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UNIDADE III – AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Professora Raylane figueira Avaliação antropométrica Medida do tamanho corporal e suas proporções avalia-se crescimento e composição corporal Reflete riscos para saúde Mensurações variam de acordo com idade, grau de nutrição e sexo Vantagem: Procedimento simples, seguro, preciso e de grande acurácia, não invasivo, baixo custo, equipamentos portáteis Limitação: Não detecta alterações nutricionais agudas e deficiências de nutrientes específicos, necessita manutenção periódica de equipamentos, padronização de procedimentos Objetivos: Estabelecer prognóstico nutricional Encaminhar paciente para um tipo de tratamento dietético Acompanhar sua evolução Conceitos importantes Medidas Antropométricas (Peso, altura, perímetros, pregas cutâneas) Índices Antropométricos (IMC, Peso/Idade, Estatura/Idade, etc) Indicadores Antropométricos (IMC > 30 Obesidade) Referências Antropométricas (população cujas medidas foram aferidas em indivíduos sadios, tornando-se uma referência normalidade) Percentil (medida estatística proveniente da divisão de uma série de observações em cem partes iguais) Estatura Compreende altura (indivíduo em pé) e comprimento (crianças deitadas - menores de 2 anos, após altura) Reflete inadequações nutricionais crônicas Obtida diretamente: a partir de estadiômetro (ou antropômetro) ou fita métrica Obtido indiretamente: indivíduos impossibilitado de ficar em pé (ex: hospitalizados) Estatura Altura recumbente Individuo em posição supina e com leito horizontal; marcar no lençol pontos referentes ao topo da cabeça e a base do pé e depois é medida essa distância Método da Chanfradura ou Extensão dos Braços Os braços devem ficar estendidas, formando um ângulo de 90º com o corpo. Mede-se a distância entre os dedos médios. Valor corresponde à estimativa de altura. Estatura Hemienvergadura ou Semienvergadura do Braço Mesma técnica que do método da chanfradura. Mas neste caso a leitura é feita somente com um dos braços estendidos, duplicando-se o resultado. Se for possível, usar o braço esquerdo para medir a distância entre os dedos médios e o terço medial da fúrcula esternal. Altura do Joelho Indivíduo em posição supina ou sentado o mais próximo possível da extremidade da cadeira, com joelho flexionado em ângulo de 90º. Medir o comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna, na altura do joelho. Formula para estimativa da altura a partir da altura do joelho: Mulher Homens 64,19 – (0,04 xI) + (2,02 x AJ) 84,88 – (0,24 x I) + (1,83 XAJ) (Chumlea et al, 1985) Peso Soma de todos os componentes corporais Reflete equilíbrio protéico-energético Perdas ponderais graves ↑taxa de morbimortalidade dos pacientes Limitações: em pacientes acamados maca-balança, presença de edemas mascaram peso Peso Atual Obtida no ato da avaliação em balança calibrada Indivíduo em pé, no centro da balança, descalço e com roupas leves Peso Peso Usual ou Habitual Utilizada como referência na avaliação de mudanças recentes de peso Em casos de impossibilidade de medir o peso atual % PU = PA x 100 PU Classificação % Peso Usual Grau dedesnutrição 85-95 Leve 75-84 Moderado <75 Grave Perda de peso (%) = (Peso Usual – Peso Atual) x 100 Peso Usual Tempo PP Importante PP Grave 1 semana 1-2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 (Aspen, 1993) Índice de massa corporal (IMC) Índice de Quetelet Indicador simples e um dos mais importantes indicadores de diagnóstico do estado nutricional boa relação saúde/doença Limitações: IMC não distingue peso de gordura e de músculo investigar composição corporal, especialmente quando valores estiverem nos limites ou fora da normalidade Interpretar IMC associado a fatores de risco, pois não expressa a influência da distribuição de gordura sobre a saúde IMC = Peso (kg) Altura2 (m2) IMC Classificação Risco deco-morbidades < 16 Magreza Grau III Alta 16-16,9 Magreza GrauII Moderado 17-18,4 Magreza GrauI Baixo 18,5-24,9 Eutrofia 25-29,9 Sobrepeso Baixo 30-34,9 ObesidadeGrau I Moderado 35-39,9 Obesidade Grau II Alto ≥ 40 Obesidade Grau III Muito alto IMC Classificação < 22 Magreza 22-27 Eutrofia > 27 Excessode peso (OMS, 1995 e 1998) Adultos Idosos (> 60 anos) Peso Peso Ideal ou desejável Utilizado como meta em tratamento dietoterápico Modo mais prático utiliza IMC Peso Teórico Utiliza IMC médio Adultos: 21,7 ([18,5+24,9]/2) Idosos: 24,5 ([22+27]/2) Peso Ideal = IMC desejável x Estatura2 Peso Adequação de peso Peso Ajustado Utiliza em pacientes obesos e desnutridos determinação das necessidades energética e de nutrientes Peso ajustado = (PA – PI) x 0,25 + PI Adequação de peso = PA x 100 PI Adequação do peso (%) Estado Nutricional < 70 Desnutriçãograve 70,1 – 80 Desnutriçãomoderada 80,1 – 90 Desnutrição Leve 90,1-110 Eutrofia 110,1 – 120 Sobrepeso > 120 Obesidade (Blackburn & Thornton, 1979) Peso Peso Estimado pela altura do joelho Utilizado em circunstâncias como trauma e sepse estima-se por meio da equação de Chumlea, 1985. Onde: CP – circunferência da Panturrilha; AJ – altura do joelho; CB – circunferência do braço; PCSE – prega cutânea subescapular Homens = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69] Mulheres = [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35] Peso Peso Ideal para amputados Membro amputado Proporção de peso (%) Mão 0,8 Antebraço 2,3 Braço até o ombro 6,6 Pé 1,7 Pernaabaixo do joelho 7,0 Perna acima do joelho 11,0 Perna interna 18,6 (Martins, 2000) Peso corrigido = Peso Ideal – ( Peso Ideal x % amputado) 100 (Osterkamp, 1995, apud Rosa et al, 2012) peso Peso Estimado para pacientes com edema Descontar do peso atual o valor da água acumulada Grau de edema Local atingido Peso a ser subtraído + Tornozelo 1 kg ++ Joelho 3-4 kg +++ Raiz da coxa 5-6 kg ++++ Anasarca 10-12 kg Grau Edema Ascite Leve 1,0 kg 2,2 kg Moderado 5 kg 6 kg Grave 10 kg 14 kg (James, 1989) (Materese, 1997, apud Waitzberg, 2009) Circunferências Podem indicar o estado nutricional e o padrão de gordura corporal Circunferências em regiões específicas do corpo são indicadas quando: O avaliado apresentar quantidade de gordura corporal excessivamente elevada, o que faz as espessuras de dobras cutâneas ultrapassarem o limite recomendável que possa assegurar medidas de boa qualidade (> 40mm); Quando o objetivo é reunir informações direcionadas ao padrão de distribuição regional da gordura corporal Vantagens: simples, fácil aplicação, baixo custo, aceitabilidade Limitações: Demonstra fragilidade como variável preditora da quantidade de gordura corporal em razão de suas dimensões incluírem outros tecidos e órgãos além do tecido adiposo Circunferências Precauções Uso de fita métrica inelástica Realização de medidas seriadas pelo mesmo observador (triplicata) Evitar a compressão do tecido adiposo Alinhamento e posicionamento correto da fita circunferência de cintura Realizada no plano transverso, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca A medida é obtida ao final de uma expiração normal, sem compressão da pele Ponto adotado pela OMS Circunferência CINTURA Mulheres Homens Aumentado ≥ 80 cm ≥ 94 cm Muitoaumentado ≥ 88 cm ≥ 102 cm circunferência abdominal e de cintura Circunferência Abdominal - Reflete melhor o conteúdo de gordura visceral Associação com doenças crônicas não transmissíveis Circunferência de Cintura Circunferência Abdominal circunferência do quadril Medida realizada no plano transverso Posicionar a fita métrica no ponto de maior circunferência dos glúteos Para a realização da medida, o avaliador deverá postar-se lateralmente aoavaliado Distribuição de gordura Estudos indicam que a forma pela qual a gordura está distribuída pelo corpo é mais importante na determinação do risco para doenças do que a gordura total. Obesidade Abdominal: melhor para discriminar risco coronariano elevado que IMC Obesidade andróide (região abdominal) doenças cardiovasculares e metabólicas Obesidade ginóide: acúmulo de gordura em glúteos, quadril e coxas Relação Cintura-Quadril Associa-se ao risco de comorbidades RCQ diferencia obesidade ginóide de andróide RCQ = CC CQ Relação Cintura/Quadril Risco para DoençasCardiovasculares RCQ > 1 Para homens RCQ > 0,85 Para mulheres (OMS, 1998) circunferência do braço Recomendada pela OMS para estimativa de proteína muscular esquelética total Somatório de área do osso, músculo e gordura Pode ser utilizada como indicador de magreza ou adiposidade quando se utiliza os percentis Adequação da CB = CB aferida (cm) x 100 CB percentil 50 DesnutriçãoGrave Desnutriçãomoderada Desnutrição Leve Eutrofia Sobrepeso Obesidade CB < 70% 70-80% 80-90% 90-110 110-120 > 120% (Blackburn & Thornton, 1979) Idade Homens Mulheres CB (cm) CB (cm) P50 P50 18 – 24,9 30,7 26,8 25-29,9 31,8 27,6 30-34,9 32,5 28,6 35-39,9 32,9 29,4 40-44,9 32,8 29,7 45-49,9 32,6 30,1 50-54,9 32,3 30,6 55-59,9 32,3 30,9 60-64,9 32 30,8 65-69,9 31,1 30,5 70-74,9 30,7 30,3 (Frisancho, 1990) circunferência do braço Procedimento: braço formando um ângulo de 90º, localizar e marcar o ponto médio, solicitar que o braço fique estendido ao longo do corpo, contornar o braço com a fita no ponto marcado Local da medida: Ponto médio entre acrômio da escápula e olecrano da ulna Circunferência Muscular do Braço Avalia reserva de tecido muscular sem correção da área óssea Obtida a partir da circunferência do braço e prega cutânea tricipital Depleção grave Depleção moderada Depleção Leve Eutrofia CMB <70% 70-80% 80-90% >90% (Blackburn & Thornton, 1979) Adequação da CMB = CMB aferida (cm) x 100 CMB percentil 50 CMB (cm) = CB (cm) – [0,314 x PCT] Idade Homens Mulheres CMB (cm) CMB (cm) P50 P50 18 – 18,9 26,4 20,2 19-24,9 27,3 20,7 25-34,9 27,9 21,2 35-44,9 28,6 21,8 45-54,9 28,1 22 55-64,9 27,8 22,5 65-74,9 26,8 22,5 (Frisancho, 1990) Pregas cutâneas A partir das DC é possível estimar a gordura corporal Reflete a espessura da pele e do tecido adiposo subcutâneo em locais específicos do corpo A aferição da dobra cutânea é um método não invasivo, relativamente simples, de baixo custo para estimar a gordura corporal a partir de cálculos matemático Prega cutânea Tricipital Medida aferida na parte posterior do braço no ponto médio entre o acrômio e olécrano Idade Homens Mulheres PCT (mm) PCT (mm) P50 P50 18 – 24,9 10 18,5 25-29,9 11 20 30-34,9 12 22,5 35-39,9 12 23,5 40-44,9 12 24,5 45-49,9 12 25,5 50-54,9 11,5 25,5 55-59,9 11,5 26 60-64,9 11,5 26 65-69,9 11 25 70-74,9 11 24 (Frisancho, 1990) Adequação da PCT = PCT aferida (cm) x 100 PCT percentil 50 DesnutriçãoGrave Desnutriçãomoderada Desnutrição Leve Eutrofia Sobrepeso Obesidade PCT < 70% 70-80% 80-90% 90-110 110-120 > 120% (Blackburn & Thornton, 1979) Percentual de gordura corporal É possível estimar % de gordura corporal total a partir do somatório das pregas cutâneas Homens: até 25% Mulheres: até 30% Riscos de doenças associados à obesidade Prega Cutânea Tricipital Prega Cutânea Bicipital Prega Cutânea Subescapular Prega Cutânea Suprailíaca
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