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Processo Penal

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Processo Penal. 
Introdução:
O processo penal é o instrumento pelo qual o Estado exerce seu poder jurisdicional. Assim como decorre dos princípios basilares da República e do Estado Democrático de Direito, o Estado e somente o Estado detém o “ius puniende”, que decorre do poder jurisdicional do Estado de dirimir conflitos e dizer direitos ao caso concreto, não delegando a outrem tal prerrogativa que é inerente ao poder público, por meio do poder judiciário. 
Princípios Processuais Penais. 
Princípio da Verdade Real
Tendo em vista que o direito penal deverá ser utilizado em última ratio, o jus puniendi estatal deve ser dirigido somente àquele que comete infração penal. O direito penal, como minimalista e utilizado em última instância, que tem como entendimento a presunção de inocência absoluta do acusado antes de sentença transitada em julgada condenatória, decorre o entendimento de que o direito presumido às partes, é a busca pela verdade ao fato pretérito ao processo, ou seja, tratando-se de processo penal, os mecanismos legalmente atribuídos a ambas as partes é a possibilidade de ambas refutarem e buscarem a verdade absoluta que decorreu ao fato que ensejou o litígio, ou seja, o crime. Tal prerrogativa não incidirá somente às partes do processo, mas também estenderá ao juiz, mediante ofício, a requisição da produção de provas, com o intuito de buscar a verdade real dos fatos pretéritos às demandas judiciais. 
Princípio do Devido Processo Legal
O princípio do devido processo baseia-se em um dos princípios trazidos pela Magna Carta editada pelo Monarca Inglês João Sem Terra em 1215, João sem terra conferiu diversas garantias a seus súditos, em um dos trechos extraídos de tal manifesto, este preceituou que ninguém teria suas liberdades cerceadas ou bens conscritos sem um devido processo legal, conhecido como “due process of law” em países anglo-saxões, ou seja, ninguém terá seus bens retidos ou liberdade violada, senão mediante de um instrumento jurídico que permite ao réu defender-se daquilo que lhe é imposto e sendo sancionado com as leis vigentes à época de sua condenação. 
No direito contemporâneo, o devido processo legal se desdobra em diversos princípios, nos quais trata o réu como presumidamente inocente perante a lei até o trânsito em julgado, confere o direito ao contraditório e a ampla defesa, etc. 
 Princípios da Ampla Defesa e do Contraditório
Princípios que decorrem do devido processo legal, o indivíduo que litiga judicialmente tem o direito à controverter todos os pontos daquilo que lhe é imputado, em decorrência da previsão legal, como por exemplo, recursos, manifestações acerca de provas, produzidas, etc, ou daquilo que a lei não veda. Nada mais é, do que a possibilidade jurídica do querelado/réu de um processo penal escudar-se daquilo que lhe é pugnado. 
Presunção da inocência (não culpabilidade)
A presunção de inocência refere-se a não culpabilidade do indivíduo até o trânsito em julgado de ação penal condenatória. Tal princípio basilar ao direito penal é de suma importância ao Estado democrático de direito e é limitador ao estado, ora, pensemos, se houver a culpabilidade presumida e não a inocência, estaríamos diante de um Estado tirano, tal princípio preserva a sociedade livre, sendo a culpabilidade a exceção à regra da inocência e não vice-versa. 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Tem a celeuma fulcral de conferir ao indivíduo maior segurança jurídica, assim como é inerente à nossa condição de seres-humanos, o magistrado também poderá proferir sentença que não remetem à verdade real dos fatos, sendo conferido aos cidadãos a possiblidade de ter sua sentença prolatada em primeira instância, revista pelo órgão jurisdicional superior hierarquicamente a ele. Ademais, tal princípio evita a chancela de arbitrariedades praticadas pelo juiz natural de seu processo. 
Princípio da Publicidade
Em regra, o processo penal deve ser público, tratando-se de interesses ligados à ordem social, entretanto, há possibilidade do processo ser sigiloso, como em casos, onde a publicidade interferir na busca pela verdade real dos fatos, como por exemplo, em casos onde o testemunho de uma vítima for necessário ao processo e esta sentir-se coagida a depor em publico, também haverá a possibilidade, de ofício, de que quando a audiência pública perturbar a ordem ou puder resultar em escândalo, inconveniente grave, o juiz poderá fazê-lo. 
Há de salientar também que o inquérito policial será em regra, sigiloso, tratando-se de peça meramente informativa, não obstará se esta incorrer em silêncio, entretanto, o artigo 7º do Estatuto dos Advogados do Brasil preceitua que qualquer patrono de causa criminal terá acesso irrestrito aos autos do inquérito policial, para conferir melhor prestação jurídica ao investigado. 
Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por fins ilícitos ou ilegítimos
Provas obtivas de maneira ilícita, em regra, não são admitidas no ordenamento jurídico pátrio. Tal princípio resguarda o devido processo legal, no qual, preceitua o artigo 157, parágrafo 1º CPP: “São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais”. Ou seja, todas as provas ilegítimas ou ilícitas não terão peso ao processo, sendo consideradas inconstitucionais e incompatíveis às garantias constitucionais inerentes ao réu da ação penal, devendo essas sendo desentranhadas do processo. 
Provas ilegítimas: Afrontam o direito processual (São provas que contrariam o processo penal, ocorre na fase processual).
Provas ilícitas: Contraria o direito material, ocorre fora do processo (Ex: Tortura para a confissão de um crime, etc).
Existe também a possibilidade da prova ser lícita, mas a sua natureza ser ilícita. O ordenamento jurídico pátrio, de maneira quase uníssona, malgrado as opiniões em contrário, adotada a teoria dos frutos da árvore envenenada, na qual, inadmite provas lícitas obtidas de maneira ilícitas (Ex: grampo telefônico sem autorização judicial do réu da ação penal, com a admissão de culpa do que lhe é imputado).
Regras gerais CPP:
Artigo 1º CPP – Aplica-se a todo o território nacional (Não se admite extraterritorialidade) Em regra.
Entretanto, existem exceções previstas no próprio CPP, I- Os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II- Crimes de responsabilidade (Competência do Senado, Lei. 1079/50); III – Processo de competência militar; IV – Tribunal de exceção (nossa constituição não prevê expressamente acerca dos tribunais especiais); V- Os processos por crime de imprensa (O STF, por ADPF julgou a inconstitucionalidade desse dispositivo). 
Artigo 2º A lei processual penal em sede de “novatio leges”, terá sua aplicação imediata, surgindo seus efeitos, desde logo, a partir de sua vigência. Entretanto, as leis híbridas (leis mistas, que contenham regras de direito material e processual penal, não surtirão efeitos às condutas praticadas antes de sua vigência, em casos em que a lei prejudicar o agente da conduta (retroatividade maléfica); Ex: a lei de tráfico de drogas, com o advento da Lei 11.343/06, houve a majoração de diversas condutas no que se tange aos entorpecentes, portanto, nestes casos e em semelhantes, só poderá aplica-la às condutas posteriores à sua vigência). 
Artigo 3º A Lei Processual Penal insculpe a possibilidade da interpretação extensiva, analógica e quando a lei processual penal for omissa, haverá a possibilidade de suplementarmente recorrermos aos princípios basilares do direito.
Tipos de sistemas processuais penais:
1-) Inquisitorial: Tal sistema decorre de Estados Totalitários, no sistema inquisitorial, o mesmo órgão que acusa, defende e julga o acusado, ou seja, não há segurança jurídica, bem como as garantias processuais são suprimidas. 
2-) Acusatório: O sistema acusatório é o adotado pelo CPP/43, tal sistema confere a determinados órgãos o direito de acusação, investigação, julgamento e defesa ao acusado. (Ex: MP = acusa; Juiz = julga;Delegado (fase investigatória) = investiga; OAB/DF = Defende).
3-) Sistema Frances: Antes de haver a persecutio criminis, as partes que investigam, acusam e julgam ingressam com uma “audiência” preliminar, entre eles, para saber se há ou não viabilidade do ingresso a uma ação.
Persecutio Criminis = Persecução Penal (Investigação + ação judicial).
Regras gerais acerca da fase de investigação:
Não é obrigatório (poderá ser dispensável).
É inquisitivo (investigativo)
Escrito (lavrado a termo)
É sigiloso (a publicidade pode comprometer o andamento da investigação, entretanto, qualquer advogado que quiser ter acesso aos autos, poderá ter, de acordo com o artigo 7º do Estatuto dos adv). 
Quando a penal máximo em abstrato se der a partir de 02 anos, estaremos diante do inquérito policial, quando a pena em abstrato do crime investigado for menor de 02 anos, a peça terá o nome de “termo circunstanciado”.
Inquérito Policial 1º fase da persecução penal. 
É administrativo, pois ocorre antes da ação penal. Para a instituição do I.P, deve-se haver certeza do crime (prova de materialidade + indícios do crime), entretanto, não necessita de que haja certeza do sujeito do crime, mas meros indícios. 
Como já dito anteriormente, é I.P é uma peça dispensável ao processo (artos 12 e 39, parágrafo 5º, CPP), entretanto, servirá de embasamento à acusação, sendo importantíssima ao processo. Este ficará dispensável quando o promotor natural à acusação obtiver outro meio de prova, que o confira o direito à propositura da ação. 
O inquérito policial é inquisitivo, pois este não confere os princípios do contraditório e da ampla defesa, fato pelo qual, o acusado está somente sendo objeto de investigação, ou seja, até a presente fase, não há de se falar em contraditório ou ampla defesa, pois até então, não há queixa ou denúncia.
O delegado responsável pela investigação poderá requisitar a prisão preventiva do indiciado, e este ficará incomunicável por 3 dias, entretanto, esta incomunicabilidade não é absoluta, tendo em vista que o advogado tem o direito de comunicar-se com o sujeito objeto do inquérito policial. O advento da lei 13.245/16, houve alteração, antes do Estatuto da OAB, não era obrigatório a presença de um patrono ao acusado na fase inquisitiva, entretanto, com o advento de tal lei, tornou-se OBRIGATÓRIA a presença de um advogado ou defensor público.
Provas Perecíveis e urgentes 
As provas perecíveis e urgentes são aquelas que devam ser produzidas logo após a prática delitiva, fato pelo qual, estas podem vir a ruir pela deterioração temporal. As provas que foram colhidas na fase de inquérito não caberão o direito ao contraditório em regra, fato pelo qual as provas colhidas embasarão uma futura queixa ou denuncia. 
*Em relação à produção de provas, o MP participará na produção das provas, entretanto, fará controle externo dos atos policiais, fato pelo qual, em razão de suas prerrogativas constitucionais, o Ministério Público, antes da proposição da queixa ou denúncia não faz parte do inquérito como parte, mas tão somente como “custus leges”, ou seja, o MP faz controle externo das atividades policiais. 
*A queixa deverá ser prestada no Departamento Policial (Delegacia), não há limites para sua circunscrição, ou seja, se um crime foi acometido próximo à delegacia do Brooklin e a vítima optou por instaurar um inquérito na Delegacia próxima à sua casa, não haverá problema, entretanto, se houver resistência pela autoridade policial em instaurar o inquérito, esta estará cometendo crime de prevaricação, pois é dever funcional do Delegado de policia instaurar inquérito, independente de circunscrições territoriais, tendo em vista que não há limitação para isso. 
Instauração do Inquérito Policial (artº 5º CPP) – Espécies
De ofício
O inquérito policial poderá ser fixado de ofício pela autoridade policial, sempre que estes tiverem ciência do que ocorreu, não dependendo de provocação em dadas situações. 
 Poderá ser fixado por qualquer forma de que a autoridade tenha recebido a “notitia criminis” (ou notícia do crime, noticia do acontecimento). Decorrente à notitia criminis, a autoridade saberá dos delitos praticados nas seguintes formas: a) Cognição inicial: Quando a autoridade toma ciência do fato ocorrido imediatamente; b) Cognição mediata: Qualquer cidadão que toma ciência de tal conduta praticada leva à autoridade policial; C) Prisão em flagrante: Quando a pratica delitiva ocorrer e a autoridade policial prender mediante flagrante; D) Notícia anônima: Muito discutida doutrinariamente, a notícia autônoma dar-se-á quando o informante levar à polícia judiciária a ciência de uma pratica delitiva, entretanto, o faz sem exteriorizar sua identidade, quando isso ocorrer, haverá a necessidade de que haja uma investigação preliminar, para depois haver a instauração de inquérito policial. 
Por requisição
A instauração, segundo o artigo 5º, II, CPP, poderá dar-se por requisição, o MP ou TJ poderão requisitar o Delegado a instaurar o inquérito, quando ambos souberem de um crime e quiserem dar ensejo à fase investigatória. (Ex: Em hipóteses em que alguém mente em juízo, há a pratica de crime configurado, a autoridade judiciária reportará à autoridade policial acerca do crime cometido, este será investigado pela autoridade policial e dará ensejo a uma posterior queixa). Entretanto, é discricionariedade do policial iniciar ou não a investigação criminal, tendo em vista que não é ato vinculado e as autoridades judiciarias e acusatórias não ordenam, mas sim, requisitam, há a possibilidade do Delegado competente para a investigação escudar-se de dar início ao inquérito. 
III - Boletim de ocorrência (Requerimento do ofendido): 
Em hipóteses em que a própria vítima vai à Delegacia com o intuito de querer a instauração de uma investigação.
A vítima do crime ou infração poderá ela mesma representar-se na delegacia, entretanto, há a possibilidade de que outras pessoas façam por ela, denominado pela doutrina como “CADI” (cônjuge, ascendente, descendente e irmão).
Nas hipóteses em que a vítima ou o CADI requerem a instauração de uma investigação e o Delegado negar-se a receber a denúncia ou a instauração de inquérito, caberá recurso ao Delegado de Polícia, para que seja aberta sindicância contra o delegado que negou-se a instaurar o inquérito. 
O requerido ao expor o crime praticado, deve narrar os fatos, individualizando o indiciado ou sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser este o autor da pratica delitiva, a nomeação de testemunhas com a indicação de sua profissão, etc.
Quando houver despacho denegando a abertura de inquérito, caberá recurso o Chefe de Polícia. 
IV- Auto de prisão em flagrante
O auto é a peça que materializa a prisão em flagrante, após tal prisão processual, ocorrerão as devidas investigações para analisar o crime.
V- Representação
A representação é cabível em ações penais públicas condicionadas à representação. Nessas hipóteses as autoridades não poderão instaurar o inquérito de ofício; Somente poderá ser manifestado pela vítima o direito do início ao inquérito, ou seja, somente o ofendido terá o direito de se representar na Delegacia, entretanto, o CADI também poderá.
*A instauração de inquérito deverá terminar em 10 dias se o suspeito estiver preso, se estiver solto ou solto mediante fiança, a investigação dar-se-á em até 30 dias. (artigo 10 cpp).
*A autoridade poderá requerer a dilação de prazo quando o crime investigado for complexo. Tal dilação de prazo poderá ser requerida pela autoridade até o momento da prescrição do crime.
*Em ações penais publicas, tanto fará quem levar ao conhecimento da autoridade, portanto, qualquer um poderá comunica-la. 
*Tratando-se de ação penal publica que depender de representação, a autoridade policial não poderá fixar inquérito sem a representação da vítima ou CADI.
Atribuições da autoridade policial
Existem algumas atribuições que são conferidas por lei à autoridade policial que irá iniciar o inquérito. 
É competênciaà autoridade dirigir-se ao local, providenciando que não se alterem o estado das coisas, até a chegada da perícia. Uma das atribuições da autoridade é a manutenção da incolumidade das provas na investigação criminal, com o intuito de resguardar o local do crime, para que a perícia possa tomar as devidas providencias posteriormente. 
A apreensão dos objetos que tiverem relação com os fatos, de fato, para que um crime se solucione, é necessário a apreensão dos objetos que tiverem relação com os fatos, para que estes passem posteriormente por exames de DNA e todos os procedimentos necessários à resolução da pratica delituosa. 
Colher todas as provas –lícitas- que servirem para o esclarecimento do fato de suas circunstâncias também é atribuição da Delegacia que fixar o inquérito. 
Ouvir o ofendido, também é importantíssimo à resolução do conflito. Ademais, também caberá à autoridade ouvir o indiciado, devendo o termo ser devidamente assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura. O indiciado passará por interrogatório, para que a autoridade policial saiba de suas qualificações subjetivas (nome, local de residência, profissão, etc), bem como suas qualificações objetivas, o mesmo será interrogado acerca do crime praticado, entretanto, não será obrigado a dar detalhes ou a falar sobre isso, tendo em vista que o direito à ampla defesa o é garantido. 
Outra medida que é importantíssima ao processo e que deverá ser tomado pela autoridade é o procedimento para reconhecer pessoas (acareação, “colocar cara à cara”), de coisas etc. Determinar exames de corpo de delito (exame no objeto do crime) ou exames datiloscópicos (exame pericial em face do objeto que recai a conduta).
*O indiciado não terá acesso ao inquérito, quem terá será o advogado dele. 
*O delegado encerra o IP com um relatório, embora não seja necessário, poderá o delegado enviá-lo. 
*A emissão de opinião pessoal não acarreta em nulidade, bem como o equívoco do tipo penal do crime. 
*Importante ressaltar: O inquérito policial deverá conter a prova de materialidade e indícios de autoria. 
Inquérito enviado ao MP
*O delegado jamais poderá arquivar o inquérito, quem deverá arquivá-lo ou não é o destinatário (MP). 
Delegado de polícia MP Não arquivado = oferecimento da denúncia Juiz
Delegado de polícia MP Arquivado = não há oferecimento da denuncia O juiz poderá encaminhar ao PGJ
*Quando o inquérito é arquivado por insuficiência de provas, posteriormente, havendo novas provas, o inquérito poderá ser desarquivado até o momento em que o crime não estiver prescrito. 
* Se o Juiz entender que não é caso de arquivamento, de ofício poderá remeter ao PGJ (artigo 28). 
MP arquivou Juiz encaminha os autos ao PGJ Oferece denuncia pode conduzir o caso ou enviar a terceiros para que faça por ele. 
MP arquivou Juiz encaminha os autos ao PGJ Determina o arquivamento Juiz acata. 
*Outro caso de arquivamento do inquérito se dará pela extinção de punibilidade, morte do agente, prescrição, etc. Nestes casos, o MP peticionará ao juízo para a declaração do arquivamento. 
MP recebe a denuncia percebe que a denúncia é impossível peticiona ao juízo informando. 
*Quando a prova de mat. e indícios de aut. forem insuficientes, poderá o MP requisitar a diligência para a produção de novas provas, os autos retornam à delegacia e o Delegado é responsável pela obtenção de novas provas. 
MP recebe a denúncia constata a insuficiência de provas requisita a diligência para a obtenção de novas provas. 
*Após o recebimento do IP, o promotor terá 5 dias se o réu for preso ou 15 dias se o réu estiver solto ou afiançado para arquivar ou oferecer a denúncia ou queixa crime, entretanto, se tal prazo escoar-se, não gerará a preclusão para a propositura destas. 
*Segundo o artigo 129, I, CF, é função do MP promover, privativamente ação penal, nos termos da lei. Princípio da obrigatoriedade. O MP tem por dever, quando houver a constatação da justa causa (prova de materialidade + indícios do crime), o Ministério Público tem por obrigação o oferecimento da denúncia e o acompanhamento do processo como parte e como “custus leges”. 
*Entretanto, excepcionalmente existirão hipóteses em que haverá natureza privativa à propositura da queixa/denúncia (Ex: Requisição do MJ, ou de representação do ofendido). 
Espécies de Ações Penais Públicas
Incondicionada: A ação penal pública independerá de condição para a propositura da ação, é a regra geral e não dependerá da manifestação de vontade de um terceiro, tratando-se dos demais tipos de ação, estas estarão insculpidas nos termos da lei. 
Nas ações públicas incondicionadas, o Ministério Público é o competente para o ajuizamento de tais ações (Princípio da Oficialidade). É dever do Ministério Público, assim como preceitua o artigo 129, I, CF, a promoção e o acompanhamento da ação penal, sendo indisponível e irrenunciável tal prerrogativa (Princípio da Indisponibilidade). O Ministério Público, em casos de justa causa (indícios de crime + prova de materialidade), deverá agir estritamente nos termos da lei, não se deixando levar por pressões políticas, devendo obedecer a lei, não cedendo a pressões exteriores ao processo (Princípio da Legalidade). E, ainda, não poderá o MP escolher em crimes em que houver mais de um indiciado, escolher quem ele “quer” acusar, devendo este, oferecer denuncia ou absolver todos da queixa/denúncia (Princípio da Indivisibilidade), bem como não poderá o MP acusar os sucessores de um indiciado que morreu no curso do processo, tendo em vista que em nosso ordenamento jurídico é ilegal a sucessão da punibilidade (Princípio da intranscedência). 
Condicionada à representação: As ações condicionadas à representação são os tipos de procedimentos processuais, nos quais o MP dependerá da chancela do ofendido ou de um de seus representantes para o oferecimento da queixa/denuncia, ou seja, ao oferecimento da denuncia em crimes desta natureza, o Ministério Público não terá o poder de denunciar “ex-ofício”, portanto, fica condicionado a fazê-la. O prazo de ingresso da vítima à autoridade, dar-se-á no lapso temporal de 6 meses, contados a partir do conhecimento da pratica delitiva. 
A forma de representação não se tem previsão legal sobre isso, podendo ser feita por escrito (quando escrita, deverá constar a assinatura da vítima ou de seus sucessores processuais (CADI)) ou oralmente (posteriormente, reduzida a termo). 
Em ações desse tipo, a representação poderá ser feita pela própria vítima, por seus representantes (CADI), por seu Advogado ou Defensor Público. Se nos autos do inquérito policial constar a autorização da vítima, não necessitará uma nova autorização para o oferecimento da denúncia. 
A representação poderá ser exercida perante uma autoridade, sendo ela o MP ou Juiz, entretanto, para a instauração de tais ações, tal representação será encaminhada à autoridade policial, a fim de instaurar, por requisição o inquérito policial. 
Ademais, a regra acerca da ação condicionada à representação é a da irretratabilidade, ou seja, a regra é que o ofendido não se retrate acerca da queixa-crime, entretanto, há a possibilidade de retratação até o momento em que a denúncia é oferecida, entretanto, em se tratando de leis especiais, assim como é a Lei Maria da Penha, o momento de retratação dar-se-á no momento que constarem os termos da lei. 
Condicionada à requisição: Os crimes que são condicionados à requisição, emanam de requisição advinda do Ministro da Justiça, em crimes cometidos contra o Presidente da República, Chefe de Estado estrangeiro ou Ministros do STF. A prerrogativa de denunciar crimes dessa estirpe é do Ministro da Justiça, pelo fato de “dar exemplo” em políticas criminais. A requisição, diferentemente da representação é ato formal, que será devidamente endereçado ao Ministério Público, na figura do Procurador-Geral da Justiça. 
Como se trata de requisição, não há obrigação do Procurador-Geral oferecer a denúncia tratando-se de denúncia sem justa causa, entretanto, quandohouver a justa causa (provas de materialidade + indícios de autoria) deverá haver a denúncia pelo Procurador-Geral da República. Outro ponto que devemos salientar é acerca da retratação do Ministro da Justiça, Nucci sustenta que é possível a retratação, pois o ato é discricionário e age de forma oportuna e conveniente, pois trata-se de ato público, entretanto, Tourinho Filho entende que não há tal possibilidade, pois o ato, segundo ele é vinculado, tornando-se impossível pelo fato que este se vincula ao poder executivo. 
Breve Resumo: Existem 3 tipos de ações penais privadas. A ação incondicionada: A propositura da ação penal não se faz sob a condição de terceiros, segundo o artigo 129, I, CF, compete ao MP promover e acompanhar, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei, após verificar a justa causa do inquérito policial (provas de materialidade + indícios de autoria) o MP terá a possibilidade jurídica de ajuizar a denúncia/queixa-crime ao poder judiciário, atuando como parte acusadora e custus leges no processo penal, não dependendo da chancela de terceiros ou requisição para a propositura de ação penal. 
A ação publica condicionada à representação por sua vez, se difere da ação penal incondicionada pelo fato de que em ações dessa estirpe, o Ministério Público dependerá da chancela da vítima, dos seus representantes (CADI) ou de seu patrono (advogado ou defensor público) para dar a legitimidade do direito ao ingresso da ação ao MP, por isso o nome é “condicionada”, pois o Ministério Público se condicionada à vontade de terceiros para propor tal ação, tendo o direito à retratação, em regra geral, até a propositura da ação e prazo decadencial para promover a queixa-crime de seis meses contados a partir da data em que se teve notícia de tal ilícito. 
As ações penais condicionadas à requisição tratam-se daquelas que somente o Ministro da Justiça tem legitimidade em fazê-las, em crimes que atinjam o Presidente da República, Ministros do STF ou Chefes de Estados de outros países tratando-se de crimes cometidos no Brasil, que deverão ser noticiados e endereçados de maneira formal ao Procurador-Geral da República para a instauração ou não do crime, em crimes que se tem justa causa (indícios de autoria + prova de materialidade), tal exigência se faz necessária, caso contrário não haverá tal obrigatoriedade. 
Ações Penais Privadas 
A ação penal privada se caracteriza pela delegação do poder de se representar em juízo penalmente, para acusar a pratica delitiva de um agente de maneira exclusiva ao querelante (vítimas em ações penais privadas), tendo em vista que o ordenamento jurídico pátrio concebe a coletividade em face dos sentimentos egoísticos, o Estado elide o direito à acusar o querelado em ações penais dessa estirpe, por trataram-se de sentimentos não sociais, mas individuais, deu a possibilidade ao ofendido de fazer isso perante Juízo.
Entretanto, sabe-se que o “ius puniendi”, ou, simplesmente, direito à punição, ainda continua sendo exclusivo ao Estado, portanto, somente a acusação é feita pelo particular, o poder de aplicar penas ao caso concreto cabe exclusivamente e considera-se monopólio do Estado. 
Em breve síntese, a ação penal privada é aquela em que a figura do Ministério Público não mais existe quanto ao monopólio da acusação, fazendo parte do processo somente como “custus leges”, bem como os processos não têm natureza pública, sendo exclusivamente importantes às partes, não detendo neles interesse social. 
O ofendido detém o gozo de poder ou não ajuizar tal tipo de ação (Princípio da conveniência). A ação penal privada depende do querelante para o prosseguimento até o final, sendo mera deliberalidade deste para a continuação dos procedimentos, tendo em vista que o direito compete privativamente ao particular, nada o Estado poderá fazer (Princípio da disponibilidade). O ofendido, assim como na ação penal pública, não poderá “escolher” quem ele quer acusar, nos casos que houver concurso de pessoas, o ofendido não possui a mera liberalidade de escolher quem ele quer acusar (Princípio da Invisibilidade).
Ação penal exclusivamente privada (ou propriamente dita): É a regra entre as ações penais, onde o titular à propositura da ação é a vítima, quando maior de dezoito anos, se o ofendido for menor impúbere, será legitimado à propositura da ação os seu representante legal. Em hipóteses em que o maior foi relativamente incapaz ou ausente, terá legitimação o CADI. (Ex de crimes contra honra). 
Ação penal personalíssima: A ação penal personalíssima, assim como o nome sugere, somente a vítima terá legitimação de propô-la, nem mesmo o CADI ou representante legal pode fazê-la, portanto, quando o ofendido for menor impúbere ou relativamente incapaz (artigo 2º Código Civil), não haverá direito à propositura da ação, bem como em casos onde houver a morte do ofendido, sendo considerada assim, a extinção de punibilidade do autor do ilícito. Nos dias atuais, somente um crime é regido por tal ação penal, sendo o crime do artigo 236 CP. 
Ação penal privada subsidiária da pública: A ação subsidiária da pública, assim como o próprio nome sugere, ela se concretiza de maneira subsidiária às ações públicas. A origem da ação é pública, entretanto, quando houver inércia do MP, a vítima poderá propor ação em seu nome próprio, o CADI ou o representante legal também poderão fazer. Há de se salientar que somente em casos de inércia é que esta modalidade se tornará possível. Quando isso ocorrer, poderá a vítima, um dia após o escoamento do prazo à proposição da ação pelo MP propor a queixa/denúncia em nome próprio, substituindo o MP. Se ocorrer, o Ministério Público poderá aditar a inicial, ignorá-la e propor uma “denúncia substitutiva” ou atuar como assistente litisconsorcial. Se a vítima ou o CADI deixarem de prosseguir o feito, o MP assumirá o papel de acusação. 
Ação civil “Ex-Delicto”: A ação civil “ex delicto” é uma ação civil, que tem por intuito a reparação de danos advindos de ilícitos penais, portanto, só poderá ser ajuizada civilmente após o dano patrimonial/moral advindo de uma prática delituosa. Era ajuizado e discutido o “quantum deabeato” tendo em vista, que tratava-se de titulo executivo extrajudicial, hodiernamente, com o advento da lei 11.719/08, o juiz criminal pode fixar a pena, bem como o quantum indenizatório na sentença judicial, tal valor será fixado pelo Juízo quando a vítima comprovar o efetivo dano.
De bom grado, o legislador concebeu ao ordenamento jurídico pátrio a possibilidade do Magistrado penal fixar o valor da indenização patrimonial ao ofendido/vítima, quando houver o pagamento, antes da sentença de tal indenização, entende-se como atenuante genérica, tendo a possibilidade de o acusado ter sua pena diminuída em até 1/6.
Condições gerais da ação.
As condições gerais da ação penal são exatamente as mesmas do Processo Civil, que se desdobra em três partes, as quais são: Interesse de agir + legitimidade das partes + pedido juridicamente possível. 
Interesse de agir: Somente o Estado detém o “ius puniendi” para aplicar sanções ao caso concreto. Em se tratando de processo, o interesse de agir, caracteriza-se pela necessidade de se obter, mediante processo, a proteção do interesse substancial. Desta feita, de maneira sucinta, toda vez que houver uma demanda para a apreciação sob o crivo do poder judiciário e existir um interesse nisto, o requisito do interesse de agir estará preenchido. Ademais, como exemplo prático, podemos salientar em um inquérito policial que detenha justa causa (prova de materialidade + indícios do de autoria) em casos análogos, há a necessidade do provimento jurisdicional, pois existe uma demanda a ser resolvida, bem como faz-se entendível a apreciação do judiciário para a resolução da demanda. 
Legitimidade das partes: Tendo em vista, que o ordenamento jurídico pátrio incumbe a um Órgão do Estado a função de acusar no processo penal, sendo ele o Ministério Público, a parte acusada no processo penal, será legítima, assim como o MP é paraa acusação. Entretanto, se tratando em ações penais privadas, a legitimidade das partes dá-se de maneira diferente, a parte ofendida terá a possibilidade de ser representada por um patrono (Defensor ou Advogado) e não pelo Ministério Público como é a regra em nosso ordenamento jurídico.
Pedido Juridicamente Possível: Como é condição, para que a ação possa ser ajuizada, o pedido, este deve estar em consonância com os termos fixados pela lei, ele deve ser palpável e se submeter aos termos da lei, ou seja, o promotor ao realizar o pedido, não poderá requerer a pena de morte ou a prisão perpétua do réu, tendo em vista que em nosso ordenamento jurídico proíbe tais pedidos.
Prisões Processuais
As prisões processuais são aquelas que decorrem sem o trânsito em julgado de uma ação. A regra em nosso ordenamento jurídico é a busca pela liberdade, tendo em vista, que um dos direitos inerentes à dignidade da pessoa humana é a liberdade, a prisão deve ser utilizada, em última ratio, para privar o cidadão de sua liberdade, em hipóteses em que transgredir o ordenamento jurídico com uma conduta típica, antijurídica e ilícita, assim como preceitua a parte material do direito penal. 
Tendo em vista que passamos por tempos atribulados recentemente, que perdurou de 64 à 86, com a ditadura militar, as prisões arbitrárias eram usuais, não se admitindo nos dias de hoje, portanto, todas as espécies de prisões processuais, passarão pelo crivo do judiciário para a análise acerca de eventuais ilicitudes, quando houverem, sempre caberá habeas corpus, que caracteriza-se pelo remédio constitucional que versa acerca de transgressões ao direito líquido e certo à liberdade. 
Prisão em flagrante: Uma das espécies de prisões processuais, é a prisão sob flagrante, que se dá no momento em que o crime se consumou, logo após, ou quando o flagrante é “presumido”. 
O flagrante, diferentemente do que é lição comezinha popular, não é legítima somente às autoridades, podendo qualquer cidadão do povo, o direito de fazer prisões mediante flagrante, entretanto, tal prerrogativa é mera deliberação do cidadão, enquanto a prisão flagrante é facultativo ao povo, à força policial é obrigatório, tendo em vista que um dos deveres institucionais da força policial, é a incolumidade da população. 
Para que o flagrante seja devidamente lícito, faz-se necessário o ato jurídico perfeito, que se caracteriza pelo testemunho de no mínimo 2 pessoas. Nas hipóteses em que tal prisão for devidamente efetuada pela autoridade e ela não tiver testemunhas o suficiente, tal prisão poderá ser consumada com o testemunho das próprias autoridades que efetuaram a prisão do indivíduo mediante flagrante. 
Após o flagrante, o Poder Judiciário deve se manifestar acerca da legalidade da prisão em no máximo 24 horas, tendo a autoridade policial, mediante audiência de custódia, a possibilidade de relaxar (como não é ato próprio, a autoridade não decreta a liberação, mas sim, relaxa) a prisão efetuada pela autoridade ou converte-a em prisão cautelar. 
O flagrante, assim como preceitua o artigo 302, CPP subdivide-se em algumas espécies, sendo elas: Flagrante próprio (artigo 302, I, II): quando o agente é pego cometendo o crime (consumado ou tentado). Flagrante impróprio (artigo 302, III): O flagrante impróprio se caracteriza pelo flagrante, após perseguição, logo após a pratica delitiva, por uma autoridade, pessoa do povo ou o ofendido, em situação que se faça presumir o flagrante. Flagrante presumido (artigo 303, IV) O flagrante presumido, é uma ficção jurídica, acerca de uma presunção de uma possível pratica delituosa pelo agente, pois este é encontrado, logo após, com armas, instrumentos, objetos ou papéis que façam presumir que este é o autor da infração. Flagrante esperado (retardado, postergado ou diferido) por sua vez, caracteriza-se quando a autoridade tem conhecimento da “notitia criminis”, se dirige ao local do crime e espera a prática delitiva ou intervém antes do momento do delito. Flagrante forjado por sua vez é a espécie de flagrante em que uma autoridade ou alguém do povo “forja” o crime, para que um terceiro venha a ser condenado por isso, é considerado inconstitucional, pois se trata de crime impossível, assim como preceitua a súmula 145 do STF.
*A inviolabilidade de domicílio insculpida no artigo 5º, XI, CF, torna-se relativa em face ao flagrante delito, podendo ser feito a qualquer hora, diferentemente, de prisão preventiva mediante mandato judicial, que poderá ser feita do amanhecer ao crepúsculo, sendo vedado à autoridade adentrar no domicílio em horários diferentes desses.
*Há de se falar também, que quando munido de mandado judicial, a autoridade policial deverá utilizar força física de maneira moderada, e algemas, só poderão ser utilizadas quando houver resistência ou fuga do investigado. 
*Em casos de flagrante-perseguição, a autoridade poderá perseguir o investigado até o rompimento de suas circunscrições territoriais, entretanto, onde for efetuado o flagrante, será determinante para a apreciação da legalidade da prisão. Quando tal prisão for efetuada em Estados diferentes, as autoridades do Estado deverão ser noticiadas. 
*O preso privativamente, terá o direito de saber quem o privou da liberdade mediante flagrante. (Artigo 5, LXIV, CF). 
Prisão preventiva (artos 311 à 316 CP). 
A prisão preventiva com natureza cautelar é muito utilizada em nosso ordenamento jurídico. Tem cabimento a qualquer tempo da persecutio criminis e não tem prazo para a sua manutenção, deverá durar enquanto houver a necessidade. Na fase inquisitiva, quem tem a legitimação para o requerimento é o delegado, bem como o MP. Quando houver ação, poderá o MP ou o advogado, bem como o juiz de ofício decretar a prisão. A prisão preventiva sempre passará pelo crivo do poder judiciário, portanto, sempre emanará de ordem judicial. Os requisitos para a prisão preventiva estão insculpidos no artigo 312 do CPP, os quais são; Garantia da ordem pública, da ordem econômica, da conveniência da instrução criminal e da aplicação da lei penal. Os requisitos não se dão de forma cumulada, e, necessariamente, para que a prisão preventiva seja decretada, algum desses requisitos deve estar presente. 
*Se qualquer das hipóteses insculpidas no artigo 319 ou 320 estiverem presentes, não poderá o juiz fixar a prisão preventiva. 
*Não caberá prisão preventiva em crimes que a pena máxima abstrata for superior a 04 anos, afiançáveis, culposos e nas hipóteses do artigo 319 e 320 CPP. Para a aplicação da prisão preventiva com natureza cautelar, deverá o Juízo apresentar o “fumus comis delict” + “periculum libertartes”. 
Medidas cautelares, por sua vez, se caracterizam pela substituição à prisão preventiva, tais medidas apenas restringem alguns direitos e não a liberdade. Assim como a prisão preventiva com natureza cautelar, as medidas cautelares podem ser requeridas a qualquer tempo do processo e não terá prazo de validade. Em hipóteses em que houver o descumprimento nas fixações feitas pelo Juízo, esta será convertida em prisão preventiva com natureza cautelar. O rol de medidas cautelares está insculpido no artigo 319 CPP, sendo eles: I- Comparecimento periódico ao Juízo; II- Proibição de acesso ou frequência de determinados locais; III- Proibição de manter contato com determinada pessoa; IV- Proibição de ausentar-se da comarca; V- Recolhimento domiciliar noturno, quando o agente tenha residência e emprego fixo; VI- Suspensão do exercício econômico, caso este tenha a ver com o crime praticado; VII- Internação provisória do acusado, quando o crime for praticado com violência ou grave ameaça (quando o agente for inimputável biológico); VIII- Qdo couber fiança; IX- Pelo monitoramento eletrônico. 
Prisão domiciliar: Prisão domiciliar é uma das hipóteses onde a prisão preventiva é utilizada em nosso ordenamento jurídico, fato pelo qual, assim como as demais, se dá antes do trânsito em julgado de uma ação, como medida cautelar para a manutenção da investigação ou para assegurar o regular andamentoda demanda. 
A prisão domiciliar será fixada em raras exceções, exceções estas que estão insculpidas no artigo 318 do Código de Processo Penal, possuindo a mesma natureza jurídica, bem como as mesmas propriedades das prisões preventivas comentadas anteriormente. 
A requisição da prisão processual em prisão domiciliar, consistirá no recolhimento do indiciado/acusado em seu lar, sem a possibilidade de lá sair, sempre passando pelo crivo da justiça para analisar o caso concreto e aplicando a norma processual mais conivente.
As hipóteses do artigo 318 do CPP são: I-) Agente maior de 80 anos; II-) Debilitado por doença grave; III-) Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 anos ou com deficiência mental; IV-) Gestante; V-) Mulher com filho de até 12 anos; VI-) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho menor de 12 anos.
Prisão temporária: A prisão temporária é a única modalidade que temos de prisões “pré-processuais”, ou seja, a prisão temporária dar-se-á somente no inquérito do investigado, não sendo cabível a fixação de tal prisão enquanto houver processo, pois a redação da lei 7960/89 deixa evidente que somente será possível em casos onde não houver processo, daí o nome de “prisão pré-processual”. 
É uma prisão meramente investigativa, com o intuito de salvaguardar as operações policiais. Poderá ser requerida pelo Delegado de Polícia ou requisitada pelo Ministério Público, o Magistrado, poderá ou não decretar tal prisão, entretanto, se decretar a prisão temporária, esta durará somente o lapso temporal de até 05 dias para crimes comuns, quando houver extrema urgência, a autoridade poderá requerer a renovação da prisão até o mesmo lapso temporal requerido anteriormente. Quando se tratar, por sua vez, de crimes hediondos, o prazo dar-se-á em até 30 dias, podendo ser renovado pelo menos prazo e se necessário, poderá converter-se a prisão preventiva em prisão preventiva. 
As hipóteses estabelecidas em lei são taxativas, não havendo a possibilidade do Juízo interpretá-las de maneira extensão, senão aquelas que houverem reciprocidade entre o mundo naturalístico e o mundo numênico, sendo tais hipóteses: I- Imprescindível à investigação policial (tem a ver com o comportamento do indiciado); II- Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não se souber sua identificação com clareza; III – Quando houver fundadas razões (quase certeza da autoria do crime). 
Jurisdição e competência:
Jurisdição é direito do Estado Juiz, personificado pelo Juízo prevento ao julgamento, dizendo direitos ao caso concreto, dentro de suas competências. (Ex: Delimitação por matéria, ramo de direito, etc). A jurisdição é fragmentada, para uma melhor prestação jurisdicional ao jurisdicionado, bem como para fins de celeridade processual e maior efetividade do provimento do Estado Juiz. 
Competência absoluta x competência relativa.
Competência absoluta advém de uma lei específica que determina tal competência a determinado Juízo, se o processo for distribuído a um Juízo no qual não era prevento ao julgamento nessas condições, a matéria se torna improrrogável, sendo todos os atos considerados nulos posteriormente. Pode ser reconhecido de ofício ou pelas partes. Quando a matéria é de competência absoluta, esta não preclui e trata-se de vício insanável.
Nos casos de competência relativa pode-se haver a prorrogação da jurisdição, se a ação for iniciada em Juízo incompetente. Alguns atos poderão gerar nulidade, entretanto, não serão todos que irão ser considerados nulos, os vícios se tornarão sanáveis. O juiz não pode reconhecer de ofício, isso deverá ser praticada mediante provocação, se as partes não se manifestarem, haverá a prorrogação da competência. 
	Absoluta
	Relativa
	A competência advém de lei específica
	Decorre das normas gerais do CPP.
	A matéria se torna improrrogável
	A matéria pode ser prorrogada
	Os atos são considerados nulos
	Nem todos os atos se tornam nulos
	De ofício ou a requerimento das partes
	Somente dá-se com a manifestação das partes
	Vício insanável
	Vício sanável
	Não há a prorrogação da competência
	No silêncio, há a prorrogação da competência.
	
	
O CPP dá regras gerais de fixação de competência, estas foram concebidas no artigo 69. 
I – O local da infração (onde o crime foi consumado ou o último lugar no qual os atos executórios foram praticados); II- Domicílio ou residência do réu (é subsidiário ao inciso I; Quando não se souber o local da infração, a competência será a do domicílio do réu); III- Natureza da infração (Os tipos de justiça, penal, militar ou eleitoral); IV- local da distribuição (sorteio dentro do fórum); V- conexão ou continência (ligação entre os sujeitos e/ou crimes); VI- prevenção; VII- a prerrogativa de foro (decorrente ao cargo).
A ordem demonstrada no CPP não é a ordem lógica para a fixação de competência. Veremos a seguir as regras gerais de fixação de competência.
Prerrogativa de foro: A prerrogativa de foro se caracteriza pela jurisdição especial, em um órgão judicial, para determinados agentes, em decorrência ao cargo exercido. É importante salientarmos que, a prerrogativa de foro em decorrente à função somente existe na esfera penal, em outros ramos do direito, deve-se observar o procedimento para a fixação de competência da mesma forma. 
A prerrogativa em razão da função é constitucionalmente prevista. A autoridade, em decorrência de seu cargo não terá direito à dupla revisão, ou seja, uma vez julgado pelo Tribunal no qual o seu processo tramita originariamente, não terá o direito de interpor recurso do acórdão prolatado. 
A autoridade só poderá exercer a prerrogativa de foro, no decorrer de suas atribuições como agente público, nos termos da lei. A constituição elege algumas figuras que terão foro privilegiado e quem no caso é competente ao julgamento, as constituições estaduais, de maneira paralela, criaram por analogia, o foro privilegiado em razão dos cargos que determinados agentes públicos estaduais ocupavam, e alguns municipais. 
*A prerrogativa de foro constitucionalmente prevista é competência absoluta, portanto, possui “vis atractiva” sobre os demais critérios de fixação de competência, como por exemplo, o Tribunal do Júri, etc.
*Entretanto, quando a prerrogativa de função ocorrer pela constituição estadual, esta não possuirá “vis atractiva” sob o T. do Júri. 
*Em regra os crimes cometidos por autoridades em concurso com pessoas comuns se comunicam e a prerrogativa de foro em decorrência à função comunica-se à pessoa comum, entretanto, existem vedações para isso, como por exemplo, em casos extremamente complexos, a exemplo disso, a “lava-jato”.
Autoridades com prerrogativa de foro em decorrência à função: 
SENADO: Crimes de responsabilidade competidos: Presidente e vice, Ministros de estado, comandantes da marinha, exército e aeronáutca, Ministros do STF, PGR, AGU, membros do CNJ e do CNMP. 
STF: Crimes comuns: Presidente e vice, membros do STF, TSE, STM, STJ, Senadores e Deputados Federais. 
STF: Crimes de responsabilidade: membros do STJ, TSE e STM.
STJ: Crimes comuns: Governadores e Desembargadores. 
STJ: Crimes de Responsabilidade: Desembargadores.
Tribunais Especiais: crimes de responsabilidade: Governadores.
TJ: MP, Juízes, Deputados Estaduais. 
TRF: MPF e Juízes Federais. 
Prefeitos: Crimes comuns (TJ), Crimes de responsabilidade (Câmara dos Vereadores), Crime Federal (TRF), Crime Eleitoral (TRE). 
Competência em razão da matéria: A competência também poderá ser em razão da matéria, ou seja, existem justiças especializadas para determinadas condutas, como por exemplo, a justiça militar (castrense) e a justiça eleitoral. 
Constando que não há prerrogativa em razão da função, o segundo critério de competência é o da justiça especializada. Penalmente, existe dois tipos de justiça especializada, sendo elas: Militares e Eleitoral. 
Os crimes cometidos por militares, nos quais não tenham foro em decorrência às prerrogativas de suas funções, estes se submeterãoà justiça especializada militar, em regra. 
*Crimes cometidos por militares, contra civil ou militar, fora das competências de militar, o Juízo competente ao julgamento, será o Tribunal do Júri. 
*De acordo com a Súmula 90 do STJ, quando houver comunicação entre crimes comuns e crimes militares, acometidos por um milico, estes não irão se comunicar, a justiça comum irá julgar o crime comum e a justiça militar julgará os crimes militares, entretanto, a dosimetria da pena será contada para todos os efeitos. 
Justiça comum = Federal e Estadual.
O último tipo de critério de competência que devemos denotar, é o da justiça comum. Quando o agente não tiver foro em decorrência à função, não cometer crime de justiça especializada, estaremos diante de crime comum, no qual poderá ser julgado pelos tribunais de justiça e tribunais federais. 
Justiça Federal: A Justiça Federal não é divida por Estados, mas sim, por regiões. São julgados pela Justiça Federal: Crimes contra a União, autarquias e empresas públicas; crimes de contrabando e descaminho; uso de passaporte falso; o uso de documento falso, que dependerá do órgão e/ou autoridade que o agente apresentar o documento, se federal, a competência será o da Justiça Federal, se Estadual, o crime quem julgará será a justiça comum; Falsificação de carteira de trabalho é de competência da Justiça Federal, quando desencadear prejuízo ao INSS; crimes contra a comunidade indígena; Crimes que envolvam direitos humanos e quando houver conexão ou continência entre os crimes, a competência será da justiça federal.
Justiça Estadual (artigo 69): A justiça estadual é subsidiária, ou seja, quando não houver outra forma de fixar a competência, a justiça estadual terá a competência para julgar crimes. 
Seguindo a ordem do artigo 69, após todas as formas de fixar competência de maneira originária e “sobrar” a justiça estadual, o primeiro critério que deverá se observar é o de onde o crime foi cometido ou onde foi praticado o último ato quando tentado. Se não houver a possibilidade identificar o local, o Juiz prevento será o do local de onde o agente reside. 
Continência e conexão: Não são critérios de fixação de competência, entretanto, há a modificação da competência em razão desses fenômenos, os processos são julgados juntamente, por economia e celeridade processual. 
 Conexão: Decorre do artigo 76 do CPP, que enuncia as hipóteses: 
Artigo 76 – 
Conexão intersubjetiva por simultaneidade: A conexão em sua espécie intersubjetiva por simultaneidade tem este nome, pelo fato de que há conexão entre os sujeitos do crime, bem como o momento onde foi praticado, assim como depreende o texto legal “se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas”. Um exemplo claro de conexão intersubjetiva, foi o do estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro, onde 33 pessoas, concomitantemente, praticaram 33 condutas diversas, ao mesmo tempo e por diversas pessoas diferentes.
Vários sujeitos + 2 condutas ou mais + simultaneamente. 
Conexão intersubjetiva em concurso: É praticado por pessoas, em concurso, mesmo em diverso o tempo e lugar. A conexão intersubjetiva em concurso é o crime da associação criminosa (artigo 288 CP), os agentes, com o intuito de cometer crimes, se reúnem para fazê-los. Ex: Um bando ou grupo (artigo 288 CP) se reúnem previamente para cometerem delitos virtuais, embora façam de locais diversos os crimes, eles têm o liame intersubjetivo de cometer crimes, de maneira reiterada, mesmo que em tempo diverso ou local diferente. 
Vários sujeitos em concurso (de pessoas) + mesmo em tempo e locais diversos
Conexão intersubjetiva por reciprocidade: Quando pessoas, de maneira reciproca, cometem crimes umas contra as outras, de maneira a qual não se sabe quem é o infrator e quem é o ofendido. Ex: O crime de rixa, ou, por exemplo, em crimes cometidos em estádios de futebol. 
Vários sujeitos praticam contra si diversos crimes + ao mesmo tempo 
Conexão material ou teleológica (em razão do crime): Quando um agente pratica crime posterior, com o intuito de obter vantagem, garantir sua impunidade ou ocultar o crime o crime anterior. Ex: Um larápio ao ser surpreendido furtando um bem por um terceiro e o mata, para manter-se impune do crime praticado anteriormente. 
Um sujeito que comete crime anterior + crime posterior para garantir a impunidade do crime praticado antes. 
Conexão instrumental (probatória): Em hipóteses onde a prova de um crime é emprestada para a resolução de outro. Ex: No crime de receptação, o agente deve recebe produto de um crime posterior, para resolver conduta posterior ao crime de receptação, utiliza o bem obtido de forma ilícita para a resolução de ambos os casos. 
Crime anterior + crime posterior com prova do crime anterior.
Continência: De maneira sucinta, a continência nada mais é a maneira de julgar processos juntos, quando ocorrer coautoria, participação, concurso formal e material e crimes continuados.
O inciso I do artigo 77 do CPP, fala da possibilidade da continência, nos casos em que duas ou mais pessoas forem acusadas pelo mesmo crime, ou seja, nas hipóteses em que os sujeitos forem participes ou coautores do crime, haverá continência, e, como consequência lógica, os crimes serão julgados juntamente. 
O inciso II, por sua vez, faz menção aos crimes praticados em concurso material, forma ou crimes continuados, assim como preceituam os artigos 69, 70 e 71 do CP.

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