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REVISÃO DE CIVIL II

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REVISÃO DE CIVIL II – AV2
DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO 
NOVAÇÃO (CC, art. 360 ao 367) – não se presume, ou seja, não se conclui antecipadamente. Como pode ser novada a obrigação: quando uma das partes do negócio jurídico já concluído, propõe à outra, o credor, a realização de outro negócio jurídico, que o aceita, este, com o fito de criar uma nova obrigação, a qual extingue e substitui a dívida anterior (novação objetiva). A iniciativa desse outro negócio por dar-se por parte do devedor, o que ocorre com mais frequência, ou mesmo do credor. No momento em que a primeira obrigação, na qual o devedor compromete-se a pagar o credor, não se pode falar em quitação, mesmo com a existência de uma nova dívida, já que esta tem o caráter de extinguir a primeira, mas ao mesmo tempo tem o condão de manter o vínculo obrigacional entre devedor e credor. O mesmo não pode ser dito quando o devedor é sucedido por outra pessoa, que assume a dívida em seu lugar (novação subjetiva). Nesse caso, o credor dá quitação da dívida ao devedor que é substituído. Outro motivo, que pode também viabilizar a quitação do devedor em relação ao credor dá-se quando este é sucedido por outra pessoa que, em razão de uma nova obrigação, um novo credor assume a obrigação do credor antigo. Com tal substituição, o devedor fica quite com o credor, que sai da relação jurídica, ligando-o ao novo credor, no que tange ao seu dever de pagar a dívida. Pode ocorrer, no entanto, que um negócio jurídico venha a ser realizado entre o credor e terceiro, ou entre o devedor e outra pessoa, entranha ao negócio realizado entre as partes, sem que estas queiram exercer o direito da novação, de forma expressa ou tácita, mas que, por força do que dispõe o art. 361, dá-se a novação, embora não se faça presente o ânimo de novar. Cumpre esclarecer que o devedor pode ser substituído por terceiro na relação de negócio, mesmo que não dê o seu consentimento para que haja a novação. Muitos são os exemplos desses tipos de substituição do devedor sem o seu consentimento, como a assunção da dívida pelo pai que vê seu filho sem condições financeiras para saldar a dívida, e se dispõe a substitui-lo. Ao consentir na substituição do devedor, o credor deve estar consciente de que não terá o direito de regresso contra o devedor originário; não poderá exigir que o antigo devedor pague a dívida de quem o substituiu. A ação regressiva do credor contra o antigo devedor somente poderá prosperar se provar que este agiu de má-fé para que se desse a novação. Portanto, para evitar prejuízo com a substituição do devedor, o credor somente deve dar o seu consentimento para a novação depois que fizer consultas aos serviços especializados que informam se os devedores são ou não insolventes (SPC, SERASA, etc), e, também, ao Poder Judiciário que, se solicitado, expedirá certidões sobre a existência ou não de ações tramitando contra o devedor, por inadimplemento de dívida. Outro cuidado que o credor deve ter ao aceitar a substituição do devedor, diz respeito à estipulação de que os acessórios e as garantias da dívida devem permanecer com a novação, uma vez que, não havendo tal estipulação, acessórios e garantias se extinguem no ato da novação. Cumpre lembrar que se não houver, na novação, a anuência de terceiros detentores dos bens dados em garantia (penhor hipoteca ou anticrese), de nada adiantará a aludida ressalva. Havendo devedores solidários no negócio jurídico, o art. 365 do Código Civil é suficientemente claro quando diz que, uma vez concluída a novação entre estes e o credor, os bens do último devedor subsistem as preferências e garantia do crédito novado, ficando exonerados os outros devedores solidários. Os artigos 366 e 367 estatuem, respectivamente: havendo novação de contrato sem o consentimento do fiador, fica este exonerado da obrigação que assumiu como devedor principal - são frequentes as alterações de cláusulas em contrato de locação apenas entre locador e locatário. Finalmente, as obrigações nulas ou extintas não serão objeto de novação, o que não ocorre com as obrigações simples ou anuláveis, embora desaconselhável nesses casos, no nosso entender, a substituição do devedor. O Prof. Silvio Rodrigues, porém, caracteriza cinco pressupostos da novação: *Existência de obrigação anterior: a própria finalidade da novação é a extinção da obrigação anterior. Se não há obrigação anterior, não há finalidade para a novação, porque a novação equivale ao pagamento e pressupõe uma dívida. *Criação de uma obrigação nova: a novação só pode ser concebida por meio do surgimento de uma nova relação jurídica ou da extinção da primeira obrigação, havendo uma substituição automática. Assim há uma correlação direta entre a nova relação jurídica, que surge com a extinção da anterior, que, caso haja nulidade absoluta ou relativa do segundo negócio, faz com que as partes retornem ao negócio originário com todas as suas características (artigo 182 do Código Civil). *O elemento novo: a segunda obrigação para traduzir uma novação precisa inserir um elemento novo que recaia sobre os sujeitos ou sobre o objeto da ação. Se a dívida e as partes continuam as mesmas, não há novação. *“Animus novandi” esse é o elemento subjetivo psicológico do negócio. Para tal, as partes precisam desejar a extinção de uma obrigação e a criação de outra e, além disso, precisam querer que, com a segunda obrigação, haja a extinção da primeira. Caso não haja essa vontade de criar uma obrigação nova, a segunda obrigação apenas confirma a primeira, conforme o artigo 361 do Código Civil. Por isso, a obrigação nova, para ter eficácia, precisa resultar de ato inequívoco das partes em novar. Tal ônus é sempre pesado para a parte, que é o de demonstrar que houve a vontade de novar, pois o que normalmente acontece é a subsistência das duas ações. *Capacidade e legitimação das partes: todo o negócio jurídico necessita que as partes sejam capazes, principalmente no caso de novação em que, além da criação de uma obrigação, há a extinção de outra. A questão da legitimação também é muito importante, pois o procurador só pode novar se tiver poderes expressos para isso. A capacidade necessária é a de contratar e transigir, pois há o perecimento da primeira obrigação. Efeitos da novação: O principal efeito da novação tem como preceito precípuo a extinção da obrigação anterior em relação ao seu principal e aos seus acessórios. Isso porque o acessório segue o principal, de forma que, extinguindo-se o primeiro, extingue-se o segundo. Exemplo: juros. O segundo efeito, conforme previsto no artigo 364 do Código Civil, permite que as partes expressamente convencionem no sentido de possibilitar a sobrevivência dos acessórios na obrigação nova. O que pode acontecer em relação a arras, cláusula penal, juros etc. Tais acessórios, porém, são novos, já que há uma nova obrigação entre as partes e, por serem novos, não vinculam terceiros que, expressamente, não consintam. Aliás, o artigo 366 do Código Civil, confirma a regra no sentido de que o fiador, devedor-acessório, apesar de ser solidário, não pode ser executado na hipótese da novação sem o seu expresso consentimento. Para isso, ele precisa prestar uma nova fiança. O mesmo se diz em relação ao artigo 364 do Código Civil, que aborda os direitos reais em garantia e em relação à solidariedade, prevista no artigo 365 do Código Civil.
CONFUSÃO (CC, art. 381 a 384) – Confusão é a reunião, em uma única pessoa e na mesma relação jurídica, da qualidade de credor e devedor. O encontro, em um só indivíduo, dessa dupla qualidade de credor e devedor é estranho, pois ninguém pode ser credor ou devedor de si mesmo. De modo que, isso ocorrendo, a obrigação se extingue, por confusão. É sempre bom recordar que a obrigação pressupõe a existência de dois sujeitos: o ativo e o passivo. Credor e devedor devem ser pessoas diferentes. Se essas duas qualidades, por alguma circunstância, encontrarem-se em uma só pessoa, extingue-se a obrigação, porque ninguém pode ser juridicamenteobrigado para consigo mesmo ou propor demanda contra si próprio. Código Civil: Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. Na confusão, reúnem-se numa só pessoa as duas qualidades, de credor e devedor, ocasionado a extinção da obrigação. Em geral, a confusão resulta da herança. Espécies: A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela (CC, art. 382). Pode ser, portanto, total ou parcial. Na última, o credor não recebe a totalidade da dívida, por não ser o único herdeiro do devedor. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. Em se tratando de obrigação solidária passiva, e na pessoa de um só dos devedores reunirem-se as qualidades de credor e devedor, a confusão operará somente até à concorrência da quota deste. Se ativa solidariedade, a confusão será também parcial ou imprópria (em contraposição à confusão própria, abrangente da totalidade do crédito), permanecendo, quanta aos demais, a solidariedade. Efeitos: A confusão extingue não só a obrigação principal como também os acessórios, como a fiança, por exemplo. Mas a recíproca não é verdadeira. A obrigação principal, contraída pelo devedor, permanece se a confusão operar-se nas pessoas do credor e do fiador. Extingue-se a fiança, mas não a obrigação. Igualmente se houver confusão entre fiador e devedor: desaparece a garantia, mas subsiste a obrigação principal. Porém, “cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior” (CC, art. 384). O fenômeno pode acontecer, por exemplo, no caso de abertura da sucessão provisória em razão da declaração de ausência e posterior aparecimento do presumidamente morto, ou ainda em caso de anulação de testamento já cumprido. Nestas hipóteses, não se pode falar que a confusão efetivamente extinguiu a obrigação, mas que somente a neutralizou ou paralisou, até ser restabelecida por um fato novo.
REMISSÃO DE DÍVIDAS (CC, art. 385 a 388) – Remitir é perdoar ou considerar como pago ou satisfeito. Para Clóvis Beviláqua remissão é a liberalidade do credor, consistente em dispensar o devedor de pagar a dívida. Por seu intermédio o titular do direito se coloca na impossibilidade de exigir o cumprimento da obrigação. Remissão é, portanto, o perdão de ônus ou dívida, ou seja, é a liberalidade efetuada pelo credor, com o intuito de exonerar o devedor do cumprimento da obrigação. O código Civil estabelece em seu artigo 385 que a remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. Por outro lado, a devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir (CC, art. 386). Fica por conta do devedor provar que foi o próprio credor quem espontaneamente lhe efetuou a entrega do título a que se refere o artigo 386 do CC. Embora o art. 324 declare que a entrega do título ao devedor firma a presunção de pagamento, sua posse, na hipótese de ter havido remissão, não é suficiente, devendo ser complementada pela prova da entrega voluntária, efetuada pelo credor. Código Civil: Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em 60 (sessenta) dias, a falta do pagamento. A remissão não se configura de forma automática pela simples manifestação do credor. É espécie do gênero renúncia. Embora esta seja unilateral, aquela se reveste de caráter convencional, porque depende de aceitação. O remitido (remido) pode recusar o perdão e consignar o pagamento. A renúncia é, também, mais ampla, podendo incidir sobre certos direitos pessoais de natureza não patrimonial, enquanto a remissão é peculiar aos direitos creditórios. A lei ao exigir a necessidade da aceitação do devedor para que se consolide a remissão, está também protegendo-o de eventuais problemas morais. O perdão da dívida, embora beneficie o devedor, poderá lhe provocar constrangimentos, e mais, poderá ser usado posteriormente pelo credor para lhe provocar situações de vexame. Em algumas circunstâncias é menos maléfico ao devedor passar por dificuldades econômicas, se comparado com os constrangimentos que poderão advir da remissão. Espécies: A remissão pode ser expressa ou tácita. A primeira resulta de declaração do credor, em instrumento público ou particular, por ato inter vivos ou causa mortis, perdoando a dívida. A remissão tácita decorre do comportamento do credor. Resulta, por exemplo, da “devolução voluntária do título da obrigação” ao devedor, conforme preceitua o art. 386 supratranscrito. Exige-se a efetiva e voluntária entrega do título pelo próprio credor ou por quem o represente, e não por terceiro. Contudo, a restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor somente à garantia real, mas não a extinção da dívida (CC, art. 387). Código Civil: Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida. Assim, se o credor devolve ao devedor o trator dado em penhor, entende-se que renunciou somente à garantia, não ao crédito. A remissão concedida a um dos co-devedores “extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida” (CC, art. 388). Código Civil: Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. Também preceitua o art. 262 do mesmo diploma que, sendo indivisível a obrigação, se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir descontada a quota do credor remitente. Código Civil: Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. 
COMPENSAÇÃO (art. 368 a 380) – O art. 368 diz: “Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações EXTINGUEM-SE, até onde compensarem.” A compensação se divide em duas áreas: total ou parcial e legal (CC, art. 373 vontade da lei) ou convencional (CC, art. 375 acordo) ou jurídica. Requisitos: *Reciprocidade de créditos e débitos. *Liquidez – a dívida deve ser certa. *Exigibilidade (vencidos). *Fungibilidade – pode ser substituído. *Não admitem compensação as dívidas fiscais. De acordo com o RT 431:219 e CC, art. 1017 a compensação não ocorre no Direito Tributário em caráter obrigatório, exceto nos casos de encontro entre a administração e o devedor, autorizados nas leis e regulamentos da Fazenda.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
QUANTO AO OBJETO: Obrigação de Dar, transferência de coisa ou quantia, coisa certa ou incerta, Obrigação de Fazer, prática de determinado ato, Obrigação de Não Fazer, deixar de praticar determinado ato, Podem ser Positivas ou Negativas, Simples (Singular), um único ato exaure a obrigação, Conjuntas, necessita a prática de mais de um ato para o cumprimento da obrigação (ex.: Empreitada), Instantâneas, exaurem-se no primeiro ato, Periódica, determina sua repetição dentro de um espaço de tempo (ex.: locação). 
QUANTO AS PESSOAS: Únicas 1 credor / 1 devedor, Múltiplas +1 credor e/ou devedor, Conjuntas – devedor responde apenas por sua cota-parte, Solidárias – devedor responde pela dívida integral 
QUANTO A FORMA DE CUMPRIMENTO: Divisíveis, permite o parcelamento, Indivisíveis, não permite o parcelamento, são obrigações solidárias. 
QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO:Simples s/ cláusula restritiva, Conjuntivas, o devedor deve atender a cumprimento de dois ou mais objetos, Alternativas, existe mais de um objeto e o cumprimento de qualquer deles põe fim a obrigação. Facultativas, um único objeto. faculdade do devedor de substituição do objeto 
QUANTO AO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO: Obrigação de Resultado, aferição se o resultado foi alcançado, presunção de culpa, Obrigação de Meio, deve empregar técnica e diligência, culpa deve ser provada.
OBRIGAÇÕES DE GARANTIA Seguro Fiança / Aval 
DIFERENÇA ENTRE DÉBITO E RESPONSABILIDADE/GARANTIA
OBRIGAÇÃO DE DAR 
Tem como conteúdo a entrega de coisa, ou melhor, no compromisso de entrega de coisa. Trata-se, em termos gerais, de entregar uma coisa ou no compromisso de entrega da coisa, ou restituir aquilo que se encontrava na posse; Há apenas um direito obrigacional e não um direito real; portanto, não se confunde com propriedade, seja imóvel (inscrição no Registro de Imóveis), seja móvel (tradição). “A obrigação de dar é aquela em que o devedor compromete-se a entregar a coisa móvel ou imóvel ao credor, quer para constituir novo direito, quer para restituir a mesma coisa ao seu titular.” (Venosa). ATENÇÃO: Obrigação de dar: art. 233, 234, 235, 236 e 237 do CC.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA (art. 233 / 242) - É a obrigação na qual o devedor se compromete a entrega de coisa determinada. Princípio da Acessoriedade (art. 233 – vide tb. Art. 92) Exceções: a1) o contrário resultar do título; a2) ou das circunstâncias do caso. O credor não está obrigado a receber outra coisa, diferente daquela determinada, ainda que mais valiosa (art. 313) PACTA SUNT SERVANDA havendo o consentimento do credor ocorrerá a dação em pagamento (art. 356 / 359) A responsabilidade do Devedor em relação à coisa irá até a tradição. Exceções: 1) Vícios Redibitórios; 2) Evicção; 3) Negligência; 4) Fraude. 
INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA: PERDA (DESAPARECIMENTO TOTAL) Sem Culpa do Devedor fica resolvida a obrigação. Com Culpa do Devedor responderá pelo equivalente acrescido das perdas e danos (art. 234, 2ª parte – vide tb. Art. 402).
DETERIORAÇÃO (PERDA PARCIAL); Sem Culpa do Devedor poderá o credor optar: 1) resolver a obrigação; 2) aceitar a coisa no estado com abatimento no preço (art. 235); 3) a substituição da coisa (prevista no CDC) equivale a dação em pagamento. Com Culpa do Devedor poderá o credor optar: 1) receber o equivalente acrescido das perdas e danos; 2) aceitar a coisa no estado acrescido das perdas e danos (art. 236).
MELHORAMENTOS / ACRÉSCIMOS / FRUTOS NA COISA CERTA: Até o momento da entrega da coisa, os melhoramentos e acrescidos pertencem ao Devedor, que poderá exigir aumento no preço (art. 237, 1ª parte) Exceção: frutos pendentes (art. 237, parágrafo único) Caso não haja concordância por parte do Credor, a obrigação poderá ser resolvida (art. 237, 2a parte).
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA: (art. 238 / 242) - É a obrigação na qual o devedor se compromete ao final da obrigação restituir a coisa determinada. Se faz necessário que a propriedade seja do credor antes da criação da obrigação.  Ex.: Comodato / Locação / Depósito.
INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA: Neste tópico é importante identificar: A) Perda (perda total) ou Deterioração (perda parcial) B) O momento da tradição da coisa - se antes ou depois; C) A culpa – com ou sem; D) Se pendente condição suspensiva. PERDA  Sem Culpa do Devedor  fica resolvida a obrigação, ressalvado os direitos até o dia da perda (art. 238)  Com Culpa do Devedor  responderá pelo equivalente acrescido das perdas e danos (art. 239) LEMBRE-SE: A culpa acarreta a responsabilidade pelo pagamento de perdas e danos. E o que são perdas e danos??? Segundo Carlos Roberto Gonçalves, perdas e danos “compreendem o dano emergente e o lucro cessante, ou seja, além do que o credor efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.” 
DETERIORAÇÃO  Sem Culpa do Devedor  o credor receberá no estado sem direito a indenização (art. 240, 1° parte)  Com Culpa do Devedor  poderá o credor optar: 1) receber o equivalente acrescido das perdas e danos; 2) aceitar a coisa no estado acrescido das perdas e danos (art. 240, 2ª parte). 
MELHORAMENTOS / ACRÉSCIMOS / FRUTOS NA COISA CERTA: Neste tópico é importante identificar: A) O momento da tradição da coisa - se antes ou depois; B) Boa-fé ou má-fé.  Sem concorrência do devedor, pertencem ao credor; o devedor não possui direito de indenização (art. 241)  Com concorrência do devedor, pertencem ao credor desde que não seja possível a retirada sem prejuízo do bem principal; a indenização deverá seguir a regra dos artigos 1.219 e 1.222 (art. 242)  Quando da indenização, cabe ao credor indenizar o possuidor de boa-fé pelo valor atual e o possuidor de má-fé a opção entre o valor de custo e o atual (art. 1.222)  Quanto aos frutos percebidos se deve observar as mesmas regras acima mencionadas e a do art. 1.216. (art. 242, § único) LEMBRE-SE: se o devedor promoveu acréscimo ou melhoramento com evidente má-fé, para tumultuar o negócio, ou dele obtiver proveito, é claro que o princípio não poderá prevalecer. 
EXECUÇÃO EM CASO DE RECUSA Na obrigação de dar, não se tolera a recusa injusta; busca-se primeiro o cumprimento da obrigação e, na impossibilidade, as perdas e danos. Na obrigação de restituir, a coisa pertence ao credor; busca-se primeiro a devolução da coisa e, na impossibilidade, as perdas e danos.  No Comodato: Constituição em mora do Devedor e Reintegração de Posse. No caso de cessão em razão de emprego, cabe o despejo;  Na Locação de Imóveis: Ação Desalija tória (Despejo);  Bens Móveis: Busca e Apreensão; Algumas considerações doutrinárias.
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR: art. 238, 239, 240, 241 e 242 do CC. - Poderá ocorrer, dada a complexidade das relações, as três modalidades que se interpenetram e complementam-se. - Resolver a obrigação é extingui-la na forma de devolução do preço; desfazimento. - Quando há responsabilidade pelo não cumprimento, poderá responder o devedor por indenizações, tais como: perdas e danos (art. 402 do CC) e danos morais. 1 – OBRIGAÇÕES DE DAR A COISA CERTA. - dar = entregar; coisa certa = coisa determinada. - O adimplemento ocorrerá através de certa coisa, determinada prestação. - Não pode o credor ser obrigado a receber outra coisa; como também não pode exigir, mesmo menos valiosa. ( pacta sunt servanda ) - DAÇÃO EM PAGAMENTO (art. 356 a 359 do CC) – exige-se o consentimento do Credor, essencial ao instituto. - Não pode substituir a obrigação, unilateralmente, em dinheiro, pois não se trata de obrigação alternativa; da mesma forma o pagamento parcelado - Acessoriedade – o acessório acompanha o principal, salvo o convencionado: circunstância ou título. Ex.: locação e telefone. - Art. 233 c/c 237 do CC. - No caso de acréscimos e benfeitorias, após a contratação da obrigação, poderá o devedor exigir o aumento do preço. - Evicção – responde o alienante. - Até a entrega da coisa, há um dever de diligência e prudência do devedor na conservação da coisa. Aqui se depreende o elemento culpa de que tratarão os artigos 234, 235, 236, 238, 239 240 do CC. – culpa na perda ou deterioração da coisa. - Porém a tradição faz cessar a responsabilidade da coisa (exceto 447 do CC, fraude e negligência – vícios redibitórios). Ou seja, o credor é colocado em mora, assumindo os riscos do perecimento da coisa após a sua entrega. Perda - Desaparecimento completo da coisa – art. 234, perda total; - se ocorrer sem culpa do devedor (art. 234), antes da entrega da coisa ou de condição suspensiva, resolve-se a obrigação. (devolve-se o preço com atualização da moeda; não se fala em perdas e danos ); não se permite o enriquecimento injusto. - Se ocorrer com culpa do devedor; além da devolução do valor pago, há as perdas e danos (preço + o que deixou de lucrar = extensão do dano) - Deterioração da coisa – art. 235, perda parcial; - Se ocorrer sem culpa do devedor – art. 235, pode resolver ou pode o credor optar pelacoisa, diminuído o seu valor (depreciação). Art. 313, não pode ser obrigado a outra coisa. A lei coloca a alternatividade para o credor. Aqui não ocorre o acréscimo de perdas e danos. - Se ocorrer com culpa do devedor – art. 236, podendo o credor exigir o valor da coisa ou a própria coisa, sem prejuízo de perdas e danos (perícia). Melhoramentos / Acréscimos / Frutos na obrigação de dar - São situações em que entre a constituição da obrigação e a entrega da coisa, ocorrem modificações na coisa, para maior, valorizando a coisa. - No caso de obrigação de dar, o devedor poderá exigir tais acréscimos, na forma do artigo 237 e parágrafo único do CC. A intenção do legislador é dar proteção ao devedor de boa-fé em relação aos frutos naturais. - ATENÇÃO: em situação de comprovada má-fé, não há que se falar em tais direitos para o devedor. - Os pendentes (estão juntos à coisa principal) são do credor; - Os percebidos (estão separados da coisa) são do devedor; - Exceção para acordos de vontade. 2 – OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR - Trata-se de obrigação de devolver a coisa certa que se encontra em poder do devedor: ex.: Locação, Comodato. - Diferenciação: na obrigação de dar a coisa certa, a coisa pertence ao devedor até o momento da tradição, recebendo o credor o que até então não lhe pertencia. - Na Obrigação de restituir, pelo contrário, a coisa já pertencia ao credor que a recebe de volta em devolução. Perda - Desaparecimento Completo da Coisa - Art. 238 do CC – resolve-se porque o objeto desapareceu; porém, o credor possui direitos até o dia da perda (aluguel), sendo sem culpa do devedor. Porém, sendo com culpa do devedor – art. 239 do CC, deve repor o equivalente mais perdas e danos. Ex. : Comodato, mesmo em caso fortuito ou força maior – art. 583 do CC - Deterioração da Coisa – art. 240 do CC, 1ª parte, sem culpa do devedor, deve recebê-la sem direito a qualquer indenização. - Porém se for com culpa, art. 240 do CC, in fine, responde o devedor pelo equivalente, mais perdas e danos. Poderá, ainda o credor optar por aceitar a coisa como se encontra, reclamando somente perdas e danos. Melhoramentos / Acréscimos / Frutos na obrigação de restituir - Se houve aumentos ou valorização do bem de forma natural, deverá tais lucros reverter-se para o credor. - Se houve a interferência do devedor, será seguida a regra das benfeitorias; Em estando o devedor de boa-fé poderá recebê-las em necessárias e úteis; no caso de voluptuárias poderá levantá-las se não levar o bem à deterioração. No caso de devedor de má-fé, somente poderá receber as benfeitorias necessárias, não se falando em úteis ou voluptuárias ( nem mesmo levantá-las ). - Há o exercício do Direito de Retenção: legítima detenção, existência de crédito por parte do retentor e que exista um acréscimo do retentor. - Devedor de boa-fé: devolução dos frutos colhidos com antecipação e frutos pendentes, deduzidas as despesas de produção. art. 1214 do CC - Devedor de Má-Fé responde pelos frutos colhidos e percebidos, além daqueles que deixou de perceber por culpa, devendo receber pelos gastos de produção – art. 1215 do CC. Execução da obrigação de dar a coisa certa - Na obrigação de restituir, o credor possui meios processuais de executar a obrigação. Ex.: Comodato: ação de reintegração de posse (Att. Cessão para relação de emprego – rompe-se com o rompimento do contrato empregatício ). - Na obrigação de dar a coisa certa – ação pessoal, e não real, pois não houve a tradição (móveis), nem o registro (imóveis). Execução in natura mais perdas e danos. 3 – OBRIGAÇÃO DE DAR A COISA INCERTA - A coisa é Incerta por apresentar gênero e quantidade, sendo sua espécie definida no momento da concentração - determinação; - A escolha da espécie da obrigação ocorrerá no momento anterior ao cumprimento da obrigação e caberá ao devedor, se o acordo não determinar diferente. Tal escolha não poderá ser nem a melhor, nem a pior. (art. 244 do CC) - A posição do devedor é mais confortável quanto ao cumprimento, pois há um conjunto de possibilidades. Porém, sua responsabilidade é maior, quanto à escolha, pois, no caso, não poderá ser alegado o perecimento (perda): a coisa nunca perece (art. 246). - O devedor para desonerar-se da obrigação deverá colocar a coisa à disposição do credor – somente desta forma se desonera. - No restante, incorpora-se o que colocado para obrigação de dar coisa certa.
OBRIGAÇÃO DE FAZER
 5.1. Conceito e objeto: a obrigação de fazer consiste no comprometimento do devedor de realizar, praticar algum ato que resulte num beneficio ao credor. Pode ser a prestação de um serviço (é o caso, por exemplo, do fisioterapeuta, do personal trainer, do médico, do advogado etc.), a produção de alguma coisa (é o caso, por exemplo, do artesão, do construtor, da modista etc.), ou até mesmo a prestação de uma declaração de vontade (é o caso, por exemplo, do compromisso de compra e venda de um imóvel, que só depois de pago completamente será transferido seu domínio etc.).
 5.2. Natureza jurídica: Há de se pontuar que as obrigações de fazer se dividem em duas espécies, ambas previstas no Código Civil. A saber: 
 a) Obrigação de fazer de natureza infungível (intutitu personae), onde a prestação, por sua natureza ou por determinação contratual, somente poderá ser levada a efeito pelo próprio devedor. Isto porque as qualidades do sujeito passivo foram determinantes para a conclusão da avença que lhe deu origem. caracteriza-se pela irrelevância da pessoa do devedor na obrigação de fazer, ou seja, não importa quem vai praticar, realizar o ato, o que importa é o seu resultado, ficando a escolha do devedor produzi-lo ou que outra pessoa o faça em seu lugar. Assim, se o sujeito encomenda a limpeza de seu veículo, não importa quem irá faze-la, mas que seja feita.
 b) Obrigação de fazer fungível, segunda espécie dentre as obrigações de fazer, se caracteriza por ser aquela que permite que a prestação avençada seja realizada pelo próprio devedor ou por terceira pessoa. 
Cumpre explanar que a aplicação das astreintes tem maior atuação no que tange as obrigações infungíveis, pois nas obrigações fungíveis, embora haja a possibilidade de se fixar astreintes, o credor pode obter a satisfação da obrigação por meio de terceiros por força do art. 634 do CPC. 
Veja-se que, neste caso a pessoa do devedor é relevante. A prestação só terá validade para o credor se realizada pela pessoa que ele escolheu em função de suas qualidades, em função da natureza da prestação ou de disposição contratual. É, então, uma obrigação personalíssima (intuitu persoane), que não pode ser realizada por outra pessoa senão o próprio devedor, o próprio contrato.
 5.3. Distinção entre a obrigação de dar e a de fazer: Não se deve confundir obrigação de dar com obrigação de fazer imaginando que quem se obriga a entregar algo está diante de uma obrigação fazer a entrega, pois, na primeira a prestação é a entrega da coisa, e na segunda a prestação é a produção de alguma coisa; é entrega de uma coisa feita anteriormente. Além disso, existem outras características que diferenciam uma da outra. Como, por exemplo: Na obrigação de dar a prestação é a entrega de uma coisa pré-existente, e o que é levado em conta é essa coisa, e não quem a deve, ou seja, a obrigação resolve-se com a entrega da coisa independentemente de quem a efetuou. Na obrigação de fazer a prestação é a produção, confecção da coisa. Além do que, no que diz respeito à irrelevância de quem cumpriu a obrigação, esta não ocorre nas obrigações de fazer personalíssimas, onde o simples cumprimento não tem validade se não foi realizado pela pessoa que foi contratada, designada para tal.
 5.4 O descumprimento da obrigação de fazer: Três são as possíveis razões que ensejam o descumprimento de uma obrigação de fazer. São elas: 
a) porque a prestação tornou-se impossível de ser cumprida por culpa do devedor; 
b) em razão da prestação torna-se impossível de ser cumprida sem culpa do devedor;
c) porque o devedor manifestamente resiste ao cumprimento da obrigação.Torna-se necessário examinar cada hipótese de descumprimento da obrigação de fazer, uma vez que, diferentemente, do que se observa na obrigação de dar, na qual o devedor efetivamente pode ser compelido a entregar a coisa (conforme dita o art. 461-A §3°c/c art. 461 § 5° do CPC que prevê as medidas a serem tomadas nesta hipótese) ou quando esta se externa impossível de ser cumprida ou de alcançar o seu resultado prático equivalente, poderá ser convertida em perdas e danos, consoante o disposto no art. 461-A § 3° cumulado com o § 1° do art. 461 do código processual civil. 
 Ao contrário, quando há o inadimplemento de uma obrigação de fazer, é comum, tendo em vista a liberdade individual, não ser possível exigir coercitivamente a prestação de fazer do devedor. 
 Aqui cabe ser apresentado ao aluno o caso concreto que num determinado caso a sentença comina a obrigação de fazer a um locatário para este pintar o apartamento do credor e o devedor (o locatário) manifestamente se recuse a cumprir a ordem judicial. 
 Assim sendo, o código processual civil veio aclarar tal situação, pela exegese do art. 461 §4° na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer e não fazer, o juiz para prestar a tutela jurisdicional específica da obrigação ou para assegurar o resultado prático equivalente ou o adimplemento da obrigação sob iudice, poderá fixar, ex officio, na sentença multa diária ao réu e cominar prazo razoável para o cumprimento da obrigação, desde que a medida seja suficiente e adequada com a obrigação descumprida. 
 Nestes termos, as astreintes, que é uma multa cominatória diária de aspecto pecuniário estabelecida por dia de atraso no cumprimento da obrigação, têm o objetivo de constranger o devedor a cumprir a obrigação. De acordo com Silvio Venosa “esta multa (astreintes) deve ter um limite temporal, embora a lei não o diga, sob pena de transforma-se em obrigação perpétua”. 
 Decorrido assim, o limite do prazo estatuído para a multa, e persistindo a inadimplência do devedor, quanto ao adimplemento da obrigação, esta constrição perde seu efeito e, então, esta obrigação deve se converter em perdas e danos para colocar fim à querela. 
 Sem esquecer que a reparação por perdas e danos irá se guiar pelo disposto na lei e em parâmetros práticos do caso em concreto, para que assim, a indenização por perdas e danos abranja os danos emergentes (prejuízos efetivamente sofrido pelo credor) e os lucros cessantes (o que deixou de auferir em decorrência da escusa injustificável do cumprimento da obrigação pelo devedor), consoante a previsão do art. 402 CC/2002. 
 Por fim, o cumprimento da obrigação pode se torna impossível ou não ser mais útil para o credor, caso esta impossibilidade ocorra sem a concorrência culposa do devedor, resolve-se a obrigação. No entanto, se houver culpa do devedor está irá culminar em indenização por perdas e danos (art.461§1º “2ª parte” do CPC). 
 5.4.1) O Inadimplemento de obrigação de fazer infungível 
 O art. 247 do código civil dispõe: “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível”. Neste sentido, diante do descumprimento de uma obrigação de fazer de natureza infungível, que em face da natureza da prestação ou por disposição contratual só possa ser executada pelo próprio devedor, sendo, portanto, intuito personae. Restará apenas ao credor exigir a indenização por perdas e danos quando o devedor injustificadamente recusa-se a cumprir a obrigação de fazer infungível. 
Vale destacar, que no caso do inadimplemento de obrigação de fazer infungível se a prestação da obrigação se torna impossível, mas sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação, todavia se restar comprovada a concorrência de culpa do devedor, este responderá por perdas e danos nos termos do art. 248 CC (tutela ressarcitória). 
 Oportuno, por fim, esclarecer ao aluno que sempre que houver a possibilidade de a prestação ser útil para o credor, devem ser aplicados os preceitos das tutelas específicas da obrigação de fazer preconizados no art. 461 do CPC, com a fixação de multa cominatória visando constranger o devedor a dar cabo à obrigação assumida frente ao credor. 
Obrigações de não fazer (non facere).
 As obrigações de não fazer tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento omissivo do devedor, ou seja, uma abstenção de um ato, por parte do devedor, em benefício do credor ou de terceiro. Pode resultar da lei, de sentença ou de convenção das partes.
Regulada pelos artigos 245 e 246. A este último se acresceu o parágrafo único, que permite ao credor, em caso de urgência, sem autorização judicial, desfazer ou mandar desfazer o que se realizou em detrimento da lei, sem prejuízo de posterior ressarcimento.
 Sobre esta espécie de obrigação Washington de Barros Monteiro expressava o seguinte entendimento:
 “ Cumpre, todavia, não confundir a obrigação de não fazer, de natureza especial, com a obrigação negativa, de caráter geral, correlata aos direitos reais. Pela primeira, o próprio devedor diminui por força de sua vontade sua liberdade e atividade. O direito surge da relação obrigacional estabelecida entre credor e devedor; obriga-se este, especificamente, a não praticar certo ato, que, de outra forma, poderia realizar, não fora o vínculo a que deliberadamente se submeteu. Pela segunda, ao inverso, ninguém vê particularmente delimitado seu campo de ação; apenas se impõe a todos os membros da coletividade, abstratamente considerados, o dever de respeitar o direito alheio, posição que constitui normalidade para a vida jurídica... Os traços distintivos são, pois, característicos: a obrigação de não fazer é de natureza particular ou especial, a obrigação negativa inerente aos direitos reais, geral e abstrata. Pela primeira, compromete-se o devedor, especificamente, a abster-se da prática de determinado ato, pela segunda, a obrigação é vaga e indeterminada - não prejudicar o direito alheio. A primeira constitui relação de direito pessoal, só vincula o próprio devedor; a segunda configura direito real, atingindo todos os seres da comunidade, indistintamente, oponível erga omnes". 
 Ou seja, para esse autor há uma distinção bastante clara entre obrigação de não fazer e obrigação negativa. Não podem ser vistas como sinônimas e muito menos serem tratadas uma como gênero da outra.
 As proibições se dirigem a qualquer um, mas as ordens ou determinações, voltam-se a um número mais restrito de pessoas, quando não, a um único indivíduo. A proibição geral alcança toda a coletividade, na forma de dever jurídico de não agir. Mas a proibição específica a um indivíduo, na forma de ordem ou na forma de pactuação, gera para o credor, na relação jurídica que aí se instala, o direito a uma prestação negativa, a um non facere, que pode ser imposto ao devedor na forma de obrigação de abstenção ou de não fazer.
 Para MONTEIRO, a proibição geral seria caso de obrigação negativa, imponível a toda a coletividade, enquanto por obrigação de não fazer dever-se-ia entender apenas aquela assumida voluntariamente pelo devedor, privando-se por conta própria de seu direito.
 5.4.2) Descumprimento culposo das obrigações de não fazer
Pablo Stolze Gagliano apresenta o exemplo de uma situação em que o devedor se obrigou a não praticar determinada conduta, mas, por sua culpa, a realizou no plano concreto. Diz o autor:
“ O fato, depois de realizado, não pode ser apagado da face da Terra, pois as palavras proferidas são como flechas desferidas, que não voltam atrás.
É o caso, por exemplo, da estipulação contratual de uma obrigação de não revelar um segredo. Uma vez tornado público o conteúdo que se queria sigiloso, não há como retirar do conhecimento da comunidade correspondente o domínio de tal saber.” 
Assim como no caso das obrigações de fazer, deve ser considerado se há a possibilidade da restituição das coisas ao status quo ante ou, se for o caso, se o credor tem interesse em tal situação.
Em assim sendo, este poderá intentara pertinente ação judicial visando o cumprimento da obrigação de não fazer, sem prejuízo das perdas e danos, com base no art. 251, do CC e no art. 461, do CPC.
 5.5. Obrigação de meio, obrigação de resultado e obrigação de garantia 
 5.5.1) Obrigações de Meio - As obrigações de meio são classe de obrigação que um contratante faz para com outro de prestar um serviço com o melhor de sua força física, mental, intelectual, bem como com a responsabilidade normal que se espera de um profissional qualificado para o desenvolvimento daquela tarefa contratada. 
Uma obrigação de meio indica que há um comprometimento de um esforço pessoal com vista ao melhor resultado, mas sem a obrigação de conseguir o que é o desejo e, até mesmo, o fim da contratação. 
Para que não pareça estranho, aqui o professor poderá se valer do caso concreto: lembra-se do socorro a uma pessoa gravemente acidentada: haverá o esforço do médico ou do hospital, mas não necessariamente a obrigação de salvar a vida. Ou no caso dos serviços advocatícios, deve-se lembrar que um litígio ao representar uma vitória para um lado estará, automaticamente, representando uma derrota para a parte adversa.
Em um conceito mais técnico, obrigações de meio são as que o contratado assume não com o fito de obter uma finalidade certa e desejada, mas pelas quais se compromete a exercer com zelo, prudência, esforço, dedicação e diligência, além da inteligência em benefício do objeto do contrato, na execução de uma tarefa a ele confiada pelo contratante.
Nos contratos de meio encontram-se os legítimos e já decantados lacatio operarum que os romanos antigos atribuíam as mesmas características hoje presentes nas “locações de serviços”, ao contrário da empreitada, que é um típico contrato de resultado, como se verá.
Os exemplos típicos são os contratos com os profissionais liberais, como médicos, dentistas e advogados. Tais profissionais, ao assumirem uma missão, fazem o compromisso de aplicar todo o esforço, o conhecimento e a dedicação possíveis para a obtenção do melhor resultado. Mas não se comprometem a atingir, necessariamente, o resultado esperado pelo contratante. Um médico, ao fazer uma cirurgia tem o compromisso máximo de dedicar, com a maior competência possível, mas não pode garantir, com absoluta certeza, de que tudo sairá conforme se espera. O mesmo se diz de um contrato com o advogado. Uma causa deve ser assumida pelo advogado com a dedicação maior que se espera do melhor dos profissionais da área. Mas, não há como garantir que o cliente sairá vencedor no litígio. Assim, os contratos que os advogados e médicos celebram são contratos de meios, não de resultados.
 5.5.2) Obrigação de Resultado - Na obrigação de resultado existe o compromisso do devedor (contratado) com um resultado específico, que é o objetivo da própria obrigação, sem o qual não haverá o cumprimento desta. O contratado compromete-se a atingir objetivo determinado, de forma que quando o fim almejado não é alcançado ou é alcançado de forma parcial, tem-se a inexecução da obrigação. Nas obrigações de resultado há a presunção de culpa, com inversão do ônus da prova, cabendo ao acusado provar a inverdade do que lhe é imputado (Inversão do ônus da Prova). 
Segundo o Ministro Ruy Rosado de Aguiar Junior: 
"Sendo a obrigação de resultado, basta ao lesado demonstrar, além da existência do contrato, a não obtenção do objetivo prometido, pois isso basta para caracterizar o descumprimento do contrato, independente das suas razões, cabendo ao devedor provar o caso fortuito ou força maior, quando se exonerará da responsabilidade".
 
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA 
A obrigação alternativa (ou disjuntiva) caracteriza-se pela multiplicidade dos objetos devidos. E aqui o professor pode introduzir um caso concreto por ele mesmo concebido, que pode ser, p. ex. : se A vende a B um dos três cavalos que possui; feita a escolha, o vinculo obrigacional circunscreve-se ao animal escolhido, único a ser entregue ao credor, excluindo-se os demais, que ficam liberados. Os exemplos poderiam ser multiplicados: o devedor obriga-se a dar café ou dinheiro contado, a pagar em moeda nacional ou estrangeira, a prestar garantia real ou fidejussória, a transportar pessoalmente ou a fornecer o transporte, a pagar uma indenização ou a não se estabelecer comercialmente.
Aqui, o professor pode aproveitar para explicitar que, diferentemente da obrigação cumulativa, na qual também há multiplicidade de objetos devidos e o devedor só se exonera da obrigação entregando todos, na obrigação alternativa extingue-se a obrigação com a entrega de apenas um dos objetos pelo devedor. Assim, num contrato de seguro de automóvel, por exemplo, a seguradora obriga-se, no caso de um acidente com veículo, ou a reparar o dano ou a fornecer um novo veículo, mas não é obrigada à realização das duas prestações; ela exonera-se da obrigação cumprindo uma delas apenas.
 Neste tipo de obrigação, como foi dito, são devidos dois ou mais objetos mas a entrega de um deles extingue a obrigação. A esta entrega precede uma escolha, seja por parte do credor, seja por parte do devedor, conforme acordarem as partes. Em regra a escolha pertence ao devedor, mas nada impede que seja determinada pelo credor. 
Mas existem algumas ressalvas sobre a forma como se dá a prestação:
Outra coisa que vale salientar é que as obrigações alternativas oferecem maiores perspectivas de cumprimento, pelo devedor, haja vista que lhe permite selecionar dentre as diversas prestações, a que lhe for menos onerosa, diminuindo os riscos a que os contratantes se achem expostos. Isto porque todas elas cabem no círculo das prestações previstas pelas partes.
 Exemplo: se um dos objetos perecer, não haverá extinção do liame obrigacional, pois subsiste o débito quanto ao outro. (art. 253)
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Obrigação alternativa – direito de escolha
Como regra geral, o direito de escolha cabe ao devedor, se o contrário não houver sido estipulado na obrigação. (art. 252 caput)
Quando a escolha for do credor, esta deve constar expressamente do contrato. O direito de opção se transmite aos herdeiros, quer do devedor, quer do credor.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
 Entretanto, a regra geral sofre algumas alterações, visto que o: 
§ 1º do artigo 252, diz que o devedor não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. Veja, se o devedor se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de arroz, este (devedor) não pode obrigar o credor a aceitar uma saca de café e outra saca de arroz. Este parágrafo estabelece o principio da indivisibilidade do pagamento.
 § 2º do artigo 252 – sendo as prestações periódicas (mensais, anuais, etc.) a escolha poderá ser exercida em cada período. Por exemplo: supondo prestações anuais, poderá no primeiro ano entregar somente sacas de café, e no outro somente sacas de arroz, e assim sucessivamente. Só não pode dividir o objeto da prestação.
 § 3º do artigo 252 – se houver pluralidade de optantes e não houver acordo entre eles, o juiz decidirá , após expirado o prazo judicial assinado para que chegassem a um entendimento (suprimento judicial da manifestação de vontade).
 § 4º do artigo 252 – também é o juiz quem escolhe a prestação a ser cumprida, se o título da obrigação deferiu o encargo à terceiro, e este não quiser ou não puder aceitar a incumbência. 
 
Embora o Código Civil seja omisso quanto ao prazo para que o optante exerça o seu direito de escolha, não significa que ele pode exercê-lo a qualquer tempo. O artigo 571 do CPC, dispõe:
 Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro em 10 (dez) dias, se outro prazo não Ihe foi determinado em lei, no contrato, ou na sentença.
§ 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercitou noprazo marcado.
§ 2o Se a escolha couber ao credor, este a indicará na petição inicial da execução.
 Nas obrigações alternativas, havendo controvérsia sobre quem fará a escolha, nada obsta que essa escolha seja determinada por sorteio. (artigo 817 do CC)
Obrigações alternativas – concentração:
Uma vez cientificada a escolha, ocorre à concentração e fica determinado de modo definitivo e irrevogável, o objeto da obrigação.
 Só será devido o objeto escolhido, e a concentração retroage ao momento da formação do vinculo obrigacional, porque todas as prestações alternativas já se achavam na obrigação. 
 A cientificação não exige forma especial, basta a declaração unilateral de vontade, sem necessidade de aceitação. 
 Havendo falta de comunicação, o direito de mudar a escolha pode ser exercido pelo devedor até o momento de executar a obrigação, e pelo credor até o momento que ele propõe a cobrança. 
 O contrato deve estabelecer o prazo para o exercício da opção. Se não o fizer, o devedor será notificado para efeito de sua constituição em mora. Mas esta, não o priva de seu direito de escolha, salvo se o contrato dispuser de outra forma. (art. 571, CPC).
Porem, se a escolha cabe ao credor e este não a fizer no prazo estabelecido, o devedor poderá ingressar com ação consignatória, onde o credor será citado para exercer a escolha sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher.
 Obrigações alternativas – impossibilidade das prestações:
 PERDA TOTAL
Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, a obrigação será extinta (retorna ao status quo ante). (art. 256)
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
 Exemplo: uma enchente destruiu o carro e matou o touro reprodutor que compunham o núcleo da obrigação alternativa.
Porem, se houver culpa do devedor, e a escolha não era do credor, ficará o devedor obrigado a pagar o valor da prestação que por último se impossibilitou mais as perdas e danos. (art. 254)
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
 Exemplo: A obriga-se a entregar a B um computador ou uma impressora laser, à sua escolha. Mas, por negligencia, o devedor danifica o computador e em seguida destrói a impressora. Neste caso, o devedor deve pagar o valor da impressora a laser, pois foi a última que estragou, mais perdas e danos.
 Entretanto, se ocorrer a impossibilidade de todas as prestações por culpa do devedor, mas a escolha cabia ao credor, este (credor) poderá reclamar o valor de qualquer das prestações, mais as perdas e danos. (art. 255)
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
 PERDA PARCIAL
 Não havendo culpa do devedor, a obrigação concentra-se na prestação remanescente. (art. 253)
Da mesma forma, se a prestação se impossibilitar por culpa do devedor, e a opção de escolha não cabia ao credor, poderá o débito ser concentrado na prestação remanescente. (art. 253)
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
 Todavia, se a prestação se impossibilitar por culpa do devedor e a escolha cabia ao credor, este terá direito de exigir a prestação subsistente OU o valor da que se impossibilitou, mais as perdas e danos. (art. 255, primeira parte)
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos;(...)
 Obrigações Alternativas – Impossibilidade de cumprimento
Impossibilidade total (todas as prestações alternativas):
a)Sem culpa do devedor – extingue-se a obrigação. Art. 256.
b)Com culpa do devedor – se a escolha cabe ao próprio devedor: deverá pagar o valor da prestação que se impossibilitou por último, mais as perdas e danos. Art. 254. - se a escolha cabe ao credor: poderá exigir o valor de qualquer das prestações, mais perdas e danos. Art. 255, 2ª parte. 
 Impossibilidade parcial (de uma das prestações alternativas):
a)Sem culpa do devedor – concentração do débito na prestação subsistente. Art. 253.
b)Com culpa do devedor - se a escolha cabe ao próprio devedor: concentração do débito na prestação subsistente. Art. 253 - se a escolha cabe ao credor: poderá exigir a prestação remanescente OU o valor da que se impossibilitou mais as perdas e danos. Art. 255, 1ª parte.
PAGAMENTO AO TERCEIRO INTERESSADO E NÃO INTERESSADO
Terceiro interessado: “Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor” (CC, Art. 304). O terceiro é interessado quando o descumprimento da obrigação pode afetar o seu patrimônio, efetiva ou potencialmente, ou seja, é aquele que está juridicamente vinculado. O terceiro interessado é o fiador, o avalista, o solidariamente obrigado, o herdeiro, etc... O pagamento da dívida compete ao devedor que é o maior interessado. Porem, o terceiro interessado é equiparado ao devedor, pois tem legítimo interesse na solução da obrigação. Portanto, o terceiro interessado tem o direito de efetuar o pagamento, independentemente da vontade do devedor ou do credor. Caso o credor não queira receber o pagamento, a lei assegura ao terceiro interessado valer-se de ações judiciais próprias, como a consignação em pagamento. O terceiro, em razão de ter interesse patrimonial na extinção da obrigação e direito de pagar, cumpre a obrigação em nome próprio e não do sujeito passivo. Assim, o terceiro, sub-roga-se, pleno jure, nos direitos do credor (CC, Art. 346, III), ou seja, são transferidos todos os direitos, ações, garantias e privilégios do credor primitivo. Terceiro não interessado: “Art. 304 (...) Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste”. O terceiro não interessado é completamente alheio à relação obrigacional existente entre o devedor e o credor. O interesse dele (terceiro), portanto, não é jurídico, mas outra espécie de interesse, como o moral, o decorrente de amizade. O terceiro não interessado paga a dívida em nome e por conta do devedor, que, neste caso, não tem, em princípio, o direito de cobrar o valor que desembolsou para solver a dívida, pois não o fez por interesse patrimonial. A sua motivação foi filantrópica e pode, inclusive, lançar mão dos meios conducentes à exoneração do devedor. Porém, pode ocorrer do terceiro não interessado ser impedido pelo devedor de efetuar o pagamento. E para que este pagamento seja válido há necessidade de que o devedor tenha ciência da intenção do terceiro e que a ela não se oponha. Opondo-se o devedor à intenção do terceiro não interessado, o credor deve ser comunicado para que não receba tal pagamento, pois estará praticando ato contrário à lei e poderá ser responsabilizado civilmente pelos danos, inclusive morais, que o devedor sofrer com o ato. Neste caso, a oposição do devedor não vale como proibição, mas retira do terceiro a legitimidade para consignar. Por outro lado, o credor pode aceitar validamente o pagamento porque é da sua conveniência e não há motivo para que a oposição do devedor iniba a satisfação do seu crédito. Neste caso, ao terceiro aplica-se a regra do Art. 306. O terceiro não interessado paga a dívida em nome próprio, tem o direito de reaver o que pagou, embora não se sub-rogue nos direitos do credor. O terceiro não interessado quando efetua o pagamento da dívidaque não é sua, em nome próprio, demonstra o propósito de ajudar o devedor e de obter o reembolso do valor desembolsado. O terceiro não interessado que efetua o pagamento em nome próprio, necessita da anuência do devedor, pois não tem assegurado na lei os mesmos direitos dos terceiro interessado e do terceiro não interessado que paga em nome e por conta do devedor. Por fim, não cabe o pagamento da obrigação por terceiro quando ela tiver por objeto uma prestação personalíssima.
IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO 
O normal é haver entre duas pessoas apenas uma obrigação, mas pode ocorrer de alguém ter mais de uma dívida com o mesmo credor. Assim, se A deve a B cem reais decorrentes de um empréstimo e outros cem reais decorrentes de um ato ilícito (ex: A bateu no carro de B), quando A vai pagar apenas uma destas dívidas precisa dizer a B qual está quitando. Assim, Imputar o pagamento é determinar em qual dívida o pagamento está incidindo. Num conceito mais técnico, imputação de pagamento é a operação pela qual o devedor de mais de uma dívida vencida da mesma natureza a um só credor, indica qual das dívidas está pagando por ser tal pagamento inferior ao total das dívidas (352). É preciso que haja mais de uma dívida, todas vencidas, da mesma natureza (ex: obrigação de dar dinheiro) e o pagamento ser menor do que a soma das dívidas. Cabe ao devedor fazer a imputação, dizer qual dívida está quitando, e o devedor deve ser orientado por seu advogado para quitar logo a dívida de juro maior e a dívida com garantia (ex: hipoteca, penhor, fiança, porque aí o devedor libera a coisa dada em garantia/o devedor libera o fiador). Se o devedor não imputar, o credor poderá fazê-lo (353), devendo o credor ser orientado por seu advogado para pedir a quitação na dívida de juro menor e na dívida quirografária ( que é o mesmo que dívida sem garantia). É sempre bom lembrar aos alunos que pelo art. 314 o credor não está obrigado a receber pagamento parcial, mas na prática pode ser melhor o credor aceitar alguma coisa e depois brigar pelo restante. Se o devedor e o credor não fizerem a imputação, a lei fará na dívida de maior valor, conforme art. 355 ( que trata da imputação legal). 
DAÇÃO EM PAGAMENTO 
É dar alguma coisa em pagamento, diferente da coisa devida. Os romanos chamavam de datio in solutum. Dação vem assim do verbo dar. Por favor, não é “da ação” em pagamento, mas “dação” mesmo, do verbo dar. Conceito: é o acordo liberatório em que o credor concorda em receber do devedor prestação diversa da ajustada (356). Não pode haver imposição do devedor em pagar algo diferente do devido (313), afinal quem deve dinheiro só paga com um objeto se o credor aceitar. Ex: devo dinheiro e pago com uma TV, um livro, uma casa, etc. Requisitos da dação: 1) consentimento, concordância, anuência do credor; 2) prestação diversa da ajustada, então não se trata de obrigação alternativa, pois nesta a obrigação nasce com duas opções de pagamento; na dação é só depois que as partes trocam o objeto do pagamento. Efeitos da dação: 1) satisfatório em relação ao credor, mesmo recebendo outra coisa, pois o credor pode preferir receber coisa diversa do que receber com atraso ou nada receber; 2) liberatório em relação ao devedor, pois a dívida se extingue e o devedor se exonera da obrigação. Estes dois efeitos são os mesmos do pagamento natural.
Lugar do Pagamento: CONTRATO. Se não estiver no contrato de pagamento, deve-se recorrer à lei.
Renata Andrade Silva

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