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DIREITO ADMINISTRATIVO I. CASO CONCRETO. SEMANA 5. ESTÁCIO. FIC. 2017.

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
CASO 5
Caso Concreto: 
O Governador do Estado X, após a aprovação da Assembleia Legislativa, nomeou o renomado cardiologista João das Neves, ex-presidente do Conselho Federal de Medicina e seu amigo de longa data, para uma das diretorias da Agência Reguladora de Transportes Públicos Concedidos de seu Estado. Ocorre que, alguns meses depois da nomeação, João das Neves e o Governador tiveram um grave desentendimento acerca da conveniência e oportunidade da edição de determinada norma expedida pela agência. Alegando a total perda de confiança no dirigente João das Neves e, após o aval da Assembleia Legislativa, o governador exonerou-o do referido cargo. 
Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) À luz do Poder Discricionário e do regime jurídico aplicável às Agências Reguladoras, foi juridicamente correta a nomeação de João das Neves para ocupar o referido cargo? 
	Levando em consideração o poder discricionário do Administrador público, no esteio da conveniência e oportunidade de tais decisões, a nomeação no caso em análise fora plenamente válida a produzir efeitos, contudo, há de se convir que ela não atende aos requisitos que o cargo carece, vez que o cardiologista, ainda que renomado e bastante conhecido, não terá o conhecimento técnico específico para exercer a função na diretoria de uma agência autárquica reguladora do setor de transportes. 
Portanto, não foi correta a nomeação do referido diretor, visto que não atende ao mandamento expresso no artigo 5º da Lei nº 9.986/00, a qual trata da gestão dos recursos humanos das agências reguladoras. Nesse sentido:
Art. 4º As Agências serão dirigidas em regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou Diretoria composta por Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente.
Art. 5º O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal. (LEI No 9.986, DE 18 DE JULHO DE 2000)
B) Foi correta a decisão do governador em exonerar João das Neves, com aval da Assembleia Legislativa, em razão da quebra de confiança?
	Não foi acertada a decisão do chefe do executivo estadual do caso tela, uma vez que o entendimento que prevalece na suprema corte é de que os dirigentes das agências reguladoras, devido serem eleitos a mandatos de duração específica (normalmente 4 anos), possuem estabilidade no cargo a qual foram nomeados, só podendo serem exonerados, ainda que tais cargos sejam de confiança, por decorrência de renúncia, falta grave devidamente apurada em processo administrativo (respeitados a ampla defesa e o contraditório), condenação judicial transitada em julgado. Tudo em respeito aos princípios da motivação dos atos administrativos; ao devido processo legal e a autonomia das decisões proferidas pelas agências regulatórias. Nesse termos:
Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato.. (LEI Nº 9.986, DE 18 DE JULHO DE 2000)
ANEXO:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
(...)
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;(CF)
DAS SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM CONFLITO DE INTERESSES APÓS O EXERCÍCIO DO CARGO OU EMPREGO
Art. 6º Configura conflito de interesses após o exercício de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal:
I - a qualquer tempo, divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em razão das atividades exercidas; e
II - no período de 6 (seis) meses, contado da data da dispensa, exoneração, destituição, demissão ou aposentadoria, salvo quando expressamente autorizado, conforme o caso, pela Comissão de Ética Pública ou pela Controladoria-Geral da União:
a) prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego;
b) aceitar cargo de administrador ou conselheiro ou estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica que desempenhe atividade relacionada à área de competência do cargo ou emprego ocupado;
c) celebrar com órgãos ou entidades do Poder Executivo federal contratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades similares, vinculados, ainda que indiretamente, ao órgão ou entidade em que tenha ocupado o cargo ou emprego; ou
d) intervir, direta ou indiretamente, em favor de interesse privado perante órgão ou entidade em que haja ocupado cargo ou emprego ou com o qual tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego. (lei 12.813/13)

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