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APOSTILA DIREITO PENAL III 2017 (1)

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Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
Prof. MsC. Luciano costa 
Mestre em Direito do Estado; professor da Faculdade Estácio/FAP; professor convidado 
da UFPA no Curso de Mestrado e Especialização em Segurança Pública e Cidadania; 
professor da Escola de Governo – EGPA e professor do Instituto de Ensino de 
Segurança Pública do Pará – IESP. 
Sr (a) aluno (a), 
O presente material é apenas um resumo dos itens do programa de Direito Penal I, 
objetivando dá um norte do tema abordado. Importante ressaltar que ele não 
substitui a necessária e obrigatória leitura dos livros dos doutrinadores indicados, 
para que o aluno reforce e amplie seus conhecimentos e pontos de vista dos tópicos 
abordados. 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA 
O título I do CP está divido em 6 capítulos, a saber: 
1- dos crimes contra a vida 2- das lesões corporais 3- da periclitação da vida e da saúde 4- da 
rixa 5- dos crimes contra a honra 6- dos crimes contra a liberdade individual 
CRIMES CONTRA A VIDA 
 
HOMICÍDIO - art. 121 do CP: é a eliminação da vida extra-uterina de uma pessoa por outra. 
Bem jurídico tutelado: a vida humana extra-uterina. 
 
 
 
INÍCIO DA VIDA EXTRAUTERINA 
1-quando começa o nascimento (parto) para se fixar o momento da prática de homicídio? 
A doutrina diverge a respeito desse momento. Há 3 correntes: 
 
HÁ 4 ESPÉCIES 
DE CRIMES 
CONTRA A 
VIDA 
1- Homicídio 
2- induzimento, 
instigação ou auxílio 
ao suicídio 
3- infanticídio 
4- aborto 
CUIDADO: a eliminação da vida humana não acarreta necessariamente em homicídio, pois 
se a vida foi exterminada ainda no útero teremos um crime de aborto. Se já estiver 
iniciado o trabalho de parto e ocorrer a eliminação do feto, tem-se um infanticídio. 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
 
 
A corrente majoritária é a que admite que a vida extrauterina começa com o início do 
parto, que se caracteriza pelo início das contrações expulsivas do feto. 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta linha de pensamento, a doutrina tem considerado as seguintes situações: 
 
 
 
 
Fim da vida: ocorre com a cessação do funcionamento cerebral (morte encefálica) – art. 3º da Lei 
9434/97 (Transplantes); 
 FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DO DIREITO À VIDA 
Art. 5º, caput; art. 227 e 230 da CF. 
 Relatividade do Direito à vida 
Como os demais direitos, o direito à vida é relativo, pois pode sofrer limitação, desde que não 
sejam arbitrárias e possam ser sustentadas por interesses do Estado, ou mesmo de outros seres 
humanos. É o que se convencionou chamar de “possibilidade lógica de restrições a direitos 
fundamentais”. A CF, ela própria faz tais restrições à vida quando: 
Quando se 
inicio o 
parto: 3 
correntes 
1- o nascimento se 
inicia quando há o 
completo 
desprendimento do 
feto das entranhas 
maternas 
2- o nascimento 
se inicia a partir 
das dores do 
parto; 3- o 
nascimento 
se dá a partir 
do início da 
dilatação do 
colo do útero. 
Para que haja homicídio não é necessário que se trate apenas 
de vida viável, bastando a prova de que a vítima estava viva 
no momento do crime. 
 
 
 
a) A morte dolosa do nascente antes do rompimento do saco amniótico = aborto; 
b) A morte dolosa do nascente depois do rompimento do saco amniótico= o crime pode 
ser de homicídio ou infanticídio. 
 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
 
ANÁLISE DO CRIME DE HOMICÍDIO – ART. 121 DO CP: 
Homicídio é a supressão da vida humana extrauterina praticado por outra pessoa. 
 
 
HOMICÍDIO SIMPLES E QUALIDADE DE HEDIONDO – Art. 121, caput CP 
Homicídio simples é aquele que contém as elementares do delito em sua figura fundamental, 
que não aumenta nem diminui as circunstâncias de sua gravidade. 
Regra geral o homicídio simples não é hediondo. 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DO HOMICÍDIO 
RESTRIÇÕES 
À VIDA 
IMPOSTAS 
PELA 
LEGISLAÇÃO 
1- Quando autoriza a pena de morte em 
tempo de guerra (art. 5º, XLVII); 
2- quando a legislação autoriza o 
extermínio da vida quando em situações 
de excludentes de ilicitude 
3- quando a legislação autoriza o 
extermínio da vida quando autoriza o 
aborto. 
HOMICÍDIO - 
ART. 121 CP 
DOLOSO 
1- Simples - caput 
2- Privilegiado - § 1º 
3- Qualificado - § 2º 
4- Circunstanciado - §§ 4º, 
6º E 7º 
CULPOSO 
1- Simples - § 3º 
2- Circunstanciado - § 4º, 
1ª parte 
3- Perdão judicial - § 5º 
 
Mas o homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, é considerado hediondo – art. 1º da lei 8072/90. 
 
 
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 _______________________________________________ 
 
 Meios de execução do homicídio 
Pode ser praticado por diversos meios, admitindo qualquer meio de execução direta 
(manipulação direta pelo agente) ou indireta (manipulação indireta pelo agente). 
 
 
 
 
 
Pode também ser praticado por meio de relações sexuais ou atos libidinosos: Exemplo: 
 
 
 
 
 
´ 
Alguns meios de execução podem caracterizar uma qualificadora, como por exemplo, 
emprego de veneno, fogo, qualquer outro meio cruel ou insidioso. 
 
 
ES
TR
U
TU
R
A
 D
O
 H
O
M
IC
ÍD
IO
 
1- Objetividade jurídica: o bem juridicamente protegido é a 
vida humana extrauterina, sendo irrelevante a viabilidade 
do ser nascente; 
2- Objeto material: é o ser humano que suporta a conduta 
de ser morto; 
3- Núcleo do tipo: é o verbo matar, no sentido de 
exterminar a vida de uma pessoa por outra; 
4- Sujeito aivo: pode ser qualquer pessoa, só ou em 
concurso; 
5- Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa, desde após o 
nascimento e esteja com vida; 
6- Elemento subjetivo: é o dolo (animus necandi), vontade 
consciente de tirar a vida de outrem. Admite-se o dolo eventual; 
7- Consumação: a consumação ocorre com a morte, a qual 
se verifica com a cessação da atividade encefálica; a prova 
da materialidade ocorre com o exame necróspico; 
8- Tentativa: é possível a sua ocorrência 
Exemplos de meio de execução direta: golpes com uso de facas; uso de arma de fogo; 
Exemplos de meio de execução indireta: ataque de um cão feroz; uso de pessoa com 
doença mental para matar outra. 
 
 
 
Um portador do vírus HIV, sabedor de que é portador da doença, 
mantém relações sexuais com outra pessoa, com a intenção de lhe 
transmitir o vírus. Se a pessoa falecer, quem transmitiu a doença 
dolosamente responderá homicídio doloso, ou se não falecer, responderá 
por tentativa de homicídio. 
 
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 _______________________________________________ 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO – art. 121, § 1º 
Essa forma de homicídio não é um privilégio em seu sentido estrito, mas de uma causa de redução 
de pena, pois o legislador diminui as penas máximas e mínimas do tipo penal.É aquele em que o agente pratica o fato impulsionado pelos seguintes motivos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Motivos 
que geram 
privilégios 
ou redução 
de pena no 
homicídio 
1- Motivo de relevante valor social: diz respeito ao interesse da 
coletividade, que beneficia a sociedade como um todos. 
Exemplos de relevante valor social: mata um traidor da pátria. 
Matar um estuprador que aterroriza uma cidade, já tendo ocorrido 
vários estupros. 
 
2- Motivo de relevante valor moral: refere-se a interesse particular e 
aprovada pela moralidade média da sociedade, sendo considerado 
nobre. 
Exemplo de relevante valor moral: o agente por compaixão, vendo o 
sofrimento do doente, antecipa-lhe a morte, praticando a eutanásia. 
Um homem que teve sua esposa violentada sexualmente, mata o 
maníaco. 
3- Domínio de violenta emoção: o código leva em conta o estado 
psicológico do agente, sob o efeito da emoção, não se controla, e por 
esta razão, sua pena é reduzida. Mas exige-se também 3 outros 
requisitos: injusta provocação + violenta emoção + reação em 
seguida. 
Injusta provocação: é a conduta capaz de desencadear a violenta emoção e a consequente 
morte da vítima. Não é necessário que a provocação seja diretamente ao homicida. 
Exemplos: falar mal do agente; brincadeiras inoportunas; ofender a mãe do agente com 
palavras de baixo calão; chutar o cão do agente, etc. 
 
Violenta emoção: é aquela intensa, passageira ou momentânea, capaz 
de alterar o estado de ânimo do agente, tirando-lhe a seriedade e 
isenção, e consequentemente, o autocontrole. 
 
Reação em seguida: é imprescindível a imediatidade entre 
a injusta provocação e a conduta homicida. Não pode haver 
hiato temporal fixo ou rígido, mas veda um grande 
intervalo entre os dois momentos. 
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EMOÇÃO: é a excitação do sentimento, que produz momentânea perturbação da personalidade, 
afetando o equilíbrio psiquico. 
 Paixão: é a emoção em estado crônico (duradouro). Exemplos: amor, vingança, ódio, fanatismo, 
ciúmes, ambição, avareza, etc . 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO E EUTANÁSIA 
No ordenamento brasileiro a eutanásia é considerada como homicídio privilegiado, pois sendo 
um direito indisponível não se admite uma causa supralegal de exclusão da ilicitude com base 
no consentimento válido. 
Eutanásia é a abreviação da vida de pessoa portadora de grave doença em estado terminal ou 
sem previsão de cura pela medicina. Juridicamente, há 2 espécies: 
 
 
 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO – art. 121, § 2º 
Neste tipo penal o legislador agrega circunstâncias que merecem maior reprovação social e a pena 
fica mais elevada. 
HOMICÍDIO QUALIFICADO E LEI DE CRIME HEDIONDO 
Atualmente todo homicídio qualificado e todo homicídio simples praticado em atividade de grupo 
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, é considerado hediondo. 
Homicídios qualificados e concursos de pessoas 
 
 
ESPÉCIES DE 
EUTANÁSIA 
1- EUTANÁSIA PROPRIAMENTE DITA: é o modo comissivo 
de abreviar a vida de pessoa com grave doença, em estado 
terminal ou sem previsão de cura. Também é conhecido 
por homicídio piedoso, médico, caritativo ou consensual. 
2- ORTONÁSIA: é a eutanásia por omissão ou eutanásia 
omissiva, ou eutanásia moral ou terapêutica. Aqui o 
médico deixa de adotar as providências necessárias para 
prolongar a vida do enfermo portador de doença incurável 
ou irreversível. 
Homicídios 
qualificados e 
concursos de 
pessoas 
1-As qualificadoras do art. 121, § 2º incisos I, II, V, VI e VII são 
chamadas de qualificadoras subjetivas, pois pertencem à esfera 
interna do agente, e não ao fato. Em caso de concurso de pessoas, 
elas não se comunicam aos coautores ou participes, em face do art. 
30 do CP. 
2- As qualificadoras previstas nos incios III e IV (meios e modos de 
execução) do art. 121, § 2º são chamadas de objetivas, e se 
comunicam aos coautores e participes, pois dizem respeito ao fato 
praticado, e não ao aspecto pessoal do agente. Mas ressalta-se 
que, se comunicam no concurso de pessoas, desde que tenham 
ingressado na esfera de conhecimento dos envolvidos. 
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Neste caso, a qualificadora do inciso III (fogo) não se comunica ao participe Janio, pois ele 
desconhecia tal circunstância – art. 30 do CP. 
É importante que os coautores ou participes tomem ciência da qualificadora para afastar a 
responsabilidade penal objetiva. 
 
 ESPÉCIES DE QUALIFICADORAS DO CRIME DE HOMICÍDIO 
A) MOTIVOS DO CRIME – INCISO I e II: paga, promessa de recompensa ou outro motivo 
torpe (repugnante) ou motivo fútil ( mesquinho) – incisos I e II ; 
 
 
 
O ciúme pode ser motivo torpe ou fútil, dependendo do caso concreto. 
 
 
 
 
 
Matar com ausência de motivo: há 2 posições: 
 
 
 
 
 
 
 
Um motivo não pode ser ao mesmo tempo torpe e fútil, por absoluta incompatiblidade, pois 
um exclui o outro. 
B) MEIOS DE EXECUÇÃO – incisos III: veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
de que possa resultar perigo comum – inciso III; 
1-VENENO: substância química ou biológica capaz de provocar a morte. 
 
 
 
 
Exemplo: João, Pedro e Janio combinaram matar Carlos, atirando neste no momento em 
que estivesse saindo de casa. Porém, no ato da execução, Janio não estava presente, e 
desconhecia que João e Pedro mudaram de plano e atearam fogo em Carlos. 
 
 
Exemplo de motivo torpe: matar um parente para ficar com a herança. 
A vingança pode ou não caracterizar a torpeza, dependendo da situação: não é torpe a 
conduta do marido que teve sua esposa estuprada e mata o estuprador. 
 
 
Exemplos de motivo fútil: 1-marido que mata a esposa por esta ter passado mal a 
sua roupa, deixando partes amassadas; 2- motorista mata outro por que levou 
uma fechada no trânsito; 3- Pedro matou a namorada por que esta terminou o 
namoro. 
 
1- a ausência de motivo não é motivo fútil; 
2- é considerado motivo fútil: se um crime cometido por motivo ínfimo é 
punido com pena elevada, mais ainda deve ser elevada a pena se o crime foi 
praticado sem motivo. 
 
Exemplo: inocular veneno na veia da vítima, como se fosse medicamento; 
colocar raticida na sopa da vítima, etc. 
Certas substâncias inócuas podem ser tratadas como veneno, se ministradas a 
pessoa que é intolerante a tal substância, tais como o açúcar no organismo do 
diabético; anestésico ao alérgico a certa substância; 
 
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 _______________________________________________ 
 
Se a substância for inoculada com emprego de violência, caracteriza a qualificadora do meio 
cruel. 
2- FOGO: é o resultado da combustão da queima de produtos inflamáveis. 
 
 
3-EXPLOSIVO: é produto com capacidade de destruir objetos mediante detonação e estrondo. 
 
 
4-ASFIXIA: a morte é causada pela supressão da respiração. 
 
 
5-EMPREGO DE TORTURA: não se confunde com o crime de Tortura do qual resulta morte 
, (art. 1º, § 3º, da Lei 9.455/97); a tortura se caracteriza por graves sofrimentos físicos ou 
mentais. 
 
 
 
 
6-MEIO INSIDIOSO: é o que o agente se utiliza de estratagema ou fraude para cometer um 
crime sem que a vítima perceba.7-MEIO CRUEL: aquele que causa à vítima sofrimento físico ou mental, quando a morte 
poderia ser menos dolorosa. 
 
 
 
8-MEIO DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM: é aquele que expõe a vítima e 
um número indeterminado de pessoas a perigo de danos. Exemplos: 
 
 
 
Exemplo: Pode ser realizada por estrangulamento, esganadura, sufocação, enforcamento, 
soterramento e confinamento. 
 
 
Exemplo: Obter uma confissão de um crime ameaçando o detido de ser 
colocado numa solitária. 
 
 Exemplos: afrouxar os parafusos de um carro, para matar o motorista. 
 
Exemplo: causar a morte de alguém, iniciando o ato dando facadas em regiões não letais, 
causando a morte lentamente. 
O uso de meio cruel após a morte caracteriza o crime do art. 211 do CP. 
 
 
1- disparar tiros contra uma pessoa quando a rua está movimentada; 2- querendo matar 
Pedro, Marcos dirige seu carro em alta velocidade em via pública com grande 
movimentação de pessoas. 
 
 
Exemplo: queimar uma pessoa até a sua morte. 
 
 Exemplo: colocar uma bomba para explodir no carro da vítima quando ela ligá-lo. 
 
 
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 _______________________________________________ 
Exemplo: A matou a testemunha do crime que cometeu contra B, visando ficar impune. 
 
C) MODOS DE EXECUÇÃO: traição, emboscada, mediante dissimulação ou outro recurso 
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido – inciso IV; 
1-TRAIÇÃO: o agente se vale da confiança que a vítima previamente nele depositava, e que já 
existia antes do crime. Se porém, o agente se aproxima da vítima e faz nascer essa confiança, 
já objetivando matá-la, a qualificadora passa a ser a dissimulação. 
 
 
 
 
2- EMBOSCADA: o agente se tocaia e aguarda a passagem da vítima para matá-la. Esse 
homicídio é também conhecido como “homicídio ex-insidiis”. 
 
 
 
3-Dissimulação: pode ser material e moral. Na Dissimulação material o agente faz uso de 
disfarce para se aproximar da vítima. 
 
 
Na dissimulação moral: o agente dá falsas provas de amizade com a vítima ou demonstra 
interesse por alguém próximo a ele, visando aproximar-se daquele que deseja executar. 
4-Outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima: 
 
 
D) FINALIDADE: para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime – inciso V. 
 
 
 
 
 
 
 Exemplo: Um empregado da confiança de um empresário, em certo momento de 
descontração o mata, a mando de um inimigo daquele. 
 
 
Exemplo: Paulo pretende matar João. Faz tocaia atrás de 
árvores próximas à casa dele, e quando pára o carro para entrar 
na garagem, Paulo atira. 
 
Exemplo: o agente pretende matar uma pessoa e para penetrar em seu escritório, 
traveste-se de emprega do dos correios. 
 
 
Exemplo: o agente mata vítima enquanto esta dorme. 
 
O parricídio, o matricídio e a premeditação não são qualificadoras no 
ordenamento brasileiro. As duas primeiras são agravantes – art. II, “e” do CP e a 
premeditação, poderá funcionar como circunstância judicial para agravar a pena – 
art. 59 CP. 
 
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 _______________________________________________ 
HOMICÍDIO QUALIFCADO POR CONDIÇÃO DE SEXO FEMININO – 
FEMINICÍDIO – art. 121, § 2º, VI 
Feminicídio é o homicídio doloso cometido contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino. 
Natureza jurídica: É qualificadora e constitui circunstância pessoal ou subjetiva, pois atiça a 
motivação do agente. É também crime hediondo. 
E o que significa a expressão “por razões da condição de sexo feminino”? 
Significa que o crime fora praticado com violência doméstica e familiar ou ainda com menosprezo 
ou discriminação à condição de mulher. 
 
FEMINICÍDIO ENVOLVENDO VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR – INC. I DO 
§ 2º: 
 
 
Neste caso, trata-se de crime de feminicídio, pois o crime foi cometido por razões da condição do 
sexo feminino na medida em que o marido não aceitou a opção sexual da esposa enquanto mulher, 
bem como também houve violência doméstica e familiar. 
Há que se tomar cuidado, porém, em casos há casos de homicídio em que nem sempre se utiliza 
a condição de sexo feminino. 
 
 
 
 
Neste caso, não se trata de feminicídio pois, embora haja violência doméstica e familiar neste 
fato, não existe as razões da condição do sexo feminino. Não foi o sexo da irmã que motivou o 
crime, mas a sua busca pela riqueza. Assim, o irmão responderá por homicídio qualificado pelo 
motivo torpe, e não por feminicídio. 
FEMINICÍDIO ENVOLVENDO MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À 
CONDIÇÃO DE MULHER - inc. II do § 2º: 
 A expressão por 
razões da condição de sexo 
feminino contem dois 
elementos: 
1- que o homicídio tenha sido 
praticado com violência 
doméstica ou familiar; 
2- que o homicídio tenha sido 
cometido com menosprezo ou 
discriminação à condição de 
mulher. 
Exemplo: Um marido mata a esposa por que esta se negou a manter uma relação 
sexual alegando que estava se sentindo mal. 
 
João e Maria são irmãos e por questões de herança familiar, 
ambos estão em contenda judicial havendo discordância em 
relação a certo imóvel. Certo dia, João matou Maria no 
ambiente doméstico. 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
Neste inciso, as razões de condição do sexo feminino requer o menosprezo ou a discriminação à 
condição de mulher, nela percebendo um ser humano inferior e com menos direitos. Ex: 
 
 
Aqui, o pai enxerga a filha como um ser que não possui autonomia para saber fazer as suas 
opções sexuais, a enxerga como um ser humano inferior. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – art. 121, § 7º do CP 
A pena do feminicídio será majorada de 1/3 até metade em 3 situações: 
 
SUJEITO ATIVO DO FEMINICÍDIO 
Via de regra, o sujeito ativo é homem, mas pode ser também mulher, mas desde que o crime 
seja cometido por razões de condição de sexo feminino. 
 
 
SUJEITO PASSIVO 
Só poderá ser uma mulher (criança, adolescente, adulta ou idosa), pois a lei fala em condição de 
sexo feminino. 
PESSOA TRANSEXUAL 
Uma mulher tem o desejo de viver e ser aceita como do sexo oposto ao que nasceu (transtorno de 
identidade de gênero) e se submete a cirurgia de readequação ao sexo masculino, inclusive a justiça 
tenha autorizado a mudança de nome no registro de nascimento. 
 
 
 
Majora-se a 
pena do 
feminicídio 
nas seguintes 
situações: 
1- crime praticado durante o parto ou nos 3 meses após o parto, 
por que neste período a mulher acha-se mais vulnerável física e 
emocionalmente, bem como a criança fica dependente dos 
cuidados da mãe em todos os aspectos; 
2- crime praticado contra pesoa menor de 14 anos, maior de 60 
anos ou com deficiência; a deficiência aqui é ampla, abrangendo 
a fisica, mental ou sensorial; 
3- crime cometido na presença de descendente ou ascendente 
da vítima; a razão da majorante repousa nos traumas emocionais 
e psicológicos que este fato causa nos parentes em linha reta 
(pai, mãe, avós e bisavós; filhos, neto, bisneto; este mecanismo 
não se aplica aos parentes em linha colateral (irmão, tio, 
sobrinho, primo, etc 
Um pai descobre que sua filha, de 23 anos, vive um relacionamento homoafetivo e ao 
encontrá-la em casa, a mata. 
 
Exemplo: Num relacionamentohomoafetivo, uma das parceiras mata a outra 
por achar que a vitima não tinha o direito de terminar a relação. 
 
 
Se essa pessoa for vítima de homicídio doloso e o crime for cometido por razões de 
condição de sexo feminino, mesmo com registro de sexo masculino, haverá a 
qualificadora do feminicídio, pois a vítima continua biologicamente ostentando o 
sexo feminino. 
 
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 _______________________________________________ 
FEMINICÍDIO # FEMICÍDIO 
FEMINICÍDIO: é o homicídio de uma mulher que se baseia em razões da condição de sexo 
feminino. 
 
 
 
FEMICÍDIO: é qualquer homicídio contra a mulher. 
 
 
 
 
 
HOMICÍDIO CONTRA INTEGRANTES DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA 
PÚBLICA – art. 121, § 2º, VII 
 
É qualificadora que tem por fundamento a maior gravidade da conduta criminosa que atenta 
contra a estrutura do Estado democrático de Direito, bem como matar servidores públicos que 
cuidam da repressão do crime gera um temor maior na sociedade. É chamado de homicídio 
funcional, pois protege o servidor da segurança pública no exercício da função ou em razão 
dela. 
 
Natureza jurídica: tem natureza pessoal ou subjetiva, pois refere-se à motivação do agente; é 
também crime hediondo e sendo doloso contra a vida, é de competência do Tribunal do Júri. É 
norma penal em branco. 
Essa qualificadora abrange: 
 
 
 
 
 
 
A 
qualificadora 
do art. 121, § 
2º, VII 
abrange as 
seguintes 
situações : 
1- Autoridade ou agente da autoridade constantes dos art. 142 
(forças armadas) e 144 (forças policiais federais, estaduais e 
municipais); não se aplica essa qualificadora aos agente de polícia da 
Cãmara e Senado, pois não estão elencados nos art. 142 e 144 da CF; 
2- Integrantes do Sistema Prisional federal e estaduais; 
3- Integrantes da Força Nacional de Segurança Pública; 
4- Conjuge, companheiro ou parente consanguineo até o terceiro 
grau do policial; o parentesco abrange a linha reta (ascendentes e 
descendente), bem como a linha colateral (irmão, tio e sobrinho); 
5- Entretanto, a qualificadora não abrange o parentesco por 
afinidade (sogros, genros, noras; cunhados e filho adotivo );Ex: 
Um traficante foi preso por policial militar e para se vingar, 
mandou que subordinados matassem o filho adotivo do 
policial. Aqui veda-se a qualificadora, pois no D. Penal não se 
aplica a analogia in malam partem 
Maria estava no trânsito e leva uma fechada de Denise. Discutem e em seguida, 
Maria, descontrolada, atira e mata Denise. 
 
 
Patrícia, de 18 anos, convida Raiane, de 19 anos, para passar férias em sua casa de praia. 
Ocorre que o pai de Patrícia não gosta de Raiane, pois esta exerce influência negativa 
sobre sua filha relativamente a escolha de namorados. Certo dia, o pai mata Raiane. 
 
No caso de homicídio do cônjuge, companheiro ou parente consangüíneo do agente de 
segurança pública, o crime deve vincular-se à função pública exercida, pois o legislador 
usou a expressão “em razão dessa condição”. 
 
 
 
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EXEMPLOS DE HOMICÍDIOS QUALIFICADOS PELO § 2º, VII CP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MILÍCIA PRIVADA E GRUPO DE EXTERMINIO - MAJORANTE OU CAUSA DE 
AUMENTO DE PENA –– art. 121, § 6º 
 
MILÍCIA PRIVADA: entende-se como um grupo armado de pessoas (civis ou militares) que 
tem por finalidade a prestação serviços de segurança em comunidades carentes, supostamente 
criando uma situação de segurança, aproveitando-se da omissão do Poder estatal. 
 
 
 
 
 
Na prática as milícias cometem graves extorsões e extermínio contra as pessoas da comunidade, 
objetivando impor o poder paralelo. 
 
GRUPOS DE EXTERMÍNIO: podem ser definidos como a reunião de pessoas (civis e 
policiais) na qualidade de “justiceiros” ou matadores, com a finalidade de matança 
generalizada e chacinas de pessoas rotuladas como perigosas ou inconvenientes. 
 
 
 
 
 
 
HOMICÍDIO CULPOSO – art. 121, § 3º 
 
É a hipótese do agente não ter a intenção de matar alguém, nem ter assumido o risco de produzi-
lo. 
 
 
 
1- Quando estava na praia em momento de lazer, um agente de polícia foi morto a 
mando do chefe da associação criminosa que investigava há algum tempo. 
Trata-se de homicídio qualificado pelo inciso VII, pois a vítima foi atingida quando 
estava no exercício da função. 
 
2- Um traficante foi preso há 3 anos por policial militar. De dentro da prisão, 
ordenou que comparsas eliminassem um dos filhos do policial. 
Cuida-se de homicídio qualificado pelo inciso VII, pois ocorreu em decorrência da 
função exercida pelo agente do Estado contra seu cônjuge. 
 
3- Um guarda municipal no exercício da função percebeu uma briga 
e correu para tomar as providências legais em relação aos 
contendores. Um deles estava armado e matou o guarda, fugindo em 
seguida. 
Neste caso, o homicídio tem a qualificadora do inciso VII, pois o agente 
está no rol dos integrantes da segurança pública, bem como estava no 
exercício da função no momento do crime. 
 
Esta causa de aumento de pena exige que o homicídio seja praticado pela milícia sob o 
pretexto de serviços de segurança. 
 
Existem por que o poder estatal é omissivo e conivente com suas ações, bem como 
possuem a simpatia de alguns segmentos da sociedade, muitas vezes os financia. 
 
 
 
Homicídio culposo configura-se quando o agente realiza conduta voluntária, com violação 
de dever de cuidado a todos imposto (por imprudência, negligência e imperícia) e produz 
uma morte involuntária, não prevista nem querida, mas previsível, que poderia ter sido 
evitada. 
 
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Sempre que uma pessoa se afasta desse senso comum, quebra do dever de cuidado, e em 
conseqüência, pratica um crime culposo. 
 HOMICÍDIO CULPOSO MAJORADO – art. 121, § 4º, 1ª parte 
 
No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de: 
 
 
 
 
 
 HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO - Artigo 302 do CTB 
Há também o homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, cuja pena é 
aumentada de um terço à metade, se o agente: 
1- Não possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação; 
2- Praticá-lo em faixa de pedestre ou na calçada; 
3- Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do 
acidente; 
4- No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de 
passageiros. 
 
 PERDÃO JUDICIAL – ART. 121, § 5º DO CP. 
Ocorre na hipótese de homicídio culposo em que as conseqüências da infração penal atingiram o 
agente de forma tão grave que acaba por tornar-se desnecessária a aplicação de pena. O 
resultado do crime já exerceu a função retributiva de pena. 
O perdão judicial, em caso de homicídio culposo, é extensiva à outra vítima do mesmo fato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ocorre 
homicídio 
culposo 
majorado ou 
circunstanciado 
quando: 
1- houver inobservância de regra técnica de profissão, arte ou oício; 
ocorre quando o agente tem conhecimento de tais regras, mas as 
desconsidera; Ex:Um médico urulogista, que ao proceder uma 
cirurgia de próstata, não segue as regras, prejudicando o paciente; 
2- o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; Ex: João, 
deixa arma de fogo municiada em local de fácil acesso e uma 
criança a pega, disparando contra Maria. João não socorre 
imediatamente a vítima, vindo a óbito; Neste caso, João responde 
por homicídio culposo com aumento de pena - § 4º; 
3- o agente não procura diminuir as conseqüências do seu ato; Ex: A 
atropela B. Ao tentar socorrê-la, é ameaçado de morte. A vai 
embora e não solicita socorrro à autoridade pública 
4- o agente foge para evitar prisão em flagrante; neste caso, parte 
da doutrina entende que a pessoa não está obrigada a se 
apresentar à autoridade, em razão do princípio da não auto-
incriminação. 
Exemplo: se em um mesmo acidente de carro, culposamente o agente mata o próprio 
filho e um amigo seu, o perdão judicial estender-se-á para ambos os crimes. 
 
O perdão judicial somente se dá na fase da sentença de mérito, não 
se admitindo no inquérito policial. 
A sentença que concede o perdão é a declaratória da extinção da 
punibilidade, conforme súmula 18 do STJ. 
 
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO - ARTIGO 122: 
Suicídio é a supressão voluntaria e consciente da própria vida, e por isso, é preciso que a pessoa 
tenha plena capacidade de discernimento para entender o ato que quer praticar. Também é 
conhecido por autocídio ou autoquíria. 
 
 
 
 
 
 
 
No Brasil não é crime uma pessoa matar-se ou tentar matar-se por sua própria vontade, sem 
o induzimento, a investigação ou o auxílio de alguém. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O induzimento, a investigação e o auxílio ao suicídio é também chamado de participação em 
suicídio. 
A participação em suicídio possui duas modalidades: 
 
LOGO, NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA, O SUICÍDIO É ATO ILÍCITO, MAS NÃO É 
CRIME. 
O perdão judicial não é faculdade do juiz, mas se se constatou que realmente 
o fato atingiu gravemente o próprio agente e que a pena se torne 
desnecessária, torna-se obrigação do juiz concedê-la na sentença, pois é 
direito subjetivo do réu. 
 
 
O perdão judicial é ato unilateral, vale dizer, não precisa ser aceito pelo réu para surtir 
efeito. 
 
Suicídio não é punível penalmente por que o ordenamento jurídico autoriza punir 
somente condutas que transcendem a figura do seu autor. Assim, não são puníveis 
condutas que lesionam ou expõem a perigo bens jurídicos pertencentes 
exclusivamente a quem os praticou. 
 
Essa conclusão, porém, não permite dizer que no Brasil o suicídio é lícito, em face da 
indisponibilidade do direito à vida. 
É o que preceitua o art. 146, § 3º, inciso II do CP, quando o legislador diz que não 
caracteriza constrangimento ilegal o fato de alguém coagir outra pessoa para impedir que 
ela se suicide. 
 
A ninguém é dado o direito de ser cúmplice na morte de outrem, mesmo que haja 
consentimento valido da vítima, pois a vida é um bem indisponível. 
 
 
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O CRIME DE PARTICIPAÇÃO EM SUICIDO SE ESTRUTURA DA SEGUINTE 
FORMA: 
 
OBJETO MATERIAL: o ser humano contra quem se dirige a conduta do induzimento, da 
instigação ou do auxílio ao suicídio. 
NÚCLEO DO TIPO: Esses dois núcleos integram a participação moral. 
 
INDUZIR no sentido de criar a idéia do suicídio na mente da pessoa; instigar significa reforçar 
a idéia já existente de suicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A participação em suicídio deve dirigir-se a pessoa determinada ou pessoas determinadas, 
não sendo punível a participação genérica, tais como obras literárias. 
 
 
 
 
 
 
SUJEITO ATIVO: sendo um crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 
SUJEITO PASSIVO: somente pessoa com um mínimo de capacidade de resistência ou 
discernimento pode ser vítima do crime, pois se ela apresentar resistência nula ou nenhum 
discernimento da realidade, o crime será o de homicídio. 
 
 
 
 
 
ELEMENTO SUBJETIVO: é o dolo, direto ou eventual, não admitindo a forma culposa. 
 
CONSUMAÇÃO: o crime se consuma somente se houver morte ou lesão corporal grave. 
Assim, temos as seguintes situações legais: 
 
CRIME DE PARTICIPAÇÃO EM 
SUICÍDIO: DUAS MODALIDADES: 
1- A participação moral: abrange o induzir 
e o instigar a pessoa. Induzir significa criar a 
idéia na mente da vítima; 
Instigar significa reforçar, estimular a idéia 
de suicídio já existente na mente da vítima; 
2- A participação material é o auxílio ao 
cometimento do suicídio, constante da 
execução do ato, quer fornecendo meios 
ou dando instruções, antes ou durante o 
ato extremo. 
 
O núcleo prestar auxiliar significa que uma pessoa ajuda o suicida fornecendo os 
materiais para que ela pratique o ato extremo. 
Esse ato de auxiliar não significa que pessoa, por exemplo, aperte o gatilho da arma de 
fogo, ou dê na boca o veneno para a pessoa que pretende morrer, pois nestes casos 
ela praticaria o crime de homicídio. 
Logo, Não pode haver participação nos atos executórios. 
 
 
Exemplos: a obra de Wolfgang Goethe “O sofrimento do jovem Werther”, que causou 
uma onda de suicídios no século XVIII), músicas ou profecias que incentivam o fim da 
vida. 
 
 
Logo, crianças de tenra idade ou doentes mentais, não podem ser vítimas do crime de 
participação em suicídio. 
 
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A questão da decorrência do tempo entre o induzimento, a instigação ou o auxílio ao suicídio é 
irrelevante, desde que se prove a vinculação entre os atos. Passe o tempo que passar, se se 
provar que o suicídio se deu em razão do induzimento, da instigação ou do auxílio prestado pelo 
agente, então ele responde pelo crime. 
 
TENTATIVA: não é possível a tentativa da participação em suicídio, pois a lei só pune o crime 
se o suicídio se consuma, ou se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal grave. 
 
 
 
 
 
 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NA PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO 
 
 
O ART. 122 
PODE 
APRESENTAR 
AS SEGUINTES 
SITUAÇÕES 
LEGAIS: 
1- Se a vítima induzida, instigada ou auxiliada comete suicídio: o 
agente responde pelo crime consumado, com pena de 2 a 6 anos de 
reclusão; 
2- Se a vítima induzida, instigada ou auxiliada sobrevive e sofre 
lesão corporal grave: o agente responde pelo crime consumado 
(suicídio frustrado), com pena de 1 a 3 anos de reclusão; 
3- Se a vítima induzida, instigada ou auxiliada sobrevive e sofre lesão 
corporal leve ou nenhuma lesão: o agente por nada responde, pois a 
conduta dele é atípica. 
 AINDA NO 
ART. 122 CP, A 
CONDUTA DO 
AGENTE É ATÍPICA 
NAS SEGUINTES 
SITUAÇÕES: 
1- Mesmo tendo havido induzimento, instigação ou o 
auxílio ao suícídio, a vítima nao tentou suicidar-se; 
2- ou mesmo tendo tentado suicidar-se, ela sofreu apenas 
lesão corporal leve, pois em ambos os casos não há 
previsão legal de crime. 
Na participação em suicídio a pena 
será duplicada em duas situações: 
 1-Por motivo egoístico é aquele de 
interesse próprio para obtençao de 
vantagem pessoal, como exemplo, o 
recebimento de herança. 
 
2- Quando a vítima for menor, que 
compreende entre 14 e 18 anos, pois possui 
capacidade de discernimento reduzida. 
 
CUIDADO: 
1- Tentativa de suicídio, que existe, pois a vítima tentou tirar a própria vida; 
2- Tentativa do crime de participação em suicídio, não existe, pois é vedada pelo CP. 
 
 
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Enfim, o artigo 122, § único pode apresentar as seguintes situações: 
 
 
 
A QUESTÃO DO PACTO DE MORTE 
Também conhecido por suicídio a dois ou ambicídio, é o acordo feito entre duas pessoas que 
desejam se matar. Se uma dessas pessoas sobrevive ou ambas, as situações se resolvem das 
seguintes maneiras: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
O ART. 122, § 
ÚNICO, PODE 
APRESENTAR 
AS SEGUINTES 
SITUAÇÕES : 
1- Vítima maior de 18 anos, com capacidade de resistência: o agente 
responde pela participação em suicídio simples - art. 122, caput; 
2- vítima maior de 18 anos, com capacidade de resistência reduzida: 
agente responde pela participação em suicídio agravada - art. 122, § 
único, inciso II, 2ª parte; 
3- vítima com idade igual ou superior a 14 anos, mas menor de 18 
anos: o agente responde por participação em suicídio agravada - art. 
122, § único, inciso II, 1ª parte; 
4- vítima menor de 14 anos ou sem capacidade de resistência, 
qualquer que seja a sua idade: o agente responde por homicídio - 
art. 121, com pena aumentada. 
Situação 1- Se o sobrevivente praticou ato executório da morte do outro, responde por 
homicídio – art. 121; Ex: deu o veneno na boca do outro. 
 
 Situação 2- Se o sobrevivente só auxiliou o outro a suicidar-se, ele responderá pelo crime 
de participação em suicídio – art. 122; Ex: emprestou a arma para o outro suicidar-se. 
 
Situação 3- Se ambos praticaram atos de execução um contra o outro, e ambos 
sobreviveram, responderão os dois por tentativa de homicídio – art. 121, c/c art. 14, II do 
PC; 
 
Situação 4- Se ambos se auxiliaram mutuamente no momento do crime, e ambos 
sobreviveram, eles responderão pelo crime de participação em suicídio, desde que 
resultem lesões corporais de natureza grave – art. 122 do CP; 
 
Situação 5- Se um deles praticou atos de execução da morte de ambos, mas os dois 
sobreviveram, aquele que executou o ato responderá por tentativa de homicídio – art. 
121, c/c art. 14, II – e o outro, responderá pelo crime de participação em suicídio, desde 
que aquele que executou o ato, em razão da tentativa, sofra lesão corporal grave. 
 
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No caso do suicídio a dois, em que A e B se trancam em um quarto e abrem a 
válvula do gás, podem ocorrer as seguintes situações: 
 
Situação 1: A abriu a válvula e sobreviveu: 
Neste caso, A responderá pelo crime de homicídio, pois praticou ato executório de matar B – 
art. 121 CP; 
 
Situação 2: B sobreviveu e não abriu a válvula: 
Então, B responderá pelo crime de participação em suicídio – art. 122 CP – pois auxiliou A a 
suicidar-se; 
 
Situação 3: os dois sobreviveram: 
1- Se A abriu a torneira, responderá por tentativa de homicídio – art. 121, c/c art. 14 CP, contra 
B; 
2- B, que não abriu a torneira e sobreviveu, responderá pelo crime de participação em suicídio – 
art. 122, caso A tenha sofrido lesão corporal grave; 
 
Situação 4: os dois sobreviveram e houve lesão corporal leve ou não houve lesão: 
1- A, que abriu o gás, responde por tentativa de homicídio contra B; 
2- B, não abriu o gás, não responde por nada, pois se trata de fato atípico, pois a participação em 
suicídio só se perfaz quando causa morte ou lesão corporal grave. 
 
 
 
 
 
 
ARTIGO 123 - INFANTICÍDIO 
O crime de infanticídio consiste na ação de causar a morte do próprio filho, durante o parto ou 
logo após, sob a influência do estado puerperal. 
É uma forma privilegiada de homicídio praticado pela mãe contra o filho nascente ou recém-
nato, mas exigindo-se que ela esteja influenciada pelo estado puerperal. 
Ausente a elementar estado puerperal, a mãe responde por homicídio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estado puerperal não se confunde com imputabilidade penal: 
 
 
 
 
 
No duelo americano e na roleta russa, os sobreviventes respondem 
por participação em suicídio. 
 
Haverá infanticídio se for constatado que o feto nascente estava vivo, apresentando o 
mínimo de atividade funcional. 
A prova para se constatar sinal de vida em um ser nascente ou neonato é chamada de 
docimasia respiratória. 
 
O estado puerperal, na maioria das vezes, pode acarretar distúrbios psíquicos na 
parturiente, os quais diminuem a sua capacidade de entendimento ou auto-inibição, 
podendo levar a mãe a eliminar o infante. 
 
Embora o estado puerperal altere a saúde mental da mulher, não se pode confundir 
isso com doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
Logo, mulher em estado puerperal que mata o próprio filho durante ou logo após o 
fato, não se torna inimputável. Tanto é que ela responde pelo crime e lhe será 
aplicada uma pena. 
 
 
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ESTRUTURA DO INFANTICÍDIO 
SUJEITO ATIVO: é somente a mãe puérpera, mas admite coautoria e participação. 
 
Concurso de pessoas e crime de infanticídio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O infanticídio pode ser praticado a título de dolo direto ou eventual, não existindo a 
modalidade culposa. 
 
SUJEITO PASSIVO: é o nascente ou neonato. 
 
ELEMENTO SUBJETIVO: é o dolo, seja direto ou eventual. Não se admite a forma culposa. 
 
Se uma mãe, durante o parto ou logo após e sob a influência do estado puerperal, matar 
culposamente o próprio filho nascente, por qual crime responde? 
 
Sobre o tema, há duas vertentes: 
 
 
 
CONSUMAÇÃO: ocorre com a morte do nascente ou neonato. 
 
TENTATIVA: admite-se, pois no instante da morte pode haver a interrupção do iter criminis. 
 
 
DUAS 
VERTENTES 
1- a majoritária firma entendimento no sentido de que a mãe 
responde por homicídio culposo, em razão de sua imprudência ou 
negligência; 
2- a outra corrente posiciona-se no sentido de que a mãe não 
responde nem por infanticídio nem por homicídio culposo, pois a 
previsibilidade objetiva do crime culposo é incompatível com os 
abalos psicológicos do estado puerperal 
Toda pessoa que, auxilia a mãe puérpera no crime de 
infanticídio, também responde pelo crime, seja como autora ou 
partícipe, pois a elementar “estado puerperal” se comunica aos 
demais que auxiliam a mãe, nos termos do art. 30 CP. 
 
A mãe que mata um adulto, sob a influência do estado puerperal, responde por homicídio. 
 
A mãe que culposamente mata o filho, sob a influência do estado puerperal, 
durante ou logo após o parto, responderá por homicídio culposo, e não por 
infanticídio, pois não há a forma culposa de infanticídio. 
 
Se o estado puerperal gerar doença mental na mãee ela praticar o ato de matar o 
filho durante ou após o parto, ficará isenta de pena diante do artigo 26 do CP 
(inimputabilidade). 
 
 
 
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 ABORTO OU ABORTAMENTO-art. 124 a 128 
Considera-se aborto ou abortamento a interrupção da gravidez, com a conseqüente destruição do 
produto da concepção, eliminando a vida intra-uterina. 
 
 
 
 
 
 
O aborto pois, se dá entre a concepção do óvulo e o início do parto; a partir do início do 
parto, pode ocorrer tanto o infanticídio quanto o homicídio. 
 
A ação nuclear do tipo penal é o verbo “provocar”, que significa dar causa ao aborto. A ação 
física deve ser realizada antes do parto, visando eliminar o ovo, o embrião ou o feto. 
 
Os meios para se provocar o abortamento são químicos, psíquicos e físicos. 
EXEMPLOS 
DE 
INFANTICÍ
DIO 
1- Maria mata o filho sob a influência do estado puerperal, durante ou 
logo após o parto, contando com a ajuda de Pedro. 
Maria responde como autora do infanticídio e Pedro, responde como 
coautor, pois a elementar estado puerperal se comunica a ele, pois o CP 
adota a teoria unitária - art. 29 CP. 
2- Pedro mata o recém-nascido, sendo que a mãe Maria ajudou nesse 
ato, estando ela no estado puerperal. 
Neste caso, Pedro responde por homicídio doloso e Maria, responde 
por infanticídio. 
3- Maria, mãe puépera, durante o parto, mata o seu filho. Logo em 
seguida, ela oculta o cadáver. 
Neste caso, Maria responde pelos crimes de infanticídio e ocultação de 
cadáver em concurso material de crimes. 
O ABORTO 
PODE 
OCORRER 
NAS 
SEGUINTES 
FASES DA 
GAVIDEZ: 
2- na fase de 
embrião (3 
primeiros 
meses) 
3- na fase fetal (a 
partir de 3 meses 
de gestação). 
1- com o 
óvulo 
fecundado (3 
primeiras 
semanas de 
gestação); 
A lei não faz distinção quanto à fase em que se acha a gestação, importando apenas se o 
aborto ocorre na fase intrauterina. 
 
 
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ESPÉCIES DE ABORTOS 
 
ESTRUTURA DO CRIME DE ABORTO 
MEIOS DE 
PROVOCAR 
O ABORTO 
1- Meios químicos: são substâncias que atuam por intoxicação, tais 
arsênio, fósforo, mercúrio, quinina, estricnina, ópio, entre outras. 
2- Meios psíquicos: sustos, terror, sugestão, dentre outros. 
3- Meios físicos: curetagem, aplicação de bolsas de água quente e fria 
no ventre, emprego de corrente galvânica, dentre outros. 
ESPÉCIES DE 
ABORTOS 
1- Natural: é interrupção espontânea da gravidez. 
2- acidental: é interrupção da gravidez provocada por traumatismos, 
por exemplo, quedas. Não é crime. 
3- criminoso: é a interrupção dolosa da gravidez. Tem previsão legal 
nos artigos 124 a 127 do CP. 
4- legal ou permitido: é a interrupção da gravidez de forma 
voluntária e aceita por lei. O art. 128 contem 2 formas: aborto 
necessário e aborto sentimental ; 
5- eugênico ou eugenésico: é a interrupção da gravidez p/ evitar o 
nascimento com graves deformidades físicas ou enfermidade 
incurável. Ele não é prevista na nossa legislação, e quem o pratica, 
está cometendo o crime de aborto. 
6- econômico ou social ou miserável: interrompe-se a gravidez para 
não agravar a situação de miserabilidade da mãe ou da família. Não 
foi acolhido pelo direito brasileiro. 
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ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU 
CONSENTIMENTO – art. 124 
CRIME DE AUTOABORTO OU ABORTO CONSENTIDO (art.124): 
 
SUJEITO ATIVO: somente a gestante pode ser autora do crime, pois se trata de crime de mão 
própria ou consente outro lhe provoque o aborto. Entretanto, é possível a participação de 
terceiro induzindo, instigando ou auxiliando secundariamente a gestante a praticar o aborto. Ele 
responde pelo artigo 124 CP. 
 
SUJEITO PASSIVO: No crime de autoaborto ou aborto consentido é o ovo, o embrião ou o 
feto, pois eles detêm os chamados direitos civis do nascituro, a partir da concepção. 
 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: Só pode o aborto ser punido a título de dolo, seja 
direto ou eventual. Não há a forma culposa. 
 
CONSUMAÇÃO: consuma-se com a morte do feto ou destruição do produto da concepção. 
 
TENTATIVA: é admissível, pois trata-se de crime plurissubsistente (realiza-se em várias 
etapas), podendo ser interrompida a sua execução. 
 
 
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO SEM O CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE – art. 125 
 
ABORTOS 
CRIMINOSOS - 
arts. 124 a 126 
art. 124 - 1- autoaborto (1ª parte); 
2- aborto consentido; 
art. 125 - aborto provocado sem o 
consentimento da gestante; 
art. 126, caput - aborto provocado por 
terceiro com o consentimento da 
gestante (aborto consentido); 
art. 126, § único - consentimento inválido 
para o aborto (gestante menor de 14 anos; 
alienada mental ou o consentimento foi 
obtido mediante fraude ; 
art. 127 - causa de aumento de pena, 
quando a gestante sofre lesão 
corporal grave ou morte. 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, admitindo-se o concurso de 
pessoas. 
 
SUJEITO PASSIVO: são vítimas o produto da concepção (feto)\\\\ e a gestante, pois possui 
dupla subjetividade passiva. 
 
Só pode ser punido a título de dolo, consistente na vontade de interromper a gravidez. 
 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, direto ou eventual, consistente na vontade de 
interromper a gravidez contra a vontade da vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSUMAÇÃO: ocorre com a morte do feto ou com a destruição do produto da concepção. 
 
TENTATIVA: admite-se, por ser crime plurissubsistente. 
 
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO, COM O CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE – art. 126 CP 
 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, admitindo-se o concurso de pessoas 
nas formas de coautoria e participação. 
 
SUJEITO PASSIVO: é apenas o feto ou o produto da concepção. 
 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, consistente na vontade de interromper a 
gravidez com a permissão da gestante. 
 
 
 
 
CONSUMAÇÃO: sendo um crime material, consuma-se o crime com a morte do feto ou com 
a destruição do produto da concepção. 
 
TENTATIVA: admite-se, por ser crime plurissubsistente. 
 
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM O CONSENTIMENTO INVÁLIDO 
DA GESTANTE OCORRE NAS SITUAÇÕES ABAIXO: 
 
Pessoa que desfere pontapés na barriga da gestante sabendo da 
gravidez, comete o crime de aborto – art. 125 CP. 
Pessoa que sabendo que uma mulher está grávida e a mata, 
pratica os crimes de homicídio e aborto, em concurso formal de 
crimes. 
 
 
Se inicialmente a gestante permite o aborto, mas durante o ato de abortamento, ela 
desiste de forma clara e mesmo assim, o terceiro prossegue, ele responderá por aborto 
não consentido – art. 125 CP 
 
 
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Nestes casos, a pena aplicadaao aborteiro será a do artigo 125 CP. 
 
ABORTO MAJORADO OU QUALIFICADO – art. 127 CP 
 
Esta forma de aborto ocorre em duas situações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O agente que culposamente dá causa ao abortamento, responderá pelo crime de lesão corporal 
culposa, pois não existe aborto culposo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aborto 
provocado 
por terceiro 
com o 
consentimen
to inválido : 
2- a gestante 
é alienada ou 
débil mental; 
3- o consentimento da 
gestante foi obtido 
mediante fraude, grave 
ameaça ou violência. 
1- a gestante 
possui até 
14 anos de 
idade; 
ABORTO 
MAJORADO 
OCORRE: 
1- se em razão dos meios empregados para abortar ou em conseqüência 
do aborto, a gestante sofre lesão corporal grave – art. 129, §§ 1º e 2º CP; 
2- se em virtude do aborto ou meios empregados, a gestante falece. 
Nessas duas causas de aumento de pena, só se aplicam aos artigos 125 e 126 CP. 
Exclui-se o artigo 124 CP por que o Direito Penal não pune a autolesão ou o ato de matar-
se. 
 
 
Uma gestante que, de forma descuidada, provoca a morte do feto, não responderá por 
nenhum crime, pois se trata de fato atípico. Não se pune autolesão. 
 
 
O agente que mata a gestante, sabendo de seu estado ou assumindo o risco da 
ocorrência do aborto, responde pelos crimes de homicídio e aborto, em concurso 
formal. 
 
 
Mas, se um terceiro auxilia uma gestante a praticar 
autoaborto, resultando na gestante lesão corporal grave ou 
morte, esse terceiro responde pelo crime de aborto (art,124) 
, como partícipe. 
 
 
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O agente que emprega ameaça ou violência como meio de execução para provocar o 
abortamento, responde pelos crimes de aborto sem consentimento – art, 125 e 
constrangimento ilegal – art, 146, em concurso formal. 
 
 
 
 
 
Se o agente não tinha conhecimento de que a gravidez era gemelar, responderá por um único 
aborto. 
 
ABORTO PERMITIDO OU LEGAL – art. 128 CP 
Aqui o legislador considera que não há crime de aborto quando praticado por médico em 2 
situações: 
1- aborto necessário ou terapêutico; 2- aborto sentimental ou humanitário ou ético 
 
1- ABORTO NECESSÁRIO OU TERAPÊUTICO 
 
É a interrupção da gravidez, exigindo 3 condições: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Também não precisa de autorização judicial. 
 
 
 
 
 
 
CASO DE ENFERMEIRA OU PARTEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
2- ABORTO SENTIMENTAL, HUMANITÁRIO OU ÉTICO OU PIEDOSO 
ABORTO 
NECESSÁRIO 
OU 
TERAPÊUTIC
O - 3 
CONDIÇÕES 
1- ser provocado por médico: não é necessário que seja especialista na 
área. 
2- a gestante esteja correndo perigo de vida; 
3- não exista outro meio de salvar a vida da gestante: se houver outra 
maneira que não seja de interromper a gestação para salvar a vida da 
mulher, o médico responde pelo crime de aborto. 
O agente sabe que a mulher está grávida de gêmeos e provoca o aborto, responde pelos 
dois abortos em concurso formal homogêneo, pois com uma só ação deu causa a dois 
resultados idênticos. 
 
No caso de não haver outro meio de fazer com que a gestante viva, a doutrina entende que 
não há necessidade de consentimento da gestante ou seu representante legal, bastando a 
opinião do médico para proceder ao aborto. Trata-se de espécie de estado de necessidade 
– art. 24 CP e o legislador optou em preservar a vida da mulher. 
 
Ademais, o art. 146, § 3º do CP autoriza a intervenção médica ou cirúrgica sem o 
consentimento do paciente ou seu representante legal, se justificada por iminente 
perigo de vida. 
 
Embora a lei só autorize o médico a fazer o aborto legal, a enfermeira ou parteira, 
podem praticar o abortamento por força do estado de necessidade - artigo 24 do CP, mas 
se exige que a gravidez represente perigo atual para a vida da gestante. Se o perigo não 
for atual, a enfermeira ou parteira podem responder pelo crime de aborto. 
 
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É a interrupção da gravidez resultante de estupro em que a mulher não está obrigada a levar 
adiante uma gestação indesejada. 
Para interromper a gravidez e excluir o crime neste caso, exige-se 3 condições: 
 
 
 
 
 Enfermeira ou parteira que realiza o aborto sentimental, mesmo que autorizada pela gestante 
ou representante legal, responde pelo crime de aborto, já que a lei somente abrange o médico. 
 
ABORTO E ANENCEFALIA 
Aborto anencefálico no Brasil não é crime, de acordo com a decisão do STF. Ninguém pode 
ser processado por fazer aborto de feto com anencefalia, pois é fato formalmente atípico. 
Com a decisão do STF não há mais autorização judicial para abortar o anencéfalo. Os médicos 
agora é que decidem fazer ou não fazer o aborto. 
 
 
 
ARGUMENTOS DOS MINISTROS DO STF 
O feto com anencefalia não está amparado pelo tipo penal do art. 128 CP, pois não se trata de 
feto com vida. Não existe vida. Logo, não existe o objeto material do crime (ser humano vivo). 
É caso de atipicidade formal. 
Quando se fala em direitos da pessoa humana, isso significa direitos do indivíduo. No caso do 
anencéfalo não há indivíduo, não há pessoa. Não há tutela penal nesse caso. O feto 
anencéfalo é uma expectativa de pessoa, pois é um natimorto cerebral. Feto natimorto não se 
equipara ao feto saudável. 
ABORTO 
SENTIMENTAL
: EXIGE-SE 
3 CONDIÇÕES: 
1- ser o aborto 
provocado por 
médico: caso o aborto 
sem feito por não 
médico, haverá crime 
de aborto, e não cabe 
qualquer excludente 
de ilicitude aqui, nem 
mesmo o estado de 
necessidade; 
2- a gravidez deve ser 
resultante de estupro: 
para se provar há 
necessidade de registro 
de BO, com testemunhas 
do fato ou laudos 
médicos; 
3- tenha prévio 
consentimento da gestante 
ou seu representante legal: 
deve esse consentimento 
ser formal, com provas por 
meio do registro de BO. Não 
se exige sentença 
condenatória, nem 
autorização judicial. 
Se presentes seus requisitos (prova da anencefalia e da 
inviabilidade da vida), os médicos podem fazer o aborto 
legitimamente e devem se documentar, precisamente porque não 
necessitam de autorização judicial. 
 
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ABORTO E MICROCEFALIA 
A microcefalia é doença neurológica na qual o diâmetro da cabeça do feto ou da criança 
apresenta dimensões inferiores a dos fetos ou crianças normais. Revela outros sintomas, tais 
como atraso mental, paralisia, crises convulsivas, epilepsia e hipertonia muscular. 
Diante dessa realidade, pergunta-se: juridicamente seria lícito a gestante proceder ao 
aborto do feto quando comprovada a doença? 
Há duas vertentes sobre o tema: 
 
 
 
 
 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE FETO ANENCÉFALO E FETO C/ MICROCEFALIA 
 
 
 
É LÍCITO O 
ABORTO 
DO FETO C/ 
MICROCEF
ALIA? 
1ª vertente: firma posição no sentido de que é lícito fazer o aborto, pois a 
gestante não está obrigada a suportar as dificuldades decorrentes da 
criação da criança microcéfala, pois estaria ferindo o princípio da 
dignidade da pessoa humana. Além disso, argumenta-se também que a 
gestante poderia proceder ao aborto, pois estariaamparada pelas causas 
de justificação do aborto legal – art. 128 CP e pela excludente de ilicitude 
estado de necessidade; 
2ª vertente: essa corrente de pensadores não é lícito fazer o aborto no 
caso de microcefalia, pois o ordenamento jurídico traz taxativo os casos 
que se permite o aborto – art. 128 CP, isto é, aborto necessário e aborto 
sentimental. Permitir aborto por microcefalia seria ampliar demais os 
casos de interrupção da gravidez e por igualdade de fundamentos, se 
poderia estender o aborto para outras doenças que podem afetar o feto. 
 
DIFERENÇAS: 
FETO 
ANENCÉFALO E 
MICROCÉFALO 
MICROCEFALIA 
1- há vida 
intrauterina, logo o 
nascimento é viável; 
2- há atividade 
cerebral, logo há 
expectiva de vida 
ANENCEFALIA 
1- não há vida humana 
intrauterina; 2- não há 
atividade cerebral, fato 
que levou o STF a 
autorizar a interrupção da 
gravidez; 
Logo, a gestante que porta feto com microcefalia tem o direito de chegar ao termo da 
gestação, o feto tem o direito de nascer, pois ao contrário do feto anencéfalo, o 
microcéfalo possui expectativa de vida e não é um natimorto cerebral.

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