACHIN, Luiz Edson. "Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo", Rio de Janeiro, Renovar,2001, p. 154). 6. Em consequência "(...) Pequenos empreendimentos nitidamente familiares, onde os sócios são integrantes da família e, muitas vezes, o local de funcionamento confunde-se com a própria moradia, DEVEM BENEFICIAR-SE DA IMPENHORABILIDADE LEGAL." [grifo nosso] 7. Aplicação principiológica do direito infraconstitucional à luz dos valores eleitos como superiores pela constituição federal que autoriza excluir da execução da sociedade bem a ela pertencente, mas que é servil à residência como único da família, sendo a empresa multifamiliar. 8. Nessas hipóteses, pela causa petendi eleita, os familiares são terceiros aptos a manusear os embargos de terceiro pelo título que pretendem desvincular, o bem da execução movida pela pessoa jurídica. 9. Recurso especial provido.
Compartilhar