Buscar

VISAO POLITICA DE ARISTÓTELES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ARISTÓTELES
Aristóteles foi um filósofo grego do século V A.C. cujo trabalho se estende por todas as áreas da filosofia e ciência conhecidas no mundo grego. Foi o principal representante da terceira fase da história da filosofia grega “a fase sistemática”.
O filósofo Aristóteles afirmava que o ser humano é por natureza um ser social, pois, para sobreviver, não pode ficar completamente isolado de seus semelhantes.
Assim, constituída por um impulso natural do ser humano, a sociedade deve ser organizada conforme essa mesma natureza humana. O que deve então guiar a organização de uma sociedade é a busca de determinado bem, correspondente aos anseios dos indivíduos que a organizam. O homem tende à vida em sociedade porque nela, e somente nela, se torna plenamente humano. Pode-se, portanto, dizer que a vida política é para o homem a melhor das vidas possíveis. Um homem vivendo em sociedade está no seu lugar na hierarquia dos seres. Não é nem deus nem animal, mas o melhor dos animais, porque capaz de justiça.
Para Aristóteles, a organização social adequada para a natureza humana é a pólis: “a cidade (pólis) encontra-se entre as realidades que existem naturalmente, e o homem é por natureza um animal político”.
A pólis grega, portanto, é vista pelo filósofo como um fenômeno natural. Por isso, o ser humano em seu sentido pleno é um animal político, isto é envolvido na vida de pólis. Assim, Aristóteles toma um fenômeno social característico da Grécia como modelo natural de todo o gênero humano.
Aristóteles também entende que a cidade tem precedência sobre cada um dos indivíduos, pois, isoladamente, o indivíduo não é autossuficiente, e a falta de um indivíduo não destrói a cidade. Assim, afirmou: “o todo deve necessariamente ter precedência sobre as partes”.
É por isso que, para o filósofo, a política é uma continuidade da ética, ou melhor, a ética é entendida como uma parte da política. A ética dirige-se ao bem individual, enquanto a política volta-se para o bem comum, constituindo-se também em meio necessário ao bem-estar pessoal.
 Aristóteles distinguia duas espécies de seres humanos: “os que vegetam em tribos amorfas e selvagens ou formam imensos rebanhos em monarquias de proporções monstruosas, e os que se encontram harmoniosamente associados em cidades (pólis); os primeiros nasceram para serem escravos, de sorte que os últimos pudessem dar-se ao luxo de gozar de um modo mais nobre de vida”.
Como se vê, Aristóteles defendia que os seres humanos não são naturalmente iguais, logo não devem ter os mesmo direitos, pois uns nascem para a escravidão e outros, para o domínio. O pensamento aristotélico refletia, dessa maneira, a realidade social estabelecida na Grécia Antiga. Em Atenas – cidade onde ele viveu e uma das mais importantes do mundo grego –, a sociedade estava dividida em três grandes grupos sociais: cidadãos (homens maiores de 21 anos, nascidos de pai e mãe atenienses – os únicos que possuíam direitos políticos de participar da democracia; as mulheres não faziam parte do grupo dos cidadãos); os metecos (estrangeiros que habitavam Atenas e que não tinham direitos políticos); e os escravos. 
Aristóteles viveu em Atenas na condição de mateco, pois sua cidade natal era Estagira, localizada em Macedônia. Por isso, muitos autores referem-se a ele como “ o estagirita”.
As influências de Platão e Aristóteles no terreno da reflexão política foram marcantes tanto na Antiguidade como na Idade Média. A ideia de que a política tem como objetivo o bem comum, que em Platão seria a justiça e em Aristóteles a vida boa e feliz, orientaria grande da reflexão política. 
Entre os filósofos da Roma Antiga, a teoria política passou a privilegiar a formação do bom príncipe, educado de acordo com as virtudes necessárias ao bom desempenho da função administrativa. Na prática, porém, essa tendência revelou-se muitas vezes catastrófica, predominando até o período medieval.

Outros materiais