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AMEBAS Parasitologia Básica em Enfermagem Profa. Bianca Sub-reino Protozoa Filo Sarcomastigophora Sub-filo Sarcodina (pseudópodes) Classe Loboscea Ordem Amoebida Família Endamoebidae Gênero Entamoeba Entamoeba histolytica Entamoeba coli Entamoeba gingivalis Entamoeba hartmannii Gênero Endolimax Endolimax nana Gênero Iodamoeba Iodamoeba butschlii Família Acanthamoebidae Gênero Acanthamoebidae Acanthamoeba spp. Ordem Schizopyrenida Família Naegleridae Naegleria fowleri Amebíase Meningo encefalite amebiana primária Meningo encefalite amebiana, ulcerações da córnea Não-patogênicas Amebíase: Entamoeba histolytica Importância • Parasito do trato gastrointestinal • Formas: Trofozoíta e Cisto • Distribuição mundial (5-50%), predominância em regiões tropicais • Relacionada à precárias condições de higiene • Transmissão: ingestão de água e/ou alimentos contaminados por cistos • 480 milhões de portadores (maioria assintomáticos) • 40-100 mil óbitos/ano • Formas clínicas: assintomática intestinal e sintomáticas Formas clínicas sintomáticas • Amebíase intestinal invasiva ou colite amebiana aguda ou disenteria amebiana • Amebíase intestinal crônica • Colite amebiana fulminante • Extra-intestinal: hepática, pulmonar, cerebral, cutânea Trofozoíta Ciclo evolutivo da E. histolytica • Transmissão fecal-oral através da ingestão de cistos • Eventual transmissão sexual (contato oral-anal) • Evolui no trato gastrointestinal • Pode atingir outros tecidos • Eliminação de cistos (fezes formadas) e trofozoítas (fezes diarreicas) • Cistos permanecem viáveis por 20 dias E. histolytica no trato gastrointestinal do homem • Ingestão dos Cistos • Desencistamento no íleo: a 37oC e meio anaeróbio • 8 amebas uninucleadas (forma metacística) evoluem a Trofozoítas Geração de cistos e expulsão nas fezes Trofozoíta forma magna: penetração na mucosa, disseminação e necrose Características da E. histolytica Forma invasiva ou patogênica (Trofozoíta forma magna) 20-30 mm (até 60 mm) Rara nas fezes, exceto na diarréia Ectoplasma periférico hialino Endoplasma central granuloso com 1 núcleo e vacúolos (contendo hemácias ou outras células) Cariossomo (ponto central e escuro no núcleo) Forma não-invasiva ou não- patogênica (Trofozoíta forma minuta) 10-20 mm Encontrada em fezes líquidas Capaz de produzir cistos Ativa, emite pseudópodes Ectoplasma pouco abundante com vacúolos contendo bactérias Características da E. histolytica Cisto 10-15 mm (média 12 mm) Esférico, refringente e hialino Parede com duplo contorno Cisto jovem: 1 núcleo, vacúolos de glicogênio, corpos cromatóides (= aspecto em bastão, ribonucleoproteínas) Cisto maduro: 4 núcleos, ausência de glicogênio e corpos cromatóides Trofozoíta minuta, cariossoma central Trofozoíta em divisão, com placa equatorial e massas polares Cisto com 1 núcleo, corpos cromatóides Cisto com 2 núcleos Forma Assintomática intestinal = amebíase intestinal não- invasiva • 90% dos casos • Reservatório do parasito • Presença de cistos nas fezes = tratamento • Ausência de anticorpos Formas clínicas e sintomatologia Formas sintomáticas Intestinal: 1) Amebíase intestinal invasiva ou colite amebiana aguda ou disenteria amebiana 2) Amebíase intestinal crônica 3) Colite amebiana fulminante Extra-intestinal: hepática (necrose de coagulação, “abscesso hepático”), pulmonar, cerebral, cutânea Patogenia: • Ataca células epiteliais da mucosa intestinal • Ação lítica sobre outras células (necrose) e ulcerações • Raras células inflamatórias • Produção de enzimas (ex: hialuronidase ) 1) Amebíase intestinal invasiva ou colite amebiana aguda ou disenteria amebiana 2) Amebíase intestinal crônica • Semelhante à disenteria bacteriana • Dor abdominal, febre, calafrios • Aumento na frequência de evacuações • Fezes líquidas, com presença de muco e sangue • Presença de anticorpos séricos • Ulcerações (“em botão de camisa” ou “gargalo de garrafa”) • Após 4-5 dias, pode evoluir para a fase crônica (Amebíase intestinal crônica): fadiga, perda de peso, aumento na frequência de evacuações, desconforto abdominal, ligeira dor, mucosa congesta com múltiplas ulcerações 3) Colite amebiana fulminante • Gestantes e pós-parto, imunossuprimidos (ex: medicamentos) • Diversas ulcerações no colo, podendo haver perfuração • Febre, dor em todo o abdôme, peritonite, cólicas fortes, evacuações muco-sanguinolentas Complicações da forma sintomática intestinal da amebíase 1) Perfuração: rara, associada à peritonite 2) Hemorragia: pequena e persistente em ulcerações, pode levar à anemia 3) Apendicite: mesmos sinais e sintomas da apendicite bacteriana, há presença de sangue nas fezes diarreicas 4) Ameboma: + frequente, nos casos crônicos, granuloma firme e com ulcerações, localiza-se na parede anorretal e no ceco, pode levar à obstrução, escassas amebas (dificuldade no diagnóstico, que deve ser sorológico e associado à resposta terapêutica) Diagnóstico Clínico: • A forma aguda exibe sintomatologia não-específica, ou comum a outras situações de diarréia. Para tal, é necessário: Laboratorial: • Pesquisa em fezes líquidas: trofozoítas • Pesquisa em fezes formadas: cistos • Pesquisa em outros materiais: trofozoítas em material aspirado ou de ulcerações cutâneas • Imunodiagnóstico: testes sorológicos, como o ELISA • Exames de imagem: abscessos 1) Quadro clínico compatível 2) Demonstração da presença do parasito 3) Exame sorológico positivo 4) Resposta favorável à terapêutica Imagens de E. histolytica em fezes Profilaxia e controle • Recursos humanos competentes para diagnóstico e orientação das medidas de controle • Vigilância epidemiológica: identificação e tratamento dos doentes • Educação sanitária: higienização das mãos, não roer unhas, unhas curtas, alimentos higienizados e cozidos • Saneamento ambiental: água potável e tratamento de esgotos • Controle dos sinantrópicos Tratamento Nos casos de disenteria: • Repouso • Reposição de líquidos • Dieta rica em proteínas e vitaminas, e pobre em carboidratos • Forma hepática: drenagem do abscesso (aspiração) • Medicamentos que atuem: Na luz do intestino: Nos tecidos : • Ação sobre trofozoítas • Dicloracetamidas – são quase insolúveis em água e pouco absorvidos na mucosa • Ex: Teclosan, Furamida ou Furoato de diloxamida, Etofamida, Clefamida • Atuação sobre formas sintomáticas, sendo absorvidos pelo intestino • Ex: Secnidazol (2g dose única), Metronidazol (500mg, 3x/dia, 5 dias), Tinidazol (2g/dia, 2 dias), Ornidazol (500mg, 2 doses, 5-10 dias), Nimorazol ou Nitrimizina(40mg/kg/dia, 5-10 dias) • Ex: Nitazoxanida (500mg, 12/12h, 3 dias Outras amebas presentes no homem Entamoeba hartmannii Entamoeba coli • Distribuição mundial, prevalente em regiões temperadas • Não desenvolve ação patogênica; vive na luz do intestino fagocitando bactérias e fungos • É confundida com E. histolytica • É uma das menores amebas • Distribuição mundial • Trofozoítas vivem no intestino grosso, onde se nutrem de bactérias e restos alimentares • Não é patogênica Trofozoíta, cariossoma puntiforme Cisto, 1-4 núcleos Trofozoíta grande, cariossomo excêntrico, granulações grosseirasCisto, até 8 núcleos Endolimax nana Iodamoeba butschlii • Uma das menores amebas intestinais • Não é patogênica • Contém vacúolos com fungos e bactérias fagocitadas • Ampla distribuição geográfica • Não-patogênica • Encontrada também no porco • Contém vacúolos bactérias fagocitadas Outras amebas presentes no homem Trofozoíta, cariossoma irregular Cisto elíptico, 4 núcleos Trofozoíta, grande cariossoma Cisto, 1 núcleo, cariossoma excêntrico, grande vacúolo de glicogênio
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