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RESUMO - DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

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Direito Coletivo do Trabalho
Teoria geral do Direito Coletivo
Há várias definições acerca da conceituação do direito coletivo do trabalho, sendo que, em resumo, se pode afirmar que é o segmento do Direito do Trabalho que se ocupa das relações coletivas, contemplando normas e princípios específicos visando à solução dos conflitos surgidos, ocupando-se, ainda, da organização representativa dos trabalhadores, empregadores e da greve.
É o segmento do ramo laboral que regula, mediante específicos princípios e regras, a organização, a atuação e a tutela das entidades coletivas trabalhistas, com o objetivo de disciplinar suas interpelações e de, finalisticamente, empreender a melhoria nas condições de trabalho e de produção.
O Direito Coletivo representa o segmento do Direito do Trabalho que estuda a organização sindical, a representação dos trabalhadores, a negociação coletiva e o direito de greve.
Getúlio Vargas organizou uma forma de controlar a atividade sindical; os sindicatos surgiram em 1907, e não na era Vargas.
Compreende-se em seu conteúdo, enquanto ramo autônomo do Direito do Trabalho, a organização sindical, a representação dos trabalhadores na empresa, os conflitos coletivos de trabalho e as formas de composição e greve e, ainda, as convenções coletivas de trabalho.
Quanto à função do direito coletivo, destaca-se a dicotomia função geral e função específica, concebendo-se como função geral aquela referente à preocupação central da ciência laboral, qual seja, melhoria das condições de trabalho, ao passo que a função específica prende-se à preocupação de geração de normas condizentes com a solução de conflitos coletivos.
O artigo 8º da Carta Magna concebe alguns princípios norteadores do direito coletivo.
Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Note-se que os conflitos coletivos de trabalho podem se apresentar como conflitos de natureza econômica ou jurídica e sua solução passa, regra geral, pelas fórmulas de autocomposição (técnica de solução de conflito em que os próprios envolvidos chegam a um termo), destacando-se a convenção coletiva, o acordo coletivo e a heterocomposição (técnica de solução de conflito em que as partes se valem de um poder extra-partes), sendo exemplo desse método a mediação, a arbitragem e o processo judicial (dissídio coletivo).
Por fim, tem-se que o direito coletivo do trabalho possui como fontes normativas principais a Constituição Federal, as leis ordinárias, entre elas a CLT, em que certos dispositivos foram recepcionados pela nova ordem constitucional, a Lei nº 7.783/89 (Lei de Greve), as convenções e acordos coletivos de trabalho e, ainda, a sentença normativa.
Modelo sindical brasileiro
Formação:
- força estatal;
- autonomia coletiva.
Liberdade sindical
A Constituição Federal de 1934 previa a representação sindical livre, porém esta acabou não sendo implementada à época. Na Constituição de 1937, foi repelida a liberdade sindical, adotando-se regras típicas de corporativismo (organização em torno do Estado, promovendo o interesse nacional em detrimento de qualquer interesse particular ou classista). A Carta Magna de 1988 estabelece um regime de predominante liberdade sindical, mas revela ainda algumas remanescências corporativistas, o que não torna possível a ratificação da Convenção nº 87 da OIT (pois repele a unicidade sindical na mesma base territorial e a contribuição obrigatória).
Liberdade sindical é a base do movimento de associação que sustenta a relação entre capital e trabalho; é o princípio segundo o qual empregados e empregadores, sem qualquer distinção e sem autorização prévia, têm o direito a constituírem as organizações que entendam convenientes, assim como o de afiliarem-se a essas organizações, com a única condição de observarem seus estatutos (Convenção nº 87 da OIT; art. 8º, V, CF).
A Carta Magna, em seu artigo 8º, consagra a liberdade sindical, assim entendida como aquela em que o Estado não interfere na criação e no funcionamento do sindicato.
Livre associação
É livre a associação profissional ou sindical, salvo para o militar, por expressa disposição constitucional (art. 142, § 3º, IV, CF).
§ 3º. Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: 
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve. 
Ainda resguardando a liberdade constitucional do trabalhador, “ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato” (art. 8º, V, CF).
Em uma interpretação lógica, resta também garantido constitucionalmente o direito de se desfiliar a qualquer tempo.
Classificação:
- liberdade sindical individual;
- liberdade sindical coletiva.
- positiva;
- negativa – prerrogativa de não se associar a sindicato.
Repúdio às práticas antissindicais
São consideradas práticas antissindicais todo e qualquer ato que prejudique as organizações sindicais, suas causas e as regulares garantias da ação coletiva, bem como o próprio trabalhador no exercício da atividade sindical ou em função dela, tais como: a não contratação; a despedida; a suspensão; a aplicação injusta de penalidades; as transferências para locais distantes; a alteração de horários; a redução de vencimentos; a inclusão em listas negras, dentre outras.
A legislação pátria apenas protege expressamente o empregado de práticas antissindicais em algumas situações específicas: 
Com indenização e reparação de danos, no caso de o empregador criar empecilho à associação a sindicato, organização de associação profissional ou exercício de direitos inerentes à condição de sindicalizado (art. 543, § 6º, CLT);
§ 6º - A empresa que, por qualquer modo, procurar impedir que o empregado se associe a sindicato, organize associação profissional ou sindical ou exerça os direitos inerentes à condição de sindicalizado fica sujeita à penalidade prevista na letra a do art. 553, sem prejuízo da reparação a que tiver direito o empregado. 
Com garantia de emprego ao filiado, desde o registro da candidatura a cargo diretivo até um ano após o término do mandato (art. 8º, VIII, CF);
Com instransferibilidade do dirigente eleito para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais (art. 543, caput, CLT).
Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedidodo exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. 
Frisa-se que a entidade sindical adquire personalidade jurídica pela averbação de seus atos constitutivos no Cartório de Pessoas Jurídicas. Além disso, permanece a obrigatoriedade do registro da entidade no órgão competente do Ministério do Trabalho, o qual possui apenas a função de dar publicidade acerca da existência da referida entidade sindical.
Nosso modelo consagra a unicidade sindical, pela qual se permite apenas um único sindicato da categoria profissional na mesma base territorial, compreendendo-se por base a área não inferior a um município.
Súmula 677 do STF: Incumbência do Ministério do Trabalho - Registro das Entidades Sindicais e Princípio da Unicidade
Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade.
Destaque-se que há sindicatos de empregados e sindicatos de empregadores.
Categorias
São três as categorias existentes no Direito Coletivo: a econômica, a profissional e a profissional diferenciada.
É o conjunto de pessoas que têm interesses econômicos e profissionais em comum, decorrentes de identidades e condições ligadas ao trabalho (art. 511, CLT).
Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.
§ 1º. A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se denomina categoria econômica.
§ 2º. A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional.
§ 3º. Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.
A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares (bares e restaurantes, por exemplo) ou conexas (que se complementam – hidráulica e elétrica, na construção civil, por exemplo), constitui o vínculo social básico que se denomina categoria econômica (art. 511, § 1º, CLT). Trata-se, pois, da categoria dos empregadores ou empresas (patronal).
A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou do trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional (art. 511, § 2º, CLT). Refere-se, portanto, à categoria dos trabalhadores.
Categoria profissional diferenciada é a que se constitui por empregados exercentes de profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou devido a condições de vida singulares (art. 511, § 3º, CLT), como, por exemplo: os técnicos em segurança do trabalho, ascensoristas, motoristas, professores, secretárias, dentre outros.
Cabe destacar que os profissionais liberais (advogados, engenheiros, médicos, dentistas, químicos, contabilistas, farmacêuticos, administradores, fisioterapeutas, etc.), sempre com nível universitário ou técnico, não pertencem a nenhuma das categorias descritas, estando registrados necessariamente em uma ordem ou em um conselho profissional (autarquias federais especiais) que detém dever de fiscalizar o ofício, embora a competência para a negociação coletiva seja mesmo do sindicato próprio das respectivas profissões liberais (Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo, por exemplo).
Sistemas:
- horizontal;
- vertical.
As categorias organizam-se por meio de sindicatos.
Define-se como sindicato de empregados o agrupamento estável de membros de uma profissão destinada a assegurar a defesa e representação da respectiva profissão, visando a melhorar as condições de trabalho.
Já o sindicato patronal congrega empregadores com a finalidade de defender interesses econômicos.
Há, também, a chamada categoria diferenciada, que, nos termos do artigo 511, § 3º, da CLT, é aquela “que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares”.
Consigne-se que o enquadramento sindical ocorre levando-se em conta a atividade econômica preponderante da empresa.
Organização sindical
O sistema sindical brasileiro está organizado em sindicatos, como entidades de primeiro grau, e federações e confederações, como entidades de grau superior.
Sindicatos
Sindicato representa uma associação de pessoas físicas ou jurídicas pertencentes a uma mesma atividade econômica ou profissional, possuindo como principal atribuição a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (art. 8º, III, CF).
Os sindicatos podem ser constituídos no âmbito municipal, intermunicipal, estadual, interestadual ou nacional, possuindo sempre os seguintes órgãos: assembléia geral, diretoria e conselho fiscal.
Órgãos do sindicato – composição e filiação
O sindicato é composto dos seguintes órgãos: assembléia geral, diretoria e conselho fiscal. 
A assembléia geral é o órgão deliberativo, composto pela totalidade dos membros do sindicato, todos com direito a voto em reuniões ordinárias e extraordinárias.
A diretoria é o órgão executivo e gerencial, sendo composta de, no mínimo, 3 e, no máximo, 7 diretores (e seus respectivos suplentes), filiados e eleitos pela assembléia geral (através de chapas contendo nomes para todas as funções, inclusive presidente), com mandato máximo de 3 anos (inteligência do artigo 515, b, da CLT). 
Destaque-se que o artigo 522 da CLT, o qual limita o número de dirigentes sindicais, foi recepcionado pela Constituição Federal, consoante o disposto na Súmula 369, II, do TST.
Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembléia Geral.
O conselho fiscal é o órgão de fiscalização da gestão financeira, constituído por 3 conselheiros (e seus respectivos suplentes), filiados e eleitos pela assembléia geral, com mandato concomitante à diretoria.
Art. 522, § 2º - A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato.
OJ 365, SDI-1, TST: ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO. INEXISTÊNCIA (DJ 20, 21 e 23.05.2008) 
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT). 
No mesmo sentido, o dirigente sindical que possua dois empregos de naturezas distintas somente será protegido contra a dispensa arbitrária ou sem justa causa naquele relativo à categoria profissional representada.
Por força do artigo 8º, II, da CF, uma vez vedada a interferência ou intervenção do Poder Público na organização sindical, restam também revogados os artigos 523 a 532 da CLT, relativos à administração e às eleições sindicais, ficando tal matéria afeta aos respectivos estatutos sociais.
Segundo mandamento constitucional, ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado ao sindicato, bem como o aposentado filiado tem o direito de votar e ser votado nas organizações sindicais. Resta vedada a dispensado empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical, e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave, nos termos da lei (art. 8º, V, VII e VIII, CF).
Funções do sindicato
Em razão do status de que dispõe o sindicato, temos que este, enquanto agremiação representativa, exerce diversas funções, destacando-se:
- função representativa – é prerrogativa do sindicato representar a categoria profissional perante as autoridades administrativas e judiciárias, bem como defender os interesses da categoria ou os interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida. O artigo 8º, III, da Carta Magna contempla referida garantia, elevando ao patamar constitucional o disposto no artigo 513, a, da CLT.
Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos:
a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida.
Nota-se, portanto, que o sindicato possui legitimidade extraordinária para representar a categoria.
- função negocial – compete ao sindicato firmar acordo e convenção coletiva de trabalho, sendo que, nos termos da Constituição Federal (artigo 8º, VI), o sindicato deve obrigatoriamente participar das negociações coletivas.
b) celebrar contratos coletivos de trabalho.
- função assistencial – compete à entidade sindical prestar assistência aos seus associados, materializando-se referida função pelo fornecimento de assistência judiciária ou, ainda, de assistência médica, odontológica e oferecimento de colônias de férias ao seu quadro associativo.
- função postulatória – postular direito alheio em nome próprio.
Embora a infindável controvérsia doutrinária acerca do direito de representação processual (mandato legal presumido e revogável) do sindicato em relação a todos os membros de sua classe dentro da base territorial, o STF (prestigiando a expressão “substituição processual”) acabou assegurando legitimação extraordinária às entidades sindicais para, agindo em nome próprio, tutelar os interesses de todos os integrantes da categoria (filiados ou não) que representem (inteligência do artigo 3º da Lei nº 8.073/90). O aludido entendimento acarretou o cancelamento da Súmula 310 do TST, que impedia a substituição ampla e irrestrita e também exigia o arrolamento dos substituídos na petição inicial.
Não se aplica o artigo 5º, XXI, da CF, aos sindicatos, mas somente às associações.
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
Há divergência, no entanto, quanto ao sindicato exercer a função política e econômica em razão da Constituição Federal.
Com referência à vedação do exercício de atividade econômica, esta deve ser entendida como aquela relacionada à impossibilidade de o sindicato realizar atividades destinadas à produção de bens e serviços no mercado, haja vista que não se trata de empresa. De outro lado, a vedação política diz respeito á proibição de atividade político-partidária, pois a agremiação não se confunde com partido político.
Deveres dos sindicatos
Art. 514. São deveres dos sindicatos:
a) colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social;
b) manter serviços de assistência judiciária para os associados (Lei nº 5.584/70);
c) promover a conciliação nos dissídios de trabalho.
d) sempre que possível, e de acordo com as suas possibilidades, manter no seu quadro de pessoal, em convênio com entidades assistenciais ou por conta própria, um assistente social com as atribuições específicas de promover a cooperação operacional na empresa e a integração profissional na Classe. 
Parágrafo único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, o dever de :
a) promover a fundação de cooperativas de consumo e de crédito;
b) fundar e manter escolas de alfabetização e pré-vocacionais.
Entidades sindicais de grau superior
No atual sistema sindical brasileiro, temos que o sindicato representa a menor unidade organizada. Por entidades sindicais de grau superior temos a federação e a confederação, sendo:
- federação – entidade sindical de grau superior organizada nos Estados-Membros da Federação. Poderá ser constituída desde que congregue, no mínimo, cinco sindicatos, representando a maioria absoluta de um grupo de atividades e profissões, idênticas, similares ou conexas. A federação está situada acima dos sindicatos. As federações, na condição de entidades sindicais de grau superior, somente poderão ser constituídas no âmbito estadual, interestadual ou nacional. Ex.: FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5 (cinco), desde que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se em federação. 
- confederação – entidade sindical de grau superior de âmbito nacional, possuindo sua sede em Brasília. Agrega, no mínimo, três federações. Não poderá existir mais de uma confederação representativa da mesma categoria econômica ou profissional.
É formada por ramo de atividade, como, por exemplo, Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Comércio, etc.
Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na Capital da República.
Destaque-se que tanto as federações quanto as confederações possuem legitimidade concorrente para firmar acordo ou convenção coletiva, na medida em que, ativamente, o sindicato possui legitimidade.
Conforme reza o artigo 103, IX, da CF, as confederações sindicais poderão propor ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ou ação declaratória de constitucionalidade (ADC) de lei ou ato normativo perante o STF, desde que demonstrada a pertinência temática.
Administração
Art. 538 - A administração das federações e confederações será exercida pelos seguintes órgãos: 
a) Diretoria; 
b) Conselho de Representantes;
c) Conselho Fiscal. 
§ 1º - A Diretoria será constituída no mínimo de 3 (três) membros e de 3 (três) membros se comporá o Conselho Fiscal, os quais serão eleitos pelo Conselho de Representantes com mandato por 3 (três) anos. 
§ 2º - Só poderão ser eleitos os integrantes dos grupos das federações ou dos planos das confederações, respectivamente. 
§ 3º - O Presidente da federação ou confederação será escolhido dentre os seus membros, pela Diretoria. 
§ 4º - O Conselho de Representantes será formado pelas delegações dos Sindicatos ou das Federações filiadas, constituída cada delegação de 2 (dois) membros, com mandato por 3 (três) anos, cabendo 1 (um) voto a cada delegação.
§ 5º - A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira. 
Os membros da diretoria das Federações e Confederação também gozam da estabilidade prevista no artigo 8º, VIII, da CF, desde o registro da candidatura até 1 ano após o término do mandato. 
Fontes de receita dos sindicatos
O atual sistema prevê as seguintes fontes de receita para os sindicatos: contribuição sindical, contribuição confederativa, contribuição assistencial ou associativa, mensalidade sindical e outras receitas (bens e valores adquiridos e as rendas por eles produzidas, doações e legados).
- contribuição sindical (legal) – essa fonte de custeio possui natureza tributária (conhecida como “imposto sindical”), logo, independe da vontade do trabalhador ou empregador. Está prevista no artigo 579 da CLT, e tanto o empregado quanto o empregador estão obrigados a pagar a contribuição sindical, ou seja, o seu pagamento independe da filiação à agremiação sindical. Valor: o empregado contribui com o valor de um dia de trabalho por ano, ao passo que a empresa contribui com um percentual sobre o seu capital social. (art. 580, CLT).
Desconto: os empregadores são obrigados a descontar de seus empregados,na folha de pagamento relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por este devida aos respectivos sindicatos. (art. 582, CLT).
Os profissionais liberais inscritos em autarquias federais especiais (OAB, CRM), responsáveis pela fiscalização do respectivo ofício, ficam desobrigados do pagamento da contribuição sindical, em face dos valores de anuidade exigidos para o exercício regular da profissão.
“O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical” (art. 47 da Lei nº 8.906/94).
CAPÍTULO III
DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
SEÇÃO I
DA FIXAÇÃO E DO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO SINDICAL
Art. 578 - As contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação do "imposto sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo. 
Art. 579 - A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591. 
- empregador rural;
- empregados urbanos e rurais.
- contribuição confederativa – essa contribuição será fixada em assembléia geral convocada para esse fim. Sua finalidade será custear o sistema confederativo e encontra-se prevista no artigo 8º, IV, da CF. Estão obrigados ao pagamento tanto o empregador quanto os empregados, desde que filiados às agremiações sindicais.
Conforme a Súmula 666 do STF, da mesma forma que a contribuição associativa ou assistencial, a cobrança da contribuição confederativa será indevida em face dos não sindicalizados.
- contribuição associativa ou assistencial – aludida contribuição será fixada em acordo ou convenção coletiva, bem como em sentença normativa, e encontra-se normatizada no artigo 513, e, da CLT. Destina-se a cobrir os custos decorrentes da função assistencial exercida pelo sindicato (assistência judiciária, médica, psicológica, etc.), ou, ainda, fazer frente aos custos decorrentes da negociação coletiva. Estão obrigados ao pagamento apenas os empregados filiados ao sindicato.
Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos:
impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas.
Nos termos do artigo 545 da CLT, “os empregadores ficam obrigados a descontar na folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao Sindicato, quando por este notificados, salvo quanto à contribuição sindical, cujo desconto independe dessas formalidades.
O empregado não associado deve manifestar sua oposição ao pagamento, no prazo de até 15 dias anteriores ao reajuste salarial definido em convenção coletiva, a teor do quanto previsto no Precedente nº 119 da Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho.
OJ-SDC-17. CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS (inserida em 25.05.1998)
As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente descontados.
- contribuição voluntária (mensalidade sindical) – fonte de custeio prevista no estatuto da agremiação sindical, sendo obrigatória para todos os associados da entidade. Destina-se ao custeio das atividades assistenciais prestadas pelo sindicato, tais como assistência jurídica, médica, lazer, etc.
Centrais sindicais
Com o advento da Lei nº 11.648/2008, as centrais sindicais foram reconhecidas pelo ordenamento jurídico, sendo, na verdade, entidades de representação geral dos trabalhadores em âmbito nacional.
As centrais possuem como atribuição coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas e participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.
Nos termos da lei, a central sindical é entidade associativa de direito privado, composta de organizações sindicais de trabalhadores, sendo constituídas em âmbito nacional para representação geral dos trabalhadores. 
Não existirá, portanto, central sindical que exerça representação geral de empresas ou empregadores.
Art. 10, CF - É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
As centrais sindicais, para efetivamente serem reconhecidas e exercerem o seu papel, devem cumprir os seguintes requisitos (artigo 2º):
- filiação de, no mínimo, 100 sindicatos distribuídos nas cinco regiões do país;
- filiação em, pelo menos, 3 regiões do país de, no mínimo, 20 sindicatos em cada uma;
- filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 setores de atividade econômica;
- filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% do total de empregados em âmbito nacional.
Cumpre destacar que as centrais sindicais, com o advento da nova lei, passam a participar do rateio da contribuição sindical devida pelos trabalhadores na proporção de 10%.
Representação dos trabalhadores na empresa
Dispõe o artigo 11 da Carta Magna: “Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes (que não precisa ser necessariamente sindicalizado) com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores”.
Patrimônio
Constituem o patrimônio das entidades sindicais as contribuições, bens e valores adquiridos; as rendas produzidas; as doações e legados; as multas e outros recebimentos eventuais.
As receitas dos órgãos do sistema sindical somente podem ter aplicação na forma prevista nos respectivos orçamentos anuais, obedecidas as deliberações da assembléia geral ou do conselho de representantes (art. 593, CLT) e as disposições contidas nos seus respectivos estatutos (art. 549, CLT).
Negociação e contratação coletivas
Existem duas formas básicas de solução de conflitos coletivos: a autocomposição e a heterocomposição.
Autonomia privada coletiva
Autonomia privada representa o poder das partes envolvidas criarem as normas jurídicas que regularão seus interesses. Detém função emancipatória e se opõe frontalmente à teoria monista, que considera o Estado como o único centro de positivação jurídica.
Na autonomia privada a intervenção estatal restringe-se apenas a definir o patamar mínimo civilizatório e delimitar quais as matérias passíveis de negociação (direitos disponíveis ou de indisponibilidade relativa), por meio de um processo denominado flexibilização.
Em regra, os direitos trabalhistas são indisponíveis e, por assim dizer, inegociáveis (impedindo a transação), mas a própria Carta Magna ou mesmo a lei poderá relativizar essa indisponibilidade, reconhecendo a autonomia privada às entidades de representação coletiva, como é o caso da redução temporária dos salários (art. 7º, VI, CF), ou da compensação de jornadas (art. 7º, XIII, CF).
Expoente cotidiano da atividade negocial do sindicato, traduz-se na entabulação do acordo coletivo e convenção coletiva de trabalho.
Adequação setorial negociada
A negociação coletiva deverá adequar o padrão normativo heterônomo geral a condições específicas de exequibilidade no plano setorial.
Quando as normas negociadas elevarem o patamar setorial de direitos trabalhistas de modo a superar o padrão geral imposto pela lei ou CF, não existirá qualquer controvérsia.
Contudo, quando as normas negociadas transacionarem setorialmentedireitos trabalhistas de indisponibilidade relativa em prejuízo ao obreiro (como um novo regime de trabalho ou uma diferente modalidade de pagamento), divergências irão eclodir.
A respeito do tema, reza a OJ 31, SDC, do TST.
OJ-SDC-31. ESTABILIDADE DO ACIDENTADO. ACORDO HOMOLOGADO. PREVALÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 118 DA LEI Nº 8.213/91 (inserida em 19.08.1998)
Não é possível a prevalência de acordo sobre legislação vigente, quando ele é menos benéfico do que a própria lei, porquanto o caráter imperativo dessa última restringe o campo de atuação da vontade das partes.
Acordo e Convenção Coletiva
No âmbito coletivo, os atos negociais denominam-se acordo coletivo ou convenção coletiva.
Segundo o artigo 611, caput, da CLT, a convenção coletiva é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos das categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.
Já o acordo coletivo é o ajuste celebrado entre os sindicatos representativos de categorias profissionais com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho (art. 611, § 1º, CLT).
Consoante previsto no art. 7º, XXVI, da CF, “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho”.
Desta forma, ao se analisar a conceituação expressa na CLT, pode-se concluir que tanto a convenção quanto o acordo coletivo se corporificam em instrumentos normativos que buscam implementar as condições de trabalho, sendo que a diferença dos instrumentos restringe-se aos entes que o pactuam, bem como o alcance das condições obtidas pela negociação.
Na convenção coletiva temos, de um lado, o sindicato patronal e, de outro, o sindicato da categoria profissional. Nesse caso, o pacto celebrado corporificado em cláusulas normativas alcança toda a categoria profissional.
Já, no acordo coletivo, de um lado, se posiciona o sindicato dos empregados e, do outro, uma ou mais empresas, sendo que a negociação resultante abrange, apenas, os empregados das empresas participantes.
O prazo de duração da convenção e do acordo coletivo não ultrapassa dois anos (art. 614, § 3º, CLT).
Legitimidade
A legitimidade para celebrar acordo ou convenção coletiva de trabalho será sempre do respectivo sindicato, que não poderá recusar-se à negociação coletiva quando provocado.
Inexistindo sindicato, a federação e, na falta desta, a confederação, representará os interesses dos integrantes da respectiva categoria econômica ou profissional.
Aprovação – artigo 612 da CLT.
Disposições obrigatórias – artigo 613 da CLT.
Convenção coletiva de Trabalho:
- legal – art. 611, caput, CLT.
Definição da OIT – Recomendação nº 91, de 1951.
Definição jurídica – Convenção Coletiva de Trabalho é uma espécie de diploma negocial, de natureza normativa e contratual, em que os sujeitos coletivos estipulam melhores condições de trabalho aplicáveis no âmbito de suas representações organizacionais.
Elementos:
Natureza autocompositiva e consensual – ajuste de vontades elaborado entre o grupo trabalhista e o grupo empresarial;
A Convenção Coletiva de Trabalho tem força normativa.
Sujeitos – sindicato dos empregadores e sindicato dos empregados.
A Convenção Coletiva de Trabalho só poderá ser firmada por sindicatos; as federações e confederações não têm competência para firmar CCT.
Conteúdo da CCT – classificação das cláusulas:
Serão cláusulas obrigacionais aquelas que estabeleçam direitos e obrigações às próprias partes acordantes (os próprios sindicatos ou empresas), tais como a escolha de um árbitro para dirimir eventuais controvérsias; a penalidade pelo descumprimento de um dispositivo negociado, etc. 
As cláusulas normativas (preceitos gerais, abstratos e impessoais) definem condições de trabalho aplicáveis a todas as relações jurídicas envolvendo os integrantes de uma determinada categoria, sendo divididas em econômicas (com valor ou repercussão econômica – reajuste salarial, adicional de horas extras) ou sociais (envolvendo a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho – garantia de emprego, aviso prévio diferenciado).
Aderência das cláusulas ao contrato de trabalho
Segundo apregoa a Súmula 277 do TST, “As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho”.
Registro e vigência – artigo 614 e ss., CLT; OJ 34, SDC, TST. 
Prorrogação e revisão – artigo 615 da CLT.
Categoria diferenciada – Súmula 374 do TST.
Natureza jurídica:
- concepção contratual – adepta da Teoria Civilista, com base no acordo de vontades que busca enquadrar a CCT em modelos de contrato do Direito Civil.
- concepção normativa – tenta enquadrar a CCT em outros modelos jurídicos que não o Direito Civil.
- concepção mista – A CCT é um contrato social normativo; reconhece a natureza contratual, associada ao poder de criação jurídica.
Distinção entre convenção e legislação:
Conteúdo – a lei é geral e o conteúdo é diversificado. A CCT tem o conteúdo especificado.
Extensão – a lei é geral; a CCT limita-se ao âmbito econômico e profissional.
Elaboração – a lei emana do Estado e a CCT emana do grupo social interessado.
Relação entre convenção e legislação:
Exclusividade;
Concorrência – várias leis concorrentes;
Complementaridade – a CCT pode complementar a lei;
Suplementaridade;
Supremacia da lei.
Distinção entre convenção e pacto social:
- pacto social – negociação no nível mais alto da sociedade, para determinar os rumos da política social do país. Diferentemente do contrato coletivo (forma de negociação coletiva, direta e voluntária, envolvendo todos os aspectos da relação de trabalho, dos mais específicos aos mais genéricos), no pacto social não são fixadas condições de trabalho, mas somente estabelecidas entre Governo Federal e entidades classistas regras para combate à inflação e ao desemprego, incluindo a política salarial. 
a) conteúdo – a CCT é pacto normativo e o conteúdo é restrito; o objeto do pacto social é mais amplo.
b) sujeitos – na CCT, o Estado não participa, sendo que no pacto há participação do Estado.
c) efeitos – no pacto, há um caráter amplo e irrestrito; na CCT, é restrito.
Condições de validade:
- Autorização de Assembléia Geral – art. 612, CLT.
Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral especialmente convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos.
- Cláusulas normativas – art. 619, CLT – possuem efeito erga omnes;
Art. 619. Nenhuma disposição de contrato individual de trabalho que contrarie normas de Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo considerada nula de pleno direito. 
- econômicas;
- tutelares – protegem o trabalhador;
- sociais – ex.: bolsa de estudo.
Cláusulas obrigacionais – são aquelas que criam direitos e obrigações às respectivas partes.
Prorrogação – manutenção das cláusulas – deve haver assembléia autorizando a prorrogação – art. 615 da CLT.
Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembléia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612.
Revisão – adaptação da norma coletiva a novas situações fáticas.
Denúncia – é o ato pelo qual umcontratante comunica ao outro o término do contrato de trabalho.
Revogação – ato das partes em terminar a vigência da norma coletiva antes de seu termo final.
Aplicação da CCT no tempo e no espaço:
- espaço – somente se aplica para a categoria que presta serviços dentro da base territorial abrangida pelo respectivo sindicato.
Incoincidência das bases – quando um sindicato de empregados, de base territorial intermunicipal ou interestadual, celebra uma CCT com sindicato de base territorial menor, sendo que os efeitos jurídicos do pacto são limitados à área deste último. 
Empresas com estabelecimentos em bases territoriais diferentes – será aplicada a CCT para cada base territorial de seu respectivo sindicato.
Modificação de base territorial por mudança de empresa.
- aplicação da CCT no tempo – 2 anos.
Sucessão de CCT.
Teoria da aderência irrestrita – as vantagens obtidas por CCT se incorporam definitivamente no contrato de trabalho, não podendo mais ser suprimidas.
Teoria da aderência limitada pelo prazo – as vantagens derivadas de CCT somente integram o contrato de trabalho no período estrito da vigência do instrumento coletivo.
Teoria da aderência limitada por revogação – as vantagens derivadas de CCT permanecem integradas ao contrato individual de trabalho, até que outro diploma negocial as revogue, expressa ou tacitamente. Súmula 277, TST: “As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho”.
Setor público 
Inexistindo uma entidade sindical para defesa dos interesses de uma Administração Pública, não há que se falar em convenção coletiva, surgindo polêmica acerca da possibilidade de o ente público celebrar acordo coletivo (ou até mesmo contrato coletivo) de trabalho.
Conflitos coletivos de trabalho
Medidas conflitivas dos trabalhadores:
- Greve – Lei nº 7.783/89;
- Paralisação temporária dos serviços.
Características:
- paralisação coletiva;
- paralisação de trabalhadores (não existe greve de empregadores);
- de modo concertado (organizado) – art. 4º da Lei nº 7.783/89;
- pacífica;
- provisória;
- deve ser instrumento anunciado de pressão (prazo de 48 horas para serviços não essenciais e de 72 horas para serviços essenciais) – não existe greve surpresa;
- a greve deve ter o objetivo de alcançar melhorias sociais ou para fazer com que aquelas conquistas normatizadas sejam mantidas e cumpridas.
Greve é um direito fundamental que legitima a paralisação coletiva de trabalhadores, realizada de modo concertado, pacífico e provisório, como instrumento anunciado de pressão para alcançar melhorias sociais ou para fazer com que aquelas conquistas normatizadas sejam mantidas e cumpridas.
Natureza jurídica – a greve é um direito e uma liberdade.
Greve no Direito brasileiro:
- Legitimidade – art. 3º da Lei de Greve;
- Garantia dos grevistas – art. 6º;
- Greve em serviços e atividades essenciais – serviços essenciais são aqueles que integram o cotidiano das relações sociais contemporâneas e que, por sua natureza, se interrompidos, podem produzir danos irreparáveis, coletivos e difusos, de dimensões inestimáveis, notadamente sobre a vida, a segurança e a saúde da população – art. 10 da Lei de Greve.
Devem ser mantidos 30% dos serviços essenciais em funcionamento – jurisprudência.
- Efeitos da greve – art. 7º:
- suspensão do contrato de trabalho;
- proibição de dispensa sem justa causa;
- proibição de contratação de trabalhadores, exceto contratar para evitar prejuízo irreparável.
- Administração Pública – art. 37, VII, CF – aplicação analógica da Lei de Greve aos servidores públicos.
Outras medidas conflituais:
Sabotagem – os empregados destroem as máquinas dos empregadores.
Boicote – os empregados obstruem a entrada do estabelecimento.
Ocupação de estabelecimento.
Greves atípicas – operação tartaruga.
Medidas conflituais dos empregadores (medidas proibidas):
Lock-out – greve ou paralisação das atividades pelo empregador – art. 17 da Lei de Greve.
Obstrucionismo – o empregador dificulta a prestação de serviços pelo empregado.
Listas negras.
Solução de conflitos coletivos
Conflitos coletivos trabalhistas – é uma relação de divergência entre grupos de empregador ou empregadores contra um grupo de trabalhador ou trabalhadores, tendo como objeto da controvérsia a realização de interesses decorrentes da relação de trabalho.
Autotutela ou autodefesa – é o ato pelo qual alguém faz a defesa própria, por si mesmo, e a solução que provém de uma das partes interessadas é unilateral e imposta.
Modos:
Autocomposição – é uma forma de compor os conflitos pelas próprias partes, as quais confrontam seus interesses para solucionar as divergências que motivaram o conflito.
Autocomposição sem intervenção de terceiros – dá-se a negociação coletiva de trabalho.
Convenção / Acordo coletivo;
Mediação – é toda intervenção em que se busca produzir um acordo com a intermediação de um terceiro estranho às partes, com o fim de coordenar as possibilidades de composição de interesses antagônicos conforme as necessidades objetivas dos sujeitos da negociação. (art. 616, § 1º, CLT / art. 4º da Lei nº 10.101/2000).
Classificação:
- voluntária (Brasil);
- compulsória.
b) Heterocomposição – um sujeito estranho à lide julga o conflito.
1) arbitragem – é a solução de uma controvérsia por pessoa alheia e distinta das partes, que não tem o caráter de juiz; é um processo heterocompositivo.
Classificação:
- facultativa (voluntária);
- compulsória – decorre de uma imposição legal.
Quanto à natureza das questões:
- de Direito;
- de equidade.
Quanto ao procedimento:
- livre – quando o árbitro decide o conflito sem nenhuma restrição;
- de ofertas finais.
Quanto à estrutura:
- cláusula compromissória – se do contrato resultar conflito, elege-se a arbitragem;
- compromisso arbitral – elege-se desde já a arbitragem.
2) Jurisdição – o terceiro que decide o conflito é o Estado (art. 114, CF). É o poder normativo da Justiça do Trabalho.

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