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semana 15

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE 
EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DA CAPITAL DE PELOTAS. 
 
 
 
Processo de execução número....
 WILLIAN VONNER DA SILVA, já qualificado no processo de execução às fls... , por meio de seu advogado formalmente constituído que a esta subscreve, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável decisão que negou o pedido de progressão de regime, conforme fls. ..., interpor tempestivamente o presente
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Com fundamento no artigo 197 da Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais. 
Requer a realização do juízo de retratação, em sendo mantida 
a decisão atacada, seja o presente recurso encaminhado a superior instância 
para o devido processamento e julgamento. 
 
 Nesses termos, 
 Pede deferimento. 
 
Local..., ... de ... de ...
Advogado
OAB/UF
RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÕES
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDA CÂMARA 
EMÉRITOS DESEMBARGADORES 
RECORRENTE: WILLIAN VONNER DA SILVA
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO 
PROCESSO nº: ... 
 
 
 
I-DOS FATOS
 
 Em Primeira Instância, o agravante restou condenado, pela prática do crime previsto no artigo 121§ 2°, inciso I do Código Penal Brasileiro. 
 	 Na sentença condenatória a pena privativa de liberdade cominada foi de 12 anos de reclusão a ser cumprida em regime inicial fechado. 
 O agravante foi recolhido ao presídio em 01 de fevereiro de 2014, data na qual iniciou o cumprimento da pena. O agravante sempre ostentou bom comportamento na casa carcerária, trabalhando cinco dias por semana, desde junho de 2015, no setor administrativo do presídio.
 
 	Desta maneira, peticionou ao juízo da execução em 02 de maio de 2016, requerendo a progressão de regime. Em 17 de maio de 2016 foi publicada no Diário Oficial a seguinte decisão: Vistos. Nego o pedido de progressão de fls. pois, muito embora estejam presentes os requisitos subjetivos o apenado não adimpliu o requisito objetivo indispensável, eis que condenado por crime hediondo. 
 
II- DIREITO 
 
 	De acordo com o Código Penal e a LEP, a pena do condenado deve ser aplicada de forma progressiva, ou seja, o condenado que obedecer aos requisitos legais poderá passar de um regime mais rigoroso para outro menos rigoroso. Os requisitos são dois: um objetivo e outro subjetivo. 
 		O requisito objetivo consiste no cumprimento de determinada parcela da pena no regime anterior para possibilitar a progressão. Regra geral: é necessário o cumprimento de um sexto da pena (LEP, art. 112). No caso de crime hediondo ou equiparado, o condenado primário deve cumprir dois quintos da pena, enquanto que o reincidente deve cumprir três quintos (Lei 8.072/90, art. 2°, § 2°, com a redação dada pela Lei 11.464/2007). 
 		O requisito subjetivo diz respeito ao mérito do condenado, ou seja, à sua capacidade de se adequar a um regime menos rigoroso. Na redação original do art. 112 da LEP, eram necessários o exame criminológico e o parecer da Comissão Técnica de Classificação para a progressão de regime. A decisão do juiz não estava vinculada a eles, mas era, com grande frequência, baseada na palavra dos especialistas. Porém, como poucos estabelecimentos prisionais contavam com corpo técnico adequado, a análise do candidato à progressão era feita de maneira bastante precária. Por isso, a Lei 10.792/2003 aboliu esses requisitos, exigindo apenas bom comportamento carcerário, atestado pelo diretor do estabelecimento. Alguns juízes ainda requerem o exame criminológico, mas o entendimento predominante na jurisprudência é de que, agora, apenas pode se exigir o atestado de bom comportamento.
 		A Lei de Execução Penal (Lei 7210/84), em seu art. 112, prevê a progressão para pena privativa de liberdade para o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário.
 		Contudo, a nova redação passou a exigir para réu primário o cumprimento de 2 /5 da pena, e, para reincidente, 3/5.Tal modificação dificulta a possibilidade de progressão.
 		Cabe dizer, que a modificação, por ser mais benéfica, retroagirá em favor do réu, ou seja, mesmo para os crimes praticados antes da entrada em vigor da nova lei será aplicada a recente regra, em que o condenado responderá o processo em liberdade, com exceção de casos de necessidade devidamente fundamentada.
 		Porém, o mesmo não acontece com a progressão da pena que passou a ter prazo maior para sua concessão, e por isso não retroagirá, isto é, para os crimes praticados anteriormente vale o prazo da LEP
(Art.112 - já citado).
III- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, pleiteia-se o provimento do recurso e a reforma da decisão para que seja decretada a progressão de regime para o agravante, com base no artigo 112 da Lei de Execuções Penais. 
 
 Nesses termos, 
 Pede deferimento. 
 
Local..., ... de ... de ...
Advogado
OAB/UF

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