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Ordem Squamata – Subordem Ophidia – Cobras, serpentes → Infraordem: Scolecophidia ∆ Familia Anomalepididae: Cobras cegas - Possuem olhos vestigiais - Vivem embaixo da terra, de pedras - Alimentação: Insetos ∆ Familia Typhlopidae: Cobras cegas - Possuem olhos vestigiais - Vivem embaixo da terra, de pedras - Alimentação: Insetos ∆ Familia Leptotyphlopidae: Cobras cegas - Possuem olhos vestigiais - Vivem embaixo da terra, de pedras - Alimentação: Insetos → Infraordem: Alethinophidia ∆ Família Aniliidae: Falsa coral • Cobra coral falsa: - Possui faixas vermelhas e pretas pelo corpo - Escavadora - Não peçonhenta ∆ Família Tropidophiidae: - São arborícolas - Conseguem sangrar pelas narinas, olhos e boca voluntariamente como comportamento defensivo - Conseguem mudar a cor de suas escamas, de dia ficam com cores escuras, quando noite ficam com cores claras ∆ Família Boidae: Sucuri, Anaconda, Jibóia, Salamanta • Jibóia: - Alimentação: pequenos mamíferos, aves, lagartos - Diurnas e noturnas, terrícolas e arborícolas - Não peçonhenta • Periquitamboia ou cobra papagaio: - Alimentação: aves e pequenos roedores - Noturna e arborícola - Não peçonhenta • Suaçuboia, cobra de veado ou veadeira: - Alimentação: aves e pequenos roedores - Noturna, arborícola, florestas tropicais - Não peçonhenta • Salamanta, jibóia arco-íris ou jibóia vermelha: - Alimentação: pequenos mamíferos, aves, ovos de aves, lagartos - Diurna e noturna, terrícola e arborícola, todos os habitats brasileiros - Não peçonhenta ∆ Família Pythonidae: Pítons • Píton de Burma ou piton burmesa: - Alimentação: pequenos e médios mamíferos e aves - Noturna e terrícola - Não peçonhenta • Píton reticulada: - Alimentação: pequenos e médios mamíferos e aves - Noturna e terrícola - Não peçonhenta ∆ Família Elapidae: Corais verdadeiras, Najas • Coral verdadeira: - Alimentação: pequenos repteis, outras serpentes, anfíbios - Fossorial(cava e vive embaixo da terra), ambientes florestais - Peçonhenta, não possui fosseta loreal ∆ Família Colubridae: • Cobra cipó: - Alimentação: pequenos roedores e aves - Arborícola e terrícola, diurna, cerrado e mata atlântica - Não peçonhenta • Muçurana: - Alimentação: Outras serpentes, lagartos, camundongos - Noturna e terrícola - Peçonhenta • Cobra d’água: - Alimentação: anfíbios e peixes - Semi-aquática - Não peçonhenta • Surucucu do pantanal: - Alimentação: peixes, rãs, pequenos roedores - Semi-aquática - Não peçonhenta • Falsa coral: - Alimentação: pequenos mamíferos e lagartos - Noturna, terrícola - Peçonhenta • Cobra cipó ou cobra verde: - Alimentação: pequenos mamíferos, aves, lagartos, anfíbios - Arborícola - Peçonhenta ∆ Família Viperidae: Jararacas, cascavel • Urutu: - Alimentação: pequenos mamíferos - Noturnas, campos e áreas abertas - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Jararaca do Norte: - Alimentação: anfíbios e lagartos quando filhotes, pequenos mamíferos quando adultas - Noturnas, beiras de rios, córregos, igarapés • Jararaca da seca: - Alimentação: pequenos mamíferos, lagartos, anfíbios - Noturna, caatingas nordestinas - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Jararaca do rabo branco: - Alimentação: anfíbios e lagartos quando filhotes, pequenos mamíferos quando adultas - Noturna - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Jararaca: - Alimentação: anfíbios e lagartos quando filhotes, pequenos mamíferos quando adultas - Terrícola e arborícola, florestas tropicais, semitropicais e até campos abertos - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Jararacuçu: - Alimentação: Anfíbios e lagartos quando filhotes, pequenos mamíferos quando adultas - Noturna - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Caiçara: - Alimentação: Anfíbios e lagartos quando filhotes, pequenos mamíferos quando adultas - Noturna, cerrados do Brasil central, vivendo associada a matas que margeiam os rios - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Jararaca pintada: - Alimentação: Anfíbios e lagartos quando filhotes, pequenos mamíferos quando adultas - Noturnas, áreas abertas - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Cascavel: - Alimentação: pequenos mamíferos - Noturnas, cerrados do Brasil central, regiões áridas e semi áridas do nordeste, campos e áreas abertas do sul. Regiões de clima quente e seco. - Peçonhenta, presença de fosseta loreal • Surucucu: - Alimentação: pequenos mamíferos - Crepuscular, noturna, florestas úmidas - Peçonhenta, presença de fosseta loreal I) Morfologia - Alongamento do corpo e ausência de membros - Possuem escamas epidérmicas cobrindo o corpo todo - Ausência de pálpebras moveis e de ouvido externo - Possuem grande elasticidade nos movimentos cranianos - Grande número de vertebras - Pele trocada periodicamente: Ecdise, se desprende numa peça única, começando pela borda dos lábios - Escamas: córneas formadas por alfaqueratina, enquanto os espaços entre elas(moveis) são preenchidos por betaqueratina II) Comportamento - Ocupam todos os ambientes disponíveis, inclusive águas continentais e oceânicas - Conservam o padrão morfológico homogêneo, variando muito em tamanho - Estímulos às atividades: procura por alimento, parceiro para acasalamento, locais para desovar ou parir, locais para controle da temperatura corporal(termorregulação) • Hábitos noturno: Viperídeos – Cascavel e jararaca • Hábitos diurnos: Para a termorregulação • Ambos os períodos: Elapídeos – Corais verdadeiras - Períodos frios e secos: menor atividade, queda do metabolismo, menor disponobilidade de presas - Termorregulação: São capazes de manter a temperatura corpórea dentro de amplitudes pequenas através do comportamento e do nível da atividade - Procura por ambientes aquecidos: Quando há maior demanda de calor para digestão, produção de espermatozoides e ovos, desenvolvimento embrionário • Defesa: - Contra predadores de serpentes – aves(gaviões, garças, ema, seriema), mamíferos(gambá, cangambá, furão, cachorro do mato, gato do mato) • Mecanismo de esquiva das serpentes: - Padrões diversos de coloração – camuflagem, cores vivas de alerta(corais) - Imobilidade - Fuga - Alteração da forma do corpo – triangulando a cabeça, inflando a região gular, achatando o corpo - Abrir a boca - Armar o bote - Movimentos erráticos – Modificar rápida e repetidamente a posição e postura do corpo - Emissão de sons – expulsão repentina de ar dos pulmões, vibrando a glote(jiboias) - Vibração de um chocalho na ponta da cauda – cascavéis - Esconder a cabeça entre as voltas do corpo – Proteção das partes vitais de mordidas e bicadas - Esconder a cabeça e levantar e enrolar a cauda para confundir o agressor – Corais verdadeiras - Bote e mordida quando o confronto é inevitável - Defecação – Para desencorajar o predador III) Habitats • Terrícolas: - Caçam no chão, abrigam-se no chão ou na vegetação rasteira - Tem morfologia e coloração variadas - Jararaca e cascavel • Arborícolas: - Caçam e abrigam-se nas vegetações mais altas - Tem corpo delgado, cauda longa, olhos grandes e a maioria das espécies tem coloração esverdeada - Cobra cipó • Semi-aquáticas: - Caçam na água ou nas proximidades - Abrigam-se na água ou no chão - Apresentam olhos e narinas próximos à extremidade dorsal da cabeça - Algumas espécies apresentam válvula nasal que impede a entrada de água nas narinas quando submersas - Sucuri • Criptozóicas: - Caçam e abrigam-se sob o folhedo da mata - Apresentam olhos pequenos e corpo delgado, a cauda pode ser longa - Corais IV) Reprodução • Machos: - Tornam-se mais ativos durante o período de acasalamento - Quando dois ou mais se encontram surgem disputas pela fêmea na forma de combate ritual • Fêmeas: - Geralmente maiores que machos - Tornam-se mais ativasdurante o período de acasalamento e prenhez - Liberam feromônios para atração dos machos • Acasalamento: - Macho fricciona a parte inferior da sua cabeça no dorso da fêmea - Entrelaçam a parte posterior dos seus corpos - Boídeos, sucuris e jiboias possuem um esporão localizado próximo a cloaca para estimular a fêmea • Hemipênis: - Machos possuem dois hemipênis invertidos - Os hemipênis são inflados com sangue e introduzidos na cloaca da fêmea - Possuem inúmeros espinhos para ancoragem na vagina da fêmea - Cada hemipênis possui um sulco por onde escorre o espermatozoide - Os espermatozoides podem ficar armazenados no corpo da fêmea por vários dias - Existem espécies partenogênicas: Não necessitam de fecundação para gerar filhotes • Sazonalidade reprodutiva: - Existem espécies que se reproduzem em estações quentes e úmidas e as que se reproduzem o ano todo • Desenvolvimento embrionário: - Ovovivíparas – Maioria das espécies – O desenvolvimento dos ovos ocorre dentro do corpo da fêmea, estes eclodem no oviduto - Vivíparas – Boídeos(jiboia, sucuri), Vipídeos(jararaca e cascavel), com exceção da surucucu(Lachesis muta) e alguns Colubrídeos(cobra cipó, cobra d’água) – Animal cresce dentro do corpo da mãe, sem ovo. - Maioria nasce com 20 cm de comprimento - Numero de filhotes: Varia de acordo com o tamanho da fêmea. Mesmo após a maturidade sexual as cobras continuam crescendo e produzindo ninhadas maiores a medida que se tornam mais velhas e maiores. • Sexagem de serpentes: - Utiliza-se o sexador, um objeto introduzido na cloaca do animal e dependendo da profundida que foi introduzida se define o sexo do animal, mas isso varia de tamanho e espécie. - Machos: Se o sexador for introduzido mais profundamente já que os machos possuem uma bolsa onde o hemipênis fica armazenado. - Fêmeas: Se o sexador for introduzido mais superficialmente. V) Alimentação - São todas essencialmente carnívoras - Ingerem suas presas inteiras - Possuem dentes adaptados para agarrar e envenerar suas presas - Ossos do crânio adaptados para permitir grande abertura da boca • Alimentos: - Pequenos invertebrados: minhocas, moluscos, artrópodes - Vertebrados: peixes, anfíbios, lagartos, serpentes, aves, mamíferos - Jovens: Maioria alimenta-se de presas ectotérmicas - Adultos: Maioria alimenta-se de presas endotérmicas • Busca pela presa: - Ativa – Persegue a presa em seu habitat – Corais, caçam cobras cegas em suas galerias - Espreita ou tocaia – Escolhem um local de passagem da presa para espera-la – Viperídeos(inoculam o veneno e esperam a presa morrer para evitar contato quando ainda viva), jararaca e cascavel - Engodo caudal – Ponta da cauda com coloração distinta do restante do corpo, parecendo uma larva de inseto quando movimentada atraindo anfíbios e lagartos – Viperídeos jovens - Ingestão da presa viva – Quando não oferece risco ao predador - Constrição – Quando a presa oferece risco ao predador, roedores e outras serpentes - Envenenamento – Utilizado por viperídeos(cacavel e jararaca), elapídeos(coral verdadeira), columbíeos(cobra cipó, surucucu). V) Dentição • Áglifas: Característico de serpentes sem aparelho inoculador de veneno - São dentes maciços sem canal inoculador - Geralmente são constritoras - Jiboias, sucuri, pítons • Opistóglifas: - Característico de serpentes inoculadoras de veneno - As peçonhas encontram-se na parte posterior do maxilar superior - Columbridae, falsas corais • Proteróglifas: - Característico de serpentes inoculadoras de veneno da família elapidae - Apresentam presas não retráteis - Peçonhas encontram-se na parte anterior do maxilar superior - Coral verdadeira • Solenóglifas: - Característico de serpentes inoculadoras de veneno da família viperidae - Possuem dois dentes retrateis localizados na parte anterior do maxilar superior - Peçonha de grande caráter neurotóxico, hemotóxico e citotóxico - Cascavel, jararaca, surucucu V) Recintos - Protocolos de socorro - Protocolos de segurança - Normas de primeiros socorros e noções de envenenamento - Normas de segurança - Espécies semi-aquáticas e aquáticas necessitam de tanques de água VI) Clínica médica a.) Contenção física - Material: fita adesiva de papel, laço, cambão, gancho, pinção, forquilha, cano de plástico transparente ou acrílico ou PVC b.) Contenção química - Utilizada praticamente só em cirurgias - O retorno do animal pode demorar 48h ou mais - Manter o paciente aquecido, animais pecilotérmicos dependem da temperatura do ambiente - Aquecimento feito com colchão térmico, bolsa de água quente. Pode ser necessário desde a indução - Indução + anestesia inalatórias são muito utilizadas - O protocolo anestésico deve propiciar: imobilização, analgesia, relaxamento muscular, segurança e reversibilidade. - Reflexos pesquisados: retração de pescoço, cloaca, dígitos, córnea • Fármacos utilizados: - Acepromazina: Pré anestésico - Isoflurano: Segura e de rápida recuperação - Intubação e ventilação assistida, tomar cuidado com a ruptura do pulmão direito - Cetamina + Xilazina: perfusão lenta à temperatura de 26°C-30°C - Analgesia: Flunexin-meglumine, Butorfanol, Morfina, Meloxican - Antibióticos: Amicacina(é nefrotóxica, associar com fluidoterapia), Enrofloxacino, Gentamicina(é nefrotóxica, associar com fluidoterapia), Oxitetraciclina, Tilosina c.) Venopunção e coleta de sangue - Utiliza-se a veia caudal ventral d.) Administração de medicamentos - Administração via oral estrita aos animais condicionados - Medicamentos injetáveis devem ser administrados na metade anterior do corpo devido à possível concentração toxica ou eliminação indevida nos rins em função da constituição anatômica do sistema venoso portal(porta-renal). - Cuidado com fármacos nefrotóxicos e hepatotóxicos d.1) Sonda gástrica - Administração de medicamentos ou alimentação forçada em animais debilitados ou anoréticos - Lubrificar com óleo mineral ou clara de ovo - Tamanho apropriado da sonda para atingir o estomago: ¼ do comprimento do corpo - Cuidado com dentes, regurgitação, abertura da dobra faríngea - Papinha: ovo crú + papinha infantil de carne d.2) Vias para administração de medicamentos i. Via subcutânea - Na região paralombar, entre as escamas e não através delas - Na região que tem betaqueratina ii. Via intramuscular - Na região paralombar, entre as escamas e não através delas - Na região que tem betaqueratina iii. Via intracelomática - Entre os escudos ventrais - Risco de danos as vísceras e.) Exame clinico - Exame oral: mucosa e língua - Frequência cardíaca: auscultação com estetoscópio ou doppler - Frequência respiratória • Exames complementares: - Fezes: Aspecto físico, exames coproparasitológicos, lavado de colón com sonda ou cateter introduzido pela cloaca + solução fisiológica, pode conter parasitas das presas - Sangue: Deve-se colher com heparina, EDTA causa hemólise - Urinálise: Em jabutis é fácil a coleta, ocorre micção espontânea na contenção, cistocentese, agulha entre o MP e o plastrão(bexiga grande) - Líquor: Mesma via occipital utilizada para exame de sangue f.) Patologia clínica - Contagem de hemácias(biconvexas, ovais e nucleadas), leucócitos, leucócitos diferencias, hematócrito, concentração de hemoglobina, linfócitos, monócitos, neutrófilos, heterofilos, eosinófilos, basófilos, plasmócitos, trombócitos - Corante para esfregaço sanguíneo: Romanowsky - Pesquisa de hematozoários: Giemsa, azul de metileno - Bioquimica plasmática: Sodio, potássio, cloreto, cálcio, fosfato, glicose, ureia, ácido úrico, creatinina, colesterol, FA(fosfatase alcalina), AST(aspartato aminotransferase), ALT(alanina aminotrasnferase), proteína total - Biopsia: pele e sistema digestório g.) Principais procedimentos cirúrgicos i-) Disecdise - É a troca de pele anormal ou deficiente - Causado por: desnutrição, viroses, disfunções hormonais, deficiência de manejo ambiental(falta de superfíciesabrasivas apropriadas) - Tratamento: manter o animal imerso em água morna(25°C-28°C) por tempo suficiente para o despregamento natural da pele - Óculos antigos tem maior resistência em sair espontaneamente, necessária remoção com o uso de um chumaço de algodão umedecido com solução fisiológica sem tentar retirar forçadamente, pode causar lesões de córnea ii-) Redução de prolapso a) Pode ser prolapso de reto: devido ao esforço da defecação, aumento dos movimentos peristálticos ou intenso peristaltismo b) Pode ser de oviduto: devido ao esforço durante a postura, neoplasias e infecções severas c) Pode ser de hemipênis: Devido à atividade sexual do macho, com busca pela fêmea e insistência na cópula, podendo causar alterações no hemipênis devido à isquemia e traumatismos. Normalmente opta-se pela amputação de um hemipênis. - Tratamento: Imergir a mucosa acometida em solução saturada de açúcar em água gelada para reduzir o edema. Pode ser reduzido com o uso de bastão lubrificado, fazer sutura em boca de fumo ao redor da cloaca, retirar após uma semana. Se houver necrose extensa fazer ressecação e anastomose do cólon iii-) Celiotomia - Indicações: Abscessos viscerais, distocias, verminoses, corpos estranhos - Técnica: abordagem ventro-lateral, entre a cloaca e as costelas, incisão entre a pele e as escamas, a sutura da musculatura deverá ser continua, a sutura da pele deverá ser horizontal com eversão
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