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FISIOTERAPIA APLICADA AO TRAUMATISMO CRANIO- ENCEFÁLICO Karen Maciel Taciana Larré – Estácio – Recife – 2012.2 Cérebro e calota craniana DEFINIÇÃO - TCE Qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou funcional do crânio , das meninges ou do encéfalo . DEFINIÇÃO - TCE TCE Força física externa GERA Estado alterado de consciência RESULTA Deficiência da capacidade cognitiva Deficiência no funcionamento físico INTRODUÇÃO - TCE Principal causa de óbitos e sequelas em pacientes politraumatizados Principal causa morte em pessoas de 2 a 42 anos de idade (2H:1M) 500 mil pessoas – internadas por ano no Brasil 75 a 100 mil morrem nas primeiras horas 70 a 90 mil desenvolvem perda irreversível de alguma função neurológica PRINCIPAIS CAUSAS Acidente automobilístico (50%) Quedas (21%) Assaltos e agressões (12%) Esportes e recreação (10%) MECANISMO LESIONAL Lesão com fratura de crânio TCE Lesão sem fratura de crânio(lesão cerebral fechada) TCE Lesão por golpe no local do impacto GOLPES DIRETOS Lesão por contragolpe (distante do local do impacto) GOLPES DIRETOS Dano celular direto Dano vascular OBJETOS PERFURANTES Lesão cerebral por deficiência no suprimento sanguíneo LESÕES NA CABEÇA E NO PESCOÇO FISIOPATOLOGIA - TCE Aceleração e desaceleração Força rotacionais Objetos perfurantes Compressão Cisalhamento FISIOPATOLOGIA - TCE TCE DANO SECUNDÁRIO DANO PRIMÁRIO CONCUSSÃO Síndrome do segundo impacto Edema cerebral maligno Mais comum em cçs e adol. Cérebro: estado hiperglicolítico e hipermetabóloco Aumenta nível glutamato Duração: horas ou dias Alteração de consciência Lesão encefálica traumática Lesão não penetrante DANO PRIMÁRIO Contusões - área occipital Lacerações - vasos sanguíneos Lesão axonal difusa ou lesões por cisalhamento Tipo mais comum Causada por aceleração / desaceleração Danos: corpo caloso, gânglios da base, tronco e cerebelo Lesão por objetos perfurantes com alta velocidade PAF: lesão em áreas de impacto secundárias Lesão por objetos em baixa velocidade Brinquedos pontiagudos – lesão local DANO SECUNDÁRIO Ocorrem principalmente devido a falta de oxigenação cerebral, que pode ser causada por: Aumento da pressão intracraniana Hipóxia cerebral ou isquemia Hemorragia intracraniana Desequilíbrio eletrolítico e desequilíbrio ácido-base Infecção secundária a feridas abertas Hematomas Convulsões devido a pressão ou cicatrização da pressão intracraniana Tumefação Hidrocefalia Alta taxa de mortalidade Hematoma ALTERAÇÕES APÓS TCE Alterações fisiológicas: Alterações SNA: taxas e regularidade do pulso e da respiração Alterações motoras: Rigidez descorticada Rigidez descerebrada Monoplegia Hemiplegia Muito variadas ALTERAÇÕES APÓS TCE Alterações na consciência/coma: Depressão ou destruição do tronco encefálico Coma: paralisia completa da função cerebral Estupor: condição de indiferença geral Embotamento: sono com diminuição de vivacidade Delírio: desorientação, medo e má interpretação de estímulos Turvação da consciência: memória falha e respostas lentas Estado vegetativo ALTERAÇÕES APÓS TCE Alterações cognitivas, comportamentais e de personalidade: Distúrbios temporários e permanentes da função intelectual e da memória (recente) Raiva sem controle (irritabilidade) Pensamento abstrato pobre Perda do raciocínio Comportamentos sociais inadequados Déficits de concentração (atenção diminuída) Perseveração Resolução de problemas diminuída Lesões focais ou generalizadas Sequelas cognitivas e comportamentais Lesões generalizadas Deficiência de memória TCE Amnésia retrógrada Eventos imediatamente anteriores a lesão TCE Amnésia pós traumática Lapso entre o acidente e o retorno da memória EXAMES E PROGNÓSTICO Exames de imagem: TC, RM, Eletroencefalograma Exames de acompanhamento: monitorização da pressão intracraniana, respostas motoras reflexas, avaliação do estado de coma (escala de Glasgow) Utilização emissão de rais X (osso: branco, ar:preto) Ruim para diferenciar diferença entre substância branca e cinzenta Ideal para avaliar pulmões, ossos e alças intestinais Detecta fraturas, hematomas, hemorragias Tomografia Utiliza campo magnético (osso e ar: pretos) Diferencia: substância branca, cinzenta e líquor Dura cerca de 30 min Visualização de parênquima cerebral Ressonância Magnética QUADRO CLÍNICO RIGIDEZ DE DESCEREBRAÇÃO – FORTE PADRÃO EXTENSOR NOS QUATRO MEMBROS RIGIDEZ DE DECORTICAÇÃO – MMSS FORTEMENTE FLETIDOS E EXTENSÃO DOS MMII HIPERTONIA – ESPASTICIDADE DIFERENTES NÍVEIS DE HEMIPLEGIA DE ACORDO COM A GRAVIDADE DA LESÃO / QUADRIPLEGIA / TRIPLEGIA QUADRO CLÍNICO FUNÇÕES PSÍQUICAS ALTERADAS DISFUNÇÕES DA LINGUAGEM – TAQUILALIA, BRADILALIA HIPERREFLEXIA E CLÔNUS QUADRO CLÍNICO COORDENAÇÃO E EQUILÍBRIO ALTERADOS PROBLEMAS SENSORIAIS – PERCEPÇÃO ALTERADA ULCERAÇÕES APRAXIAS E AGNOSIAS QUADRO CLÍNICO ALTERAÇÕES NA POSTURA E MOVIMENTOS – REAÇÕES DE RETIFICAÇÃO, EQUILÍBRIO, PROTEÇÃO INSTABILIDADE EMOCIONAL ALTERAÇÕES VISUAIS CONVULSÕES Atitude Postural NÍVEIS DE FUNÇÃO COGNITIVA ESCALA DO “RANCHO LOS AMIGOS MEDICAL CENTER” (Becker & Saldaña, 1986) Downey – Califórnia – EUA NÍVEL COGNITIVO I – Não responsivo NÍVEL COGNITIVO II – Resposta generalizada NÍVEL COGNITIVO III- Resposta localizada Segue comandos simples/ responde com sinais de sim e não NÍVEL COGNITIVO IV- Confuso e agitado NÍVEIS DE FUNÇÃO COGNITIVA NÍVEL COGNITIVO VI- Confuso e apropriado NÍVEL COGNITIVO VII- Automático e apropriado Inflexível, rígido e parece ser decidido. Frente a situações novas, age sem pensar direito NÍVEL COGNITIVO VIII- Intencional e apropriado Pobre julgamento em novas situções Necessita de ajuda para decisões NÍVEL COGNITIVO I – NÃO RESPONSIVO NÃO RESPONDE A SONS, SINAIS, LUZES, TOQUE OU MOVIMENTO NÍVEL COGNITIVO II – RESPOSTA GENERALIZADA COMEÇA A RESPONDER A LUZES, TOQUES, etc. RESPOSTA LENTA INCONSISTENTE OU APÓS UM INTEVALO RESPONDE DA MESMA FORMA A SONS OU LUZES. A RESPOSTA INCLUI MASTIGAÇÃO, GEMIDOS, SUDORESE, ALTERAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL, etc NÍVEL COGNITIVO III- RESPOSTA LOCALIZADA ACORDA E DORME DURANTE O DIA REAGE MAIS ESPECIFICAMENTE AQUILO QUE VÊ, SENTE OU OUVE. SEGUE COMANDOS SIMPLES: “OLHE PARA MIM”/ “APERTE MINHA MÃO” COMEÇA A RESPONDER COM SINAIS DE SIM E DE NÃO Atuação da Fisioterapia Níveis I, II, III – Fase Despertar Posturas de inibição do padrão de hipertonia Posturas de inibição dos reflexos primitivos Posturas que previnam retrações musculares Evitar úlceras de decúbito Atenção: Minimizar as mobilizações e manobras fisioterapêuticas nos pacientes com HIC até término da fase aguda Atuação da Fisioterapia Níveis I, II, III – Fase Despertar Favorecer retorno venoso Favorecer função respiratória Manter as amplitudes de movimento através de mobilização passiva Ortostatismo em prancha – alongamento passivo, uso de talas, olhos na linha do horizonte Atuação da Fisioterapia Níveis I, II, III – Fase Despertar Trabalho respiratório Estimulação Sensorial explicar o que vai fazer com o tom de voz normal Perguntas simples e tempo extra para resposta Informar quem é, onde está e por que Sessões de curta duração/ períodos de descanso Orientar : quarto calmo e silencioso, atividades em família, posicionamento, mudanças de decúbito, estiramentos lentos, estimulação sensorial NÍVEL COGNITIVO IV- CONFUSO E AGITADO ESTÁ MUITO CONFUSO E AMENDRONTADO NÃO ENTENDE O QUE SENTE NEM O QUE ESTÁ ACONTECENDO A SUA VOLTA. NÃO ENTENDE QUE ESTÃO LHE AJUDANDO REAGE EM EXCESSO. GRITA, AGRIDE, REAGE COM GOLPES E USANDO LINGUAGEM INAPROPRIADA NÍVEL COGNITIVO IV- CONFUSO E AGITADO AS VEZES, NECESSITA SER CONTIDO PARA QUE NÃO SE MACHUQUE NÃO PRESTA ATENÇÃO E NEM SE CONCENTRA NEM MESMO POR SEGUNDOS TEM DIFICULDADE EM SEGUIR ORDENS SÓ PENSA EM NECESSIDADES BÁSICAS COMO COMER, ALIVIAR A DOR, IR AO BANHEIRO E VOLTAR PARA CASA NÍVEL COGNITIVO V- CONFUSO E INAPROPRIADO PERSEVERAÇÃO – PERSISTÊNCIA DE EXPRESSÕES, COM INCAPACIDADE DE MODIFICÁ-LAS SEGUNDO AS NECESSIDADES DA SITUAÇÃO DESORIENTAÇÃO TEMPO-ESPACIAL E DE MOTIVO (PORQUE ESTÁ NO HOSPITAL) PRESTA ATENÇÃO SÓ POR ALGUNS MINUTOS NÍVEL COGNITIVO V- CONFUSO E INAPROPRIADO É CAPAZ DE LEMBRAR DE FATOS PASSADOS MELHOR QUE AS ATIVIDADES ATUAIS TENTA PREENCHER OS LAPSOS DE MEMÓRIA INVENTANDO ESTÓRIAS FICA AGITADO QDO TEM MUITAS PESSOAS À SUA VOLTA TEM DIFICULDADE DE ENTENDER COISAS QUE NÃO SEJAM RELACIONADAS CONSIGO MESMO NÍVEL COGNITIVO VI- CONFUSO E APROPRIADO ESQUECE DETALHES. SE LEMBRARÁ QUE TEVE VISITAS PELA MANHÃ MAS ESQUECE SOBRE O QUE CONVERSARAM ORIENTADO NO TEMPO (MÊS E ANO) MAS NÃO CONSEGUE FAZER VÁRIAS ATIVIDADES SIMULTÂNEAS SABE QUE TEVE UM TCE MAS NÃO ENTENDE TODOS OS PROBLEMAS DECORRENTES DELE NÍVEL COGNITIVO VI- CONFUSO E APROPRIADO FAZ OU DIZ COISAS MUITO RAPIDAMENTE MAS SEM PENSAR NELAS TEM PROBLEMA PARA SE CONCENTRAR EM AMBIENTE BARULHENTO OU QDO A ATIVIDADE REQUER VÁRIAS ETAPAS ESTÁ MAIS CONSCIENTE DE SEUS PROBLEMAS FÍSICOS QUE COGNITIVOS Atuação da Fisioterapia Níveis IV, V e VI – Fase Adequar Estimular atenção e colaboração Mobilização passiva e gradativamente ativa pedindo que ajude Voz firme e encorajadora Ortostatismo em Stand in table Posicionamento difícil no leito e em CR – espelho, esquema corporal Treino de marcha e reações automáticas (nível 6) NÍVEL COGNITIVO VII- AUTOMÁTICO E APROPRIADO CONSEGUE SEGUIR UMA AGENDA OU HORÁRIO É CAPAZ DE SE VESTIR OU SE ALIMENTAR INDEPENDENTEMENTE COSTUMA FALAR A RESPEITO DE PLANOS, MAS TEM DIFICULDADE DE COLOCÁ -LOS EM PRÁTICA NOÇÕES DE SEGURANÇA E JULGAMENTO DIMINUÍDOS –SUPERVISÃO RACIOCÍNIO LENTO- SITUAÇÕES ESTRESSANTES NÍVEL COGNITIVO VIII- INTENCIONAL E APROPRIADO A PESSOA TEM NOÇÃO DE SEU PROBLEMA DE PENSAMENTO E MEMÓRIA COMEÇA A COMPENSAR ESTES DÉFICITS É CAPAZ DE PENSAR EM VÁRIAS SOLUÇÕES PARA UM MESMO PROBLEMA – FLEXÍVEL NECESSITA ALGUM AUXÍLIO PARA TOMAR DECISÕES PROBLEMAS DE PENSAMENTO NÃO APARENTES ESTÁ APTO PARA SER TREINADO PARA DIRIGIR CARRO E TRABALHAR NÍVEL COGNITIVO VIII- INTENCIONAL E APROPRIADO JULGAMENTO POBRE EM NOVAS SITUAÇÕES SENTE-SE SOBRECARREGADO EM SITUAÇÕES DIFÍCEIS Atuação da Fisioterapia Níveis VII e VIII – Fase Reorganizar Continuidade das atividades motoras mais complexas, sem frustrar Auto-confiança Marcha, pular, correr Fora do ambiente de terapia Objetivos Gerais do Tratamento Adequar tônus dos músculos do tronco e membros Alinhar biomecânicamente as articulações Facilitar mobilidade controlada e função para o hemicorpo acometido Restaurar a estabilidade em posturas altas Prevenir desalinhamento postural e deformidades Favorecer melhora do déficit cognitivo Melhorar a qualidade de vida e reinserção Condutas Fisioterapêuticas Alinhar e mobilizar passivamente o membro para inibir a espasticidade Gelo prolongado – diminuição da hipertonia Alongamento miofascial de peitoral e bíceps braquial Alongamento dos MMII( Isquio-tibiais, adutores, e rotadores externos ou internos do quadril Condutas Fisioterapêuticas FNP – para MS e MI Estimulação cutânea periférica – Método de Rood – ex. durante as trasferências de peso Trabalho de equilíbrio estimulando as reações automáticas - Estimulação das reações de retificação, equilíbrio e proteção em superfícies estáveis e instáveis Condutas Fisioterapêuticas Dissociação de cintura pélvica e escapular durante mudanças de decúbito Treino dos padrões motores ( rolar, puppy, gatas, ajoelhado, sentado e em bipedestação) sempre incentivando a realização ativa das posturas e participação ativa nas passagens Condutas Fisioterapêuticas Orientações (posturas adotadas, AVDs, exercícios e manejo da CR) Estimulação cognitiva direcionada ao nível cognitivo TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO A fisioterapia motora precoce em ambiente hospitalar Preservação de ADM Ganho de força muscular Postura mais altas o mais cedo que o estado clínico do paciente permita Sentado: controle cervical e de tronco Ortostatismo: equilíbrio Demabulação Fisioterapia ambulatorial
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