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Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 1 Instalações Hidráulica Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais Prof. Eng. Diogo Jucemar Níveis do terreno e condutores horizontais � Os níveis projetados da edificação devem ser convenientemente estudados com relação ao escoamento das águas pluviais por gravidade. � As águas pluviais, normalmente, são conduzidas, pelos condutores horizontais, a sarjeta da rua, em frente do lote. Se o terreno estiver em nível inferior a rua, deverão correr para a rua mais próxima, passando pelo terreno vizinho, conforme previsto no Código Civil Brasileiro. O lote a jusante deve receber as águas pluviais do lote situado a montante, mas, em razão da desinformação dos moradores, isso acaba gerando problemas. A passagem das águas pluviais pelo lote a jusante devera ser feita por meio de tubulações, em locais predeterminados. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 02/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 2 Níveis do terreno e condutores horizontais � Os níveis projetados da edificação devem ser convenientemente estudados com relação ao escoamento das águas pluviais por gravidade. � As águas pluviais, normalmente, são conduzidas, pelos condutores horizontais, a sarjeta da rua, em frente do lote. Se o terreno estiver em nível inferior a rua, deverão correr para a rua mais próxima, passando pelo terreno vizinho, conforme previsto no Código Civil Brasileiro. O lote a jusante deve receber as águas pluviais do lote situado a montante, mas, em razão da desinformação dos moradores, isso acaba gerando problemas. A passagem das águas pluviais pelo lote a jusante devera ser feita por meio de tubulações, em locais predeterminados. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 03/59 Níveis do terreno e condutores horizontais � Quando não são estudados convenientemente os níveis do terreno, acaba-se comprometendo a ligação dos condutores horizontais de águas pluviais, sendo até necessário, em alguns casos, o bombeamento das águas de chuva de pontos localizados abaixo do nível da rua. Essa solução sempre é desaconselhável, em vista de seu custo e manutenção. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 04/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 3 Níveis do terreno e condutores horizontais � Em períodos de estiagem, o sistema não funciona e, por essa razão, pode ocorrer algum defeito. Além disso, quedas de energia, muito comuns em dias de tempestade, interrompem o funcionamento do sistema, causando a inundação dos pavimentos localizados abaixo do nível da rua. � Por isso, é necessário um sistema alternativo, com utilização de gerador de energia elétrica. Esse sistema deve ser previsto pelo projetistas (arquitetônico e hidráulico) na fase de projeto, e funcionar por comando automático. Assim, quando faltar energia elétrica, o gerador fará com que o sistema funcione automaticamente. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 05/59 Níveis do terreno e condutores horizontais � Quando o nível do terreno esta abaixo do nível da rua, as vezes, para não adotar o sistema descrito, acontecem ligações clandestinas das águas pluviais na rede de esgoto, sobrecarregando e comprometendo a rede pública de coleta de esgoto, pois ela não é dimensionada para suportar essa vazão. � Conforme dito anteriormente, as águas pluviais não devem ser lançadas em redes de esgoto, pois as instalações prediais de águas pluviais se destinam exclusivamente ao recolhimento e a condução das águas pluviais, não se admitindo, em hipótese alguma, quais quer interligações com outras instalações prediais. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 06/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 4 Níveis do terreno e condutores horizontais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 07/59 Figura 01 – Rede coletora de águas pluviais em terreno com declividade acentuada para o fundo (necessidade de bombeamento). Níveis do terreno e condutores horizontais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 08/59 Figura 02 – Bomba submersível automática para água limpa ou ligeiramente suja. Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 5 Posicionamento de calhas em telhado � De acordo com a NBR 10844, as calhas de beiral e platibanda devem, sempre que possível, ser fixadas centralmente sob a extremidade da cobertura e o mais próximo desta. A inclinação das calhas deve ser uniforme, com valor mínimo de 0,5%, e no sentido dos condutores verticais, a fim de evitar o empoçamento de águas quando cessada a chuva. Já as calhas de água furtada tem inclinação de acordo com o projeto da cobertura. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 09/59 Posicionamento de calhas em telhado � O posicionamento incorreto de calha em telhados (ver Figura 03 e 04), quando a altura entre a calha e a laje de cobertura e insuficiente, não permitindo, assim, a declividade mínima necessária para o escoamento das águas pluviais no sentido dos coletores, pode ocasionar o empoçamento de águas na calha quando cessada a chuva. Nos projetos arquitetônicos, particularmente nos cortes, deve ser prevista uma altura mínima que permita a declividade da calha, evitando, dessa maneira, o empoçamento. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 10/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 6 Posicionamento de calhas em telhado Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 11/59 Figura 03 – Posicionamento errado de calha. Figura 04 – Posicionamento certo de calha. Condutores embutidos e aparentes � De acordo com a NBR 10844, os condutores de águas pluviais podem ser colocados externa e internamente ao edifício, dependendo de considerações de projeto, do uso e da ocupação do edifício e do material dos condutores. � É recomendável que as tubulações fiquem aparentes e independentes das alvenarias e das estruturas. Dispostas dessa maneira, as tubulações ficam perfeitamente inspecionáveis. Além da facilidade de acesso, essa disposição possibilita, de forma rápida e eficiente, a identificação de vazamentos, gerando também significativa economia na hora de fazer reparos, pois não há necessidade de quebrar paredes. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 12/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 7 Condutores embutidos e aparentes � O estudo das características e do posicionamento das prumadas, juntamente com os projetistas de estrutura e de hidráulica, possibilitara ao projetista compatibilizar as exigências técnicas das instalações com a arquitetura. � Sob o ponto de vista estético, as prumadas de águas pluviais também podem ser utilizadas como elementos de fachada, dependendo do projeto arquitetônico. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 13/59 Condutores embutidos e aparentes � Os condutores verticais de PVC podem ser expostos ao sol sem qualquer risco de perder sua resistência a pressão hidrostática interna. Entretanto, a ação dos raios ultravioletas do sol provocará descoloração (perda de pigmento) das peças. Essa ação provocará um "ressecamento” da superfície externa dos tubos e das conexões e os mesmos ficarão mais suscetíveis a rompimento por impactos externos. Por isto, o ideal é evitar que os tubos de PVC fiquem expostos diretamente ao sol e as intempéries. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 –Captação e utilização de águas pluviais 14/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 8 Condutores embutidos e aparentes � Caso seja realmente necessário, os tubos devem ser pintados com tinta adequada. Os tubos de PVC podem ser pintados, desde que se utilizem tintas à base de esmalte sintético bastando, para isso, um leve lixamento na superfície de PVC antes da aplicação da tinta. Essa pratica é recomendada para evitar o "ressecamento" de sua superfície externa pela ação de raios ultravioletas. � Os tubos de ferro fundido possuem alta resistência a choques e ação do sol. Por essa razão, são mais utilizados nas instalações aparentes. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 15/59 Condutores embutidos e aparentes Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 16/59 Figura 05 – Condutores embutidos e aparentes. Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 9 Sobreposição de telhados � Sabe-se que telhados são estruturas delicadas e, portanto, não devem receber vazões concentradas, que se transformem em carga de impacto sobre eles. Quando isso acontece, são inevitáveis danos a edificação, podendo ocasionar umidade no madeiramento de sustentação, devido a infiltrações pelo telhado. Portanto, não é recomendável coletar águas de chuva em um telhado, em nível mais elevado, e jogar em um telhado em nível mais baixo. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 17/59 Sobreposição de telhados � Caso o telhado mais baixo não tenha sido calculado para receber esse impacto (vazão concentrada), o correto seria transportar a água coletada do telhado, em nível superior, ate a guia (sarjeta) ou calha, em nível mais baixo, por meio de um condutor. Dessa maneira, evita-se o impacto da vazão concentrada sobre o telhado, que se encontra em cota inferior". Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 18/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 10 Sobreposição de telhados Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 19/59 Figura 06 – Água jogada de telhado em telhado Coberturas horizontais de laje � É muito comum o empoçamento de água em coberturas horizontais de laje, mesmo não ocorrendo tempestades. Isso, normalmente, acontece em virtude da declividade incorreta da laje para o escoamento da água e a obstrução ou quantidade insuficiente de ralos. Para evitar isso, as superfícies horizontais de laje devem ter declividade mínima de 0,5%, de modo que garanta o escoamento das águas pluviais até os pontos de drenagem. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 20/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 11 Coberturas horizontais de laje � A drenagem deve ser feita por mais de uma saída, exceto nos casos em que não houver risco de obstrução. Quando necessário, a cobertura deve ser subdividida em áreas menores, com caimentos de orientações diferentes, para evitar grandes percursos de água. De acordo com a NBR 10844, os trechos da linha perimetral da cobertura e das eventuais aberturas (escadas, claraboias etc.) que possam receber água, em virtude do caimento, devem ser dotados de platibanda ou calha. Os ralos hemisféricos (ralos cuja grelha é hemisférica) devem ser usados onde os ralos planos possam causar obstruções. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 21/59 Coberturas horizontais de laje Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 22/59 Figura 07 – Exemplo de grelha hemisférica Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 12 Coberturas horizontais de laje � Além da declividade necessária para o escoamento das águas e do posicionamento correto de ralos de drenagem, a cobertura horizontal de laje deve ser especialmente projetada para ser impermeável. Para que isso ocorra é importante uma boa compatibilização do sistema de drenagem com o de impermeabilização, uma vez que são necessárias algumas perfurações para acomodar os dispositivos de coleta de águas da chuva como, por exemplo, os ralos. � O projetista deve consultar um especialista em impermeabilização para adequar o projeto e os respectivos detalhes de acabamento, a fim de garantir o pleno funcionamento dos dois sistemas. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 23/59 Coberturas horizontais de laje � Para a drenagem de terraços, marquises e varandas de pavimentos sobrepostos, podem também ser utilizados buzinotes, tubos de pequeno diâmetro e extensão, que esgotam as águas que neles chegam. Utilizam-se buzinote com diâmetro mínimo de 50 mm, para evitar o entupimento, devendo haver um para cada 13,5 m, sendo um mínimo de dois por marquise. A desvantagem de se utilizarem buzinote para a drenagem de águas pluviais em terraços e marquises é que eles ficam pingando em cima do passageiro. � Para evitar a obstrução dos ralos (buzinotes) com detritos, folhas e poeira, é recomendável promover uma limpeza periódica nas coberturas horizontais de laje, bem como fazer a inspeção do sistema de drenagem no período anterior as chuvas. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 24/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 13 Coberturas horizontais de laje Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 25/59 Figura 08 – Escoamento por meio de buzino-te. Sistema sifônico de drenagem pluvial � O sistema sinfônico de drenagem pluvial foi desenvolvido com a finalidade de otimizar a captação de águas pluviais em coberturas planas e semiplanas com grandes áreas. O sistema altera a forma dos dispositivos de captação, melhorando o desempenho hidráulico do sistema. � Esse sistema se baseia na adoção de dispositivo de captação (coletor sifônico de águas pluviais) na cobertura ou na calha, que minimiza a introdução de ar no escoamento dos condutores. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 26/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 14 Sistema sifônico de drenagem pluvial � Dessa maneira, no interior das tubulações, o escoamento hidráulico ocorre a conduto forcado, permitindo que as tubulações tenham diâmetros menores que as do sistema convencional (escoamento a conduto livre) e corram aparentes e paralelas a cobertura, sem declividade, eliminando os condutores verticais e os coletores horizontais, com declividade. Nesse novo sistema, as tubulações enterradas no interior do edifício são eliminadas. � A ausência de ar no sistema permite que este trabalhe a 100% (seção cheia) aumentado significativamente a vazão de escoamento com velocidade dez vezes superiores aquelas de um sistema de drenagem tradicional. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 27/59 Sistema sifônico de drenagem pluvial Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 28/59 Figura 09 – Sistema de escoamento Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 15 Utilização de água da chuvas em edificações � Atualmente, temos dois problemas críticos no cenário de desenvolvimento urbano: a escassez de recursos naturais, especialmente, a da água em decorrência da degradação de sua qualidade, e as inundações ocasionadas pelo aumento das áreas impermeáveis e da deficiência dos sistemas de drenagem urbana. � O aproveitamento da água pluvial em atividades que não necessitem de água potável pode reduzir significativamente o consumo no edifício, contribuir para o combatea escassez de água, além de controlar o escoamento superficial nas vias urbanas. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 29/59 Utilização de água da chuvas em edificações � Portanto, a utilização de águas de chuva em edificações é uma pratica cada vez mais comum nas grandes cidades e regiões metropolitanas. � Algumas pesquisas desenvolvidas mostram que os sistemas de aproveitamento de água pluvial podem gerar impacto de redução de cerca e 30% do consumo de água potável e, desta forma, contribuir para a redução da demanda no sistema público de abastecimento de água potável. � É importante ressaltar, porém, que a água da chuva deve ser armazenada em reservatório independente, pois não é indicada para o consumo humano. Deve ser armazenada, preferencialmente, em reservatórios subterrâneos, tipo cisternas. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 30/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 16 Usos domésticos não potáveis � Usos domésticos são aqueles próprios ao ambiente da habitação ou moradia, embora possam estar presentes também em edifícios industriais, comerciais, públicos e de serviços. Entre eles citam-se o uso da água para simples ingestão, a lavagem e preparo de alimentos crus e cozidos, a lavagem de utensílios de cozinha, o banho pessoal, a higiene corporal, a lavagem de roupas, a descarga de bacias sanitárias, a limpeza de pisos, paredes, veículos, a rega de jardins, a higiene de animais domésticos. Podem ser incluídos usos como a descarga em mictórios, a água de reserva para combate a incêndio e a água para aquecimento e acumulação destinada ao banho e outros usos. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 31/59 Usos domésticos não potáveis � Entre os usos domésticos mencionados alguns exigem água cuja qualidade atenda aos padrões de potabilidade, ou seja, à Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde. Entretanto outros usos domésticos não requerem características de qualidade tão exigentes quanto a potabilidade. Esses usos, para os quais não é exigida a potabilidade da água, são definidos como não potáveis. � Entre os usos domésticos citados pode-se dizer que a descarga de bacias sanitárias e mictórios, a limpeza de pisos e paredes, a lavagem de veículos, a rega de jardins e a água de reserva para combate a incêndio, enquadram-se como não potáveis. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 32/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 17 Cuidados com a água da chuvas em edificações � Evitar o consumo indevido, definindo sinalização de alerta padronizada a ser colocada em local visível junto ao ponto de água não potável e determinando os tipos de utilização admitidos para a água não potável; � Garantir padrões de qualidade de água, apropriadas ao tipo de utilização previsto, definindo dispositivos, processos e tratamentos necessárias para a manutenção dessa qualidade; � Impedir a contaminação do sistema predial destinado a água potável proveniente da rede publica ou de sistema particular, sendo terminantemente vedada qualquer comunicação entre esse sistema e 0 sistema predial destinado a água não potável. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 33/59 Sistema predial de aproveitamento de água � O Sistema predial de aproveitamento de água da pluvial para usos domésticos não potáveis é formado pelos seguintes subsistemas ou componentes: � Captação, � Condução, � Tratamento, � Armazenamento, � Tubulações sob pressão, � Sistema automático ou manual de comando e � Utilização. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 34/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 18 Utilização de água da chuvas em edificações Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 35/59 Figura 10 – Esquema de solução de captação e alimentação do reservatório de águas pluviais por gravidade Utilização de água da chuvas em edificações Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 36/59 Figura 11 – Sistema de utilização de água de chuva em edificação. Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 19 Sistema predial de aproveitamento de água � O funcionamento do sistema é muito simples: as águas pluviais são captadas por meio de calhas, passam por um filtro, que separa de impurezas a água da chuva, e seguem para a cisterna ou para o reservatório subterrâneo. � Não devem, porém, ser misturadas com a água potável, destinada a alimentar torneiras de cozinha, filtros, chuveiros, banheiras e lavatórios, pois e inadequada para consumo humano. � Sempre que houver reuso das águas pluviais para finalidades não potáveis, inclusive quando destinado a lavagem de veículos ou áreas externas, deverão ser atendidas as normas sanitárias vigentes e as condições técnicas especificas estabelecidas pelo órgão municipal responsável pela Vigilância Sanitária, visando: Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 37/59 Sistema predial de aproveitamento de água � De maneira genérica o tratamento de águas pluviais escoada de telhados é composto pelas seguintes partes: � Filtração de materiais grosseiros; � Descarte das águas de escoamento inicial; � Filtração de materiais particulados finos; � Desinfecção. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 38/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 20 Filtração de materiais grosseiros � É obtida por meio de grades de barras ou telas metálicas com aberturas da ordem de 2 mm a 6 mm que são interpostas no fluxo das águas pluviais captadas na cobertura e conduzidas pelos coletores. � Encontram-se no mercado diversas soluções desse tipo de filtração. A escolha dos modelos existentes é função da área de cobertura a que vão servir. A figura 14 mostra um filtro de material grosseiro instalado em trecho horizontal de tubulação. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 39/59 Filtração de materiais grosseiros � A função de tais filtros é reter o material grosseiro (folhas, gravetos e particulados de maior dimensão) deixando passar a água e sólidos grosseiros mais finos. � Ensaios realizados no IPT mostram que, em geral, os sólidos grosseiros são retidos na sua totalidade na maioria dos filtros, e que a eficiência no aproveitamento de água tende a cair com o aumento da vazão. � Os filtros de material grosseiro podem funcionar de forma a lançar o material grosseiro para fora da tubulação ou podem requerer limpeza manual periódica. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 40/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 21 Filtração de materiais grosseiros; Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 41/59 Figura 12: Calha dotada de filtro de retenção de materiais grosseiros. Figura 13 – Filtro vertical de materiais grosseiros instalado em coletor. Figura 14– Filtro horizontal de material grosseiro com grade de barras horizontal Descarte � Estudos do IPT mostram que o descarte das primeiras águas escoadas de coberturas é altamente recomendado, particularmente após vários dias sem chuva como ocorre na estiagem de inverno, dada à concentração de poluentes e microrganismos. � Segundo pesquisas realizadas no âmbito do Prosab, o volume de descarte corresponde ao escoamento do primeiro milímetro de precipitação, ou seja, 100l para cada 100m² de cobertura. Um dispositivo de descarte bastante práticoé ilustrado na figura 15. � Os dispositivos de descarte podem contar com esvaziamento automático ou manual. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 42/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 22 Descarte Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 43/59 Figura 15 – Esquema básico de dispositivo automático de descarte das primeiras águas escoadas da cobertura Filtro de finos � A operação de sistemas de aproveitamento de águas pluviais tem mostrado que mesmo as instalações dotadas de filtro de grosseiros e aparelho de descarte podem requerer a filtração de material particulado mais fino. � Existem diversos fabricantes de filtros de areia ou de resina no mercado. Grande parte dos filtros de areia opera com a água sob pressão e permite retrolavagem para remoção do material retido. Deve ser previsto reservatório de água para retrolavagem, segundo a frequência estabelecida pelo fabricante, ou ditada pela prática operacional. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 44/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 23 Filtro de finos � Em pesquisa em curso no IPT foi desenvolvido um filtro de fabricação simples e que não requer pressurização da água para filtração. O filtro foi construído de modo a incorporar a filtração de material grosseiro na parte superior e de material particulado fino na parte inferior utilizando areia como meio filtrante. A figura 16 ilustra o esquema básico do filtro. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 45/59 Filtro fino Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 46/59 Figura 16 – Esquema básico de filtro de material grosseiros e finos desenvolvido no IPT. Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 24 Desinfecção � A ocorrência de microrganismos em águas de chuva escoadas de coberturas recomenda fortemente a desinfecção. � Os sistemas de desinfecção mais utilizados são os baseados na aplicação de cloro, ozônio ou raios ultravioleta. � A desinfecção com cloro permite manter ação mais prolongada por meio de concentração residual de cloro livre que permanece efetiva por algum tempo. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 47/59 Armazenamento de águas pluviais � O armazenamento de águas pluviais tem destacada importância dados os impactos arquitetônicos, estruturais, financeiros e operacionais que envolve. � As soluções de armazenamento podem ser agrupadas nas três formas básicas (somente reservatório elevado, somente reservatório inferior e reservatórios inferior e superior). Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 48/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 25 Armazenamento de águas pluviais � O primeiro caso supõe que a alimentação do reservatório será feita a partir de cobertura, calhas e condutores, situados em nível superior ao do reservatório. A figura 17 ilustra duas possibilidades de assentamento do sistema de tratamento no caso de reservatório de águas pluviais elevado. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 49/59 Armazenamento de águas pluviais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 50/59 Figura 17 – Esquema com o posicionamento relativo da cobertura de tratamento e reservatório superior de água pluvial Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 26 Dimensionamento do reservatório de AP � Os sistemas de aproveitamento de água de chuva estão ligados diretamente ao dimensionamento do reservatório de armazenamento. O ideal é que o reservatório não fique ocioso por longos períodos e, por outro lado, não provoque o desperdício de água que poderia ser coletada. � Geralmente o que se busca no cálculo do dimensionamento do reservatório e atender a demanda de água pelo maior período possível, com o menor custo de implantação e manutenção. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 51/59 Dimensionamento do reservatório de AP � É importante lembrar que nem sempre haverá chuva suficiente para atender a toda a demanda estabelecida em projeto, e nem sempre será possível armazenar toda a chuva precipitada (por questões físicas e econômicas). � Portanto, os estudos de dimensionamento de reservatórios para armazenamento de águas pluviais devem levar em consideração a produção e a demanda, para tornar o sistema mais eficiente e com o menor gasto possível. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 52/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 27 Dimensionamento do reservatório de AP � Para o dimensionamento do reservatório de água pluvial são necessárias as seguintes informações: � Valores médios mensais de intensidades pluviométricas locais relativas aos últimos anos, a fim de estimar os futuros valores de intensidade pluviométrica; � Demanda de água em função das atividades a serem desenvolvidas com a água pluvial; � Área de contribuição, determinada conforme recomendações da NBR 10844; � Coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de runoff; em função do material da área de contribuição. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 53/59 Dimensionamento do reservatório de AP � O dimensionamento do reservatório pode ser feito utilizando-se vários métodos, sendo que alguns deles estão apresentados na NBR 15527 (ABNT, 2007) - água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis - Requisitos. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 54/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 28 Dimensionamento do reservatório de AP � As cisternas para armazenamento de águas pluviais podem ser moldadas in loco (concreto, alvenaria etc.) ou industrializadas, como, por exemplo, de polietileno. � As principais vantagens dessas cisternas são: flexibilidade, durabilidade, estanqueidade, economia de espaços na hora da instalação, além de serem mais leves e fáceis de instalar e mais praticas na hora da limpeza, em virtude de sua superfície interna. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 55/59 Dimensionamento do reservatório de AP � As cisternas de material de polietileno que são projetadas especialmente para armazenamento de água abaixo do nível do solo (enterradas), tem com volumes de 2.800 L, 5.000 L e 10.000 L. � Porém, é importante ressaltar que esse tipo de cisterna pode ser instalada se, e somente se, o lençol freático estiver abaixo de sua base de assentamento. � A distancia mínima aconselhada pelo fabricante e de 1m entre a base e o nível máximo que o lençol freático poderá atingir em períodos de cheia. Antes da escavação do solo e execução da base de assentamento para a colocação da cisterna, bem como para a instalação de todos os acessórios (necessários para o seu funcionamento adequado) é importante consultar o manual do fabricante. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 56/59 Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 29 Dimensionamento do reservatório de AP Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 57/59 Figura 18 – Uso de cisterna para captação de água pluvial Dimensionamento do reservatório de AP Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 58/59 Figura 19 – Dimensão aproximadas das cisternas.Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais set-17 30 Dimensionamento � Cálculo do volume de água que se pode esperar de uma chuva me dia. � Dados: área de telhado (A): 120 m²; � intensidade pluviométrica (I): 150 mm/h = 2,5 mm/min.; � tempo de duração da chuva (t): 5 min. Solução: Volume = I x t x A; V = 2,5 mm/min x 5 min x 120 m²; V = 1,50 m³ = 1.500 litros. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 07 – Captação e utilização de águas pluviais 59/59
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