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AV2 Meu Resumo Psicopatologia

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PSICOPATOLOGIA - Doenças Mentais
	Oligofrenia – Retardo Mental
Retardo Mental é um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, autossuficiência, habilidades, trabalho, lazer, saúde e segurança. O início deve ocorrer antes dos 18 anos. O Retardo Mental possui muitas causas diferentes que afetam o funcionamento do sistema nervoso central.
	
	Demencia
Ela é considerada uma síndrome, ou seja, é um grupo de sinais físicos e sintomas que a pessoa apresenta, estando presente em várias doenças diferentes. Apresenta três características principais: Prejuízo da memória. Os problemas de memória podem ser desde um simples esquecimento leve até um prejuízo severo a ponto de não se recordar da própria identidade. Problemas de comportamento. Normalmente se caracteriza por agitação, insônia, choro fácil, comportamentos inadequados, perda da inibição social normal, alterações de personalidade. Perda das habilidades. São as habilidades adquiridas durante a vida, tais como, organizar os compromissos, dirigir, vestir a roupa, cuidar da vida financeira, cozinhar, etc. Os sintomas iniciais de Demência variam, mas a perda de memória em curto prazo costuma ser a característica principal. 
Os sintomas mais comuns que aparecem nas Demências são: 1- déficit de memória; 2- dificuldades de executar tarefas domésticas; 3- problema com o vocabulário; 4- desorientação no tempo e espaço; 5- incapacidade de julgar situações; 6- problemas com o raciocínio abstrato; 7- colocar objetos em lugares equivocados; 8- alterações de humor de comportamento; 9- alterações de personalidade; 10- perda da iniciativa – passividade. Existem muitas doenças ou alterações orgânicas capazes de levar a um quadro demencial. Muitas dessas causas relacionadas à Demência são reversíveis, principalmente o uso prolongado de alguns medicamentos, como por exemplo, drogas usadas para hipertensão arterial, diuréticos, alguns hipnóticos. A depressão também pode estar associada à Demência. Muitas vezes, diferenciar a Demência da depressão é uma tarefa difícil e que apresenta muitos obstáculos. Outras doenças relacionadas com a Demência são: doenças vasculares do sistema nervoso central – SNC, doenças infecciosas, hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12, Síndrome de Wernic-Korsacoff, sífilis e HIV no SNC, doenças degenerativas do SNC (doenças inflamatórias, atrofias etc.)
Demência na doença de Alzheimer – “A doença de Alzheimer é uma doença cerebral degenerativa primária de etiologia desconhecida, com aspectos neuropatológicos e neuroquímicos característicos. O transtorno é usualmente insidioso no início e se desenvolve lenta, mas continuamente durante um período de vários anos. ”
	
	Psicoses - são distúrbios psicopatológicos graves onde o paciente perde contato com a realidade, emite juízos falsos (delírios), podendo também apresentar alucinações (ter percepções irreais quanto a audição, visão, tato, paladar e olfato), distúrbios de conduta levando à impossibilidade de convívio social, além de outras formas bizarras de comportamento. O termo Psicose (e sintomas psicóticos) é empregado para se referir à perda do juízo da realidade e um comprometimento do funcionamento mental, social e pessoal, normalmente levando a um prejuízo no desempenho das tarefas e papéis habituais.
 PSICOSE (sinais e sintomas) 1) COGNITIVOS : da PERCEPÇÃO – Alucinações e do PENSAMENTO/JUIZO – Delirios . 2) AFETIVOS/VOLITIVOS são dos sintomas negativos (afetos superficiais, avolia emocional) 3) COMPORTAMENTAIS são os sintomas positivos (comportamento grosseiro desorganizado ou *catatônico - *rigidez corporal, rapado, inerte, extrema passividade)
As Psicoses podem ter várias origens: por lesões cerebrais, tumores cerebrais, esquizofrenia, tóxicos, álcool, infecções, traumas emocionais etc. Algumas Psicose são incuráveis, outras apresentam cura completa. Quase sempre requer tratamento à base de psicotrópicos. Nem sempre é necessária a internação. Nas psicoses agudas, as psicoterapias são pouco indicadas. 
 A perspectiva psicanalítica em relação às psicoses propõe existir um terrível conflito entre o EU e o mundo externo. Incapaz de mediação entre ambos. O EU criaria uma nova realidade, uma realidade delirante e alucinadamente de acordo com os impulsos do ID. Freud propõe que na neurose existe uma luta vitoriosa contra a perda da realidade, enquanto na psicose a perda é irremediável. “A neurose não repudia a realidade, apenas a ignora: a psicose a repudia e tenta substituí-la. Para Freud, o ponto central de sua observação é que em ambas as estruturas o mais importante não é a questão relativa à perda da realidade, mas sim os substitutos encontrados. Na neurose, o substituto encontrado ocorre via mundo da FANTASIA; já na psicose, os substitutos são DELÍRIOS e ALUCINAÇÕES.
	Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC]
Caracteriza-se por dois tipos de manifestações: as obsessões ou ideias obsessivas e as compulsões ou rituais compulsivos. As obsessões são ideias ou imagens que vem à mente da pessoa independente de sua vontade repetidamente. Embora a pessoa saiba que são ideias suas, sem sentido, não consegue evitar de pensá-las. As compulsões são atos ou rituais que o indivíduo se vê obrigado a executar para aliviar as obsessões. Se a pessoa não executa o ato compulsivo ela fica muito ansiosa. Geralmente se inicia no fim da adolescência, por volta dos 20 anos de idade e atinge cerca de 2 em cada 100 pessoas. A doença pode se manifestar em crianças também. Muitos portadores de TOC apresentam também outros transtornos como fobia social, depressão, transtorno de pânico e alcoolismo. Alguns transtornos mentais como a tricotilomania (arrancar pelos ou cabelos), o distúrbio dismórfico do corpo (ideia fixa de que há um pequeno defeito no corpo, em geral na face) e a síndrome de Tourette (síndrome dos tiques) parecem estar relacionados ao TOC. Pesquisas recentes mostram que o TOC é uma doença do cérebro na qual algumas áreas cerebrais apresentam um funcionamento excessivo. Tal reação consiste nos pensamentos obsessivos, que por sua vez geram mais estresse, criando assim um círculo vicioso. O tratamento do TOC envolve a combinação de medicamentos e psicoterapia. Os medicamentos utilizados são os antidepressivos. A psicoterapia é a terapia comportamental, através da qual o paciente é estimulado a controlar seus pensamentos obsessivos e rituais compulsivos.
	
	Neuroses - é uma reação exagerada do sistema emocional em relação a uma experiência vivida. Essa maneira neurótica significa que a pessoa reage à vida através vivencias anormais; seja no sentido dessas vivencias serem desproporcionais, seja pelo fato de serem muito duradouras, seja pelo fato delas existirem mesmo sem que exista uma causa real aparente. Essa maneira exagerada de reagir leva a pessoa neurótica a adotar uma serie de comportamentos compatíveis com o que está sentindo. Cada tipo de transtorno neurótico tem seus sintomas, suas atitudes e sentimentos; o quadro das neuroses é muito variável.
Falando em doenças da personalidade como um estado permanente e duradouro, apenas a Personalidade Neurótica representa, realmente, aquilo que queremos dizer como Neurose. Já a denominação de Reação Neurótica Aguda poderia ser entendida como, digamos, um tropeço emocional na vida do indivíduo.
	
	FORMAÇÃO DE SINTOMAS: 
Formação Reativa - Trata-se de um contra-investimento, é o oposto. Ex. Homofobia (obsessão) essa ideia vem carregada do desejo (energia pulsional) da pratica homossexual que ele nega na consciência. Esse desejo está recalcado, assim ele investe no contrário. Ex. solicitude (pessoas muito solicitas) pode ser uma formação reativa contra representações violentas ou agressivas, do mesmo modo que as exigências de limpeza do obsessivo constituem uma formação reativa contra seu desejo de sujar.
Formação substitutiva – Arepresentação do desejo inaceitável é recalcada no inconsciente. Existe, no plano do princípio do prazer, uma falta que o Ego vai procurar preencher, Ex. Bebe para preencher a falta do leite materno na infância. Ele encontra um substituto para o gozo. É a compensatória: trazer, por um lado, uma satisfação de substituição, sem que isso apareça claramente, graças ao jogo das associações de ideias. [Segundo alguns autores as formações substitutivas nada mais seriam do que formações de condensação e deslocamento]. Ex. Artistas que usam sua arte para descarregar.
Formação de compromisso – “É também um modo de retorno do recalcado, utilizado aqui sob uma forma em que ele não poderá ser reconhecido, não por substituição, mas por deformação. Ex. sonho que estou nua a imagem do sonho me é usada como descarga de gozo. A deformação fica muito clara nos sonhos Esse processo vai procurar aliar, assim, em um compromisso, os desejos inconscientes proibidos, ou em muitas realizações artísticas, ou em certas escolhas no quadro da vida social.
	Algumas Neuroses (Referencial Psicanalítico) – Semiologia Psicanálitica
1) Reação Aguda a Estresse ou Transtorno de Estresse Agudo 
2) Transtorno de Estresse Pós-Traumático – 
3) Transtorno de Adaptação (ou Ajustamento) 
4) Neurose de Abandono - quadro clínico em que predominam a angústia do abandono e a necessidade de segurança. Neurose cuja etiologia seria pré-edipiana. [...] Caracteriza uma “insegurança afetiva fundamental”. A necessidade ilimitada de amor, significaria uma procura da segurança perdida na infância da criança com a mãe. Não corresponderia necessariamente a um abandono real pela mãe, [...], mas, quanto ao essencial, a uma atitude afetiva da mãe, sentida como recusa de amor (falsa presença da mãe, por exemplo). 
5) Neurose de Transferência - caracterizam-se pelo fato de a libido ser sempre deslocada para objetos reais ou imaginários em lugar de se retrair sobre o ego
6) Neurose de Angústia – “consiste em um transtorno clı́nico que se manifesta por meio de uma angústia livre, quer sob uma forma permanente, quer pelo surgimento em momentos de crise. Em outras palavras, a ansiedade do paciente expressa-se tanto por equivalentes somáticos (como uma opressão pré-cordial, taquicardia, dispnéia suspirosa, sensação de uma “bola no peito”, etc.), como por uma indefinida e angustiante sensação do medo de que possa vir a morrer, enlouquecer, ou da iminência de alguma tragédia.”) 
7) Neurose Histérica de Angústia (Fobia) – Reação de extrema angústia e/ou medo diante de alguma percepção externa (p.ex., locais fechados, altos, animais etc.), que, normalmente, não deveria causar tal reação.
8) Neurose Histérica de Conversão – “Forma de histeria que se caracteriza pela predominância de sintomas de conversão (Consiste numa transposição de um conflito psíquico e numa tentativa de resolução deste em sintomas somáticos, motores [paralisias, por exemplo] ou sensitivos [anestesias ou dores localizadas, por exemplo]).
9) Neurose Histérica Traumática – Tipo de histeria descrita por Charcot: os sintomas somáticos, designadamente as paralisias, aparece aqui, muitas vezes após um tempo de latência, consecutivamente a um traumatismo físico, mas sem que que este possa explicar mecanicamente os sintomas em questão.
10) Neurose Obsessivo-Compulsiva – “Na forma mais típica, o conflito psíquico exprime-se por sintomas chamados compulsivos (ideias obsidiantes [persistentes], compulsão a realizar atos indesejáveis, luta contra estes pensamentos e estas tendências, ritos esconjuratórios, etc.) e por um modo de pensar caracterizado nomeadamente pela ruminação mental, a dúvida, os escrúpulos, e que leva à inibição do pensamento e da ação.
11) Neurose Traumática – Tipo de neurose em que o aparecimento dos sintomas é consecutivo a um choque emotivo geralmente ligado a uma situação em que o indivíduo sentiu a sua vida ameaçada. Manifesta-se, no momento do choque, por uma crise ansiosa paroxística que pode provocar estados de agitação, de entorpecimento ou de confusão mental. A sua evolução ulterior, surgindo a maior parte das vezes após um intervalo livre, permitiria que se distinguissem esquematicamente dois casos: 
a) O traumatismo age como elemento desencadeante, revelador de uma estrutura neurótica preexistente. b) O traumatismo toma parte determinante no próprio conteúdo do sintoma (ruminação do acontecimento traumatizante, pesadelo repetitivo, perturbações do sono, etc.), que aparece como uma tentativa repetida de ‘ligar’ e ab-reagir** o trauma; tal ‘fixação no trauma’ é acompanhada de uma inibição mais ou menos generalizada da atividade do indivíduo. ”
**Ab-reação – “Descarga emocional (catarse) pela qual um indivíduo se liberta do afeto ligado à recordação de um acontecimento traumático, permitindo-lhe assim não se tornar ou não continuar patogênico. A ab-reação, que pode ser provocada no decorrer da psicoterapia, nomeadamente sob hipnose, e produzir então um efeito de catarse, pode também surgir de modo espontâneo, seperada do traumatismo inicial por um intervalo mais ou menos longo. ” 
12) Depressão neurótica, ou em termos psicopatológicos, transtorno depressivo persistente (no DSM-5 também chamado de distimia). 
 Obs.: “diante do largo espectro clı́nico dos estados depressivos, torna-se indispensável que se reconheça a distinção que há entre melancolia, luto, tristeza, posição depressiva e depressão. Assim:
a)tristeza indica um estado de humor afetivo que pode estar presente ou não nos estados depressivos. b)Luto corresponde a um perı́odo necessário para a elaboração da perda de um objeto amado que foi introjetado no ego, sem maiores conflitos. c) Melancolia designa que a introjeção do objeto perdido (por morte, abandono, etc.) processou-se de forma muito ambivalente e conflitada e permanecer por toda a vida, assim se constituindo em um luto patológico crônico. d) Posição depressiva é um termo de M. Klein que expressa [uma constelação de ansiedades, de defesas contra essas ansiedades, de relações objetais internas e externas e de impulsos] que constituem um estado psı́quico no qual prevalece a trı́ade: objeto total, assunção da responsabilidade, eventuais culpas e) Depressão subjacente às neuroses e psicoses refere-se ao fato de que todo indivı́duo, em grau maior ou menor, é portador de núcleos melancólicos da personalidade. Por sua vez, a depressão melancólica [...] também apresenta uma ampla gama clı́nica de variações tanto quantitativas como qualitativas. Assim, é comum que tenhamos pacientes portadores de uma depressão crônica cujos sinais clı́nicos possam ser tão insidiosos e pouco aparentes que, muitas vezes, iludem o nosso conhecimento e, daı́, que nem sempre merecem a devida valorização por parte dos psicanalistas. Em outro extremo, é sabido o quanto podemos confrontar-nos com bruscas e inesperadas irrupções de surtos melancólicos agudos, com sério risco de suicı́dio. E assim por diante... 
Apesar dessa variação de forma e de grau das depressões, alguns de seus sintomas e sinais clı́nicos são de presença constante, como, por exemplo: baixa auto-estima, sentimento culposo sem causa definida, exacerbada intolerância a perdas e frustrações; alto nı́vel de exigência consigo próprio, extrema submissão ao julgamento dos outros, sentimento de perda do amor e permanente estado de que há́ algum desejo inalcançável.”
	Transtornos de Personalidade - Pessoas explosivas, teatrais, sistemáticas, meticulosas, obsessivas, cismadas, muito emotivas e outros tipos difíceis de conviver sugerem, intuitivamente para todos nós, tratar-se de uma maneira de SER assim e não de ESTAR assim. Henri Ey considera algumas pessoas portadoras de um Ego Patológico, caracterizando não apenas uma maneira de ESTAR no mundo, mas sobretudo, uma maneira de SER no mundo. Karl Jaspers afirma serem anormais as personalidades que fazem sofrer, tanto a pessoa quanto quem a rodeia. Diz a CID.10 que os transtornos de personalidade sãoestados e tipos de comportamentos característicos que expressam maneiras de a pessoa viver e de estabelecer relações consigo mesma e com os outros, são distúrbios da constituição e das tendências comportamentais – não diretamente relacionados a alguma doença, lesão, afecção cerebral ou a outro transtorno [psicopatológico]. Isso tudo quer dizer que a pessoa simplesmente é desse jeito e será sempre assim. Habitualmente os transtornos da personalidade se acompanham de sofrimento e de comprometimento no desempenho global da pessoa. Aparecem precocemente durante o desenvolvimento individual. Depois de solidificado este conjunto de traços pessoais, tal como uma personalidade normal, persistirá indefinidamente. 
De fato, o que denomina, classifica ou dá o nome ao transtorno da personalidade é a predominância de determinados traços, os quais todos nós os temos em dose diminuta. Todos temos algo de histéricos, uma pitada de paranoia, traços de ansiedade, e assim por diante. Entretanto, no transtorno da personalidade tais traços são predominantes e dominam tiranamente a maneira de reação dessas pessoas de forma a causar sofrimento (na pessoa e/ou nos próximos a ela) e comprometer o desempenho. [...]F60 até F69 na CID-10
Quando a OMS diz ‘...permanentes e profundamente arraigados no ser...’ ela quer dizer que se trata de uma característica definitiva. Uma pessoa obsessiva, meticulosa, perfeccionista e rígida com problemas de adaptação, por exemplo, pode mudar sua maneira de ser para melhor refazendo algumas crenças pessoais e atitudes comportamentais no sentido de construir melhor relação consigo mesma, com os outros e com a vida, embora continue sendo menos obsessiva, menos meticulosa, menos perfeccionista e menos rígida. Acontecendo assim a pessoa deixará de ter um transtorno de personalidade para ter apenas traços obsessivos, traços perfeccionistas e assim por diante. As características de personalidade por si só não caracterizam um Transtorno de Personalidade, elas são os traços, ou seja, padrões duradouros de percepção, relação e pensamento acerca do ambiente e de si mesmo, e são exibidos numa ampla faixa de contextos sociais e pessoais importantes. É somente quando as características de personalidade são inflexíveis e desadaptadas, causando um comprometimento significativo no desempenho da pessoa é que elas podem constituir-se em Transtornos da Personalidade. Os Transtornos de Personalidade, ainda segundo a CID-10, são condições do desenvolvimento da personalidade que aparecem na infância ou adolescência e continuam pela vida adulta. Esta condição constitucional e biológica de desenvolvimento diferencia o Transtorno da Alteração da Personalidade. 
	A Alteração da Personalidade ocorre durante a vida em consequência de algum outro transtorno emocional, dependência química, traumatismo craniano, tumores, infecções cerebrais, etc. Enfatizando, os Transtornos de Personalidades são perturbações graves da constituição do caráter e das tendências comportamentais [atitudes], portanto, não são adquiridas no meio tal como as Alterações da Personalidade. A CID-10 apresenta entre os títulos F60 e F69 uma grande variedade de subtipos de Transtornos de Personalidade. [...] A Associação Norte-americana de Psiquiatria, através de seus critérios de classificação e diagnóstico de transtornos mentais, o DSM-5, fala sobre os Transtornos da Personalidade da seguinte forma: Os traços de personalidade constituem transtornos da personalidade somente quando são inflexíveis e mal-adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos. O aspecto essencial de um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo e que se manifesta em pelo menos duas das seguintes áreas: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle de impulsos (Critério A). Esse padrão persistente é inflexível e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais (Critério B), provocando sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério C). O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta (Critério D). O padrão não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência de outro transtorno mental (Critério E) e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, exposição a uma toxina) ou a outra condição médica (p. ex., traumatismo craniencefálico) (Critério F). 
1. Geralmente surgem na infância ou adolescência e tendem a permanecer relativamente estáveis ao longo da vida do indivíduo.
2. Manifestam um conjunto de comportamentos e reações afetivas claramente desarmônicos, envolvendo vários aspectos da vida do indivíduo, como a afetividade, o controle de impulsos, o modo e o estilo de relacionamento interpessoais, etc. 
3. O padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e volitivas é permanente, de longa duração e não limitado ao episódio de doença mental associada (como uma fase maníaca ou depressiva, um surto esquizofrênico, etc.). 
4. O padrão anormal de comportamento inclui muitos aspectos do psiquismo e da vida social do indivíduo, não sendo restrito a apenas um tipo de reação ou uma área do psiquismo. 
5. O padrão comportamental é maladaptativo, produz uma série de dificuldades para o indivíduo e/ ou para as pessoas que com ele convivem. 
6. São condições não relacionadas diretamente à lesão cerebral evidente ou a outro transtorno psiquiátrico (embora haja alterações de personalidade secundárias à lesão cerebral). 
7. O transtorno da personalidade leva a algum grau de sofrimento (angústia, solidão, sensação de fracasso pessoal, dificuldades no relacionamento vividas com amargura, etc.); entretanto, salienta a CID-10, tal sofrimento pode se tornar aparente para o indivíduo apenas tardiamente em sua vida. 
8. Em geral, o transtorno da personalidade contribui para o mau desempenho ocupacional (no trabalho, estudos, etc.) e social (com familiares, amigos, colegas de trabalho ou estudo). Entretanto, tal desempenho precário não é condição obrigatória.
Segundo a CID-10 e o DSM-IV (com ligeiras modificações do autor), os transtornos da personalidade podem ser agrupados em três grandes subgrupos, que são: A – esquisitos e/ou desconfiados; B – instáveis e/ou manipuladores; C – ansiosos e/ ou controlados-controladores (Quadro 22.3).
Quadro 22.3 Transtornos da personalidade segundo a CID-10 e o DSM-IV
	Esquisitice e/ou desconfiança 
Paranóide - Desconfiança constante Sensível às decepções e às críticas Rancoroso, arrogante Culpa os outros Reivindicativo Sente-se freqüentemente prejudicado nas relações
Esquizóide - Frio (indiferente) Distante, sem relações íntimas Esquisito (estranho) Vive no seu próprio mundo Solitário (isola-se) Não se emociona (imperturbável)
Esquizotípica - Idéias e crenças estranhas e de auto-referência Desconforto nas relações interpessoais Pensamento muito vago e excessivamente metafórico Aparência física excêntrica
	Impulsividade e/ou manipulação
Borderline - Relações pessoais muito instáveis. Atos autolesivos repetitivos. Humor muito instável. Impulsivo e explosivo. Graves problemas de identidade. Sentimentos intensos de vazio e aborrecimento crônico.
Sociopática - Irresponsável, inconsequente. Frio, insensível. Sem compaixão. Agressivo, cruel. Não sente culpa ou remorsos. Não aprende com a experiência. Mente de forma recorrente. Aproveita-se dos outros.
Histriônica - Dramatiza, é muito teatral. Sugestionável e superficial. Necessita de atenção. Manipulador Infantil e pueril. Erotiza situações não comumente erotizáveis
	Ansiedade e/ou controle
Ansiosa - Dificuldade em descontrair-se, Preocupa-se facilmente, Teme situações novas, Atento a si próprio, Muito sensível à rejeição, Extremamente inseguro
Anancástica/obsessiva- Rígido,metódico, minucioso. Não tolera variações ou improvisações Perfeccionista e escrupuloso. Muito convencional, segue rigorosamente as regras Controlador (dos outros e de si) Indeciso
Dependente - Depende extremamente de outros. Necessita muito agradar. Desamparado quando sozinho. Sem iniciativa e sem energia. Sem autonomia pessoal
	Grupo A com Esquisitice e/ou desconfiança
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANÓIDE
1. Sensibilidade excessiva a rejeições e a contratempos 2. Tendência a guardar rancores persistentemente 3. Desconfiança excessiva e tendência exagerada a distorcer as experiências por interpretar erroneamente as ações neutras ou amistosas de outros como hostis ou depreciativas 4. Obstinado senso de direitos pessoais e sensação de estar sendo injustiçado em relação a esses direitos, em desacordo com a situação real 5. Suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito à fidelidade sexual do parceiro 6. Tendência a experimentar autovalorização excessiva, manifesta por meio de atitude persistente de auto-referência 7. Preocupação com explicações “conspiratórias”, sem fundamento em dados reais
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZÓIDE
1. Distanciamento afetivo, afeto embotado, aparente frieza emocional 2. Capacidade limitada para expressar sentimentos calorosos, ternos ou raiva para com os outros 3. Indiferença aparente a elogios ou críticas 4. Poucas atividades produzem prazer 5. Pouco interesse em ter experiências sexuais com terceiro 6. Preferência quase invariável por atividades solitárias. 7. Preocupação excessiva com fantasias e introspecção 8. Ausência de amigos íntimos ou de relacionamentos confidentes 9. Insensibilidade marcante em relação a normas e convenções sociais
O sistema norte-americano de classificação dos transtornos mentais, DSM-IV, acrescenta outro transtorno da personalidade a este subgrupo:
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA
1. Desconforto e incapacidade importante para ter relações interpessoais íntimas 2. Freqüentes idéias de auto-referência (tudo o que acontece no mundo se refere a ele) 3. Idéias e crenças estranhas, tendendo ao pensamento mágico 4. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais 5. Pensamento e discurso incomuns, estranhos, por exemplo, pensamento vago, exageradamente metafórico, hiperelaborado ou estereotipado 6. Ideação paranóide, indivíduo muito desconfiado 7. Afetos inapropriados ou muito reduzidos 8. Comportamento e/ou aparência física (inclusive vestimenta) estranhos, os pacientes parecem excêntricos ou muito peculiares 9. Ausência de amigos íntimos ou confidentes, além dos parentes de primeiro grau 10. Ansiedade excessiva em situações sociais, que não diminui com a familiaridade em relação a tal situação ou é colorida com ideação paranóide
	Grupo B: instabilidade e/ou manipulação
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL (SOCIOPATIA)
Os sociopatas são indivíduos que, embora reconhecidos por todos, têm um status nosotáxico em psicopatologia polêmico, sempre discutível. É uma variação da normalidade ou uma doença, um modo de ser ou uma categoria médica? São perguntas ainda em aberto. Segundo a tradição psicopatológica, os sociopatas são pessoas incapazes de uma interação afetiva verdadeira e amorosa. Não têm consideração ou compaixão pelas outras pessoas, mentem, enganam, trapaceiam, prejudicam os outros, mesmo a quem nunca lhes fez nada. São popularmente conhecidos como “mau caráter”, “tranqueira”, “canalha”, etc. Eis aqui como a CID-10 os descreve:
1. Indiferença e insensibilidade pelos sentimentos alheios 2. Irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais 3. Incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja dificuldade em estabelecê-los 4. Muito baixa tolerância a frustrações e baixo limiar para descarga de agressão, inclusive violência 5. Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente com a punição 6. Propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que gerou seu conflito com a sociedade 7. Crueldade e sadismo são freqüentes nesse tipo de personalidade
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE (OU “EMOCIONALMENTE INSTÁVEL”)
1. Instabilidade emocional intensa 2. Sentimentos crônicos de vazio 3. Relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, oscilando em curtos períodos de uma grande “paixão” ou “amizade” para “ódio” e “rancor” profundos 4. Esforços excessivos para evitar abandono 5. Dificuldades sérias e instabilidade com relação à auto-imagem, aos objetivos e às preferências pessoais (inclusive a sexual) 6. Atos repetitivos de autolesão, envolvendo-se em atuações perigosas (como guiar muito embriagado e velozmente, intoxicar-se com substâncias, etc.) 7. Atos suicidas repetitivos
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE TIPO IMPULSIVO
1. Tendência marcante a agir impulsivamente, sem considerar as conseqüências 2. Instabilidade afetiva intensa 3. Acessos de raiva intensa 4. Explosões comportamentais
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA
1. Dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções 2. Sugestionabilidade aumentada, facilmente influenciado por outros ou pelas circunstâncias 3. Afetividade superficial, pueril e lábil 4. Busca contínua de atenção e apreciação pelos outros, quer ser o centro das atenções 5. Sedução inapropriada em aparência (vestimenta, maquiagem, etc.) e comportamento 6. Erotização de situações não estritamente eróticas (consulta ao dentista, audiência com o juiz, etc.) 7. Infantilidade, tendência a reações infantis, pouca tolerância à frustração
Também em relação a CID-10, o sistema norte-americano de classificação dos transtornos mentais, DSM-IV, acrescenta, nesse subgrupo, mais um transtorno da personalidade:
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA
1. O indivíduo apresenta senso grandioso (e irreal) da importância de sua pessoa. Julga ter talentos especiais, espera ser reconhecido como superior, sem que tenha feito algo concreto para isso 2. Muito voltado para fantasias de grande sucesso pessoal, de poder, brilho, beleza ou de um amor ideal 3. Acha-se excepcionalmente “especial” e “único”, acreditando que só pessoas ou instituições também excepcionalmente especiais ou únicas podem estar à sua altura 4. Requer admiração excessiva 5. Tende a ser “explorador” nas relações interpessoais, buscando vantagens sobre os outros para atingir o seu fim ou sucesso pessoal 6. Sem empatia pelas pessoas comuns 7. Freqüentemente invejoso dos outros ou do sucesso alheio; acha sempre que os outros têm inveja dele 8. Freqüentemente arrogante
	Grupo C: ansiedade e/ou controle
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANANCÁSTICA OU OBSESSIVA
1. Preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas 2. Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas 3. Dúvidas excessivas sobre assuntos irrelevantes 4. Cautela demasiada 5. Rigidez e teimosia 6. Insistência incomum para que os outros submetam-se exatamente à sua maneira de fazer as coisas 7. Excesso e escrúpulos e preocupação indevida com detalhes da vida 8. A rigidez impede ou anula o prazer nas relações interpessoais 9. Adesão excessiva às convenções sociais e certo pedantismo
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANSIOSA OU DE EVITAÇÃO
1. Estado constante de tensão e apreensão 2. Crença de ser socialmente incapaz, desinteressante ou inferior aos outros
3. Preocupação ou medo excessivo em ser criticado ou rejeitado 4. Restrições na vida diária devido à necessidade de segurança física ou psíquica 5. Evitação de atividades sociais e ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo, principalmente por medo de críticas, desaprovação ou rejeição
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE
1. Subordinação das próprias necessidades e desejos àqueles dos outros dos quais é dependente 2. Solicitação constante de que outros (dos quais depende) tomem as decisões importantes em sua vida pessoal 3. Sentimento de desamparo quando sozinho por causa de medo exagerado de ser incapaz de se cuidar 4. Preocupação e/oumedo exagerado de ser abandonado pela(s) pessoa(s) da(s) qual(is) depende 5. Capacidade limitada de tomar decisões cotidianas sem excesso de conselhos e reasseguramento pelos outros 6. Relutância em fazer exigências ainda que razoáveis à(s) pessoa(s) da(s) qual(is) depende.
	TRANSTORNO DE ANSIEDADE - DSM 5 
OS transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais. Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura. Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas também se diferenciam, com o medo sendo com mais frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga, e a ansiedade sendo mais frequentemente associada a tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos de cautela ou esquiva. As vezes, o nível de medo ou ansiedade é reduzido por comportamentos constantes de esquiva. Os ataques de pânico se destacam dentro dos transtornos de ansiedade como um tipo particular de resposta ao medo. Não estão limitados aos transtornos de ansiedade e também podem ser vistos em outros transtornos mentais. Os transtornos de ansiedade diferem entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem medo, ansiedade ou comportamento de esquiva e na ideação cognitiva associada. Assim, embora os transtornos de ansiedade tendam a ser altamente comórbidos entre si, podem ser diferenciados pelo exame detalhado dos tipos de situações que são temidos ou evitados e pelo conteúdo dos pensamentos ou crenças associados. Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo ou da ansiedade adaptativos por serem excessivos ou persistirem além de períodos apropriados ao nível de desenvolvimento. Eles diferem do medo ou da ansiedade provisórios, com frequência induzidos por estresse, por serem persistentes (p. ex., em geral durando seis meses ou mais), embora o critério para a duração seja tido como um guia geral, com a possibilidade de algum grau de flexibilidade, sendo às vezes de duração mais curta em crianças (como no transtorno de ansiedade de separação e no mutismo seletivo). Como os indivíduos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o perigo nas situações que temem ou evitam, a determinação primária do quanto o medo ou a ansiedade são excessivos ou fora de proporção é feita pelo clínico, levando em conta fatores contextuais culturais. Muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem tratados. A maioria ocorre com mais frequência em indivíduos do sexo feminino do que no masculino (proporção de aproximadamente 2por1). Cada transtorno de ansiedade é diagnosticado somente quando os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos do uso de uma substância/medicamento ou de outra condição médica ou não são mais bem explicados por outro transtorno mental.
	AGAROFOBIA - Apostila
A característica essencial da agorafobia é o medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações [...]. O diagnóstico requer que os sintomas ocorram em pelo menos duas das cinco situações seguintes: 
1) uso de transporte público;	 2) permanecer em espaços abertos, como áreas de estacionamento, mercados ou pontes;	 3) permanecer em locais fechados, como lojas, teatros ou cinemas; 4) permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; ou 	5) sair de casa sozinho. Os exemplos de cada situação não são exaustivos; outras situações podem ser temidas. 
Quando experimentam medo e ansiedade acionada por essas situações, os indivíduos geralmente experimentam pensamentos de que algo terrível possa acontecer [...]. Acreditam com frequência que escapar dessas situações poderia ser difı́cil (p. ex., “não consigo sair daqui”) ou que o auxı́lio pode não estar disponı́vel (p. ex., “não há ninguém para me ajudar”) quando ocorrem sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores. “Sintomas do tipo pânico” se referem a algum dos 13 sintomas inclusos nos critérios para ataque de pânico, como tontura, desmaio e medo de morrer. “Outros sintomas incapacitantes ou constrangedores” incluem sintomas como vomitar e sintomas inflamatórios intestinais, bem como, em adultos mais velhos, medo de cair ou, em crianças, uma sensação de desorientação e de estar perdido. A quantidade de medo experimentada pode variar com a proximidade da situação temida e pode ocorrer em antecipação ou na presença real da situação agorafóbica. 
Além disso, o medo ou ansiedade pode assumir a forma de um ataque de pânico com sintomas completos ou sintomas limitados (i.e., um ataque de pânico esperado). O medo ou ansiedade é evocado quase todas as vezes em que o indivíduo entra em contato com a situação temida [...]. Assim, alguém que fica ansioso apenas ocasionalmente em uma situação agorafóbica (p. ex., fica ansioso quando permanece em uma fila ou em apenas uma a cada cinco ocasiões) não seria diagnosticado com agorafobia. O indivíduo evita ativamente a situação, ou, se não consegue ou decide não evitá-la, a situação evoca medo ou ansiedade intenso [...]. Esquiva ativa significa que o indivíduo está, no momento, comportando-se de formas intencionalmente concebidas para prevenir ou minimizar o contato com situações agorafóbicas. A esquiva pode ser comportamental (p. ex., mudar as rotinas diárias, escolher um emprego próximo para evitar o uso de transporte público, organizar a entrega de alimentos para evitar ter de entrar em lojas e supermercados), bem como cognitiva por natureza (p. ex., usando a distração para passar por situações agorafóbicas). 
Pode tornar-se tão grave a ponto de a pessoa ficar completamente confinada à sua casa. Com frequência, um indivíduo é mais capaz de enfrentar uma situação temida quando acompanhado por alguém como um parceiro, amigo ou profissional da saúde. O medo, ansiedade ou esquiva deve ser desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural.
Caracterı́sticas associadas que apoiam o diagnóstico – Nas suas formas mais graves, a agorafobia pode levar os indivíduos a ficar completamente restritos à sua casa, incapazes de sair e dependentes de outra pessoa para serviços ou assistência até mesmo às suas necessidades básicas. A desmoralização e os sintomas depressivos, bem como o abuso de álcool e medicamentos sedativos como estratégias inadequadas de automedicação, são comuns
DSM5 - Agorafobia - Critérios Diagnósticos
A) Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: 1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões). 2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes). 3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas). 4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão. 5. Sair de casa sozinho.
 B) O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., em idosos, medo de cair, medo de incontinência).
C) As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade. 
D) As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade. 
E) O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. 
F) O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. 
G) O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
H) Se outra condiçãomédica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo. 
I) O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental - por exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia específica, tipo situacional; não envolvem apenas situações sociais (como no transtorno de ansiedade social); e não estão relacionados exclusivamente a obsessões (como no transtorno obsessivocompulsivo), percepção de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou medo de separação (como no transtorno de ansiedade de separação). Nota: A agorafobia é diagnosticada independentemente da presença de transtorno de pânico. Se a apresentação de um indivíduo satisfaz os critérios para transtorno de pânico e agorafobia, ambos os diagnósticos devem ser dados. 
	Características Diagnósticas - A característica essencial da agorafobia é o medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações (Critério A). O diagnóstico requer que os sintomas ocorram em pelo menos duas das cinco situações seguintes: 1) uso de transporte público; 2) permanecer em espaços abertos, como áreas de estacionamento, mercados ou pontes; 3) permanecer em locais fechados, como lojas, teatros ou cinemas; 4) permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; ou 5) sair de casa sozinho. Os exemplos de cada situação não são exaustivos; outras situações podem ser temidas. Quando experimentam medo e ansiedade acionada por essas situações, os indivíduos geralmente experimentam pensamentos de que algo terrível possa acontecer (Critério B). Acreditam com frequência que escapar dessas situações poderia ser difícil (p. ex., "não consigo sair daqui") ou que o auxílio pode não estar disponível (p. ex., "não há ninguém para me ajudar") quando ocorrem sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores. "Sintomas do tipo pânico" se referem a algum dos 13 sintomas inclusos nos critérios para ataque de pânico, como tontura, desmaio e medo de morrer. "Outros sintomas incapacitantes ou constrangedores" incluem sintomas como vomitar e sintomas inflamatórios intestinais, bem como, em adultos mais velhos, medo de cair ou, em crianças, uma sensação de desorientação e de estar perdido. A quantidade de medo experimentada pode variar com a proximidade da situação temida e pode ocorrer em antecipação ou na presença real da situação agorafóbica. Além disso, o medo ou ansiedade pode assumir a forma de um ataque de pânico com sintomas completos ou sintomas limitados (i.e., um ataque de pânico esperado). O medo ou ansiedade é evocado quase todas as vezes em que o indivíduo entra em contato com a situação temida (Critério C). Assim, alguém que fica ansioso apenas ocasionalmente em uma situação agorafóbica (p. ex., fica ansioso quando permanece em uma fila ou em apenas uma a cada cinco ocasiões) não seria diagnosticado com agorafobia. O indivíduo evita ativamente a situação, ou, se não consegue ou decide não evitá-la, a situação evoca medo ou ansiedade intenso (Critério D). Esquiva ativa significa que o indivíduo está, no momento, comportando-se de formas intencionalmente concebidas para prevenir ou minimizar o contato com situações agorafóbicas. A esquiva pode ser comportamental (p. ex., mudar as rotinas diárias, escolher um emprego próximo para evitar o uso de transporte público, organizar a entrega de alimentos para evitar ter de entrar em lojas e supermercados), bem como cognitiva por natureza (p. ex., usando a distração para passar por situações agorafóbicas). Pode tomar-se tão grave a ponto de a pessoa ficar completamente confinada à sua casa. Com frequência, um indivíduo é mais capaz de enfrentar uma situação temida quando acompanhado por alguém como um parceiro, amigo ou profissional da saúde. O medo, ansiedade ou esquiva deve ser desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural (Critério E). A diferenciação de medos agorafóbicos clinicamente significativos de medos razoáveis (p. ex., sair de casa durante uma forte tempestade) ou de situações que são consideradas perigosas (p. ex., caminhar em uma área de estacionamento ou usar o transporte público em uma área de alta criminalidade) é importante por inúmeras razões. Primeiramente, o que constitui esquiva pode ser difícil de julgar entre as culturas e nos contextos socioculturais (p. ex., é culturalmente apropriado que as mulheres muçulmanas ortodoxas em certas partes do mundo evitem sair de casa sozinhas, e assim essa esquiva não seria considerada indicativa de agorafobia). Segundo, adultos mais velhos provavelmente superestimam a relação entre seus medos e as restrições relacionadas à idade e, de modo semelhante, podem não julgar seus medos como desproporcionais ao risco real. Terceiro, os indivíduos com agorafobia têm probabilidade de superestimar o perigo em relação aos sintomas do tipo pânico ou outros sintomas corporais. A agorafobia deve ser diagnosticada somente se persiste o medo, ansiedade ou esquiva (Critério F) e se ele causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério G). A duração de "mais de seis meses" significa excluir os indivíduos com problemas transitórios de curta duração. No entanto, o critério de duração deve ser usado como um guia geral, com a possibilidade de algum grau de flexibilidade. 
	Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico - Nas suas formas mais graves, a agorafobia pode levar os indivíduos a ficar completamente restritos à sua casa, incapazes de sair e dependentes de outra pessoa para serviços ou assistência até mesmo 
	OBS.: Diagnóstico Diferencial 
 Quando os critérios diagnósticos para agorafobia e outro transtorno são satisfeitos completamente, ambos os diagnósticos devem ser dados, a menos que o medo, ansiedade ou esquiva da agorafobia possa ser atribuído ao outro transtorno. A ponderação dos critérios e o julgamento clínico podem ser úteis em alguns casos. Fobia específica, tipo situacional. A diferenciação entre agorafobia e fobia específica situacional pode ser desafiadora em alguns casos porque essas condições compartilham várias características de sintomas e critérios. A fobia específica, tipo situacional, deve ser diagnosticada versus agorafobia se o medo, ansiedade ou esquiva estiver limitado a uma das situações agorafóbicas. A exigência de medo de duas ou mais situações agorafóbicas é uma forma eficiente de diferenciar agorafobia de fobias específicas, particularmente o subtipo situacional. As características diferen- ciadoras adicionais incluem a cognição associada. Assim, se a situação é temida por outras razões além dos sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medos de ser diretamente prejudicado pela situação em si, como o medo de queda do avião em indivíduos que temem voar), então o diagnóstico de fobia específica pode ser o mais apropriado. Transtorno de ansiedade de separação. O transtorno de ansiedade de separação pode ser mais bem diferenciado da agorafobia por meio do exame da cognição. No transtorno de ansiedade de separação, os pensamentos são acerca da separação de pessoas significativas e do ambiente doméstico (i.e., pais ou outras figuras de apego), enquanto na agorafobia o foco está nos sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores nas situações temidas. Transtorno de ansiedade social (fobia social). A agorafobia deve ser diferenciada do transtorno de ansiedade social principalmente quanto aos tipos de situações que desencadeiam medo, ansiedade ou esquiva e à cognição associada. No transtorno de ansiedade social, o foco está no medo de ser avaliado negativamente. Transtorno de pânico. Quando são satisfeitos os critérios para transtorno de pânico, a agorafobia não deve ser diagnosticada se os comportamentosde esquiva associados aos ataques de pânico não se estendem para o comportamento de esquiva de duas ou mais. No transtorno de pânico, o indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou alterações desadaptativas em seu comportamento devido aos ataques de pânico (p. ex., esquiva de exercícios ou de locais que não são familiares). Os ataques de pânico são ataques abruptos de medo intenso ou desconforto intenso que atingem um pico em poucos minutos, acompanhados de sintomas físicos e/ou cognitivos. Os ataques de pânico com sintomas limitados incluem menos de quatro sintomas. Os ataques podem ser esperados, como em resposta a um objeto ou situação normalmente temido, ou inesperados, significando que o ataque não ocorre por uma razão aparente. Eles funcionam como um marcador e fator prognóstico para a gravidade do diagnóstico, curso e comorbidade com uma gama de transtornos, incluindo, mas não limitados, os transtornos de ansiedade (p. ex., transtornos por uso de substância, transtornos depressivos e psicóticos). O ataque de pânico pode, portanto, ser usado como um especificador descritivo para qualquer transtorno de ansiedade, como também para outros transtornos mentais. Os indivíduos com agorafobia são apreensivos e ansiosos acerca de duas ou mais das seguintes situações: usar transporte público; estar em espaços abertos; estar em lugares fechados; ficar em uma fila ou estar no meio de uma multidão; ou estar fora de casa sozinho em outras situações. O indivíduo teme essas situações devido aos pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que pode não haver auxílio disponível caso desenvolva sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores. Essas situações quase sempre induzem medo ou ansiedade e com frequência são evitadas ou requerem a presença de um acompanhante. As características principais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação persistentes e excessivas acerca de vários domínios, incluindo desempenho no trabalho e escolar, que o indivíduo encontra dificuldade em controlar. Além disso, são experimentados sintomas físicos, incluindo inquietação ou sensação de “nervos à flor da pele"; fatigabilidade; dificuldade de concentração ou "ter brancos"; irritabilidade; tensão muscular; e perturbação do sono. 
	TRANSTORNO DO PÂNICO ( ou ANSIEDADE PAROXÍSTICA EPISÓDICA)
Apostila - Transtorno de pânico se refere a ataques de pânico inesperados recorrentes [...]. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de uma lista de 13 sintomas fı́sicos e cognitivos: 
1.Palpitações, coração acelerado, taquicardia; 	2. Sudorese; 
3.Tremores ou abalos; 				4.Sensações de falta de ar ou sufocamento; 
5.Sensações de asfixia; 				6.Dor ou desconforto torácico;
7.Náusea ou desconforto abdominal; 	8.Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio; 
9.Calafrios ou ondas de calor; 		10.Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento); 
11.Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo); 					12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”;		
13. Medo de morrer." 
O termo recorrente significa literalmente mais de um ataque de pânico inesperado. O termo inesperado se refere a um ataque de pânico para o qual não existe um indı́cio ou desencadeante óbvio no momento da ocorrência – ou seja, o ataque parece vir do nada, como quando o indivíduo está relaxando ou emergindo do sono (ataque de pânico noturno). Em contraste, os ataques de pânico esperados são ataques para os quais existe um indı́cio ou desencadeante óbvio, como uma situação em que os ataques de pânico ocorrem geralmente.
CID10 – Transtorno do Pânico - A característica essencial deste transtorno são os ataques recorrentes de uma ansiedade grave (ataques de pânico), que não ocorrem exclusivamente numa situação ou em circunstâncias determinadas, mas de fato são imprevisíveis. Como em outros transtornos ansiosos, os sintomas essenciais comportam a ocorrência brutal de palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade (despersonalização ou desrealização). Existe, além disso, frequentemente um medo secundário de morrer, de perder o autocontrole ou de ficar louco. 
	
	FOBIA ESPECIFICA – 
	Apostila - Uma característica essencial desse transtorno é que o medo ou ansiedade está circunscrito à presença de uma situação ou objeto particular [...], que pode ser denominado estımulo fóbico. As categorias das situações ou objetos temidos são apresentadas como específicos. Muitos indivíduos temem objetos ou situações de mais de uma categoria, ou estímulo fóbico. Para o diagnostico de fobia especı́fica, a resposta deve ser diferente dos medos normais transitórios que comumente ocorrem na população. Para satisfazer os critérios para um diagnostico, o medo ou ansiedade deve ser intenso ou grave[...]. O grau do medo experimentado pode variar com a proximidade do objeto ou situação temida e pode ocorrer com a antecipação da presença ou na presença real do objeto ou situação. Além disso, o medo ou ansiedade pode assumir a forma de um ataque de pânico com sintomas completos ou limitados (i.e., ataque de pânico esperado). Outra característica das fobias especı́ficas é que o medo ou ansiedade é evocado quase todas as vezes que o indivíduo entra em contato com o estı́mulo fóbico [...]. Assim, um indivíduo que fica ansioso apenas ocasionalmente ao ser confrontado com a situação ou objeto (p. ex., fica ansioso apenas em um de cada cinco voos que faz) não seria diagnosticado com fobia especı́fica. Entretanto, o grau de medo ou ansiedade expresso pode variar (desde a ansiedade antecipatória até um ataque de pânico completo) nas diferentes ocasiões de encontro com o objeto ou situação fóbica devido a vários fatores contextuais, como a presença de outra pessoa, a duração da exposição, e a outros elementos ameaçadores, como turbulência em um voo para indivíduos que têm medo de voar. O medo e a ansiedade são com frequência expressos de formas diferentes entre crianças e adultos. Além disso, o medo ou ansiedade ocorre tão logo o objeto ou situação fóbica é encontrado (i.e., imediatamente, em vez de ser retardado). O indivíduo evita ativamente a situação, ou, se não consegue ou decide não evitá-la, a situação ou objeto evoca temor ou ansiedade intensos [...]. 
	Esquiva ativa significa que o indivíduo intencionalmente se comporta de formas destinadas a prevenir ou minimizar o contato com objetos ou situações fóbicas (p. ex., pega túneis em vez de pontes em sua ida diária para o trabalho devido ao medo de alturas; evita entrar em um quarto escuro pelo medo de aranhas; evita aceitar um trabalho em um local em que um estı́mulo fóbico é mais comum). Os comportamentos de esquiva são com frequência óbvios (p. ex., um indivíduo que tem medo de sangue recusando-se a ir ao médico), mas às vezes são menos óbvios (p. ex., um indivíduo que tem medo de cobras recusando-se a olhar para figuras que se assemelham ao contorno ou à forma de cobras). Muitas pessoas com fobias especı́ficas sofreram durante muitos anos e alteraram suas circunstâncias de vida com o objetivo de evitar o objeto ou situação fóbica o máximo possível (p. ex., uma pessoa diagnosticada com fobia especı́fica, animal, que se muda a fim de residir em uma área desprovida do animal temido em particular). Consequentemente, elas não mais experimentam medo ou ansiedade em sua vida diária. Em tais circunstâncias, os comportamentos de esquiva ou a recusa persistente de se engajar em atividades que envolveriam exposição ao objeto ou situação fóbica (p. ex., recusa repetida em aceitar ofertas para viagens a trabalho devido ao medo de voar) podem ser úteis para a confirmação do diagnosticona ausência de ansiedade ou pânico explı́cito. 
	O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real apresentado pelo objeto ou situação ou mais intenso do que é considerado necessário [...]. Embora os indivíduos com fobia especı́fica com frequência reconheçam que suas reações são desproporcionais, tendem a superestimar o perigo nas situações temidas, e assim o julgamento do caráter desproporcional é feito pelo clı́nico. O contexto sociocultural do indivíduo também deve ser levado em conta. Por exemplo, o medo do escuro pode ser razoável em um contexto de violência constante. O medo, a ansiedade ou a esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses [...], o que ajuda a distinguir o transtorno de medos transitórios que são comuns na população, em particular entre crianças. No entanto, o critério de duração deve ser usado como um guia geral, com a possibilidade de algum grau de flexibilidade. A fobia especı́fica deve causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo para que o transtorno seja diagnosticado [...].
 Caracterı́sticas associadas que apoiam o diagnóstico - Os individuos com fobia especı́fica geralmente experimentam aumento na excitabilidade autonômica pela antecipação ou durante a exposição a um objeto ou situação fóbica. Entretanto, a resposta fisiológica à situação ou ao objeto temidos varia. Enquanto os indivı́duos com fobias especı́ficas situacionais, de ambiente natural e de animais têm probabilidade de apresentar excitabilidade aumentada do sistema nervoso simpático, aqueles com fobia especı́fica a sangue-injeção-ferimentos frequentemente demonstram uma resposta de desmaio ou quase desmaio vasovagal que é marcada por breve aceleração inicial do ritmo cardı́aco e elevação da pressão arterial seguida por desaceleração do ritmo cardı́aco e queda na pressão arterial.
CID 10 - Fobias limitadas a situações altamente específicas tais como a proximidade de determinados animais [cinofobia], locais elevados [acrofobia], trovões [brontofobia], escuridão [nictofobia], viagens de avião [ptesiofobia], espaços fechados [claustrofobia], utilização de banheiros públicos [molismofobia], ingestão de determinados alimentos [sitiofobia], cuidados odontológicos, visão de sangue [hemo/hemafobia ou hematofobia] ou ferimentos. Ainda que a situação desencadeante seja inofensiva, o contato com ela pode desencadear um estado de pânico como na agorafobia ou fobia social
	TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL – FOBIA SOCIAL
	A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com adultos [...]. Quando exposto a essas situações sociais, o indivíduo tem medo de ser avaliado negativamente. Ele tem a preocupação de que será julgado como ansioso, débil, maluco, estúpido, enfadonho, amedrontado, sujo ou desagradável. O indivíduo teme agir ou aparecer de certa forma ou demonstrar sintomas de ansiedade, tais como ruborizar, tremer, transpirar, tropeçar nas palavras, que serão avaliados negativamente pelos demais [...]. Alguns têm medo de ofender os outros ou de ser rejeitados como consequência. O medo de ofender os outros – por exemplo, por meio de um olhar ou demonstrando sintomas de ansiedade – pode ser o medo predominante em pessoas de culturas com forte orientação coletivista. Um indivíduo com medo de tremer as mãos pode evitar beber, comer, escrever ou apontar em público; um com medo de transpirar pode evitar apertar mãos ou comer alimentos picantes; e um com medo de ruborizar pode evitar desempenho em público, luzes brilhantes ou discussão sobre tópicos ı́ntimos. Alguns têm medo e evitam urinar em banheiros públicos quando outras pessoas estão presentes (i.e., parurese, ou “sı́ndrome da bexiga tı́mida”) As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade [...]. 
	Assim, um indivíduo que fica ansioso apenas ocasionalmente em situação(ões) social(is) não seria diagnosticado com transtorno de ansiedade social. Entretanto, o grau e o tipo de medo e ansiedade podem variar (p. ex., ansiedade antecipatória, ataque de pânico) em diferentes ocasiões. A ansiedade antecipatória" "pode ocorrer às vezes muito antes das próximas situações (p. ex., preocupar-se todos os dias durante semanas antes de participar de um evento social, repetir antecipadamente um discurso por dias). Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, ataques de raiva, imobilização, comportamento de agarrar-se ou encolher-se em situações sociais. Os indivı́duos com frequência evitarão as situações sociais temidas ou então as suportarão com intenso medo ou ansiedade. A esquiva pode ser abrangente (p. ex., não ir a festas, recusar a escola) ou sutil (p. ex., preparando excessivamente o texto de um discurso, desviando a atenção para os outros, limitando o contato visual). Às vezes, a ansiedade pode não ser julgada excessiva porque está relacionada a um perigo real (p. ex., ser alvo de bullying ou atormentado pelos outros). No entanto, os indivı́duos com transtorno de ansiedade social com frequência superestimam as consequências negativas das situações sociais, e, assim, o julgamento quanto a ser desproporcional é feito pelo clı́nico.
A duração do transtorno é geralmente de pelo menos seis meses [...]. Esse limiar de duração ajuda a diferenciar o transtorno dos medos sociais transitórios comuns, particularmente entre crianças e na comunidade. Contudo, o critério de duração deve ser usado como um guia geral, com a possibilidade de algum grau de flexibilidade.
O medo, a ansiedade e a esquiva devem interferir significativamente na rotina normal do indivíduo, no funcionamento profissional ou acadêmico ou em atividades sociais ou relacionamentos ou deve causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de sua vida [...]. Por exemplo, alguém que tem medo de falar em público não receberia um diagnostico de transtorno de ansiedade social se essa atividade não é rotineiramente encontrada no trabalho ou nas tarefas de classe e se o indivíduo não tem um sofrimento significativo a respeito disso. Entretanto, se evita ou ignora o trabalho ou educação que realmente deseja ter devido aos sintomas de ansiedade social, [o critério] é satisfeito. 
	Caracterı́sticas associadas que apoiam o diagnóstico - Os indivı́duos com transtorno de ansiedade social podem ser tı́midos ou retraı́dos e ser menos abertos em conversas e revelar pouco a seu respeito. Podem sair da casa dos pais mais tarde. Os homens podem retardar o casamento e a paternidade, enquanto as mulheres que gostariam de trabalhar fora de casa podem viver uma vida inteira como donas de casa. A ansiedade social entre adultos mais velhos também pode incluir a exacerbação de sintomas de doenças médicas, como tremor aumentado ou taquicardia. O rubor é a resposta fı́sica caracterı́stica do transtorno de ansiedade social. 
CID 10 - Medo de ser exposto à observação atenta de outrem e que leva a evitar situações sociais. As fobias sociais graves se acompanham habitualmente de uma perda da autoestima e de um medo de ser criticado. As fobias sociais podem se manifestar por rubor, tremor das mãos, náuseas ou desejo urgente de urinar, sendo que o paciente por vezes está convencido que uma ou outra destas manifestações secundárias constitui seu problema primário. Os sintomas podem evoluir para um ataque de pânico. 
 
CONTINUA.....
PARTE II - CONTINUAÇÃO
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA – TAG – 
Apostila - As caracterı́sticas essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação excessivas (expectativaapreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real. O indivı́duo tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que pensamentos preocupantes interfiram na atenção às suas tarefas. Os adultos com TAG frequentemente se preocupam com circunstâncias diárias da rotina de vida, como possı́veis responsabilidades no trabalho, saúde e finanças, a saúde dos membros da famı́lia, desgraças com seus filhos ou questões menores (p. ex., realizar as tarefas domésticas ou se atrasar para compromissos). As crianças com o transtorno tendem a se preocupar excessivamente com sua competência ou a qualidade de seu desempenho. Durante o curso do transtorno, o foco da preocupação pode mudar de uma preocupação para outra. Várias caracterı́sticas distinguem o transtorno de ansiedade generalizada da ansiedade não patológica. 
1º- as preocupações associadas ao TAG são excessivas e geralmente interferem de forma significativa no funcionamento psicossocial, enquanto as preocupações da vida diária não são excessivas e são percebidas como mais manejáveis. 
2º- as preocupações associadas ao TAG são mais disseminadas, intensas e angustiantes; têm maior duracão. Os indivı́duos com TAG relatam sofrimento subjetivo devido à preocupação constante e prejuı́zo relacionado ao funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de sua vida. 
A ansiedade e a preocupação são acompanhadas por pelo menos três dos seguintes sintomas: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade de concentrar-se ou sensações de “branco” na mente, irritabilidade, tensão muscular, perturbação do sono, embora apenas um sintoma adicional seja exigido para crianças. 
Caracterı́sticas associadas que apoiam o diagnóstico Pode haver tremores, contrações, abalos e dores musculares, nervosismo ou irritabilidade associados a tensão muscular. Muitos indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada também experimentam sintomas somáticos (p. ex., sudorese, náusea, diarreia) e uma resposta de sobressalto exagerada. Sintomas de excitabilidade autonômica aumentada (p. ex., batimentos cardı́acos acelerados, falta de ar, tonturas) são menos proeminentes no TAG do que em outros transtornos de ansiedade, tais como o transtorno de pânico. 
DSM5 - Critérios Diagnósticos
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2. Fatigabilidade. 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
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TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Obs.: No DSM-5 esse transtorno não é mais classificado como Transtorno de Ansiedade e sim como um Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores. 
 A caracterı́stica essencial do transtorno de estresse pós-traumático é o desenvolvimento de sintomas caracterı́sticos após a exposição a um ou mais eventos traumáticos. [...] A apresentação clı́nica do TEPT varia. Em alguns indivı́duos, sintomas de revivência do medo, emocionais e comportamentais podem predominar. Os eventos traumáticos [...] sofridos diretamente incluem, mas não se limitam a, exposição a guerra como combatente ou civil, ameaça ou ocorrência real de agressão fı́sica (ataque fı́sico, assalto, furto, abuso fı́sico infantil), ameaça ou ocorrência real de violência sexual (p. ex., penetração sexual forçada, penetração sexual facilitada por álcool/droga, contato sexual abusivo, abuso sexual sem contato, tráfico sexual), sequestro, ser mantido refém, ataque terrorista, tortura, encarceramento como prisioneiro de guerra, desastres naturais ou perpetrados pelo homem e acidentes automobilı́sticos graves. 
Para crianças, eventos sexualmente violentos podem incluir experiências sexuais inapropriadas em termos do estágio de desenvolvimento sem violência fı́sica ou lesão. 
O evento traumático pode ser revivenciado de diversas maneiras. É comum que a pessoa tenha lembranças recorrentes, involuntárias e intrusivas do evento [...]. As lembranças intrusivas no TEPT são distintas das ruminações depressivas no sentido de que só se aplicam a recordações angustiantes involuntárias e intrusivas. Um sintoma comum de revivência são sonhos angustiantes que repetem o evento em si ou são representativos ou relacionados tematicamente às ameaças principais envolvidas no evento traumático [...]. 
A pessoa pode sofrer estados dissociativos que duram desde alguns segundos até várias horas ou até mesmo dias, durante os quais aspectos do evento são revividos e a pessoa se comporta como se o evento estivesse ocorrendo naquele momento [...]. Esses eventos ocorrem em um continuum desde intrusões visuais ou sensoriais breves de parte do evento traumático sem perda de senso de realidade até a perda total de percepção do ambiente ao redor. Esses episódios, conhecidos como flashbacks, são geralmente breves, mas "podem estar associados a sofrimento prolongado e excitação elevada. 
No caso de crianças pequenas, a reencenação de eventos relacionados ao trauma pode aparecer na brincadeira ou em estados dissociativos. 
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
Apostila - O sintoma caracterı́stico do TOC é a presença de obsessões e compulsões (Critério A). Obsessões são pensamentos repetitivos e persistentes (p. ex., de contaminação), imagens (p. ex., de cenas violentas ou horrorizantes) ou impulsos (p. ex., apunhalar alguém). É importante observar que as obsessões não são prazerosas ou experimentadas como voluntárias: são intrusivas e indesejadas e causam acentuado sofrimento ou ansiedade na maioria das pessoas. O indivı́duo tenta ignorá-las ou suprimi-las ou neutralizá-las com outro pensamento ou ação (p. ex., executando uma compulsão). 
Compulsões (ou rituais) são comportamentos repetitivos (p. ex., lavar, verificar) ou atos mentais (p. ex., contar, repetir palavras em silêncio) que o indivı́duo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. A maioria das pessoas com TOC tem obsessões [pensamentos] e compulsões [comportamentos]. As compulsões são geralmente executadas em resposta a uma obsessão. O objetivo é reduzir o sofrimento desencadeado pelas obsessões ou evitar um evento temido (p. ex., ficar doente). 
Contudo, essas compulsões não estão conectadas de forma realista ao evento temido (p. ex., organizar itens simetricamente para evitar danos a uma pessoa amada) ou são claramente excessivas (p. ex., tomar banho durante horas todos os dias). As compulsões não são executadas por prazer, embora alguns indivı́duos experimentem alı́vio da ansiedade ou sofrimento. 
O Critério B enfatiza que as obsessões e compulsões devem tomar tempo (p. ex., mais de uma hora por dia) ou causar sofrimento ou prejuı́zo clinicamente significativos para justificar um diagnóstico de TOC. A frequência e a gravidade das obsessões e compulsões variam entre os indivı́duos com TOC (p. ex., alguns têm sintomas leves a moderados, passando 1 a 3 horas por dia com obsessõesou executando compulsões, enquanto outros têm pensamentos intrusivos ou compulsões quase constantes que podem ser incapacitantes). 
Caracterı́sticas associadas que apoiam o diagnóstico O conteúdo especı́fico das obsessões e compulsões varia entre os indivı́duos. Entretanto, certos temas, ou dimensões, são comuns, incluindo os de:
 limpeza (obsessões por contaminação e compulsões por limpeza); 
simetria (obsessões por simetria e compulsões por repetição, organização e contagem);
 pensamentos proibidos ou tabus (p. ex., obsessões agressivas, sexuais ou religiosas e compulsões relacionadas); danos (p. ex., medo de causar danos a si mesmo ou a outros e compulsões de verificação). 
TRANSTORNO DE AJUSTAMENTO (OU ADAPTAÇÃO) (característico de uma reação neurótica aguda) 
Relacionado a traumas e Extressores
Apostila – A presença de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um estressor identificável é o aspecto essencial dos transtornos de adaptação (Critério A). O estressor pode ser um único evento (p. ex., o término de um relacionamento afetivo), ou pode haver múltiplos estressores (p. ex., dificuldades profissionais acentuadas e problemas conjugais). 
Os estressores podem ser recorrentes (p. ex., associados a crises profissionais cı́clicas, relacionamentos sexuais insatisfatórios) ou contínuos (p. ex., uma doença dolorosa persistente com incapacidade crescente, morar em área de alta criminalidade) e podem afetar um único indivı́duo ou uma famı́lia inteira, um grupo maior ou uma comunidade (p. ex., um desastre natural). 
Alguns estressores podem acompanhar eventos específicos do desenvolvimento (p. ex., ir para a escola, deixar a casa dos pais, voltar para a casa dos pais, casar-se, tornar-se pai/mãe, fracassar em metas profissionais, aposentadoria). 
CID 10 - Estado de sofrimento e de perturbação emocional subjetivos, que travam usualmente o funcionamento e o desempenho sociais. 
O fator de “stress” pode afetar a integridade do ambiente social do sujeito (luto, experiências de separação) ou seu sistema global de suporte social e de valor social (imigração, estado de refugiado); ou ainda representado por uma etapa da vida ou por uma crise do desenvolvimento (escolarização, nascimento de um filho, derrota em atingir um objetivo pessoal importante, aposentadoria). 
A predisposição e a vulnerabilidade individuais desempenham um papel importante na ocorrência e na sintomatologia de um transtorno de adaptação; 
As manifestações, variáveis, compreendem: humor depressivo, ansiedade, inquietude (ou uma combinação dos precedentes), sentimento de incapacidade de enfrentar, fazer projetos ou a continuar na situação atual, assim como certa alteração do funcionamento cotidiano. 
Transtornos de conduta podem estar associados, em particular nos adolescentes. 
A característica essencial deste transtorno pode consistir de uma reação depressiva, ou de uma outra perturbação das emoções e das condutas, de curta ou longa duração. 
TRANSTORNOS SOMATOFORMES – TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO
 Apostila - Indivı́duos com transtorno de sintomas somáticos geralmente apresentam sintomas somáticos múltiplos e atuais que provocam sofrimento ou resultam em perturbação significativa da vida diária 
(Critério A), embora às vezes apenas um sintoma grave, mais comumente dor, esteja presente. 
Os sintomas podem ser especı́ficos (p. ex., dor localizada) ou relativamente inespecı́ficos (p. ex., fadiga). Por vezes representam sensações ou desconfortos corporais normais que geralmente não significam doença grave. 
Sintomas somáticos sem uma explicação médica evidente não são suficientes para fazer esse diagnóstico. O sofrimento do indivı́duo é autêntico, seja ou não explicado em termos médicos. Os sintomas podem ou não estar associados a uma outra condição médica. (Critério B). Indivı́duos com transtorno de sintomas somáticos tendem a manifestar nı́veis muito elevados de preocupação a respeito de doenças. (Critério C) Eles avaliam seus sintomas corporais como indevidamente ameaçadores, nocivos ou problemáticos e com frequência pensam o pior a respeito da própria saúde. Mesmo quando há evidência do contrário, alguns pacientes ainda temem a gravidade médica de seus sintomas. 
TRANSTORNO DISSOCIATIVO ou CONVERSIVO
Os transtornos dissociativos ou de conversão se caracterizam por uma perda parcial ou completa das funções normais de integração das lembranças, da consciência, da identidade e das sensações imediatas, e do controle dos movimentos corporais. Os diferentes tipos de transtornos dissociativos tendem a desaparecer após algumas semanas ou meses, em particular quando sua ocorrência se associou a um acontecimento traumático. No passado, estes transtornos eram classificados entre diversos tipos de "histeria de conversão
Tipos de transtornos dissociativos: 
a. amnésia dissociativa – amnésia de eventos traumáticos;
b. fuga dissociativa – “o indivíduo repentinamente perde todas suas recordações, inclusive de sua própria identidade. Inesperadamente essa pessoa muda-se de localidade, de cidade ou de estado, assumindo uma outra identidade, função e vida por vários dias. Durante esse período não se lembra de nada de sua vida passada nem tem consciência de que se esqueceu de algo. Durante esse período seu comportamento é compatível com as normas sociais de maneira que ninguém percebe algo errado. Subitamente recobra toda a memória, excetuando-se o período enquanto viveu a fuga dissociativa. Com o restabelecimento da memória a pessoa recobra sua vida anterior. Raramente esse episódio dura meses: comumente dura dias ou horas.
 c. estupor dissociativo – diminuição importante ou ausência de movimentos voluntários e da reatividade normal a estímulos externos (luz, som, tato etc);
d. transe ou possessão – outra identidade atribuída a entidades espirituais; 
e. de movimentos – perda da capacidade de mover uma parte ou a totalidade do membro ou dos membros (afonia, disfonia psicogênicas; torcicolo histérico);
 f. convulsões – semelhantes àquelas presentes nas crises epilépticas, porém, normalmente sem mordedura da língua, ferimentos de queda, incontinência urinária etc. Além disso, a consciência está preservada ou substituída por um estado de estupor ou transe.
 g. anestesias ou perda sensorial – cegueira, surdez etc. psicogênica. A perda da sensibilidade pode ser acompanhada de parestesias (formigamentos ou ardências na pela não causadas por estímulos externos).
TRANSTORNO DE DOR PSICOGÊNICA ou SOMATOFORME
Ver tbm TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO
A queixa predominante é uma dor persistente, intensa e angustiante, dor esta não explicável inteiramente por um processo fisiológico ou um transtorno físico, e ocorrendo num contexto de conflitos emocionais e de problemas psicossociais suficientemente importantes para permitir a conclusão de que os mesmos sejam a causa essencial do transtorno. O resultado é em geral uma maior atenção em suporte e assistência quer pessoal, quer médica. Uma dor considerada como psicogênica, mas ocorrendo no curso de um transtorno depressivo ou de uma esquizofrenia não deve ser aqui classificada.
TRANSTORNO FACTICIO 
CID 10 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE – DSM 5 TRANSTORNO DE SINTOMAS SOMÁTICOS
CID10 - Simulação repetida e coerente de sintomas, às vezes com automutilações com o intuito de provocar sinais ou sintomas. A motivação é obscura e possivelmente de origem interna e visa adotar um papel ou um status de doente, e frequentemente se associa a grandes transtornos da personalidade e das relações. 
 DSM5 - A caracterı́stica essencial do transtorno factı́cio é a falsificação de sinais e sintomas médicos ou psicológicos em si mesmo ou em outro associado a fraude identificada. Indivı́duos com transtorno factı́cio também podem buscar tratamento para si mesmos ou para outro depois da indução de lesão ou doença. O diagnóstico requer a demonstração de que o indivı́duo está agindo de maneira fraudulenta

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