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ADVOCACIA
ADVOCACIA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DA .
[ JUSTIÇA GRATUITA ]
				____________, viúva, doméstica, inscrita no CPF (MF) sob o nº. _______, e _________, solteiro, estudante, ambos residentes e domiciliados na Rua ________, nº. ____, em Cidade – CEP nº. _________, ora intermediados por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, comparecem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 186 e art. 948, inc. II, ambos do Código Civil, para ajuizar a presente
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS, 
“dano material e moral”
contra a ___________, pessoa jurídica de direito público interno, com endereço referido para citações na Av. _______, nº. ____, em _______ – CEP ______, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, tudo abaixo delineado.
DO PLEITO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA
 		Os Autores vêm requerer a Vossa Excelência os benefícios da gratuidade de justiça, por ser pobre, o que faz por declaração neste arrazoado inicial (LAJ, art. 4º). 
LEI DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
(Lei nº 1.060/50)
“Art. 4º - A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.”
§ 1º - Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais. “
LEGITIMIDADE ATIVA – SUCESSORES DO DE CUJUS 
( CC, arts. 12 c/c art. 943 e CPC, art. 985 )
 				De início, convém tecer linhas acerca da propriedade do ajuizamento desta ação indenizatória, nomeadamente em face da legitimidade ativa. 
 				Insta salientar que o dano moral, conquanto de natureza personalíssima, inato aos direitos da personalidade, possui repercussão social e proteção constitucional. O fato de o ofendido ter falecido, não exime o ofensor da reparação pecuniária de lesão direito à dignidade da pessoa humana, à integridade física ou psíquica, à honra, à imagem, etc. A personalidade do de cujus também é objeto de direito, na medida em que o direito de reclamar perdas e danos do de cujus se transmite aos sucessores, a teor dos arts. 12 e parágrafo único e art. 943, todos da Legislação Substantiva Civil, verbis: 
CÓDIGO CIVIL
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
 				Nesse passo, consideremos as lições de Maria Helena Diniz:
“Os lesados indiretos pela morte de alguém serão aqueles que, em razão dela experimentarem um prejuízo distinto do que sofreu a própria vítima. Terão legitimação para requerer indenização por lesão a direito da personalidade da pessoa falecida, o cônjuge sobrevivente, o companheiro (Enunciado nº. 275 do CJF da IV Jornada de Direito Civil), qualquer parente em linha reta ou colateral até o segundo grau (CC, art. 12, parágrafo único). ” (DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 24ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 88)
 				Bem a propósito o seguinte julgado: 
APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. DPVAT. AÇÃO DE COBRANÇA. MORTE. LEGITIMIDADE. NÃO HAVENDO CÔNJUGE VIVO NO MOMENTO DO SINISTRO, A LEGITIMIDADE PARA PROPOR A AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO DPVAT É DOS HERDEIROS LEGAIS. 
1. Megadata. A jurisprudência é tranquila no sentido de admitir a documentação produzida pelo sistema megadata como meio de prova do pagamento. Todavia, a presunção em relação a esta prova é relativa, admitindo impugnação e prova em sentido contrário, hipótese dos autos. 2. Indenização devida. Hipótese em que a autora faz jus à indenização prevista no artigo 3º, alínea "a", da Lei nº 6.194/74, ou seja, corresponde a sua quota parte - 2/3 do valor equivalente a quarenta salários-mínimos vigentes à época do sinistro - Pois ocorrido o sinistro antes do advento da medida provisória nº 340/2006, que culminou na Lei nº 11.482/07. Possibilidade de vinculação da indenização ao salário-mínimo, por expressa disposição legal. 3. Correção monetária. O valor indenizatório deverá ser corrigido monetariamente pelo IGP-m desde a data do sinistro. Precedentes. Apelo provido, em decisão monocrática. (TJRS; AC 43166-87.2014.8.21.7000; Erechim; Quinta Câmara Cível; Relª Desª Isabel Dias Almeida; Julg. 13/02/2014; DJERS 20/02/2014)
 				Desse modo, é inquestionável a legitimidade ativa para perseguir a reparação de danos em espécie. 	
QUADRO FÁTICO 
 				Os Autores, respectivamente mãe e filho da vítima, esse com idade de 27(vinte e sete) anos e 3(três) meses de idade na data do óbito, falecera no dia 00 de março de 0000, o que se constata pelas certidões de casamento, nascimento(do filho) e óbito, ora anexadas. (docs. 01/03) 
 				A vítima era portadora de obesidade mórbida, fato esse que o levou a realizar uma cirurgia bariátrica, o que se constata pelas indicações médicas aqui carreadas. (docs. 04/06).
 				Assim, o ofendido, no dia 00/11/2222, por volta das 18:30h, deu entrada no Hospital Estadual Xista, com o propósito de realizar cirurgia eletiva bariátrica. (doc. 07)
				O ato cirúrgico transcorrera normalmente. Havia previsão de alta da vítima para 5(cinco) dias após a cirurgia. Contudo, no segundo dia após a internação, o quadro clínico do ofendido se agravou, vindo o mesmo a falecer 29(vinte e nove dias) depois. Esse chegou inclusive a ser levado à UTI, mas isso não fora suficiente para salvar sua vida. (doc. 08)
				Consta da certidão de óbito destaque que a “causa da morte era desconhecida.” Contudo, a verdade não é essa. A causa era de conhecimento de todos, sobretudo do quadro clínico que acometera o de cujus em seus últimos dias. Na verdade, o que motivou o óbito fora a infecção hospitalar. 
 				Verdade é que o morto contraiu infecção no próprio Hospital em que fora internado. Os médicos chegaram a comunicar verbalmente que a causa mortis foi Pneumonia lobular multifocal e bilateral. Desse modo, a certidão de óbito, firmando a pretensa “causa desconhecida”, fora recebida com extrema desconfiança e surpresa pelos familiares. 
 				De outro bordo, consoante se apresenta do prontuário médico do falecido (docs. 09/139), esse não tinha insuficiência renal quando internado e seu quadro evoluiu com insuficiência renal aguda. (doc. 140) 
 				Observa-se ainda do referido prontuário médico que o paciente foi diagnosticado com insuficiência respiratória aguda ainda no quarto, após 25 dias de internação, quando foi transferido para a UTI com intubação oro-traqueal e ventilação mecânica. (doc. 141)
 				Importa ressaltar, por fim, que inexistia qualquer não havia qualquer contraindicação para a realização de cirurgia bariátrica em espécie. 
 							
				O falecimento afetou emocionalmente (dano moral) os Autores, maiormente tamanha a dor pela perda de um ente querido tão próximo. 
 				Por esse norte, constata-se clara e intolerante infecção hospitalar, justificando, desse modo, a promoção da presente demanda. 
MÉRITO
Responsabilidade civil objetiva da Ré
 				Como cediço, à luz dos ditames empregados na Carta Política, o Estado responde objetivamente pelos fatos danos administrativos. É dizer, não exige a perquirição de culpa.
 				
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direitopúblico e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
 				Não bastasse isso, perceba que a Legislação Substantiva Civil do mesmo modo adotou a orientação consagrada na Carta Política:
CÓDIGO CIVIL
Art. 43 - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
 				Não há dúvidas também que a hipótese reclama a observância da Legislação Consumerista, a qual, identicamente, reservou a responsabilidade civil do ente público, bem assim a incidência da referida legislação:
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
 				Também por esse prisma é o pensamento de Rizzatto Nunes quando professa que:
“Assim, estão compreendidos na ampla regulação da lei consumerista os serviços públicos, sem ressalvas. Se se levar em consideração que as duas exceções para não abrangência do CDC no que respeita aos serviços (sem efetiva remuneração e custo; os de caráter trabalhista), ter-se-á de concluir que praticamente todos os serviços públicos estão protegidos pela Lei nº. 8.078/90
Vale um comentário sobre o aspecto da gratuidade. Não é porque algum tipo de serviço público não esteja sendo pago diretamente – ou nem sequer esteja sendo cobrado – que não está abrangido pelas regras do CDC. Os comentários que já tivemos oportunidade de fazer quanto ao custo e à remuneração do serviço privado valem também quanto ao serviço público. Nenhum serviço público pode ser considerado efetivamente gratuito, já que todos são criados, mantidos e oferecidos a partir da receita advinda da arrecadação de tributos. “ (NUNES, Luiz Antônio Rizzatto. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 6ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 190)
				É altamente ilustrativo transcrever os seguintes arestos:
ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. RECURSO DE APELAÇÃO. DIREITO HUMANO A SAÚDE. DIREITO FUNDAMENTAL. INTERNAÇÃO EM HOSPITAL NÃO CREDENCIADO EM VIRTUDE DE NÃO HAVER VAGAS NA REDE DE HOSPITAIS CONVENIADOS. DEVER DO SASSEPE. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PRECEDENTES NESTE EGRÉGIO TRIBUNAL. RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E IMPROVIDO. 
1. O objeto da presente lide resume-se em saber se há dever do sassepe custear a internação da apelada em leito de hospital conveniado ao sassepe ou, na falta de vagas, que ela fosse internada em hospital não conveniado. 2. Se o sassepe assumiu o dever de proteger à saúde dos seus conveniados mediante pagamento, não pode isentar-se do compromisso da contraprestação no momento em que eles mais precisam. 3. Quando há confronto entre os interesses econômicos do apelante e da apelada, quais sejam o direito à saúde e à vida, devem estes se sobrepor àqueles. 4. O conceito de fornecedor descrito no art. 3º do código de defesa do consumidor inclui pessoa jurídica de natureza pública, o que leva a entender que incide no caso em tela a referida norma. 6. A matéria dos autos já foi discutida neste tribunal, o qual se posiciona pelo custeio da internação em hospital não credenciado, quando não há vagas na rede conveniada. 7. Mantida a sentença de primeiro grau. 8. Recurso de apelação improvido unanimidade. (TJPE - APL-RN 0030014-38.2008.8.17.0001; Primeira Câmara de Direito Público; Rel. Des. Erik de Sousa Dantas Simões; Julg. 22/01/2013; DJEPE 14/02/2013; Pág. 218)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ART. 3º DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA. HIPOSSUFICIÊNCIA DA AGRAVADA. INVERSÃO ÔNUS DA PROVA. HONORÁRIOS PERICIAIS. PROVA REQUERIDA POR AMBAS AS PARTES. ART. 33, CPC. APLICABILIDADE. JUSTIÇA GRATUITA. PAGAMENTO AO FINAL DA DEMANDA PELA PARTE VENCIDA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO (MAIORIA). 
1. O art. 3º do Código de Defesa do Consumidor é claro ao não excluir a pessoa jurídica de direito público do rol de fornecedores de serviços. 2. Evidente a aplicação da legislação consumerista ao caso em tela, uma vez que embora o agravado tenha sido atendido no hospital universitário (da universidade estadual de londrina) pelo Sistema Único de Saúde, é evidente que os serviços médicos prestados pela agravante foram remunerados, ainda que de forma indireta, pelo estado. 3. A perícia médica judicial foi requerida por ambas as partes, pelo que, o ônus financeiro é do autor, nos termos do artigo 33 do CPC, contudo, por se tratar de beneficiário da Assistência Judiciária Gratuita, afastada a exigência da antecipação do pagamento dos honorários periciais, sob pena de ofensa ao art. 3º, V da laj. 4. Na hipótese, os honorários devem ser pagos somente ao final da demanda pela parte vencida, se não beneficiária da justiça gratuita, ou pelo estado, que deverá arcar com a remuneração dos auxiliares da justiça, intimando-se o perito para esclarecer se aceita o encargo, nestas condições. (TJPR - Ag Instr 0975499-6; Londrina; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Paulo Habith; DJPR 11/10/2013; Pág. 101)
				Nesse passo, tem-se que a responsabilidade civil pode deter natureza subjetiva ou objetiva.
				Em apertada síntese, a natureza subjetiva se verifica quando o dever de indenizar se originar face ao comportamento do sujeito que causa danos a terceiros, por dolo ou culpa; na responsabilidade objetiva, todavia, necessário somente a existência do dano e o nexo de causalidade para emergir a obrigação de indenizar, sendo sem relevância a conduta culposa ou não, do agente causador.
				A responsabilidade objetiva, também denominada de teoria do risco, não é um instituto recente, porquanto se funda num princípio de equidade, existente desde o direito romano. Esse é calcado na premissa de que todo aquele que lucra com uma determinada situação deve responder pelo risco ou pelas desvantagens dela decorrentes.
 				Sem qualquer dificuldade se conclui o paciente contraiu infecção hospitalar na UTI do hospital promovido. Isso se decorreu, claro, em conta da utilização de ventilação mecânica no período de seu internamento na Unidade Intensiva. Nesse passo, é patente a efetiva ocorrência do dano, devendo o hospital ser responsabilizado civilmente. Não há qualquer indício da inexistência de defeito na prestação do serviço médico; inexiste também qualquer circunstância que indique culpa exclusiva da vítima ou de terceiro e nem mesmo que o paciente já possuía infecção antes de se submeter ao procedimento cirúrgico (art. 14, § 3º, I e II, do CDC).
				Acrescente-se que a cirurgia bariátrica foi bem sucedida, sem maiores complicações. Contudo, a infecção foi adquirida durante da internação pós operatória. Não como firmar o contrário, sobretudo quando o paciente ingressou saudável no hospital para a realização da cirurgia e veio a óbito por problemas pulmonares, adquiridos por bactérias no período de sua internação. É dizer, ingressou no hospital para a realização de cirurgia para redução de estômago e faleceu por causa de pneumonia lobular multifocal e bilateral. 
		
 				Assim, resta demonstrado o nexo de causalidade com oóbito do paciente. O fato revelador da culpa do hospital se revela mais ainda quando se tratava de paciente obeso, o que demandaria que o hospital fosse mais vigilante na prevenção da infecção.
				Assim, inegavelmente restou demonstrada a existência da culpa exclusiva da Ré, bem como o nexo de causalidade. Incontroverso que o falecido fora alvo de atendimento negligente e desumano. É dizer, fora o caso de infecção hospitalar. E isso, obviamente, conduziu à tragédia em vertente. 
 				Com abordagem ao tema de infecção hospitalar, é ancilar o entendimento jurisprudencial quanto à necessidade da responsabilidade civil do nosocômio:
CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. INFECÇÃO HOSPITALAR. MICRO BACTÉRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL. LUCROS CESSANTES. PROFISSIONAL AUTÔNOMO. MANICURE. UM SALÁRIO MÍNIMO. FIXAÇÃO DANO MORAL. RAZOABILIDADE. TERMO A QUO. INCIDÊNCIA DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. SUCUMBÊNCIA MÍNIMA. 
1. O hospital responde objetivamente pela infecção hospitalar, pois esta decorre do fato da internação e não da atividade médica em si. " (RESP 629.212/RJ, Rel. Ministro CESAR ASFOR Rocha, QUARTA TURMA, DJ de 17.9.2007). 2. Após pesquisa em demandas que envolvem precisamente problemas de infecção hospitalar, verifica-se no STJ e no TJES a prática de valores próximos a R$ 15.000,00, montante razoável e proporcional para o caso em julgamento. 3. Em se tratando de relação contratual, nos danos materiais, os juros moratórios incidem a partir da citação (artigo 219 do CPC e artigo 405 do Código Civil) e a correção monetária, a partir da data do evento danoso (Enunciado nº 43 da Súmula do STJ). Precedentes STJ e TJES. 4. Em se tratando de relação contratual, nos danos morais o termo inicial da incidência de juros de mora é a partir da citação, e a correção monetária, desde o arbitramento. Precedentes STJ. (TJES; APL 0020005-51.2010.8.08.0048; Quarta Câmara Cível; Rel. Des. Samuel Meira Brasil Junior; Julg. 28/07/2014; DJES 31/07/2014)
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. INEXISTÊNCIA. OPÇÃO ADEQUADA DE TRATAMENTO. INFECÇÃO HOSPITALAR. DEVER DA UNIDADE HOSPITALAR DE ASSEPSIA DO AMBIENTE. DANOS MORAIS. CABIMENTO. RECURSO DE APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDO. 
1. O artigo 37, §6º, da Constituição Federal, consagrou a responsabilidade civil objetiva do estado, tendo por fundamento a teoria do risco administrativo, ou seja, para a aferição da responsabilidade civil do estado e consequente reconhecimento do direito à reparação pelos prejuízos causados, basta a prova do nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido e o fato danoso e injusto ocasionado pelo poder público, sendo dispensável, portanto, a demonstração do elemento subjetivo culpa. 2. No que tange ao tratamento a que o apelante fora submetido, inexiste nexo de causalidade entre a conduta dos médicos do huap e os alegados danos materiais, morais e estéticos sofridos. A leitura do prontuário médico acostado aos autos, bem como do laudo pericial produzido em juízo, revelam a adoção de todos os procedimentos e técnicas necessárias ao tratamento do apelante. 3. Constitui dever da unidade hospitalar zelar pela assepsia do ambiente, de maneira que os danos que possam vir a acometer os pacientes, em virtude de contaminação ou infecção, encontram-se abarcados pela teoria do risco administrativo, sobretudo porque decorre da atividade administrativa que, nessa qualidade, assume a responsabilidade pela guarda e incolumidade física do paciente. 4. No caso dos autos, sopesando o evento danoso. Péssimas condições de higiene que ocasionaram infecção hospitalar. E a sua repercussão na esfera do ofendido, é proporcional, razoável e adequado o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), eis que tal valor efetivamente concilia a pretensão compensatória, pedagógica e punitiva da indenização do dano moral com o princípio da vedação do enriquecimento sem causa. 5. Recurso de apelação parcialmente provido. (TRF 2ª R.; AC 0490317-97.2006.4.02.5101; Quinta Turma; Rel. Juiz Fed. Conv. Flávio Oliveira Lucas; Julg. 15/07/2014; DEJF 28/07/2014; Pág. 1134)
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. INFECÇÃO HOSPITALAR DESENVOLVIDA APÓS A REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. MORTE DA FILHA DA PARTE AUTORA. DEVER DA UNIDADE HOSPITALAR DE ASSEPSIA DO AMBIENTE. CABIMENTO DO PENSIONAMENTO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RAZOABILIDADE DO VALOR. 
1. O artigo 37, §6º, da Constituição Federal, consagrou a responsabilidade civil objetiva do estado, tendo por fundamento a teoria do risco administrativo, ou seja, para a aferição da responsabilidade civil do estado e consequente reconhecimento do direito à reparação pelos prejuízos causados, basta a prova do nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido e o fato danoso e injusto ocasionado pelo poder público, sendo dispensável, portanto, a demonstração do elemento subjetivo culpa. 2. A parte autora sustenta que teriam ocorrido falhas após o procedimento cirúrgico a que foi submetida sua filha, de 1 (um) ano e 2 (dois) meses, portadora de cardiopatia congênita grave, no instituto nacional de cardiologia de laranjeiras, consistentes principalmente nas más condições de higiene e de instalações da unidade hospitalar, que contribuíram para a evolução do quadro de complicação infecciosa no pósoperatório, o que resultou na morte de sua filha, em 10 de maio de 2003. 3. Do acurado exame dos autos, sobretudo do laudo pericial produzido em juízo, verifica-se que o quadro infeccioso desenvolvido pela filha da parte autora, após o procedimento cirúrgico a que foi submetida, contribuiu, de forma efetiva, para a sua morte, tendo sido destacado, ainda, que não houve qualquer intercorrência durante a cirurgia, a qual, embora tenha sido bem sucedida, foi seguida de infecção e insuficiência respiratória grave. 4. Constitui dever da unidade hospitalar zelar pela assepsia do ambiente, de maneira que os danos que possam vir a acometer os pacientes, em virtude de contaminação ou infecção, encontram-se abarcados pela teoria do risco administrativo, sobretudo porque decorre da atividade administrativa que, nessa qualidade, assume a responsabilidade pela guarda e incolumidade física do paciente. 5. Não resta qualquer dúvida acerca do cabimento do pensionamento no presente caso, na medida em que o Superior Tribunal de justiça possui orientação firme no sentido de ser devida a indenização por dano material em forma de pensão aos pais de família de baixa renda, em decorrência da morte de filho menor, proveniente de ato ilícito, em razão do auxílio que, futuramente, o filho poderia prestar-lhes. 6. Em hipóteses semelhantes, em que a conduta imputada à administração pública tenha gerado a morte, em especial de filho, o Superior Tribunal de justiça tem fixado a quantia indenizatória em até 500 (quinhentos) salários mínimos, considerando as circunstâncias do caso concreto. 7. No caso específico, levando em consideração que o salário mínimo correspondia, quando da prolação da sentença, a R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco reais), verifica-se que a indenização fixada pela magistrada sentenciante equivalia a aproximadamente 258 (duzentos e cinquenta e oito) salários mínimos, ou seja, encontra-se dentro dos parâmetros fixados pela jurisprudência, de maneira que, ante sua razoabilidade, deve o valor da indenização ser mantido. 8. Remessa necessária e recurso de apelação desprovidos. (TRF 2ª R.; Ap-RN 0007323-48.2004.4.02.5101; RJ; Quinta Turma; Rel. Juiz Fed. Conv. Flávio Oliveira Lucas; Julg. 15/07/2014; DEJF 28/07/2014; Pág. 1087)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL BILATERAL DOS MEMBROS INFERIORES DO AUTOR, ORIGINADA POR INFECÇÃO HOSPITALAR. TRATAMENTOS MÉDICOS, FISIOTERÁPICOS, PRÓTESES E DEMAIS DESPESAS NECESSÁRIAS PARA O RESTABELECIMENTO DA SAÚDE DA CRIANÇA, A SEREM CUSTEADAS PELO HOSPITAL. POSSIBILIDADE. PROVA INEQUÍVOCA DE QUE A INFECÇÃO FOI CAUSADA POR FATORES EXÓGENOS. "ASTREINTES".PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. MANUTENÇÃO INTEGRAL DA DECISÃO RECORRIDA. IMPROVIMENTO DO RECURSO. 
1. Identificada no organismo do menor a mesma bactéria encontrada na ponta do cateter utilizado e levada a análise por suspeita de infecção hospitalar, imperiosa a conclusão de que a amputação bilateral dos membros inferiores da criança foi resultante de sepse causada por fatores exógenos. 2. Para que a determinação judicial seja cumprida, o juiz tem a faculdade de fixar prazo e aplicar multa em caso de descumprimento, conforme prevê o art. 461, § 5º, do CPC. 3. As "astreintes" devem ser fixadas em valor suficiente para coagir o devedor a cumprir logo sua obrigação e evitar que o descumprimento da medida judicial se prolongue no tempo. (TJMG; AGIN 1.0024.13.428371-2/001; Rel. Des. José Marcos Vieira; Julg. 17/07/2014; DJEMG 28/07/2014)
RECURSO DE APELAÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA “AD CAUSAM”. REJEIÇÃO. ESTABELECIMENTO HOSPITALAR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMPROVAÇÃO DO NEXO CAUSAL ENTRE A CONDUTA DO HOSPITAL E O RESULTADO. EXISTÊNCIA DE PROVA DE QUE INFECÇÃO FOI CONTRAÍDA NAS DEPENDÊNCIAS DO NOSOCÔMIO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. DANO MORAL FIXADO DENTRO DOS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA RECURSO IMPROVIDO. 
Não há que se falar em ilegitimidade passiva “ad causam” do hospital/apelante, uma vez que a infecção acometida pela apelada ocorreu nas suas dependências, em razão da falta de cuidados necessários quanto a esterilização de materiais destinados à procedimento cirúrgico. Em face do disposto no Código de Defesa do Consumidor, os hospitais estão sujeitos à responsabilidade objetiva, porém, para que haja o dever de indenizar é necessária a comprovação do nexo causal entre a conduta e o resultado. O valor atribuído por danos morais deve atender aos parâmetros da razoabilidade e proporcionalidade, de não a conter um caráter repressivo da conduta ilícita e ao mesmo tempo não configurar enriquecimento sem causa para aquele que receberá os valores. (TJMT; APL 2085/2014; Capital; Rel. Des. Sebastião Barbosa Farias; Julg. 01/07/2014; DJMT 07/07/2014; Pág. 34)
				Com esse enfoque, insta transcrever as lições de Décio Policastro: 
“O descumprimento das normas sanitárias, o descuido das regras profiláticas, a utilização de produtos saneantes, esterilizantes e desinfetantes inadequados, assepsia malfeita, a falta de cuidados para evitar a manifestação de infecções, levam à responsabilização quando forem causas típicas de contaminação no próprio meio hospitalar e contribuírem para agravar o estado de saúde do internado. São ocorrências inadmissíveis. “ (POLICASTRO, Décio. Erro médico e suas consequências jurídicas. 4ª Ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2013, p. 133)
				Os artigos 186 e 927 do Código Civil consagram a regra de que todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a repará-lo. 
 				Com efeito, a par das disposições já mencionadas, o parágrafo único do art. 927 do Código Civil inclui o risco da atividade do causador do dano nas hipóteses de responsabilização objetiva:
“Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” 
 
 				Assim, alberga o Diploma Civil a responsabilidade objetiva, que pressupõe não o dolo ou a culpa, mas tão-somente a criação do risco, assim entendido, nas lições de CAIO MÁRIO PEREIRA DA SILVA (in, Responsabilidade Civil. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012, p. 381):
“Todo aquele (pessoa física ou jurídica) que empreende uma atividade que, por si mesma, cria um risco para outrem, responde pelas suas consequências danos a terceiros. Não haverá cogitar se houve um procedimento do comitente na escolha ou na vigilância do preposto, isto é, faz-se abstração da culpa in eligendo ou in vigilando. Não haverá, também de indagar se o empregado procedeu culposamente, para que o empregador responda pelos danos que causa a terceiros. “
 			 	Nesse trilhar, o Réu tem o dever de arcar com a indenização almejada, mesmo se não comprovada sua culpa no evento, sendo suficiente a mera criação do risco em virtude do exercício de atividade econômica, direta ou indireta.
 								
Do dano moral
 				É consabido que a moral é um dos atributos da personalidade, tanto assim que Cristiano Chaves de Farias e Nélson Rosenvald professam que:
“Os direitos da personalidade são tendentes a assegurar a integral proteção da pessoa humana, considerada em seus múltiplos aspectos (corpo, alma e intelecto). Logo, a classificação dos direitos da personalidade tem de corresponder à projeção da tutela jurídica em todas as searas em que atua o homem, considerados os seus múltiplos aspectos biopsicológicos. 
Já se observou que os direitos da personalidde tendem à afirmação da pelna integridade do seu titular. Enfim, da sua dignidade. 
Em sendo assim, a clssificação deve ter em conta os aspectos fundamentais da personalidade que são: a integridade física ( direito à vida, direito ao corpo, direito à saúde ou inteireza corporal, direito ao cadáver . . . ), a integridade intelectual (direito à autoria científica ou literária, à liberdade religiosa e de expressão, dentre outras manifestações do intelecto) e a integridade moral ou psíquica (direito à privacidade, ao nome, à imagem etc). (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nélson. Curso de Direito Civil. 10ª Ed. Salvador: JusPodvim, 2012, pp. 200-201)
 				Segundo Yussef Said Cahali caracteriza o dano moral:
“Parece mais razoável, assim, caracterizar o dano moral pelos seus próprios elementos; portanto, ‘como a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranquilidade de espírito, a liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e demais sagrados afetos’; classificando-se, desse modo, em dano que afeta a ‘parte social do patrimônio moral’ (honra, reputação etc) e dano que molesta a ‘parte afetiva do patrimônio moral’ (dor, tristeza, saudade etc); dano moral que provoca direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante etc) e dano moral puro (dor, tristeza etc.). “ (CAHALI, Yussef Said. Dano moral. 4ª Ed. São Paulo: RT, 2011, pp. 20-21)
	 		 	Nesse compasso, não há qualquer óbice para que seja pretendida a indenização, esse na forma do dano em ricochete. O infortúnio ocorrido com o de cujus proporcionou dano moral em cada um dos entes queridos, que daria a cada um deles o direito de postular, em seu próprio nome, um dano a sua personalidade, o que ora se faz em nome dos pais da vítima. 
 				
 				No que tange ao arbitramento da condenação, mister registrar que essa deve ter um conteúdo didático, visando tanto compensar a vítima pelo dano - sem, contudo, enriquecê-la - quanto punir o infrator, sem arruiná-lo. 
 				Nesse sentido, doutrina e jurisprudência vêm se posicionando de forma análoga à prelecionada pelo insigne R. LIMONGI FRANÇA, que, em artigo intitulado Reparação do Dano Moral (publicado na RT-631, de maio de 1988, p. 33), assim condensa o pensamento de mestres da importância de MACIÁ, GIORGI, GABBA, MELLO DA SILVA, OROZIMBO NONATO e AGUIAR DIAS:
"a) Se o dinheiro não paga, de modo específico, o "preço" da dor, sem dúvida enseja ao lesado sensações capazes de amenizar as agruras resultantes do dano não econômico.
b) Não há exata eqüipolência nem mesmo no terreno dos danos exclusivamente econômicos. A incidência do mesmo óbice, tratando-se de danos morais, não constituiria impedimento à indenização. 
c) A alegria é da mesma natureza transcendente da tristeza. "Seriam ambas (...) valores da mesma essência e que, por isso mesmo, poderiam ser compensados ou neutralizados, sem maiores complexidades." 
d) Não se trataria de restaurar os bens lesados do ofendido,mas sim di fare nacere in lui una nuova sorgente de felicità e de denessere, capace de alleviare le consequenze del dolore ingiustamente provate."
 		 		O valor da indenização pelo dano moral não se configura um montante tarifado legalmente. A melhor doutrina reconhece que o sistema adotado pela legislação pátria é o sistema aberto, no qual o Órgão Julgador pode levar em consideração elementos essenciais. Desse modo, as condições econômicas e sociais das partes, a gravidade da lesão e sua repercussão e as circunstâncias fáticas, o grau de culpa, tudo isso deve ser considerado. Assim, a importância pecuniária deve ser capaz de produzir-lhe um estado tal de neutralização do sofrimento impingido, de forma a "compensar a sensação de dor" experimentada e representar uma satisfação, igualmente moral.
 				Anote-se, por oportuno, que não se pode olvidar que a presente ação, nos dias atuais, não se restringe a ser apenas compensatória; vai mais além, é verdadeiramente sancionatória, na medida em que o valor fixado a título de indenização reveste-se de pena civil.
 				Dessarte, diante dos argumentos antes verificados, pede-se indenização pecuniária no valor correspondente a 500(quinhentos) salários mínimos, repartido entre os autores, à guisa de reparação dos danos morais.
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE DE MENOR. QUEDA DE ÔNIBUS COLETIVO. PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. TRANSAÇÃO. INTERESSE DE MENOR. DANOS MORAIS. VALOR. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. 
1. Se as questões trazidas à discussão foram dirimidas, pelo tribunal de origem, de forma suficientemente ampla e fundamentada, deve ser afastada a alegada violação ao art. 535 do Código de Processo Civil. 2. São indispensáveis a autorização judicial e a intervenção do ministério público em acordo extrajudicial firmado pelos pais dos menores, em nome deles, para fins de receber indenização por ato ilícito (EREsp 292.974/SP, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, Segunda Seção, julgado em 12/02/2003, DJ 15/09/2003, p. 231). 3. Admite a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, excepcionalmente, em Recurso Especial, reexaminar o valor fixado a título de indenização por danos morais, quando ínfimo ou exagerado. Valor estabelecido pela instância ordinária que não excede o fixado, em regra, pelos mais recentes precedentes desta corte, de 500 salários-mínimos em moeda corrente. 4. Tratando-se de indenização por danos morais decorrentes de obrigação contratual, os juros de mora são devidos a partir da citação. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ; AgRg-Ag 1.194.880; Proc. 2009/0105887-2; CE; Quarta Turma; Relª Minª Isabel Gallotti; DJE 04/02/2014)
DANO MATERIAL 
DANOS EMERGENTES
 			 	Devida, também, a condenação da Ré na reparação de danos materiais, na ordem dos danos emergentes. 
			 	Segundo enfatizado pela Legislação Substantiva Civil:
Art. 948 - No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
 			 	Nesse compasso, o hospital demandado deverá ser condenado a ressarcir todas as despesas experimentadas com o funeral, jazigo e luto da família, a ser apurado em liquidação de sentença. 
LUCROS CESSANTES 
 				A atual jurisprudência, reportando-se à possibilidade da indenização por danos materiais, no tocante ao pensionamento de família pobre que dependia do fomento da vítima, assim tem se pronunciado, in verbis:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRÂNSITO. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 273, CPC. PENSÃO MENSAL E CUSTEIO DE TRATAMENTO PSICOLÓGICO. MORTE DO MANTENEDOR DA FAMÍLIA. POSSIBILIDADE. MULTA DIÁRIA. APLICABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
1. A tutela antecipada, ou provisória, na lição de Fredie Didier Jr. , "é aquela que dá eficácia imediata à tutela definitiva (satisfativa ou cautelar), permitindo sua pronta fruição. E, por ser provisória, será necessariamente substituída por uma tutela definitiva - Que a confirme, revogue ou modifique", concedida a partir de uma cognição sumária. Assim, exige-se a presença cumulativa de dois elementos indispensáveis à concessão da tutela antecipada, o periculum in mora e o fumus boni iuris. 2. Este Egrégio Tribunal de Justiça vem se manifestando quanto a possibilidade de concessão de pensão mensal, em sede de tutela antecipada, nos casos de reparação de danos decorrentes de acidente automobilístico, mormente quando preenchidos os requisitos do artigo 273, do Código de Processo Civil. Nesse sentido: AI 39119000089, Rel. Des. Roberto Mignone, DJ. 24.07.2012; AI 48119003449, Rel. Des. Eliana Junqueira Munhós Ferreira, DJ. 27.01.2012; AI 17119000044, Rel. Des. Carlos Roberto Mignone, DJ. 29.08.2011.3. Com efeito, os documentos acostados aos autos indicam que houve culpa exclusiva do motorista do ônibus de propriedade da empresa agravante, pela ocorrência do acidente, pois, desgovernado, não teria conseguido realizar a curva, atropelando o ciclista que encontra-se no acostamento ocasionando a morte do cônjuge e genitor das agravadas. 4. Não se olvida, outrossim, que o ciclista vitimado no referido acidente, cônjuge e genitor das agravadas, era o provedor da família, arcando com a maior parte das despesas relativas à subsistência de sua família, eis que sua esposa também trabalhava como professora do Município de Colatina. 5. Nesse sentido, restando demonstrada a verossimilhança das alegações autorais, e o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação caso não seja deferida, neste momento processual, a antecipação de tutela, pois, presumidamente, imprescindível a percepção de pensão mensal para a subsistência do núcleo familiar referente ao aporte financeiro que era prestado pelo falecido, agiu com acerto o Magistrado Singular ao deferir o pleito antecipatório. 6. Considerando a ausência de comprovação do quantum percebido pelo de cujus, deve ser fixada a pensão devida em favor das agravadas em um salário mínimo mensal para cada uma, até ulterior instrução probatória. 7. É devido, outrossim, o custeio do tratamento psicológico ao qual estão submetidas as ora agravadas, em decorrência do trauma sofrido com a perda do cônjuge e genitor em trágico acidente de trânsito. 8. Vale esclarecer é cabível a fixação de multa no caso em exame, na medida em que a referida penalidade é estipulada com o intuito de instar a parte demandada a cumprir provimento judicial, a fim de coibir o retardo injustificado no atendimento da tutela concedida. 9. Recurso conhecido e desprovido. (TJES; AI 0012961-78.2013.8.08.0014; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Álvaro Manoel Rosindo Bourguignon; Julg. 18/02/2014; DJES 26/02/2014) 
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATROPELAMENTO DE INCAPAZ POR COLETIVO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. PENSIONAMENTO E DANOS MORAIS AOS GENITORES. 
A responsabilidade da empresa de ônibus concessionária de serviço público é objetiva em relação a terceiros usuários ou não-usuários do serviço de transporte, prescindindo da prova da culpa pelo evento ocorrido, segundo decorre do art. 37, §6º da Constituição Federal. Assim, a responsabilidade da empresa de transporte coletivo somente pode ser afastada na hipótese de culpa exclusiva da vítima, caso fortuito, força maior. O empregador responde de maneira objetiva pelos danos causados por seu preposto (art. 932, III, e 933 do CC/02). Verbete de Súmula nº 341 do STF. Todavia, não obstante a responsabilidade seja objetiva nestas hipóteses, é possível a discussão da culpa na relação externa com a vítima, tal como sucede no caso concreto. Elementos contidos nos autos que desautorizam afastar a culpa parcial do condutor do coletivo na causação do acidente. Ausência de elementos que permitam majorar a concorrência culposada vítima. Danos morais advindos da perda de filho. Quantum indenizatório fixado na sentença mantido, pois arbitrado em consonância com as peculiaridades do caso em comento, bem assim, proporcionalmente, com os precedentes deste colegiado. Tratando-se de família de baixa renda, é devido pensionamento aos pais pela morte de filho menor, ainda que este, ao tempo do acidente, não exercesse atividade remunerada (Súmula nº 491 do STF) e não obstante a existência de outros filhos. Não havendo na apólice cláusula expressa de exclusão de cobertura pelos danos morais, estão eles compreendidos na rubrica danos corporais. Aplicação do verbete de Súmula nº 402 do STJ. Os valores contidos na apólice deverão ser acrescidos de juros de mora de 1% ao mês desde a data da citação da denunciada, em razão da resistência parcial oferecida. Condenação da denunciada à cobertura da totalidade dos valores que a denunciante vier a despender em razão do julgamento da demanda. Apelações improvidas. (TJRS; AC 189303-72.2013.8.21.7000; Gravataí; Décima Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil; Julg. 26/02/2014; DJERS 11/03/2014)
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATROPELAMENTO EM LINHA FÉRREA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA COMPANHIA FERROVIÁRIA. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 37, §6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INCUMBÊNCIA DO DEVER DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA DA LINHA FÉRREA. INEXISTÊNCIA DE MUROS NO TRECHO EM QUE A COLISÃO OCORREU NA ÉPOCA DOS FATOS. COMPROVAÇÃO DE QUE PEDESTRES CAMINHAVAM LIVREMENTE PELO LOCAL, INCLUSIVE NOS PRÓPRIOS TRILHOS DO TREM. VÍTIMA QUE REALIZAVA A TRAVESSIA EM LOCAL PROIBIDO. CULPA CONCORRENTE RECONHECIDA. DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES. PENSÃO POR MORTE. ARTIGO 948, II, DO CÓDIGO CIVIL. MORTE DE FILHO MAIOR QUE RESIDIA JUNTO AOS PAIS. FAMÍLIA DE BAIXA RENDA. PRESUNÇÃO DE DEPENDÊNCIA. COMPROVAÇÃO DOS RENDIMENTOS DA VÍTIMA POR MEIO DA PROVA ORAL. PENSIONAMENTO FIXADO EM 2/3 DE METADE DOS RENDIMENTOS DA VÍTIMA ATÉ QUANDO ELA COMPLETARIA 65 ANOS DE IDADE OU O FALECIMENTO DOS AUTORES, CONFORME LIMITE IMPOSTO PELO PEDIDO. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL. ARTIGO 475-Q DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. POSSIBILIDADE. SÚMULA N. 313 DO STJ. DANOS EMERGENTES. DESPESAS COM O FUNERAL DA VÍTIMA. COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL DOS GASTOS. REEMBOLSO DA METADE DO VALOR DESPENDIDO PELA FAMÍLIA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. MORTE DO FILHO DOS AUTORES. INDENIZAÇÃO DEVIDA. VALOR INDENIZATÓRIO REDUZIDO. LIDE SECUNDÁRIA. SOLIDARIEDADE ENTRE SEGURADORAS E SEGURADA RECONHECIDA. 
Possibilidade de execução direta e solidária das seguradoras com as corrés na medida em que as denunciadas contestaram o pedido inicial, assumindo a condição de litisconsorte passivo. Cosseguro. Inexistência de solidariedade entre as seguradoras. Distribuição dos riscos entre as denunciadas. Obrigatoriedade de observância dos percentuais fixados na apólice. Recursos das partes parcialmente providos. (TJSP; EDcl 0061641-10.2005.8.26.0100/50000; Ac. 7401601; São Paulo; Trigésima Primeira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Hamid Bdine; Julg. 17/12/2013; DJESP 19/03/2014)
APELAÇÕES CÍVEIS. ACIDENTE DE TRANSITO. ATROPELAMENTO. MORTE DE PEDESTRE. ZONA RESERVADA PARA PASSEIO INTERROMPIDA. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO MUNICÍPIO. CULPA CONCORRENTE, PORÉM EM MAIOR PROPORÇÃO EM RELAÇÃO O MUNICÍPIO. DESÍDIA DO RÉU EM PROMOVER A SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO DO LOCAL. DANOS MATERIAIS E MORAIS. 
1. Tratando-se de ação de reparação em face de acidente de transito decorrente de omissão do ente público, aplicável à espécie a teoria da responsabilidade subjetiva, sendo inaplicável o disposto no art. 37, §6º da Constituição Federal. 2. Culpabilidade: Ainda que a vítima tenha contribuído para o fato - Ao trafegar na pista de rolamento lado a lado com suas amigas -, o contexto decorrente da omissão municipal foi preponderante para a eclosão do lamentável sinistro. Culpabilidade da autora reconhecida em 25%. Inexistência de culpa do co-demandado. 3. Danos materiais: Tem-se por pertinente a majoração da pensão mensal estabelecida em sentença, para o equivalente a 2/3 do salário mínimo nacional - Vigente à época de cada pagamento -, inclusive 13º salário, iniciando-se em 27/04/2012 (data do fato) até a menor completar 25 anos de idade. Precedentes desta câmara. 4. Danos morais: A perda de um dos integrantes da família - No caso, a mãe da autora -, além da dor psíquica inevitável, importa na supressão de força de trabalho a auxiliar a manutenção da entidade familiar. O montante da indenização fixada pelo juízo a quo (R$ 23.250,00) comporta majoração para o valor de R$ 65.000,00, valor que melhor atende ao caráter pedagógico e punitivo da condenação. Apelo da autora parcialmente provido. Apelo do município réu improvido. (TJRS; AC 249559-83.2010.8.21.7000; Gravataí; Décima Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Victor Luiz Barcellos Lima; Julg. 27/06/2013; DJERS 04/07/2013)
				Nesse passo, o entendimento jurisprudencial é no sentido de que deve existir o pensionamento dos familiares. O falecido era o único mantenedor da família, o qual, à época do ocorrido, percebia a quantia de 2(dois) salários mínimos (doc. 46). Os Autores, ademais, não são possuidores de bens materiais substantivos, maiormente quando revelam-se como simples empregados com baixa renda. (docs. 147/149)
 				Quanto ao valor, esse poderá ser inclusive vinculado ao salário mínimo, como se observa do aresto abaixo indicado:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. SÚMULA Nº 7/STJ. VINCULAÇÃO DA PENSÃO AO SALÁRIO MÍNIMO. POSSIBILIDADE. DANOS MORAIS. REVISÃO DO VALOR. 
1. Se as questões trazidas à discussão foram dirimidas, pelo tribunal de origem, de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omissões deve ser afastada a alegada violação ao art. 535 do código de processo civil. 2. Não há cerceamento de defesa quando o magistrado decide de forma suficientemente fundamentada sobre a desnecessidade da prova requerida. Rever tal conclusão implicaria o reexame do conjunto fático-probatório, vedado pela Súmula nº 7/STJ. 3. Conforme a reiterada jurisprudência do STJ, em se tratando de pensionamento decorrente de ato ilícito, é possível a vinculação da pensão ao salário mínimo. Precedentes. 4. A jurisprudência do Superior Tribunal de justiça admite, excepcionalmente, em sede especial, o reexame do valor fixado a título de danos morais, quando ínfimo ou exagerado. Hipótese, todavia, em que a verba indenizatória, consideradas as circunstâncias de fato da causa, foi estabelecida pela instância ordinária em conformidade com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg-AREsp 464.989; Proc. 2014/0012536-5; DF; Quarta Turma; Relª Minª Isabel Gallotti; DJE 09/04/2014)
 			 	Quanto ao termo final do pensionamento urge transcrever as lições de Francisco Ferreira Jorge Neto e Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante, quando, professando acerca dos danos materiais advindos do fato morte, maiormente quanto ao limite de data para o pensionamento pelo ofensor:
“A fixação da pensão corresponde ao lucro cessante na fixação do quantum devido pela reparação do ato ilícito. O valor da prestação será atribuído a quem dependia, em tempo de vida, da vítima, devendo ser pago em até a idade que o falecido normalmente viveria. As parcelas são mensais e não de uma só vez. A jurisprudência, no caso de morte, tem fixado a pensão até a idade de 65 anos. Outros entendimentos jurisprudenciais, com base na data limite da aposentadoria compulsória, têm fixado a pensão em até 70 anos. “ (JORGE NETO, Francisco Ferreira. Direito do Trabalho. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 945)
 				
 					Desse modo, urge identificar que as partes autoras era dependentes do falecido, maiormente por conta do parentesco entre os mesmos (CC, art. 1697), a quem esse devia alimentos. (CC, art. 948, inc. II c/c art. 1694)Por esse norte, compete à Ré pagar indenização mensal (pensionamento) equivalente a dois terços (2/3) do salário percebido na data do episódio, inclusive décimo terceiro, até a data em que ele atingiria 70 anos de idade. Por via reflexa, pede-se a inclusão das autoras na folha de pagamento da ré. 
 					Com respeito às pensões vencidas, essas deverão ser pagas de uma única vez. 					
PEDIDOS E REQUERIMENTOS
 				Diante do que foram expostos, os Autores pleiteiam:
a) Seja a Ré citada para contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria fática estipulada na inaugural;
b) requer a condenação da Promovida a pagar, para ambos os autores, a título de danos morais (ricochete), a quantia equivalente a 500(quinhentos) salários mínimos, valor esse compatível com o grau de culpa, a lesão provocada e a situação econômica de ambas as partes envoltas nesta querela judicial e;
c) também condená-la a indenizar os Autores em lucros cessantes (CC, art. 948, inc. II), com a prestação de alimentos mensais, correspondentes a dois terços (2/3) do salário percebido pelo de cujus a partir da sua morte até a data que esse completaria 70(setenta) anos de idade. Pede-se a inclusão das Autoras na folha da Ré. Quanto às pensões vencidas, requer o pagamento de única vez;
d) requer que os valores mencionados sejam corrigidos monetariamente, conforme entendimento abaixo:
Súmula 43 do STJ – Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.
Súmula 54 do STJ – Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.
d) pede, outrossim, a condenação ao pagamento de despesas com funeral e jazigo, a ser apurado em liquidação de sentença;
e) por fim, sejam os Promovidos condenados em custas e honorários advocatícios, esses arbitrados em 20%(vinte por cento) sobre o valor da condenação;
f) requer, ademais, seja deferida a inversão do ônus da prova, maiormente quando a hipótese em estudo é abrangida pelo CDC, bem assim a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita.
 			 	Com a inversão do ônus da prova, protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos, nomeadamente pela produção de prova oral em audiência, além de perícia e juntada posterior de documentos.
				
 				Dá-se à causa o valor de R$ _____
				Respeitosamente, pede deferimento.
				________, __ de ______ de ____________.
___________________
Advogado OAB

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