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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Curso de Graduação em Design de Produto, Engenharia de Produção, e Engenharia de Controle e Automação Processos Discretos de Produção Prof. Cíntia Mazzaferro -Conformação de chapas metálicas; -Metalurgia do pó Conformação de chapas Existem três tipos básicos de processos de conformação de chapas: -Corte: usado para separar grandes chapas de materiais em pedaços menores, ou para cortar perímetros específicos; -Dobramento e -estampagem: usados para dar uma forma final a uma chapa. Os processos de conformação de chapas usualmente são realizados a frio – exceção quando a espessura da chapa é muito grande, ou o material é frágil, ou a deformação é muito elevada. A maioria destes processos é realizado em prensas, e as ferramentas básicas utilizadas são o punção e a matriz. Os produtos (chamados estampados) possuem alta resistência, bom acabamento superficial, tolerâncias dimensionais estreitas, e relativamente baixo custo. Corte Processo de corte de chapas: (1) imediatamente antes do punção tocar o material; (2) punção inicialmente causa deformação plástica do material; (3) com posterior penetração, tensão de resistência do material é excedida, cortando o material em determinada porção; (4) o material fratura – trinca de fratura inicia nos cantos opostos. t=espessura da chapa; c=folga entre punção e matriz. tAc c . Alumínio 1100 e 5052, temperados 0,045 Alumínio 2024 e 6061; latões; aços “macios” laminados a frio, aços inox “macios” 0,060 Aços laminados a frio; aços inox 0,075 Ac Efeito do tamanho da folga: (a) muito pequena: forças elevadas e fratura irregular; (b) muito elevada: rebarba excessiva. Corte Corte de chapas grandes Puncionamento: corte no perímetro Corte Dobramento h tt p :/ /w w w .c u st o m p a rt n et .c o m /w u /s h ee t- m et a l- fo rm in g Tipos mais comuns: dobramento em “V” e dobramento de arestas (cantos) Dobramento Retorno elástico (efeito mola): Retorno elástico: aumento do ângulo interno da peça (com relação ao ângulo da matriz) e aumento no raio de dobramento da peça. A quantidade de retorno é maior em materiais com maior módulo de elasticidade e tensão de escoamento. (1)material inicial; (2) peça obtida. Db=diâmetro do material; Dp= diâmetro do punção; Rd=raio da matriz; Rp=raio do punção; F=força de estampagem; Fh=força de retenção; c=folga c=1,1.t Estampagem •Estampagem profunda ou embutimento: h tt p :/ /w w w .c u st o m p a rt n et .c o m /w u /s h ee t- m et a l- fo rm in g Estampagem •Estiramento: chapa é esticada (através de tração) e estampada (dobrada) simultaneamente: a deformação limitante é a da formação da estricção. O retorno elástico praticamente desaparece devido ao gradiente de tensões ser relativamente uniforme. h tt p :/ /w w w .c u st o m p a rt n et .c o m /w u /s h ee t- m et a l- fo rm in g •Repuxamento -“Spinning”: chapa (inicialmente plana) é rotacionada e conformada progressivamente por uma ferramenta com forma de um rolo que a pressiona contra um mandril. Estampagem http://www.acme.pwr.wroc.pl/repository/228/online.pdf Técnica metalúrgica que consiste em transformar pós de metais ou ligas metálicas e as vezes substâncias não metálicas em peças resistentes, sem recorrer à fusão, utilizando apenas pressão e calor. Metalurgia do Pó Fundição Metalurgia do pó Extrusão Forjamento quente Processos usinagem Comparação com outros processos de fabricação: maior utilização da matéria- prima e menor quantidade de energia necessária para a produção de peças. Desvantagens: matéria- prima e equipamentos caros. Produtos praticamente exclusivos da metalurgia do pó • Materiais refratários como W, Mo, Ta (impossibilidade de fabricação por outros processos de fabricacão); Metal duro - carbonetos de metais como W, Ta e Ti aglomerados com Co; Mancais porosos auto-lubrificantes de bronze ou Fe (efeitos estruturais especiais, impossíveis de obter por outros processos); Filtros metálicos de bronze e aço inoxidável; Discos metálicos à base de Cu ou Fe misturados com substâncias de alto coeficiente de atrito; Certos tipos de contatos elétricos W-Ag, W-Cu, Mo-Ag, Mo- Cu; Escovas coletoras de corrente: Cu + grafite. • (Obtenção dos pós) • Mistura dos pós • Compactação: compressão da mistura resultante utilizando matrizes e prensas. Após esta etapa, o material fica suficientemente resistente para manuseio sem trincas ou fraturas, porém insuficiente para as aplicações de engenharia. • Sinterização: Aquecimento em condições controladas (atmosfera e tempo de tratamento) de modo a produzir ligações permanentes entre as partículas, conferindo resistência mecânica à peça. Etapas do Processo Matéria-prima • Pós metálicos e não-metálicos Tamanho e forma da partícula variam de acordo com o processo de fabricação (esférica, irregular, angular, ...). Para caracterizar um pó deve-se determinar a distribuição quantitativa das partículas, passando-as em uma sequencia de peneiras com malhas de tamanho decrescente. Pós Processos de obtenção dos pós: Atomização (gás ou água) Redução de óxidos Decomposição química Precipitação a partir de soluções Eletrólise Britagem/Moagem Forma dos pós: Atomização em água: (a) Cu-40Zn-2,2Bi; (b) Ti puro Redução de óxidos: ferro Pós Mistura dos pós • Objetivos: misturar pós de naturezas diferentes juntamente com um lubrificante/ligante, assegurando uniformidade de tamanho de grãos e composição química. • Equipamento: moinho de bolas, misturador de pás ou rolos. • Tempo de mistura: existe um tempo necessário para obtenção de uma mistura uniforme. Além deste tempo, pode haver trituração demasiada dos pós. Mistura dos Pós •Enchimento da cavidade com pó por meio de um dispositivo; •Abaixamento do punção superior até entrar em contato com o pó; •Aplicação da pressão uniaxial (pode ser a frio ou a quente); •Retirada da peça através da elevação dos punções. Etapas: Compactação dos Pós À medida que ocorre a compactação, há um aumento da densidade (e da resistência mecânica) da peça • Durante a aplicação da pressão iniaxial: ocorre atrito com paredes do molde, o que causa a redução de pressão no centro da peça, podendo gerar regiões com densidades diferentes dentro dela. Para reduzir este atrito é adicionado lubrificante durante a etapa de mistura dos pós. Além disso, na prática utiliza-se a seguinte relação: comprimento / diâmetro 3, para que haja uniformidade da densidade ao longo de toda a matriz. Após esta etapa, o material fica suficientemente resistente para manuseio sem trincas ou fraturas, porém insuficiente para as aplicações de engenharia. Diz-se que possui resistência à verde. Compactação Aquecimento das peças com controle de temperatura e atmosfera, visando o desenvolvimento de ligações permanentes entre as partículas de pó por difusão atômica. Durante o aquecimento formam-se “pescoços” entre as partículas nos pontos de contato que aumentam progressivamente, conferindo resistência mecânica à peça. Os eventuais vazios existentes tornam-se porosresiduais. Sinterização Tipos de sinterização • Sinterização no estado sólido Temperatura de sinterização inferior (e em muitos casos significativamente inferior) ao ponto de fusão dos metais presentes. A ligação das partículas acontece por difusão atômica no estado sólido. • Sinterização em presença de fase líquida Ocorre nas ligas metálicas que possuem ampla faixa de solidificação. A temperatura de sinterização pode ser superior à temperatura de fusão de um dos componentes da mistura (presente em menor quantidade) gerando pequena quantidade de líquidos que facilitam o processo de difusão. Para a obtenção de peças com praticamente suas dimensões finais, apenas a formação de pequena quantidade de líquidos é tolerável, de modo que não haja variações dimensionais sensíveis. A sinterização é realizada em fornos contínuos com esteiras por onde as peças são alimentadas, e com atmosfera protetora. Sinterização Relação entre tempo e temperatura de sinterização, e densidade do sinterizado obtido: quanto maior a temperatura de sinterização, menor é o tempo para que seja atingido o mesmo nível de densidade. Metals v. 7. Ex. liga titânio Ti-4Al-6V Densidade 95% Densidade 99% Sinterização Prensagem Isostática (a Frio ou a Quente) No processo de prensagem isostática a frio (no inglês, conhecido como CIP – cold isostatic pressing), é usado um molde flexível, usualmente de borracha ou outro elastômero flexível, que é preenchido com os pós, colocado em uma câmara e submetido à pressão. Para obter a resistência mecânica final, a peça deve ser sinterizada. Densidade mais uniforme e custo menor com ferramentas/matrizes são características do uso deste processo em relação ao método convencional. Colocação do molde na câmara Pressurização com fluido Peça “verde” No processo de prensagem isostática a quente (no inglês, conhecido como HIP – hot isostatic pressing), é usado um molde rígido que, após o seu preenchimento com os pós, é colocado em uma câmara e submetido a alta pressão e temperatura. Assim, a sinterização ocorre ao mesmo tempo em que a compactação. Obtém-se melhores propriedades mecânicas e maiores densidades da peça em relação aos processos anteriores. Aço inox - 500 mm Liga níquel (Inconel) Liga titânio B a cc in o e t a l 2 0 0 0 Prensagem Isostática a Quente Moldagem de Pós por Injeção O processo de moldagem de pós (metálicos ou cerâmicos) por injeção combina a tecnologia tradicional de injeção de plásticos para moldar peças com geometria desejada, com a metalurgia do pó convencional, para sinterizar as peças moldadas. A remoção do ligante pode acontecer em forno convencional (remoção térmica), volatizando-o, ou através de processo físico, utilizando um solvente, o que permite o seu reuso. Oliveira et al. 2004 Esquema da obtenção de peças através do processo de moldagem de pós por injeção Laminação de Pós No processo de laminação de pós, os pós passam por entre rolos e são, então, laminados de forma contínua ou semicontínua. A chapa laminada possui resistência a verde e deve passar por fornos de sinterização para adquirir máxima resistência. • Groover, M. Fundamentals of modern manufacturing: materials, processes, and systems. 4th ed., 2010. • ASM Metals Handbook, Powder Metallurgy – vol. 7. 1990. • Dowson, G. Powder Metallurgy – The process and its products. Ed. Adam Hilger, New York, 1990. • Baccino, R., et al. High performance and high complexity net shape parts for gas turbines: the ISOPRECW powder metallurgy process. Materials and Design, vol. 21, p. 345-350, 2000. • Oliveira, R.V.B. et al. Moldagem por Injeção de Pós Cerâmicos: Remoção da Parafina e do Polipropileno Utilizados como Veículo Orgânico. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 14, n° 3, p. 150- 155, 2004. Bibliografia
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