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RESUMO CIVIL IV AV1

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(Dissertativa) 
TEORIA DA POSSE: 
TEORIA SUBJETIVA DE SAVIGNY: posse é o poder que tem a pessoa de dispor fisicamente de uma coisa, com a 
intenção de tê-la para si e de defende-la contra a intenção de outrem. – “Estar em posse da coisa e agir como se 
proprietário fosse” (Corpus + Animus). 
TEORIA OBJETIVA DE IHERING: para que a posse seja constituída basta dispor fisicamente da coisa, posse é o 
exercício da propriedade – “corpus” 
(TEORIA UTILIZADA NO DTO BRASILEIRO – ART. 1.196, CC) 
 
(Objetivas) 
1) POSSE – FRUTOS: 
BOA-FÉ: tem direito aos frutos percebidos – devem ser restituídos os frutos pendentes ao cessar a boa-fé, 
depois de deduzidas as despesas de produção e custeio. – Não responde pela perda ou deterioração da coisa 
que não der causa (art. 1217, CC) 
MÁ-FÉ: responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua deixou de 
perceber, mas mesmo de má-fé terá direito apenas ao ressarcimento das benfeitorias necessárias; não lhe 
assiste o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
 
BENFEITORIAS NECESSÁRIAS ÚTIL VOLUPTUÁRIA (LUXO) 
BOA-FÉ Indenização + direito de 
retenção 
Indenização + direito de 
retenção 
Indenização - Sem 
direito de retenção 
MÁ-FÉ 
Não tem direito a 
retenção 
Apenas restituição pelo 
gasto 
Não tem restituição Não tem restituição 
 
• As benfeitorias podem ser compensadas com os danos. 
SÚMULA 158, STF – Salvo estipulação contratual averbada no registro imobiliário, não responde o 
adquirente pelas benfeitorias do locador. 
 
2) AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE 
- MÓVEL: pela tradição 
- IMÓVEL: pelo registro de títulos de imóveis 
 
3) POSSE DIRETA: quem tem a coisa em seu poder, não afeta a condição jurídica de proprietário – Ex.: locatário 
POSSE INDIRETA: proprietário do bem – Ex.: locador 
DETENÇÃO: detentor: conserva a posse em nome de outrem, cumprindo suas ordens e instruções – Ex.: 
caseiro 
 
4) CONCEITO DE POSSE DE BOA-FÉ: se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da 
coisa. Parágrafo Único: O possuidor com o justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em 
contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. (Não for violenta, clandestina ou 
precária) 
 
5) VÍCIOS DA POSSE: 
OBJETIVOS: violenta, clandestina e precária – AÇÕES: FAZER A POSSE INJUSTA 
SUBJETIVOS: boa-fé(LEGAL) e má-fé(ILEGAL). 
5.1 – Vícios objetivos 
Os vícios objetivos são aqueles que estão associados à aquisição da posse. Os vícios objetivos são: a 
clandestinidade, a violência e a precariedade. A existência de quaisquer desses vícios faz da posse injusta, já a 
posse livre de quaisquer dos vícios apresentados faz da posse uma posse justa. 
5.1.1 – Posse clandestina 
Segundo Venosa (2004, p.77): “posse clandestina é aquela obtida à socapa, às escondidas, com subterfúgios, 
estrategemas, manhas, artimanhas e ardis.” 
Vejamos a lição do ilustre doutrinador Cesar Fiuza (2008, p.506): 
Posse clandestina é a que se constitui às escondidas. É a posse do invasor que se apossa de terreno sem o 
conhecimento do dono. É a posse do ladrão que furta. A mesma regra da posse violenta se aplica à posse 
clandestina. Por outras palavras, passados um ano e um dia, sem que o legítimo possuidor tome providências 
no sentido de recuperar a posse perdida, a tença clandestina se convalesce de seu vício, tornando-se posse ad 
interdicta e merecendo, consequentemente, proteção possessória. 
A posse clandestina, não assegura ao possuidor direitos possessórios, uma vez que, a clandestinidade por si só, 
configura uma situação de aquisição viciada. Vejamos uma jurisprudência acerca do assunto que corrobora com 
tal entendimento: 
APELAÇÃO REINTEGRAÇÃO DE POSSE INDIVIDUALIZAÇÃO DO BEM REQUISITOS LEGAIS POSSE PRIMITIVA PROVA 
ESBULHO DATA POSSE CLANDESTINA MÁ-FÉ MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. - Individualização do bem: princípio 
de presunção do sistema registral prevalência da realidade fática (presunção relativa), em face do notável erro 
na transcrição imobiliária. Objeto bem delineado pelo MM. Magistrado, irresignação que pretende alterar a 
veracidade dos fatos conduta inadmissível; - Preenchimento regular dos requisitos legais à tutela possessória 
(artigos 333 e 927, ambos do Código de Processo Civil): posse anterior e esbulho possessório; - Posse 
clandestina boa-fé repelida. Inteligência do artigo 1.201, do Código Civil a ciência de vício na aquisição da coisa 
não permite a tutela jurídica da cadeia possessória evidenciada; - Manutenção da decisão por seus próprios e 
bem lançados fundamentos artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo; RECURSO 
NÃO PROVIDO. (TJ-SP - APL: 01896529020108260000 SP 0189652-90.2010.8.26.0000, Relator: Maria Lúcia 
Pizzotti, Data de Julgamento: 30/06/2014, 20ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 03/07/2014) 
5.1.2 – Posse violenta 
Segundo a posse violenta vejamos as palavras de Beutler (2012, p. 45): “A posse violenta caracteriza-se pelo uso 
da força, que pode ser fisica ou ameaça moral. Essa, por sua vez, causa medo na vitima.” 
Vejamos o ensinamento de Gonçalves (2012, p.86): 
A violência pode ser física ou moral, aplicando-se-lhe os princípios que se extraem da doutrina da coação, 
apenas cuidando em adaptá-los. A coação deve, porém, ser exercida diretamente, no ato do estabelecimento 
da posse. As ameaças de toda sorte, que tenham como consequência o abandono da posse por parte de quem 
as sofreu, devem ser equiparadas à violência material, e tornam viciosa a posse assim adquirida. A violência 
estigmatiza a posse, impedindo que a sua aquisição gere efeitos no âmbito do direito. Ainda que exercida pelo 
proprietário, deve a vítima ser reintegrada, porque não pode o esbulhador fazer justiça pelas próprias mãos. 
Tartuce (2011, p.271) cita como exemplo de posse violenta a invasão de uma fazenda, com depredação, nas 
palavras do doutrinador, pode-se dizer que a posse violenta se assimila ao crime de roubo. 
5.1.3 – Posse precária 
A posse precária é aquela advinda do abuso de confiança, onde aquele que deveria devolver a coisa não o faz, 
exemplo: comodatário de posse do imóvel não o devolve ao comodante. 
Quanto ao convalescimento da posse clandestina há duas correntes: a primeira diz que há o convalescimento 
da posse quando existir a boa-fé. A segunda é a chamada doutrina da interversão da posse, onde a posse 
convalesce em decorrência da mudança no modo de agir do detentor, de modo que ele passa a agir como 
proprietário e do real proprietário que permanece inerte, nada faz. 
Conforme tal corrobora a seguinte jurisprudência: 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DIREITO CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. POSSE DEMONSTRADA. CONTRATO DE 
COMODATO. ESBULHO POSSESSÓRIO CONFIGURADO. POSSE PRECÁRIA. AGRAVO PROVIDO. 1. Demonstrada a 
posse indireta da parte requerente, decorrente de contrato de comodato, assim como o esbulho possessório, 
exteriorizado pela posse precária do réu que se recusa a desocupar o imóvel após ter sido notificado, torna-se 
imperativa a concessão da liminar de reintegração de posse pleiteada na inicial da possessória. 2. Agravo de 
instrumento à que se dá provimento. (TJPR, AI - 606887-3 Rel.: Francisco Jorge, J. 04.11.2009). 
5.2 – Vícios subjetivos 
Estão relacionados à conduta pessoal do possuidor, vinculados ao psicológico, ligados subjetivamente ao 
possuidor, de modo que a ocorrência do vicio subjetivo advém do saber, do conhecimento do proprietário de 
algum impedimento ou obstáculo para que este adquira a posse. De modo que, este pode estar de boa-fé, não 
há vicio, ou de má-fé, quando há vicio subjetivo. 
5.2.1 – Posse de má-fé 
A posse de má-fé ocorre quando o possuidor sabe, é ciente de que sua posse é eivada de ilegalidade, que sua 
posse é ilegítima. 
Conformepositiva o Código Civil de 2002 em seu art. 1.202: “a posse de boa-fé só perde este caráter no caso e 
desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui 
indevidamente.”. 
Agora passemos a lição de Venosa (2009, p. 73): 
Em matéria de posse não se configurará a posse de boa-fé quando a ignorância derivar de circunstâncias 
facilmente perceptíveis pelo comum dos homens. Também ali concluímos que, em determinadas circunstâncias, 
o erro (e também a ignorância) de direito, de lei cogente, pode caracterizar posse de boa-fé, enquanto não 
alertado ou não ficar ciente o possuidor. 
Conforme se vê, é perfeitamente possível que a posse de boa-fé, torne-se de má-fé, por exemplo, quando o 
possuidor desconhece o vicio e toma conhecimento, por ex. Através da citação de uma ação possessória, 
ajuizada pelo proprietário, com a ciência do vicio, aquele possuidor que inicialmente era possuidor de boa-fé, 
transforma-se em possuidor de má-fé. 
A distinção entre a posse de boa-fé e posse de má-fé é de suma importância, uma vez que, há tratamento 
diferenciado no tocante a indenização de benfeitorias, há também diferença de tratamento quanto ao direito 
de retenção, quanto aos frutos. Tais distinções serão vistas em momento oportuno. 
Vejamos senão exemplos de posse de ma-fé: adquirente visando obter vantagem possui algo sabendo ser 
produto de roubo, em virtude do bem ser mais barato em relação ao preço praticado no mercado. Outro 
exemplo é a posse de uma fazenda por meio de invasão, ocupação, sabendo que esta pertence a outrem. 
5.2.2 – Posse de boa-fé 
A posse de boa-fé se configura quando o possuidor ignora qualquer tipo de vicio ou obstáculo à sua posse. 
Conforme tal vejamos a seguinte lição de Lisboa (2012, p. 66): 
Considera-se de boa-fé o possuidor: 
a) que está convencido de que se encontra legitimamente na posse da coisa; 
b) que já possua o bem por tempo equivalente ao exigido por lei para usucapião [...]; ou 
c) tenha se apropriado de res derelicta, isto é, coisa abandonada. 
Para ser considerado de boa-fé, o possuidor deve acreditar fielmente que é legitimo possuidor do bem. A este é 
dado o direito de retenção, quando este realizar benfeitorias no bem de que tem a posse. Para elucidar tal 
entendimento, segue jurisprudência acerca do tema: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. COMODATO VERBAL. NOTIFICAÇÃO 
EXTRAJUDICIAL. NÃO DESOCUPAÇÃO. POSSE DE BOA-FÉ. BENFEITORIAS. DIREITO DE RETENÇÃO. ART. 1.219 DO 
CÓDIGO CIVIL. LIMINAR INDEFERIDA. DECISÃO MANTIDA. - Se a Agravada é possuidora de boa-fé e alega existir 
benfeitorias, objeto da ação de dissolução da união estável, realizadas no imóvel ao longo de 09 (nove) anos de 
comodato, tenho como medida inerente ao poder cautelar geral que se preserve a Recorrida no imóvel, 
garantindo-lhe o direito de retenção do bem até a restituição dos valores despendidos (art. 1.219, do Código 
Civil). (TJ-MG - AI: 10702130292858001 MG, Relator: José Marcos Vieira, Data de Julgamento: 27/03/2014, 
Câmaras Cíveis / 16ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 07/04/2014) 
Ainda acerca da posse de boa-fé esta pode ser real, quando efetivamente não há vicio. Pode ainda ser 
presumida, quando o possuidor for, p. Exemplo., possuidor de justo titulo. Vejamos a seguir um exemplo de 
posse de boa-fé: o possuidor tem em mãos a escritura de seu imóvel mas desconhece que essa é eivada de 
vicios, ele tem completa convicção de que o documento é legal, de que este não possui qualquer mácula. 
Podemos ver ainda o seguinte exemplo: possuir, adquirir um bem de um amigo sem ter consciência de que o 
bem adquirido é fruto de roubo, o adquirente em virtude da confiança, acredita piamente que o bem é daquele 
que se disse possuidor e adquire o bem sem suspeitar de qualquer vício ou ilícito. 
A importância maior entre a distinção entre a posse de boa-fé e a posse de má-fé concentra-se no tratamento 
diferenciado que é dispensado a estes. Enquanto o possuidor de boa-fé tem direito a restituição das 
benfeitorias úteis e necessárias, bem como o levantamento das voluptuárias que não lhes forem ressarcidas e 
que sejam passiveis de retirada sem deterioramento do bem, ao possuidor de má-fé é dado o direito ao 
ressarcimento apenas das benfeitorias necessárias realizadas. 
Ademais, ao possuidor de boa-fé é dado o direito aos frutos percebidos, o possuidor de má-fé responde pelos 
frutos percebidos, pelos colhidos, bem como por aqueles que se perderam por sua culpa. É distinto ainda o 
tratamento a estes no tocante ao direito a retenção, visto que este só assiste ao possuidor de boa-fé. 
 
 
6) EFEITOS DA POSSE – AÇÃO POSSESSÓRIA: só quem tem a posse pode entrar com ação possessória. 
LEMBRANDO: detentor não tem a posse, portanto não tem direito a entrar com ação possessória. 
 
Os meios de defesa da posse são as ações possessórias (manutenção e reintegração de posse), interditos 
possessórios e a autodefesa. 
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação (perturbação/incomodo), restituído no 
de esbulho (terceiro que se apodera ilegitimamente em decorrência do uso de violência, clandestinidade ou 
precariedade), e assegurado de violência eminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
Proteção Possessória 
Um dos efeitos da posse é justamente o direito aos interditos, como previsto nos artigos 1.210 e 1.211 do 
Novo Código Civil. O Código de Processo Civil disciplina como ações possessórias típicas, à ação de reintegração 
de posse, a de manutenção da posse, e o interdito proibitório. Os embargos de terceiros, e a nunciação de 
obra nova não são consideradas ações tipicamente possessórias. O que determina o caráter possessório da 
ação não é o pedido, mas a causa de pedir. Somente será possessória, a ação que tem por fundamento a posse. 
Se o autor disputa a posse com fundamento no domínio, a ação será petitória, e não, possessória, como por 
exemplo, ação reivindicatória que é uma ação petitória, e ação de imissão da posse. 
Diante do esbulho que é uma agressão que faz cessar a posse do autor cabe ação de reintegração de posse (a 
doutrina chama de ação de força espoliativa). 
Havendo turbação, agressão que apenas embaraça o exercício da posse, cabe ação de manutenção da posse 
(na doutrina é ação de força turbativa). 
O interdito proibitório é cabível para corrigir agressões que ameaçam a posse. Essa ação tem caráter 
preventivo, pois busca impedir a concretização da turbação ou do esbulho. 
Os interditos são diferenciados no Código de Processo Civil levando-se em conta as providências a serem 
adotadas em juízo diante da agressão à posse. 
Fungibilidade das Ações Possessórias 
Diante do disposto no artigo 920 do Código de Processo Civil, admite-se a conversibilidade dos interditos, o 
juiz pode outorgar proteção possessória que seja adequada ao caso concreto, cujos requisitos estejam 
presentes embora o autor tenha formulado um pedido diverso. 
A ideia é permitir a concessão da tutela pertinente e idônea diante da possibilidade de alteração do estado de 
fato no curso da lide. 
Cumulação de Pedidos 
Ao pedido possessório podem ser cumulados outros pedidos como prevê o artigo 921 do Código de Processo 
Civil. 
Competência 
Tendo por objeto coisa móvel, a ação possessória deve ser ajuizada no foro do domicílio do réu. Versando 
sobre imóvel, observa-se a competência do foro da situação da coisa litigiosa como dispõe o artigo 95 do 
Código de Processo Civil. 
Trata-se de competência absoluta, pelo critério objetivo material. 
Admite-se ação possessória no Juizado Especial Cível como prevê os artigos 3º, IV e 4º da Lei 9.099/95. 
Natureza Dúplice das Ações Possessórias 
O Código de Processo Civil, no artigo 922 admite que o réu formule em seu favor pedido contraposto ao do 
autor. O réu pode pleitear em seu favor aproteção possessória, além de indenização pelos prejuízos 
frequentes para eventual agressão à posse praticada pelo autor. Autor e réu ocupam simultaneamente 
posições subjetivas na relação processual, pois o réu pode obter como consequência direta da rejeição do 
pedido do autor, a tutela da sua posse independente de reconvenção. 
Deve haver pedido expresso na contestação para que se aplique a regra do artigo 922 do Código de Processo 
Civil. 
Exceção de Domínio 
No juízo possessório discute-se apenas o direito a posse como tutela de mero fato. Não se admite debate a 
respeito do domínio da coisa, salvo se ambos os litigantes disputam a posse alegando propriedade, ou ainda, 
quando duvidosas ambas as posses como dispõe a súmula 487 do Supremo Tribunal Federal. 
Já no juízo petitório a pretensão reduzida tem por fundamento o direito de propriedade. 
Consagra-se então, a autonomia da posse perante a propriedade, não podendo ser negada a reintegração ou 
a manutenção ao verdadeiro possuidor, pelo simples fato de alguém alegar e provar o domínio sobre a coisa 
legitimamente possuída por aquele como prevê o artigo 1.210, § 2º do Novo Código Civil. 
Não se pode então utilizar a exceção de domínio como matéria de defesa, em uma ação possessória como 
reza o artigo 923 do Código de Processo Civil. A consequência imediata do dispositivo será que o possuidor, 
não proprietário, que uma vez ajuizada a ação possessória, poderá pedir a recuperação da coisa pelo legítimo 
dono. 
Este não poderá recorrer ao juízo petitório enquanto a possessória não tiver sido julgada em definitivo. O 
objetivo da vedação legal seria impedir que a ação voltada ao reconhecimento do domínio possa retardar ao 
julgamento do pedido possessório. A doutrina e a jurisprudência têm reagido contra essa norma. Acórdãos do 
Supremo Tribunal Federal vêm aceitando que apenas na pendência de processo possessório fundado na 
alegação de domínio é defeso as partes mover ação de reconhecimento de domínio. Pode ser ação de 
usucapião ou reivindicatória. 
Procedimento das Ações Possessórias 
O procedimento da ação possessória é determinado por circunstâncias de natureza temporal. Se a ação é de 
força nova, ou seja, é proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho, observa-se o rito especial dos 
artigos 926 a 931 do Código de Processo Civil. Se a ação de for de força velha, ou seja, proposta a mais de ano 
e dia, após a violação da posse observa-se o procedimento comum (ordinário ou sumário dependendo do valor 
da causa). 
Tratando-se de interdito proibitório, o procedimento será sempre especial de acordo com os artigos 932 e 933 
do Código de Processo Civil. 
Não se pode falar em força nova ou força velha em relação ao interdito, pois a ameaça de violação à posse 
deve ser necessariamente atual. Nas ações de força velha não incide o disposto nos artigos 928 e 929 do 
Código de processo Civil que autoriza a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração da 
posse, mas o autor pode obter a tutela antecipada nas ações de força velha com fundamento no artigo 273 do 
Código de Processo Civil. 
A concessão da tutela liminar pode ficar condicionada a prestação de caução real ou fidejussória. A caução 
pode ser exigida se o réu provar que o autor carece de idoneidade financeira para responder por perdas e 
danos caso venha decair do pedido. 
Nos processos possessórios não há instauração de execução autônoma para efetivação da sentença, ou seja, 
não há instância executiva somente. A posse é mantida ou restituída ao vencedor da ação mediante simples 
expedição de mandado ocorrendo então na mesma relação processual atividade jurisdicional de cognição e 
execução. 
Fala-se que ação possessória é executiva “lato sensu”. Dessa forma, não se admite oposição de embargos em 
face da efetivação da sentença. 
Se o demandado (o réu) tem benfeitorias a indenizar e pretende exercer o direito de retenção deve suscitar o 
tema na contestação. O direito de retenção deve ser reconhecido na sentença da ação possessória, o réu 
poderá se valer dos embargos de retenção após a sentença, pois esses embargos são cabíveis apenas na 
execução para a entrega da coisa fundada em título extrajudicial como reza o artigo 744 do Código de Processo 
Civil. 
Procedimento das Ações de Manutenção e Reintegração na Posse 
O procedimento é idêntico nas duas ações, embora os seus objetivos sejam diferentes. 
De acordo com o artigo 927 do Código de Processo Civil, o autor deve: 
1º) demonstrar a posse anterior sobre a coisa; 
2º) a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
3º) a data em que a posse foi violada; 
4º) a preservação da posse, embora turbada em se tratando de ação de manutenção e a perda da posse em 
se tratando de ação de reintegração. 
Se houver prova pré-constituída da presença dos requisitos legais (prova literal) cabe deferimento da medida 
liminarmente “inaudita altera pars” em se tratando de ação de força nova. O réu pode manifestar agravo de 
instrumento contra essa decisão liminar. 
Se não houver prova pré-constituída, os fatos mencionados no artigo 927, faculta-se ao autor, a justificação 
prévia devendo o réu ser citado para comparecer à audiência de justificação. 
Nessa hipótese, o juiz não defere de plano o mandado liminar. 
Na audiência o autor produzirá prova testemunhal podendo o réu, por meio de advogado contraditar as 
testemunhas e formular perguntas. 
Entende-se que o réu não pode produzir prova oral nesta audiência. Não estamos diante de audiência de 
instrução e julgamento colhendo-se a prova apenas para fornecer ao juiz elementos para a apreciação do 
pedido de liminar. 
Se for acolhida da justificação, o juiz determinará a imediata expedição do mandado de reintegração ou de 
manutenção. Rejeitada a justificação, a medida liminar será negada prosseguindo-se com a instauração de 
contraditório. 
Cabe agravo de instrumento contra a decisão de juiz. 
Se a ré é pessoa jurídica de direito público não cabe indeferimento de liminar sem prévia audiência de seu 
representante judicial como dispõe o artigo 928, § único do Código de Processo Civil. 
Não sendo designada audiência de justificação, concedida ou não a liminar de plano, o réu será citado para 
apresentar resposta em 15 dias. 
Se for realizada a audiência de justificação o réu já terá sido citado passando a fluir o prazo de 15 dias para 
resposta da data que foi intimado da decisão que deferir ou não a medida liminar. 
Entende-se que se o réu não comparecer à audiência de justificação e nem se fez representar por advogado 
apesar de validamente citado considera-se intimado da decisão a ser proferida iniciando-se desde logo o prazo 
para resposta. A questão é controvertida. 
Se o réu foi citado pessoalmente e pautou-se pela revelia aplica-se o artigo 330, II do Código de Processo Civil. 
Se o réu foi citado por edital ou hora-certa, o juiz deve nomear curador especial para apresentar contestação. 
Contestado ou não o pedido, o juiz deverá verificar se é caso ou não de extinção do processo ou julgamento 
antecipado de acordo com os artigos 329 e 330 do Código de Processo Civil. Caso contrário deverá observar o 
artigo 331 do Código de Processo Civil. 
Na contestação, o réu pode postular a proteção possessória em seu favor, além da composição de perdas e 
danos, assim em princípio não cabe reconvenção. 
Podem ser apresentadas, no entanto, as exceções instrumentais como prevê o artigo 304 do Código de 
Processo Civil. 
 
 
7) PROPRIEDADE: 
PROPRIETÁRIO DE BEM IMÓVEL – REGISTRO DE TÍTULO DE IMÓVEIS 
PROPRIETÁRIO DE BEM MÓVEL – POSSE DO BEM – ENTREGUE PELA TRADIÇÃO 
POSSUIDOR (tem o direito de fato – a posse) / POSSE JUSTA = SE NÃO FOR VIOLENTA, CLANDESTINA OU 
PRECÁRIA 
POSSE INJUSTA 
 
8) PROPRIEDADE DO SOLO, SUBSOLO E AÉREO: A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolocorrespondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a 
atividades que sejam realizadas por terceiros, a uma altura ou profundidade, tais que não tenham ele interesse 
legítimo. A propriedade do solo não abrange jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de 
energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por lei especial. 
O proprietário tem direito a explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil. 
TESOURO: O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por 
igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.

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