Contestação VI

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS	
Processo nº
	JOÃO, brasileiro, solteiro, professor, (portador da carteira de identidade nº...), (expedida pelo...), (inscrita no CPF sob o nº...), (endereço eletrônico), residente e domiciliado em Juiz de Fora/MG, por sua advogada infra-assinada (procuração em anexo), inscrita na OAB/SC pelo número... , com escritório profissional na rua Reverendo Gelson dos Santos Castro, nº 295 na cidade de Florianópolis/SC, onde deverá ser intimada para dar andamento aos atos processuais, nos autos AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, pelo procedimento comum, movida por PEDRO, vem a este juízo, oferecer:
CONTESTAÇÃO,
	para expor e requerer o que se segue:
PRELIMINARES PROCESSUAIS:
Dilatórias: 
	Preliminarmente demonstra a existência da preliminar processual de incompetência absoluta, prevista no artigo 337, inciso II do Código de Processo Civil, pois a ação deveria correr na Comarca de Juiz de Fora do Estado de Minas Gerais, já que esta é uma ação possessória imobiliária, a competência é do foro da situação da coisa, isto de acordo com o artigo 47, §2º do Código de Processo Civil, por ser em razão da matéria, a incompetência é absoluta. Sendo assim, requer nos termos do artigo 64, § 3º do CPC que os autos sejam remetidos ao juízo competente.
Peremptórias: 
	Preliminarmente aduz a preliminar processual de ausência de interesse processual prevista no artigo 337, inciso XI do Código de Processo Civil, pois o autor ajuizou ação de reintegração de posse, sendo que a ação correta para o caso em questão é a ação de despejo, porque conforme o artigo 5º da Lei 8.245/91: "Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo.", ou seja, como o autor locou o imóvel para o réu e ambos estão ligados ao contrato de locação, a ação que o autor deveria ajuizar para reaver seu imóvel do locatário é a ação de despejo. Sendo assim falta interesse processual na causa, já que a ação de reintegração de posse, não cabe ao caso concreto.
	O Tribunal de Justiça do Paraná vai no mesmo sentido:
EMENTA: DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO CUMULADO COM REINTEGRAÇÃO DE POSSE E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. IMPOSSIBILIDADE DE ADIANTAMENTO DO PEDIDO FORMULADO PELOS AGRAVANTES. RELAÇÃO JURÍDICA DE LOCAÇÃO E NÃO ARRENDAMENTO. CABIMENTO DE AÇÃO DE DESPEJO E NÃO REINTEGRAÇÃO DE POSSE. RECURSO DESPROVIDO. 1.Sendo a tutela antecipada o adiantamento da própria prestação jurisdicional, não poderá o Magistrado outorgar antecipadamente tutela que a própria sentença não outorgará. 2.Hipótese em que a providência pretendida não poderá sequer ser consentida por ocasião do julgamento definitivo da lide, descabendo seja adiantada, portanto, pela via do agravo. 3.Ocupação do imóvel que está relacionada, desde o início da relação, à figura jurídica da locação e não do arrendamento. Como corolário, rege-se pelos ditames da Lei 8245 /91 e a sua retomada se faz no âmbito da ação de despejo e não de reintegração de posse. Impossibilidade de se deferir a tutela antecipada, nos termos em que formulada pelos agravantes. (Agravo de instrumento Nº 0239449-6, Décima Camara Cível, Relator: Lauri Caetano da Silva, Julgado em 20/11/2003).
	Sendo assim, há falta de interesse processual do autor, pois a ação correta para reaver imóvel do locatário é a ação de despejo regida pela Lei 8.245/91 e não a reintegração de posse pois não trata-se de um arrendamento, pois no caso concreto há uma relação de locação.
	Com isso, requer a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo 485, inciso VI do Código de Processo Civil.
PRELIMINARES DE MÉRITO:
	 Inexistência.
	
DOS FATOS:
	No dia 1º de outubro de 2014 o réu celebrou com o autor contrato por escrito de locação, pelo prazo de 48 (quarenta e oito) meses, as partes acordaram que o valor do aluguel seria de R$: 3.000,00 (três mil reais), e também outras obrigações, e dentre elas que o réu não poderia dar destinação diversa ao imóvel, ou seja, somente para a finalidade residencial o imóvel.
	O réu, apresentou um fiador idôneo e assinado o contrato, passou a residir no bem.
	Após um ano cumprindo a obrigação, o réu começou a passar por grandes dificuldades financeiras e como corolário disto não conseguiu mais cumprir o pagamento dos aluguéis, passado 4 (quatro) meses da falta de pagamento o autor ensejou a presente ação para reaver seu imóvel, pois já tinha outra pessoa interessada em locar seu imóvel.
	
DEFESA DE MÉRITO:
 	O réu realmente deixou de pagar os aluguéis. Além disso como estava com dificuldades financeiras não teria como cumprir com a obrigação e também o autor esperou um prazo razoável para que o réu tentasse cumprir a obrigação.
	De acordo com o artigo 23,caput e inciso II da Lei 8.245/95: 
" O locatário é obrigado a:
I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato;"
	Sendo assim, como o réu não conseguiu cumprir a obrigação devido as dificuldades financeiras, tem o autor o direito de reaver o seu imóvel.
	
DOS PEDIDOS:
	Que seja acolhida a preliminar do artigo 337,inciso II do Código de Processo Civil, sendo remetido o processo ao juízo competente, nos termos do artigo 64, §3º do Código de Processo Civil.
	Que seja acolhida a preliminar do artigo 337,inciso XI do Código de Processo Civil, extinguindo o processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo 485, inciso VI do Código de Processo Civil.
	Que seja julgado improcedente o pedido do autor, extinguindo a ação.
	A condenação do autor ao ônus da sucumbência (custas judiciais e honorários advocatícios).
DAS PROVAS:
	Requer a produção de todas provas em direito admitidas, na amplitude do artigo 369 e seg. do Código de Processo Civil, em especial a prova documental e depoimento pessoal do autor.
Aguarda o deferimento dos pedidos.
Florianópolis, 08 de dezembro de 2016
__________________________
OAB/SC nº
PROCURAÇÃO:
OUTORGANTE: JOÃO, brasileiro, solteiro, professor, (portador da carteira de identidade nº...), (expedida pelo...), (inscrita no CPF sob o nº...), (endereço eletrônico), residente e domiciliado em Juiz de Fora/MG.
OURTOGADO: Letícia Silva de Moraes, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/SC, sob o nº..., e no CPF sob o nº..., residente e domiciliada na cidade de Florianópolis/SC, com escritório na rua Reverendo Gelson dos Santos Castro, 295.
PODERES: pelo presente instrumento o outorgante confere ao outorgado amplos poderes para o foro geral, com cláusula "ad-judicia et extra", em qualquer juízo, instância ou tribunal, podendo propor contra quem de direito, as ações competentes e defende-lo nas contrárias, seguindo umas e outras, até o final decisão, usando os recursos legais e acompanhando-os, conferindo-lhe ainda, poderes especiais para receber citação inicial, confessar, e conhecer a procedência do pedido, desistir, renunciar ao direito sobre que funda a ação, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar quitação, podendo agir em juízo ou fora dele, assim como substabelecer a outrem, com ou sem reservas de iguais poderes, para agir em conjunto ou separadamente com o substabelecido.
FINALIDADE: para o fim de propor CONTESTAÇÃO contra AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.
Florianópolis/SC, dia 8 de dezembro de 2016
 _____________________________ 
João