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RITMO E DANÇA - Unidade II - LIVRO TEXTO - Educação Física UNIP

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RITMO E DANÇA
Unidade II
5 A DANÇA
O objetivo desta unidade é destacar a linguagem da dança como expressão corporal e cultural e suas 
relações com a Educação Física.
A dança? Não é movimento,
súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado…
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas (ANDRADE, 1964, p. 366).
5.1 Definindo conceitos
A dança é uma forma de manifestação artística que está diretamente ligada ao contexto social, 
político e religioso do meio em que está inserida.
Dalcroze dizia que a dança é a arte de expressar emoções com o auxílio dos movimentos rítmicos 
(ARTAXO NETO; MONTEIRO, 2008). 
“A dança é um meio de conhecimento introspectivo e do mundo exterior” (GARAUDY, 1980).
“A dança é movimento, é a resultante de uma sucessão de poses. São movimentos voluntários 
harmoniosos, rítmicos, com fim neles mesmos. É um movimento colocado em forma rítmica e espacial, 
uma sucessão de movimentos que começa, se desenvolve e é finalizado” (GUILLOT, 1974).
“Dança é uma arte articulada com princípios, valores, ideologia, filosofia, numa perspectiva de 
expressão humana, revitalizadora e justa para a sociedade” (GARCIA; HAAS, 2002).
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Unidade II
A dança é uma arte que abrange todas as possibilidades físicas do ser humano. Pelo jogo de músculos, 
ela permite ao homem exteriorizar um estado latente segundo as leis naturais do ritmo e da estética. 
Como o corpo humano é o instrumento da arte da dança, é necessário discipliná-lo e desenvolvê-lo, 
para que atinja, através de movimentos harmônicos coordenados, toda a plasticidade, pureza de linhas 
e expressões possíveis. 
A palavra dança deriva de tan (sañscrito), que significa fusão.
5.2 Objetivos e funções da dança
O objetivo ao trabalhar com a dança é promover e desenvolver de forma consciente os aspectos 
físicos, socioafetivos e cognitivos. Vejamos alguns deles a seguir:
• a manutenção de capacidades físicas, como agilidade, coordenação, equilíbrio (dinâmico, estático 
e recuperado), flexibilidade, força (explosiva, isométrica e dinâmica), resistência (localizada, aeróbia 
e anaeróbia), potência muscular e cardiorrespiratória, mobilidade articular, ritmo e alinhamento 
biomecânico do movimento; 
• as referências socioafetivas despertam potencialidades, como cooperação, sociabilização, 
solidariedade, liderança, compreensão e laços de amizade, e incentivam a relação intrapessoal de 
forma positiva, estimulando a autoexpressão.
• o sentido cognitivo, por meio de estímulos ao raciocínio, atenção, concentração, criatividade, 
senso estético, percepção, consciência corporal e noção espaçotemporal.
Portanto, podemos notar que a dança tem a possibilidade de desenvolver o homem de forma 
integral nos aspectos socioafetivo-cognitivos. Ela possui algumas atribuições específicas, divididas em 
seis tópicos:
• autoexpressão;
• comunicação;
• diversão e prazer estético;
• espiritualidade;
• identificação cultural;
• ruptura do sistema e revitalização da sociedade.
5.3 Elementos que compõem a dança
A matéria-prima da dança é o seu “próprio corpo”, que conscientemente ocupa e se desloca pelo 
espaço das mais variadas maneiras, empregando em seus movimentos uma determinada força de acordo 
com o objetivo a ser realizado, em um tempo preestabelecido. A seguir, vamos estudar os elementos que 
compõem a dança.
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RITMO E DANÇA
O primeiro desses elementos é o corpo. Veja o quadro a seguir:
Quadro 2 – Corpo
Partes do corpo
Interna: 
músculos, tendões, ligamentos, ossos, articulações, coração e pulmões 
(respiração).
Externa: 
cabeça, olhos, queixo, boca, pescoço, parte superior do tronco, costas, 
costelas, ombros, braços, cotovelos, punhos, mãos, metacarpos, pélvis, 
diafragma, abdômen, quadril, pernas, joelhos, tornozelos, pés, artelhos e 
pele.
Movimentos do corpo
estender;
curvar;
torcer;
rodar;
elevar;
cair;
girar;
balançar;
sacudir;
suspender;
desmoronar.
Passos
andar;
correr;
saltar;
galopar;
deslizar.
Outro elemento é o espaço. Veja:
Quadro 3 – Espaço
Forma desenhos do corpo no espaço.
Nível (altura do 
movimento)
alto;
médio; 
baixo.
Direção
frente;
atrás;
lados: direito e esquerdo; 
diagonais: direito e esquerdo.
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Unidade II
Tamanho
grande; 
pequeno.
Lugar
no mesmo lugar; 
através do espaço.
Foco
Foco interno: 
atenção na força empregada, na qualidade do movimento, contagem da 
música (pulso), respiração etc.
Foco externo: 
atenção espacial, na expressão do movimento, na comunicação com a 
plateia etc.
Caminho
Direto: reto. 
Indireto: curvo/ zigue-zague.
A força também é um elemento:
Quadro 4 - Força 
Peso
leve;
pesado.
Energia
compacta;
solta.
Fluência
livre;
controlada.
Por fim, o tempo:
Quadro 5 - Tempo
Batida pulso.
Tempo
rápido;
lento; 
pausa.
Acento
forte;
fraco.
Duração
longa;
curta.
5.4 Fundamentos da dança
Vejamos agora quais são os fundamentos principais da dança:
• Locomoção: são meios de o corpo se deslocar pelo espaço usando as variações de direção, nível, 
tempo e formas de execução.
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RITMO E DANÇA
• Transferência: é a mudança ou deslocamento do peso corporal. Exemplo: quando uma bailarina 
se prepara para dar uma pirueta, ela está com o peso corporal dividido entre os dois membros 
inferiores. Para realizar o movimento de giro sobre uma perna, é necessário que ela transfira o 
peso corporal apenas para um membro inferior.
• Giro: são movimentos de rotação em torno do próprio eixo longitudinal, sobre um pé apenas, 
podendo ser executados no lugar ou se deslocando. O giro também é conhecido como pivô ou 
pirueta, podendo ser concretizado para dentro (en dedans) ou para fora (en dehors).
O movimento é composto de cinco componentes: cabeça, braços, tronco, pernas e pés, e todos 
devem trabalhar simultaneamente. 
A pirueta possui quatro fases:
• Preparatória: é a acomodação do corpo, base técnica para iniciar o movimento. Nesta fase é importante:
— o alinhamento das estruturas, como ombros e crista ilíaca; 
— a aquisição do tônus necessário do tronco para o controle postural;
— o encaixe do quadril (ísquios alinhados ao calcâneo).
• Impulsão: coloca o corpo no eixo central e é responsável pelo ritmo da velocidade do movimento
— o corpo deverá trabalhar com forças antagônicas (tronco alongando ao máximo para cima e 
pés com toda a sua base de sustentação, empurrando o chão);
— deve-se flexionar as pernas, sem alterar a postura ereta do tronco;
— é necessário transferir o peso da base de duas pernas para uma, dando o impulso necessário 
para o movimento rotacional.
• Giro: é o movimento rotacional no seu ápice. Nele:— há marcação de cabeça ou ponto fixo no espaço ajuda a direcionar espacialmente o movimento 
em deslocamento e a manter o equilíbrio.
Esse componente se refere ao movimento de girar a cabeça, manter o 
olhar fixo o máximo possível em referência espacial, fazendo com que o 
olhar seja o último elemento, após o tronco e a cabeça, a abandonar a 
direção original, e o primeiro a se encontrar na referida direção novamente, 
enquanto tronco e cabeça ainda completam o giro (DENARDI, FERRACIOLI, 
RODRIGUES, 2008, p. 247);
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Figura 12 – Braços alinhados ao corpo para execução do giro 
— os braços (MMSS) também têm um papel importante na impulsão e velocidade do movimento; 
quanto mais próximo ao tronco (menor o atrito com o ar), maior a velocidade do giro;
— manter o equilíbrio é fundamental para o sucesso do giro.
• Aterrissagem: é o processo de desaceleração e parada do giro:
— os dois pés devem tocar o chão, descendo da meia ponta (dedos) para pés inteiros apoiados 
no chão;
— os joelhos também flexionam para ajudar no amortecimento da aterrissagem.
Outros itens que merecem destaque são a queda e o salto. 
A queda é a mudança de nível de movimento e, por conseguinte, da base de sustentação. Exemplo: 
quando o corpo está em pé (nível alto), tem sua base nos dois pés. Ao se lançar ao solo, o corpo muda 
para o nível baixo e provavelmente a sua base vai se ampliar de acordo com o modo como o corpo 
chegou até o chão.
Ao executar o salto, o corpo fica suspenso e perde momentaneamente o contato com o solo ou 
outra base de sustentação na qual se apoia. 
Os saltos possuem três fases: impulsão, voo e amortecimento da queda. Além disso, dividem-se em 
saltos grandes e pequenos, com deslocamento e sem deslocamento, que podem ser realizados nos eixos 
vertical e horizontal. 
Os saltos podem ser executados em relação à base de apoio:
• de dois pés para dois pés;
• de dois pés para um pé; 
• de um pé para dois pés;
• de um pé para o mesmo pé;
• de um pé para outro pé.
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RITMO E DANÇA
Pode-se destacar que a terceira fase (amortecimento da queda) é a grande responsável pelas lesões. 
Isso ocorre quando é aplicada de forma incorreta, quando há falta de fortalecimento dos MMII (membros 
inferiores) ou pelo excesso de impacto, podendo machucar articulações e causar torções, microlesões 
em ossos, rompimento de músculos etc. 
 Observação
Quando usamos de forma consciente e criativa os itens que compõem 
a dança (corpo, tempo, espaço e força) – aliados aos princípios da dança 
(locomoção, transferência, giro, salto, queda) – temos uma grande variação 
de elementos que nos dão suporte para iniciarmos uma composição 
coreográfica.
5.5 Composição coreográfica
Segundo Garcia e Haas (2006), compreende-se por coreografia uma estrutura lógica de organização 
de movimentos em nível espacial capaz de expressar, a partir de uma estrutura musical, mensagens 
concretas e abstratas de acordo com o ideário do coreógrafo.
Para Nanni (1998), coreografias são criações sequenciais, sucessivas e com alternância das formas 
e movimentos dentro de um espaço temporal, com trajetórias no espaço físico, concretizando e 
desenvolvendo formas. O autor também diz que são vinculadas pelo vocabulário formal da dança.
 A composição coreográfica surge como etapa final de um processo de aprendizado, baseado no 
estudo de uma técnica e de seus fundamentos, e é desenvolvida ao longo de um determinado período 
de tempo. Possui muitas etapas, como a concepção da ideia central, tema, repertório musical, exploração 
e criação de células de movimento e do espaço. 
O tempo de criação varia muito, pois depende de vários aspectos, tais como:
• nível técnico dos executantes (básico, adiantado, avançado);
• estilo de dança (arte, cultura popular, circular etc.);
• faixa etária (criança, adolescente, adulto, terceira idade);
• grupos especiais (cadeirantes, deficientes visuais etc.);
• número de alunos;
• o tema da coreografia (abstrato, concreto, de repertório etc.).
Uma coreografia é composta de pequenas frases ou células de movimentos, que vão se agrupando 
umas às outras, até elaborar uma coreografia. O mecanismo é exatamente igual na criação de um livro: 
frases se unem e formam o capítulo, e vários capítulos integram o livro. 
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A composição coreográfica é o “fazer artístico”, é a finalização de todo um processo de aprendizado 
no qual combinamos e exploramos de forma consciente os elementos que compõem a dança, seus 
fundamentos e a técnica do estilo de dança utilizado.
A composição é utilizada para todos os estilos de dança e também a encontramos na área esportiva 
nas seguintes modalidades: nado sincronizado e ginástica geral, rítmica, aeróbica e artística.
6 HISTÓRIA DA DANÇA
“[...] dança-se há mais de 10 mil anos e, historicamente, não se conhece um só povo que não dançasse, 
por mais primitivo que fosse” (AGOSTINI, 2010).
Podemos dizer que a dança existe desde que o homem existe. Sem dúvida, ela é uma das artes mais 
antigas, por meio da qual o homem manifestava suas crenças, desejos e impulsos.
Figura 13 – Figuras em movimentos de dança
Registros históricos indicam que na era primitiva os homens utilizavam seus movimentos para 
agradar aos seus deuses. Os homens dançavam muito mais que as mulheres, pois o regime era patriarcal. 
Com movimentos amplos e másculos (saltos e passos largos), dançavam para adquirir forças para a caça 
e celebrar vitórias. Havia danças guerreiras, solares, animalizadas e de máscaras. 
As mulheres dançavam pela fertilidade, pelo nascimento, pela chuva e pelas colheitas. Suas 
articulações eram curtas e estreitas. Nesse período nascem a dança pantomima (imitação de animais) e 
a dança abstrata (em círculo) para atrair forças magnéticas. 
Na Antiguidade, a dança tinha um caráter sacrorreligioso e festivo. No Egito, Idade do Bronze (3315 
a 1200 a.C.), ela era praticada por mulheres, que cantavam e dançavam como forma de culto à deusa 
da fertilidade, antecedendo a cheia do rio Nilo. As danças típicas do período eram: as funerárias, as da 
colheita e as acrobáticas. A dança do ventre, também originária do Egito, era religiosa e praticada por 
sacerdotisas dos templos egípcios. Posteriormente, ela foi adotada pelos ciganos, que possuíram um 
papel importante nesse período, pois, na condição de nômades, foram responsáveis pela difusão da 
dança do ventre. Assim, a dança do ventre recebe influência de outras culturas e é incorporada à cultura 
árabe: Egito, Líbano, Marrocos, Tunísia e Turquia.
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RITMO E DANÇA
Na Idade Média, a Igreja condenou a dança pagã, que era um costume popular para festejar a 
primavera, a semeadura e as colheitas. Entretanto, nessa época, essa mesma dança passou a ser absorvida 
pela nobreza e sofreu transformações em seus movimentos. Estes são codificados à métrica musical e a 
dança é executada apenas como divertimento. Então, passa a ter duas linhas: a dança popular e a dança 
da classe dominante.
 A dança no Renascimento (século XV) surgiu na Itália e se espalhou por toda a Europa. As artes 
e o saber passam a ser valorizados (razão humana, filosofia, literatura e ciências), constituindo um 
patrimônio cultural que revolucionouo pensamento e a estética até então conhecidos. Na Itália, em 
1581, a rainha Catarina de Médici reuniu pela primeira vez a dança, a música e o teatro. Nessa época, 
destacou-se o Ballet Comique de la Reine (O Balé Teatral da Rainha). Luís XIV revolucionou a dança de 
corte e a levou para o teatro, criando a Academia Real da Dança, em 1661, na França. A dança clássica 
recebeu um forte impulso evolutivo, o balé se desenvolveu com virtuosismo, estética e técnica e as 
danças populares persistiram e mantiveram suas tradições.
No Romantismo (século XIX), a dança foi marcada pela Revolução Francesa (igualdade, liberdade e 
fraternidade) e pela manifestação artístico-cultural, como oposição ao Iluminismo, articulado na razão 
humana. O balé se incorporou a esse movimento, negando a realidade e caminhando ao encontro da 
fantasia, do irreal e do etéreo. Suas histórias são românticas, narrando lendas e amores impossíveis entre 
o homem e seres imaginários (fadas, bruxos, ninfas, sílfides) ou entre o nobre e a camponesa. 
Nesse século, irrompem os balés de repertório, e suas sequências coreográficas eram interpretadas 
minuciosamente – iguais às originais, seguindo o mesmo padrão para as músicas, figurinos e cenários. 
Destacamos alguns exemplos a seguir: 
• Giselle. 
• A Bela Adormecida.
• A Sílfide. 
• Copélia.
• O Quebra-Nozes. 
• Romeu e Julieta. 
• O Lago dos Cisnes. 
• Don Quixote.
• La Fille Mal Gardée. 
• La Bayadere. 
• Paquita.
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Unidade II
• O Pássaro de Fogo.
• O Corsário. 
• Petrouchka.
Figura 14 – Ilustração de Marie Taglioni dançando La Sylphide 
A sueca Marie Taglioni foi a primeira bailarina a usar sapatilha de ponta. No fim do século XIX, o balé 
entrou em declínio na Europa, mas ganhou forças na Rússia, sendo financiado pelos czares. O professor 
e coreógrafo russo Marius Petipa aperfeiçoou o balé russo e trabalhou com as músicas de Tchaikovsky. 
A dança sempre esteve ligada ao contexto social, politico e religioso, e na Modernidade (século XX) 
não foi diferente. Com o surgimento das fábricas, as crises econômicas, a queda da bolsa de valores 
(1929), as guerras, enfim, com o mundo em transformação, o homem sente a necessidade de liberdade, 
de ideias inovadoras, quer mudar suas concepções. Nesse contexto, evidencia-se Isadora Duncan 
(1878-1927), bailarina americana que foi a precursora da dança moderna. Ela, que não aceitava as regras 
rígidas e arcaicas do balé, abandonou as sapatilhas de ponta e criou sua própria técnica, dançando os 
movimentos da natureza (onda, vento, nuvem, árvore) ou de antigas civilizações. Essa personagem 
influenciou vários bailarinos, coreógrafos e estudiosos daquele período, que passaram a criar um novo 
vocábulo de dança e de linguagem corporal.
O homem atual sofre a influência da tecnologia, da velocidade exponencial das informações e da 
alteração da relação tempo-espaço, ampliando seu mundo. O homem dança essa nova realidade, o corpo 
passa a agir pelo conhecimento, e não mais pela repetição, buscando movimentos mais expressivos para 
demonstrar os sentimentos.
A dança contemporânea explora a pluralidade, a ambivalência, a fragmentação de movimentos, 
a variação de velocidade, de peso, de espaço, e passa a ser um corpo aberto a investigações. Seus 
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RITMO E DANÇA
movimentos são baseados no cotidiano da sociedade e o tema de suas investigações coreográficas são 
os engajamentos sociais, a sexualidade, os movimentos políticos, a violência e a liberdade.
6.1 A dança no Brasil
A primeira forma de manifestação da dança em solo brasileiro ocorreu através da cultura indígena. 
A música e a dança sempre tiveram um papel fundamental em sua cultura, eles dançavam para 
celebrar a colheita, a pesca, a eleição de um cacique e a puberdade, para homenagear os mortos, para 
afastar as doenças etc.
Com a chegada dos colonizadores, o país passa a sofrer uma forte influência da cultura europeia. Depois, os 
escravos trazidos para trabalhar nas lavouras apresentaram seus costumes, músicas e danças africanas.
“Como temos, no Brasil, a mistura de vários povos (africanos, europeus e indígenas), os usos e costumes 
de todos eles se entrelaçam, aumentam ou diminuem e, muitas vezes, mesmo com características 
diferentes, têm a mesma origem” (PEREIRA; ALMEIDA PRADO, 2000, p. 4).
Essa miscigenação de culturas tão distintas traz um enriquecimento de ritmos, movimentos e 
repertórios para a construção da dança em nosso país.
Influência 
indígena
Influência 
europeia
Influência 
africana
Figura 15 
A dança erudita chega ao nosso solo através da corte de D. João IV, em meados do século XIX, para 
apresentar grandes espetáculos que eram executados na Europa. 
Exemplo de aplicação
Veja a lista a seguir com alguns dos principais artistas da dança no Brasil: 
Marilena Ansaldi, Maria Duschenes, Ismael Ivo, Henrique Rodovalho, Rodrigo Pederneiras, Rui 
Moreira, Ana Vitória, Deborah Colker, Paulo Caldas, Clarisse Abujamra, Marcia Haydée, Ivaldo Bertazzo, 
Lia Rodrigues, Luis Arrieta, Ismael Guiser, Ana Botafogo, Ruth Rachou, Renée Gumiel, Dalal Achcar, Rose 
Calheiros, Roseli Rodrigues, Cecilia Kerche, Hulda Bittencourt, Décio Otero, Marika Gidali, Carlinhos de 
Jesus, Jaime Aroxa, Angel Vianna, Lia Robatto, Edson Claro, Antônio da Nobrega, entre tantos outros.
Selecione dois ou três nomes e faça uma pesquisa sobre a contribuição social de cada um.
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Unidade II
 Saiba mais
Os filmes a seguir podem propiciar um melhor entendimento sobre o 
trabalho de Pina Bausch.
FALE com ela. Dir. Pedro Almodóvar. Espanha: Warner Sogefilms, 2002. 
112 minutos.
SONHOS em movimento. Dir. Anne Linsel e Rainer Hoffmann. Alemanha: 
TAG/TRAUM, 2010. 92 minutos.
7 ESTILOS, MÉTODOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO DA DANÇA
Agora vamos estudar quais são os estilos de danças existentes, suas áreas de atuação e 
técnicas empregadas.
7.1 Dança erudita e arte 
A dança erudita utiliza a técnica para atingir seus objetivos, que são a performance e o rendimento 
técnico. Reforça padrões estéticos e biotipológicos ideais em relação ao corpo humano de um modo 
elitista, ou seja, nem sempre pessoas podem dançar, ou melhor, conseguem dançar. 
Destacaremos a seguir as principais escolas e métodos do balé clássico pelo mundo.
Escola italiana
O Balé Escala de Milão é a escola mais antiga e renomada da Itália (foi fundada em 1813 por 
Benedetto Ricci). Organização do método: oito anos de graduação. Nos cinco primeiros, os alunos 
estudam dança clássica e moderna, e nos anos seguintes, especializam-se em clássico ou moderno.
Escola francesa
Na década de 1870, a França era conhecida como a professora de dança da Europa. O método 
Cecchetti é um dos mais ricos e antigos do país. Organização do método: sete etapas de graduação, com 
exames periódicos para troca de níveis e obtenção de diploma. A técnica prioriza o desenvolvimento da 
força, o equilíbrio e o conhecimento anatômico.
Escola russa
O método Vaganova foi fundado há mais de 100 anos. Organização do método: oito níveis de 
graduação, que priorizam a perfeição técnica, desenvolvimento de força na parte posterior da coxa, 
costas, plasticidade dos braços e arte individual. 
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RITMO E DANÇA
Escola inglesaO método da Royal Academy foi inaugurado em 1920. É uma das principais escolas de balé do 
mundo, atuando em 79 países, com mais de 13 mil membros. Organização do método: dez etapas de 
graduação, que priorizam o alinhamento e a colocação do bailarino no espaço, incluindo-se exercícios 
específicos de barra e centro. 
Escola cubana
A Escola de Balé Nacional de Cuba foi fundada em 1948 por Alicia Alonso e seu marido Fernando. O 
ensino é gratuito e financiado pelo governo. Organização do método: sofre influência da metodologia 
russa (Vaganova). Para ingressar na escola, seus estudantes passam por uma rigorosa seleção, devem ser 
talentosos e ter a biotipologia adequada à prática da dança.
Apresentaremos os principais nomes da dança moderna, dividida em duas escolas, a americana 
e a alemã.
Na escola americana, temos:
• George Balanchine (1904-1983): seu estilo de dança era abstrato (sem enredo), com emprego 
de linhas alongadas e uso extensivo do espaço, da energia e da velocidade. Em 1948, funda sua 
companhia, The New York City Ballet.
• François Delsarte (1811-1871): cantor que estudava a relação entre gesto, voz e emoção. A expressão 
é obtida pela contração e relaxamento dos músculos: tension – release, que são palavras-chave do 
método de Martha Graham.
• Isadora Duncan (1878-1927): precursora da dança moderna, rompendo com o rigor do ballet. Sua 
técnica é desenvolvida pela observação dos movimentos da natureza (onda, vento, nuvem, árvore) 
ou de antigas civilizações.
• Ruth Saint-Denis (1879-1968): tinha um temperamento místico e encontrou inspiração nos 
movimentos exóticos e religiosos. Com seu marido (Ted Shaw), criou a escola Denishawn. Suas 
principais bailarinas foram Martha Graham e Doris Humphrey. Ambas abandonam a escola 
Denishawn e iniciam seus estudos.
• Martha Graham (1894-1991): foi um dos alicerces da dança moderna. Basicamente, sua técnica 
reside em contrair e alongar o tronco.
• Doris Humphrey (1895-1958): também foi um dos pilares da dança moderna. Sua técnica é 
apoiada na queda e na recuperação. 
• José Limón (1908-1972): discípulo de Humphrey. Sua técnica fundamenta-se na respiração e 
seu efeito sobre os movimentos, na exploração da fluência e do peso na prática do rebote. Foi 
professor na Juliard School, de Nova York.
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Unidade II
• Merce Cunningham (1919-2009): sua técnica coreográfica é forte, balanceada e rítmica. 
Explora as mudanças de direção, tempo, e transferência de peso e usa o acaso para suas 
composições coreográficas.
• Steve Paxton: é um bailarino e coreógrafo nascido em 1939. Sua formação foi a ginástica, lutas 
como aikido e tai chi chuan, ioga e dança clássica e moderna. Desenvolveu um estudo em que o 
movimento deve se iniciar pela pélvis e pela coluna.
Na escola alemã, destacam-se:
• Émile Jaques Dalcroze (1865-1950): músico suíço que criou o método eurritmia (coordenar música 
e movimentos corporais), o que é muito usado na dança.
• Rudolf Laban (1879-1958): preocupava-se em expressar as emoções através do movimento do 
corpo humano. Concebe a labonotação (memorização dos movimentos por meio de gráficos) e o 
icosaedro (o aluno se movimenta dentro dessa noção de espaço). Trabalha com os componentes 
espaço, tempo e peso. 
• Mary Wigman (1886-1973): foi aluna de Dalcroze e assistente de Laban. Suas coreografias eram 
gestos decididos, simples e estilizados (expressionismo).
• Kurt Jooss (1901-1979): foi aluno de Wigman. Seu trabalho era baseado nas teorias de Laban e 
suas coreografias eram amostras claras de uma crítica à ordem social (expressionismo).
• Pina Bausch (1940-2009): foi responsável pela transformação da dança alemã e a criadora da 
dança-teatro. Sua técnica é apoiada na repetição de movimentos do cotidiano ou do abstrato. 
Para suas composições coreográficas, aplica a improvisação, a inspiração, a experiência de 
vida de seus bailarinos, e ainda utiliza-se da percussão corporal. Foi diretora do Tanztheater 
(dança-teatro) Wuppertal Pina Bausch.
7.2 Dança da cultura popular 
As danças populares são danças que nascem do povo e se manifestam normalmente para 
expressar a cultura de uma determinada região ou país. Também podem ser uma forma de protesto, 
de festejo etc. 
Balbino (2006) amplia a ideia ao afirmar que o hip hop é representante de sobreviventes da guerra. 
Uma guerra cotidiana pelo direito de viver. Este movimento acolhe e tenta proteger os que já nascem 
condenados à morte. Personagens reais, cercados pela miséria, fome, desabrigo, armas de fogo, tráfico 
e desrespeito. O hip hop escolhe a cultura como forma de resistência. Uma cultura marginal, que não é 
propriedade nem da elite, nem da burguesia. A cultura de quem foi capaz de criá-la e levá-la adiante, 
além das fronteiras geográficas. É a cultura das ruas, do povo, do mundo. 
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7.3 Danças urbanas – street dance
Na década de 1960, em meio aos conflitos de ordem social, como pobreza, racismo, violência, drogas 
e discriminação, nos guetos de Nova York, mais especificamente no bairro do Bronx, surge a cultura hip 
hop, que foi criado pelo DJ Afrika Bambaataa. Foi um movimento revolucionário que era uma mistura 
de músicas intituladas de rap, dança break e a arte plástica chamada grafite. As pessoas marginalizadas 
usavam esse tipo de arte para romper com a discriminação e a desigualdade de direitos, e as letras das 
músicas tinham um caráter informativo, de cunho político-social. 
Figura 16 – Dança hip hop
O hip hop é caracterizado por cinco fundamentos:
• MC: canta o rap e é considerado o cérebro do grupo, a consciência.
• DJ: é o responsável pela música de fundo para o MC.
• Rap: é a expressão musical da cultura hip hop, e suas letras falam de pobreza, discriminação 
étnica, conflitos com a lei, pobreza etc.
• Grafite: é uma arte visual que, através de desenhos grandes e coloridos realizados pelos grafiteiros, 
demarcam seus territórios, comunicam-se ou simplesmente demonstram sua arte. Realiza tais 
figuras em muros, becos, prédios, trens etc.
• Break: é a dança que representa essa cultura com seus movimentos peculiares. Cada grupo tem 
seu estilo, sua marca, mas o improviso é a base de todos.
Este movimento chegou ao Brasil na década de 1980, na cidade de São Paulo, e os pioneiros da 
cultura hip hop em nosso país foram: Racionais MCs, Nelson Triunfo, Thaíde, DJ Hum e Metralhas.
Vejamos alguns exemplos de danças urbanas:
• hip hop;
• break;
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Unidade II
• locking;
• vogue;
• up rocking;
• popping;
• waving;
• scare crow;
• animation;
• king tut;
• house dance.
7.4 Dança-educação – movimento expressivo 
“Por meio de um trabalho reflexivo em dança escolar, é possível desenvolver alunos críticos, 
autônomos e criativos, capazes de serem agentes transformadores em seu meio” (VIEIRA, 2008).
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua 
construção” (FREIRE, 1996).
A dança-educação utiliza as possibilidades individuais do aluno para atingir seus objetivos, que são 
criar estratégias ou facilitações para a educação integral do ser humano, o prazer, a comunicação e a 
descontração. Não visa à performance, e sim ao que cada um pode buscar dentro de si de acordo com 
seus limites e respeitando-os. Não existe preocupação com técnica e nem com biótipo. Qualquer pessoa 
tem a capacidade de dançar. Exemplos:• dança educacional; 
• dança escolar; 
• movimento expressivo (Rudolf Laban).
Em nosso país, Rudolf Laban é conhecido como um estudioso na área de dança-educação, porém ele 
é reconhecido no globo como o “mestre do movimento”, pois seus estudos são usados nas mais distintas 
áreas do conhecimento. Quem introduziu seu método no Brasil foi Maria Duschenes, sua discípula. 
Rudolf Laban nasceu em 1879, na cidade de Bratislava, Hungria. Aos 15 anos, teve os primeiros 
sinais de sua futura carreira, descrevendo que seu corpo e sua alma moviam-se juntos, e então 
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ele simplesmente começou a dançar. O fato marcou o início para a compreensão da totalidade do 
movimento do corpo, não restrito à dança, mas se estendendo ao trabalho, às ações cotidianas ou 
a qualquer movimento humano.
O notável húngaro tornou-se bailarino e coreógrafo. É autor de várias obras, as quais se tornaram 
famosas e que foram concebidas tanto para grandes grupos como para pequenas companhias, tanto 
para leigos quanto para profissionais. Laban foi também diretor de movimento da Ópera Estadual de 
Berlim e dirigiu seu trabalho principalmente para a dança como meio de educação.
Ele buscava um tipo de arte que envolvesse ação e pessoas e também uma dança que não usasse 
as formas tradicionais de mímica e balé clássico. Então, concebeu uma experiência de movimento com 
pessoas, e elas participavam ativamente das danças criadas. A partir daí, desenvolveu a dança coral com 
o objetivo de redescobrir a dança como forma de educação e terapia.
Laban criou centros de pesquisa nos quais buscava o retorno aos movimentos naturais em sua 
espontaneidade e riqueza e na plena vivência consciente de cada um deles, ampliando o alcance do 
estudo do movimento humano, pois se baseou nos princípios básicos do movimento humano, e não 
apenas em estilos específicos. Em 1929, estudou as ações de trabalhadores industriais, despertando 
seu interesse em conhecer as atitudes psicológicas desses operários para aperfeiçoar seu campo 
de pesquisa. Nessa análise, investigou a organização no processo fabril, que era feito em filmes e 
destinava-se ao treinamento de mulheres para tarefas executadas anteriormente por homens. Como 
na época havia pouco material para continuar esse projeto, Laban ensinou ao seu amigo Lawrence, 
um industrial, a escrita da dança, mais conhecida como Labanotation, para que este pudesse dar 
continuidade ao trabalho.
Laban foi um grande pesquisador das múltiplas e diversas manifestações do movimento no trabalho 
exercido nas fábricas, na vida cotidiana ou nas artes. Seus estudos continuam contribuindo até hoje nas 
mais diversas áreas do conhecimento, como Educação Física, Dança, Teatro, Psicologia, Pedagogia etc.
Além disso, desenvolveu um método e uma terminologia para análise do movimento humano, tais como:
• eucinética: “estuda os aspectos qualitativos do movimento; é o estudo do ritmo e dinâmicas do 
movimento; é o estudo das qualidades expressivas do movimento” (RENGEL, 2005, p. 62);
• labanotação: é um tipo de escrita dos movimentos da dança. É composta de sinais gráficos que 
possibilitam registrar os movimentos coreográficos. Possui a mesma função de uma partitura de 
música, e qualquer pessoa que consiga decodificá-la consegue executar seus movimentos;
• corêutica: é o estudo do movimento corporal em relação ao espaço físico.
Essa organização espacial explora o espaço dentro da “cinesfera” de cada indivíduo.
Segundo Rengel (2005), cinesfera é a esfera pessoal de movimento. Determina o limite natural do 
espaço pessoal, cercando o corpo, esteja ele em movimento ou imóvel.
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Unidade II
A seguir, destacamos as direções do corpo em relação à cinesfera: 
• frente: nível alto, médio e baixo;
• atrás: nível alto, médio e baixo;
• diagonal direita frente: nível alto, médio e baixo;
• diagonal direita atrás: nível alto, médio e baixo;
• diagonal esquerda frente: nível alto, médio e baixo;
• diagonal esquerda atrás: nível alto, médio e baixo;
• lado direito: nível alto, médio e baixo;
• lado esquerdo: nível alto, médio e baixo.
Figura 17 – Cinesfera 
Agora vamos ressaltar alguns itens importantes.
Há quatro fatores do movimento: fluência, espaço, peso e tempo.
A ação básica do esforço é o estudo da atitude interna e consciente dos movimentos corporais, 
buscando a qualidade do movimento empregado nas oito ações básicas de movimento (a seguir). Ao 
executarmos um movimento de dança ou mesmo um exercício de musculação, devemos nos atentar para 
a direção das estruturas ósseas, a força empregada e o tempo de execução, para então desenvolvê-lo.
As oito ações básicas de movimento são: sacudir, torcer, pressionar, chicotear, socar, flutuar, 
deslizar e pontuar. 
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RITMO E DANÇA
Nesse instante, irrompem três questões: em que direção do espaço o corpo se move? Qual a velocidade 
empregada no movimento? Quanto de energia muscular é gasto no movimento?
A figura a seguir destaca o passo a passo:
Ação básica
1 – Sacudir
Ação básica
5 – Socar
Fator espaço 
 Indireto
Fator espaço 
Direto
Fator tempo 
Acelerado
Fator tempo 
Acelerado
Fator peso
Leve
Fator peso
Firme
Ação básica
2 – Torcer
Ação básica
6 – Flutuar
Fator espaço 
 Indireto
Fator espaço 
 Indireto
Fator tempo 
Desacelerado
Fator tempo 
Desacelerado
Fator peso
Firme
Ação básica
3 – Pressionar
Fator espaço 
Direto
Fator tempo 
Desacelerado
Fator peso
Firme
Ação básica
4 – Chicotear
Fator espaço 
 Indireto
Fator tempo 
Acelerado
Fator peso
Firme
Ação básica
7 – Deslizar
Fator espaço 
Direto
Fator tempo 
Desacelerado
Fator peso
Leve
Ação básica
8 – Pontuar
Fator espaço 
Direto
Fator tempo 
Acelerado
Fator peso
Leve
Fator peso
Leve
Figura 18
 Lembrete
Para executarmos os nossos movimentos com qualidade e precisão, 
devemos usar as oito ações básicas. Esse recurso não deve ser aplicado 
apenas na prática da dança, mas em todas as nossas atividades físicas.
7.5 Dança e Educação Física
A Dança na Educação Física está inserida nas atividades que compõem o universo da cultura corporal 
de movimento, cuja definição é: 
[...] acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido 
no decorrer da história, exteriorizados pela expressão corporal: jogos, danças, 
lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e 
outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica 
de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente 
desenvolvidas (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
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Unidade II
A influência da dança no universo ginástico é muito presente, tanto no aspecto do desenvolvimento 
técnico de saltos, giros, piruetas e equilíbrios como na evolução do trabalho corporal para sensibilizar 
os movimentos e torná-los mais rítmicos e expressivos. Observamos também o uso de composição 
coreográfica, desenhos espaciais, deslocamentos, cânon e termos técnicos do balé que foram 
incorporados pelo universo ginástico, tais como espacato, jeté en tournant, grand jeté, grand ecart e 
en passé.
Humphrey (1965), ao analisar os movimentos da dança, afirma que estaspossuem quatro elementos: o desenho, a dinâmica, o ritmo e a motivação, 
e que, quando estes elementos são bem trabalhados, bem apresentados, 
escolhidos com inteligência, nas suas combinações possíveis, a dança 
aumenta, técnica e expressivamente, o seu valor (MESQUITA, 2008, p. 66).
Há elementos da dança em várias áreas do universo ginástico, tais como: 
• ginástica rítmica; 
• ginástica artística; 
• ginástica geral;
• nado sincronizado; 
• hidroginástica; 
• ginástica aeróbica; 
• zumba; 
• balé fitness etc.
7.6 A dança como reabilitação
De acordo com a American Dance Therapy Association, a dança-terapia define-se como “o uso 
psicoterapêutico do movimento como um processo que visa promover a integração física e emocional 
do indivíduo” (COUPER, 1981). 
Como salientado, esse tipo de terapia tem como objetivo trabalhar com grupos especiais, por 
exemplo, pessoas com deficiência visual, auditiva, motora, física e cognitiva. Atua no desenvolvimento 
e reabilitação das capacidades físicas, bem como na inclusão e no processo artístico. 
A dança-terapia é extremamente útil e saudável. Traz benefícios físicos (fortalecimento do tônus 
muscular e da flexibilidade), previne a rigidez articular, promove equilíbrio (com ganho de coordenação 
nos movimentos), agilidade e benefícios ao sistema cardiorrespiratório. No quesito psicológico, ajuda 
o indivíduo a interagir e socializar com outros parceiros, assim como aprender a arte da dança para se 
expressar e se tornar mais independente, melhorando a qualidade de vida e a sensação de bem-estar.
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7.7 A dança na religião
Figura 19 – Três orixás, Djanira da Mota e Silva
Acredita-se que a dança-religião faz parte dos rituais sagrados desde a Antiguidade. Com ela, o 
homem pode se conectar com uma energia ou um ser superior e, por meio dela, também pode agradecer 
aos seus deuses. 
“Durante milênios só existiam os bailados para pedir chuva, caça, vitória aos deuses e agradecer-lhes 
as mercês ou abrandar a possibilidade dos castigos ameaçadores” (CASCUDO, 2012, p. 253).
Fica claro que a dança religião foi se fortalecendo e sendo transmitida de geração em geração, nas 
mais diversas regiões do nosso planeta.
Evidenciam-se os seguintes tipos de dança-religião:
• dervixe;
• danças religiosas da Grécia Antiga: corybanthique (dedicada a Zeus) e gimnopédia (em honra ao 
deus Apolo);
• danças do candomblé;
• danças de culto gospel; 
• danças rituais de diversas tribos indígenas;
• danças religiosas, como a São Gonçalo (dedicada ao santo São Gonçalo);
• dança de São Vito, entre outras.
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Figura 20 – Indígenas caiapó dançando 
8 DANÇAS INTEGRATIVAS
As danças integrativas são exercícios de dança e movimentos corporais que têm como objetivo 
introduzir de maneira educativa, alegre e prazerosa a arte de se expressar, de conhecer nosso 
corpo e nossa mente, para que possamos integrar e administrar nossa saúde, além de promover 
uma linguagem por meio da qual o individuo possa sentir, perceber, conhecer e manifestar-se 
através de atividades artísticas que desenvolvam a sensibilidade, a imaginação, a criatividade e a 
comunicação humana. 
Além desses fatores, por meio da brincadeira e da expressão corporal, as danças integrativas buscam 
ampliar nossas percepções para a busca da intuição e a sabedoria milenar universal.
Através da dança, do movimento, da respiração, do ritmo, do pulso, de jogos lúdicos, da observação, 
buscaremos de forma descontraída o “espírito brincalhão” de cada um. O “espírito brincalhão” é regido 
pela alegria, que tem a força e a capacidade de afastar a doença, a ofensa, a raiva, o nervosismo, a 
tensão, a solidão, o desânimo, entre outros.
A dança integrativa é uma das maneiras de se conectar com “a força”, pois você se concentra, 
focaliza uma ação, gera um movimento intencionado num determinado ritmo e alinha, integra e 
harmoniza suas quatro forças – corporal, emocional, mental e espiritual. Também cria condições para 
um melhor relacionamento entre as pessoas e desenvolve o tônus muscular, que vai influenciar suas 
atitudes e sua maneira de se posicionar. Além disso, permite que os indivíduos se desinibam, não 
sintam tanta vergonha, e promove uma soltura, uma liberdade interior, permitindo um melhor estado 
de espírito e uma sensação agradável em seu corpo.
Por meio da dança integrativa, é possível desenvolver uma experiência saudável para aprender a 
mensagem, gerando confiança em nós mesmos. Essa autoconfiança é o modo de despertar e não ter medo 
de enfrentar as diversas situações que a vida nos proporciona. Ela apresenta experiências motivacionais 
que geram curiosidade e fortalece nossa tendência à exploração e à busca do desconhecido, o que 
conduz à aprendizagem e ao despertar de si mesmo. 
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Vejamos os benefícios das danças integrativas:
• promove autoconfiança;
• gera sociabilização e divertimento; 
• estimula a circulação sanguínea; 
• desenvolve a coordenação motora; 
• melhora o sistema cardiorrespiratório; 
• dá agilidade e flexibilidade; 
• diminui o estresse; 
• aumenta a resistência muscular (principalmente pernas e quadris); 
• desenvolve ritmo e percepção corporal.
A seguir, vamos estudar as danças que, por possuírem as características de trabalhar com um número 
grande de pessoas, com uma técnica de movimentos mais simples de serem aprendidos e executados, 
são consideradas integradoras. São elas: danças circulares, danças de salão e danças folclóricas.
8.1 Danças circulares
Figura 21 – A dança, Henri Matisse 
Danças circulares são simples e de fácil aprendizado. Elas são realizadas em roda, normalmente 
executadas por um grande número de pessoas, ao ritmo de músicas alegres ou meditativas. São 
inspiradas em certas tradições ou originárias de várias culturas ou regiões de um país. Dançar em círculo 
é uma das formas mais antigas de se dançar; desde a pré-História, o homem já fazia tais movimentos 
para agradecer pela colheita, fertilidade e plenitude da vida, acreditando adquirir forças. 
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As danças circulares sagradas são carregadas de simbolismo. Elas podem ser meditativas, vigorosas, 
lúdicas, não competitivas, divertidas, pacíficas, curativas e socializadoras, pois qualquer um pode dançar, 
já que não é preciso nenhuma experiência anterior, não há limite de idade ou número de participantes.
Em 1952, o bailarino e coreógrafo alemão Bernhard Wosien começou a pesquisar as antigas danças 
em roda da Europa Oriental e observou o bem que elas faziam ao seu povoado, criando um ambiente 
de comunhão entre todos. Em 1976, teve contato com a Findhorn Foundation e criou a meditação da 
dança, que foi divulgada pelo mundo todo. As danças circulares sagradas chegaram ao Brasil através 
da Comunidade Nazaré Paulista, desenvolvendo um trabalho de reflexão espiritual, vivência grupal e 
autoconhecimento. 
Encontramos essas danças nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, e elas são 
realizadas em praças públicas ou parques, sempre em lugares onde é possível o contato com a natureza. 
Acentuaremos alguns exemplos de danças circulares sagradas e seus significados e características:
• Dança circular– Irish mandala:
— os passos para frente significam caminhar para o futuro;
— os passos para trás representam não perder a visão do passado, apesar de caminharmos para o futuro;
— os passos para frente indicam que não devemos nos prender ao passado;
— os passos que retornam ao lugar mostram que também devemos ter os pés no presente;
— a aproximação significa o compartilhar, dividir o espaço, trocar experiências;
— separar, voltando ao seu lugar, indica a preservação de sua privacidade, que você deve manter 
seu espaço;
— a troca de lugar expressa que você deve se colocar no lugar da pessoa, trocar de papéis;
— a troca de pares revela que não vivemos apenas na troca comum, mas sim com várias pessoas 
e de uma forma contínua e ininterrupta.
• Dança circular – Shetland wedding reel:
— é uma dança alegre e vibrante, dançada nas festas de casamento, especialmente ao norte da 
Escócia (Ilhas Shetland) e na Bavária.
• Dança circular – Kos greeting dance (Ena mythos):
— passo em direção ao centro do círculo: eu te saúdo;
— passo para trás: eu te dou espaço e ocupo o meu espaço;
— passo para o lado direito: eu sigo o meu caminho.
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RITMO E DANÇA
Essa dança é realizada na ilha de Kos (Grécia) pelas famílias dos pescadores. Executam-na ao vê-los 
chegar sãos e salvos de uma pescaria perigosa para lhes desejar boas-vindas. Era também dançada pelos 
templários durante as Cruzadas. 
• Chestnut bud:
— dança do floral de Bach (erros e enganos do passado), é conhecida como a dança da solidariedade. 
8.2 Danças sociais ou danças de salão
A dança de salão é uma dança social praticada e interpretada por pares, que realizam movimentos 
expressivos e coreografados, de forma simples ou com evoluções mais complexas, nos mais diversos 
ritmos musicais. Em geral, é executada por prazer e para integração.
“Dança é designada para indicar, atualmente, um conjunto de inúmeras outras danças, cada uma 
característica de uma região ou país, e que, ao longo dos tempos, sofreu modificações culturais na 
medida em que se espalhou no mundo” (GARCIA; HAAS, 2006). 
Em 1915, a suíça Louise Frida Reynold Leitão introduziu a primeira escola de dança de salão no Brasil.
Além dos aspectos socioafetivo e lúdico, a dança de salão é considerada uma das formas mais 
relaxantes de exercitar o corpo, pois desenvolve boa postura, coordenação, flexibilidade e equilíbrio e 
fortalece o tônus muscular. Por todas essas características, ela é muito indicada para a terceira idade. 
Citamos alguns ritmos dançados nesse estilo de dança:
• forró; 
• samba; 
• tango;
• valsa lenta;
• valsa vienense;
• slowfox;
• quickstep; 
• chá-chá-chá;
• paso doble;
• rumba;
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• jive;
• rock’n’roll;
• mambo. 
 Saiba mais
Existe também uma categoria de dança de salão competitiva, chamada 
de dança esportiva. 
Acesse o site:
<http://www.worlddancesport.org/>.
8.3 Danças da cultura popular brasileira ou danças folclóricas
Dança folclórica é uma manifestação cultural desenvolvida pelos costumes de uma determinada 
comunidade e que se perpetua por ser transmitida de geração a geração. A principal característica das 
danças folclóricas é a valorização do modo de pensar e agir de uma cultura específica. São executadas 
com passos simples e repetitivos com o objetivo de integrar, sociabilizar e divertir os membros desse 
grupo. O termo folclore significa
[...] as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição 
popular, ou pela imitação, e que não sejam diretamente influenciadas pelo 
circulo erudito e instituições que se dedicam ou à renovação de patrimônio 
científico e artístico humano, ou à fixação de uma orientação religiosa e 
filosófica (GARCIA; HAAS, 2006, p. 121).
As danças folclóricas podem ser religiosas, profanas ou guerreiras, mas quase todas possuem um 
elemento social. Antigamente representavam a vida diária de um povoado e eram ligadas a danças 
guerreiras, de competição, de casamento, do plantio e da colheita, de agradecimento, de funeral, 
de pastoreio, da pesca, de tecelagem etc. Hoje elas são realizadas de forma lúdica, com caráter de 
preservação de uma cultura. 
Segundo Marcos Neira (2006), “a cultura não morre, ressignifica-se. Ela tem que ser pensada à 
luz do tempo da classe que a pratica e do grupo cultural que lhe atribui sentido”. Tal fato pode ser 
comprovado através das mudanças que ocorreram na catira, dança rural típica do Sudeste. Ela era 
executada exclusivamente pelo gênero masculino, com características marcantes de força e virilidade, 
nos movimentos do sapateado e das palmas. Entretanto, a catira vem sofrendo modificações, pois o 
interesse do gênero feminino em aprender e divulgar essa dança diminuiu, haja vista as modificações 
naturais aplicadas em sua execução – emprego de força e do tônus.
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RITMO E DANÇA
8.3.1 Folclore
Folclore é a cultura do popular, tornada normativa pela tradição. Compreende 
técnicas e processos utilitários, além da sua funcionalidade. O conteúdo do 
Folclore ultrapassa o enunciado de 22 de agosto de 1846, quando William John 
Thoms criou o vocábulo. Qualquer objeto que projete interesse humano, além de 
sua finalidade imediata, material e lógica, é folclórico. Desde que o laboratório 
químico, o transatlântico, o avião atômico, o parque industrial determinem 
projeção cultural no plano popular, acima do seu programa específico de produção 
e destino normais, estão incluídos no Folclore. Não apenas contos e cantos, mas 
a maquinaria faz nascer hábitos, costumes, gestos, superstições, alimentação, 
indumentária, sátiras, lirismo, assimilados nos grupos sociais participantes. Onde 
estiver um homem, aí viverá uma fonte de criação e divulgação folclórica. O 
Folclore estuda a solução popular na vida em sociedade. Em qualquer povo 
haverá uma cultura sagrada, hierárquica, veneranda, reservada para a iniciação, 
e a cultura popular, aberta à transmissão oral e coletiva, estórias e acessos às 
técnicas habituais do grupo, destinada à manutenção dos usos e costumes no 
plano do convívio diário. O Folclore estuda todas as manifestações tradicionais 
na vida coletiva (CASCUDO, 2012, p. 304).
Um nome notável para o folclore nacional é Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), um grande 
pesquisador das tradições do povo brasileiro e suas raízes culturais. É oportuno lembrar que seu estudo 
foi pioneiro e de profunda importância para resgatar, arquivar e perpetuar o folclore do País. Entre 
inúmeras contribuições, citamos: música, danças, comidas, versos, brincadeiras, jogos, artesanatos.
Os fatos folclóricos são transmitidos oralmente e pela imitação através da fala (em cantigas ou de 
forma declamada). 
O Brasil possui um dos folclores mais ricos de todo o mundo. O dia do folclore é comemorado em 22 
de agosto, e foi determinado pelo Decreto nº 56.747, de 17 de agosto de 1965.
Figura 22 – Máscaras 
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Unidade II
Manifestações folclóricas:
• contos;
• cantigas;
• costumes; 
• culinária;
• danças;
• frases;
• festas;
• gestos;
• jogos e brincadeiras;
• roupas;
• superstições.
8.3.2 Quadrilha
A quadrilha é uma dança que surgiu na Inglaterra em meados dos séculos XIII e XIV, comcaracterística 
rural e camponesa. Após a Guerra dos Cem Anos, a França adotou a quadrilha, que passou a ser realizada 
nas festividades por toda a nobreza e logo se espalhou pela Europa, chegando a ser a principal dança dos 
grandes bailes da corte. Ela chegou ao Brasil com a corte portuguesa no século XIX e logo se popularizou 
por todo o País. O excerto a seguir é de 1842.
O furor das contradanças
Por toda parte s’estende,
A todo gênero humano
A quadrilha compreende.
Nas baiucas mais nojentas,
Onde a gente mal se vê,
Já se escuta a rabequinha,
Já se sabe o balancê (CASCUDO, 2012, p. 587).
Vale ressaltar que a quadrilha nasceu do povo, depois foi absorvida pela corte e séculos mais 
tarde voltou à categoria de dança popular. Interessante notar que em nosso país ela é uma forma 
de festejo em homenagem aos santos juninos Santo Antônio, São João e São Pedro e também para 
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RITMO E DANÇA
agradecer a colheita, exatamente como era em seu início. A quadrilha denota linguagem caipira, 
mas ainda possui resquícios da dança de corte – por exemplo, alguns termos, como: balancê, en 
arriére, en avant, vis-a-vis, tour. 
Em relação à marcação de quadrilha, ela é executada em pares, e as colunas e fileiras são intercaladas 
entre damas e cavaleiros. Deve-se numerar os casais em “grupo 1” e “grupo 2”. Vejamos os comandos do 
líder no momento da dança e a sequência das ações:
• Ao centro: de mãos dadas às duas fileiras, vão para frente e cumprimentam-se.
• Mais uma vez. No centro fazem o balanceio e o giro.
• Aos seus lugares.
• Damas cumprimentam os cavalheiros.
• Cavalheiros cumprimentam as damas.
• Saudação geral.
• Cavalheiros trocam de lado: dirigem-se ao centro, dão-se as mãos direitas, giram pela direita e 
trocam de lado.
• Damas trocam de lado: dirigem-se ao centro, dão-se as mãos direitas, giram pela direita e trocam 
de lado.
• Grande passeio em círculo: as damas se colocam à direita dos cavalheiros.
• Trocar de damas até que os pares se encontrem.
• Trocar de cavalheiros até que os pares se encontrem.
• Passagem pelo túnel.
• Grupo 1: ao centro e balanceio.
• Aos seus lugares.
• Grupo 2: ao centro e balanceio.
• Aos seus lugares.
• Preparar para o galope.
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Unidade II
• Segue o grande passeio.
• Caminho da roça: formar uma coluna – o noivo segura as mãos da noiva e os demais se seguram 
pela cintura.
• Olha a chuva!
• Já passou!
• A ponte caiu!
• Já consertou!
• Olha a cobra!
• Já mataram a “mardita”!
• Segue o caminho da roça.
• Formar o caracol.
• Desvirar o caracol.
• Formar a grande roda, deslocar-se para a direita e para a esquerda.
• Damas para o centro do círculo: damas à direita, cavalheiros à esquerda.
• Cavalheiros procuram sua dama. 
• Coroar damas. Para a direita, para a esquerda.
• Coroar cavalheiros. Para a direita, para a esquerda.
• Todo mundo para o baile!
• Está terminada a nossa quadrilha.
• Despedida e saída do baile.
As danças do folclore brasileiro possuem dois grupos de desenvolvimento: o urbano, que marca os 
costumes das cidades, e o rural, que relata o estilo do homem do campo. Sofrem influência da cultura 
europeia, principalmente pelos portugueses e espanhóis, pela cultura africana e indígena. A seguir, 
vamos observar alguns exemplos de danças brasileiras e suas características. 
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RITMO E DANÇA
Pau de fita 
De origem portuguesa e espanhola, esta dança é executada em torno de um mastro central que 
possui fitas presas. A quantidade de participantes deve ser sempre em número par. Cada um segura a 
ponta de uma das fitas e, ao dançar, faz desenhos de tranças, tramas etc. Também foi encontrada no 
Rio Grande do Norte, no fim da dança bumba-boi (bumba meu boi), mas sem a execução do trançado.
Chula 
De origem portuguesa, é conhecida como dança-desafio e é tipicamente masculina. Possui 
movimentos de sapateado fortes e vibrantes, e em geral são dançadas por peões. 
Chimarrita 
É uma dança portuguesa da ilha da Madeira e Açores, e chegou ao Brasil pelo Rio Grande do Sul, 
através dos açorianos, no ano de 1747. É executada por homens e mulheres, que ficam frente a frente 
em duas fileiras. Os movimentos variam com palmas, batidas de pés e valsas.
Catira ou cateretê 
Conhecida como dança rural, dançada basicamente por homens boiadeiros e lavradores nas festas 
religiosas. Sua formação se dá em duas fileiras, nas quais os dançarinos executam sapateado e palmeado 
ao som da moda de viola. Possui uma origem híbrida, com influência indígena, africana e europeia. 
Parece uma coisa à toa
Mas tem muito que sabe;
Que não é qualquer pessoa 
Que dança o Cateretê! (CASCUDO, 2012, p. 186)
Jongo 
De origem africana, o jongo é uma dança de roda na qual os dançarinos se deslocam para o centro 
da roda individualmente ou em duplas, um homem e uma mulher, e então disputam suas habilidades. 
Os movimentos são feitos com a marcação da batida dos pés à frente do corpo (alternadamente e 
com rodopios), indicando agilidade. Os instrumentos de percussão aplicados são pequenos tambores, 
chocalhos e as palmas. A música é cantada por um ou mais solista, e o refrão é executado por todos os 
integrantes da roda.
Dança de São Gonçalo 
A dança de São Gonçalo é religiosa e possui origem portuguesa. Chegou ao País com os fiéis 
do Santo Amarante, padroeiro das meninas que querem casar e dos doentes de estômago e ventre. 
Dançadas essencialmente em fazendas e povoados, onde os fieis cantam e dançam com a imagem 
para pagar a promessa. 
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Unidade II
Carimbó
Dança típica de Marajó (PA), é realizada nas zonas de pescadores e lavradores. Possui forte influência 
africana e é realizada ao som de instrumentos de percussão como o carimbó (tambor de origem africana), 
pandeiros e reco-reco. Os movimentos são requebrados, vibrantes, alegres e cheios de rodopios. O 
carimbo é dançado por homens e mulheres em roda. Ao rodopiarem, as mulheres tentam jogar a barra 
da saia sobre a cabeça do homem, causando risos entre os participantes. 
Danças típicas da região Sul:
• xote;
• maçarico;
• milonga;
• pezinho;
• rancheira de carreirinha;
• anu;
• balaio;
• bugio;
• tatu;
• tirana;
• fandango;
• vanerão.
Na região Sudeste, destacamos:
• catira ou cateretê; 
• jongo;
• dança de São Gonçalo;
• samba;
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RITMO E DANÇA
• xiba;
• ciranda;
• dança do tamanduá;
• mineiro-pau;
• batuque;
• cana-verde;
• fandango.
Na região Norte, acentuamos:
• bumba-boi;
• carimbó;
• camaleão;
• dança do maçarico;
• desfeitera;
• marambiré;
• lundu marajoara;
• marujada;
• dança siriá;
• xote bragantino.
Na região Nordeste, ressaltamos:
• maculelê;
• cavalo piancó;
• reisado;
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Unidade II
• ciranda;
• coco;
• maneiro-pau;
• dança de São Gonçalo;
• dança do lelê;
• dança do caroço;• espontão;
• frevo;
• cavalo-marinho;
• caboclinhos;
• maracatu rural;
• mamulengo;
• pagode do amarante;
• tambor de crioula;
• bambaê de caixa;
• cacuriá;
• torém;
• caninha-verde;
• marujada.
Na região Centro-Oeste, temos:
• catira;
• vilão;
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RITMO E DANÇA
• tambor;
• siriri;
• cururu;
• boi à serra;
• dança de São Gonçalo;
• sarandi;
• chupim;
• polca de carão;
• xote.
Figura 23 – Maracatu
8.4 Preparação física para a dança
Condicionar o dançarino como um atleta é um exercício de mente-
corpo-força [...] equilíbrio, flexibilidade, postura e treinamento da imagem 
corporal precisam estar juntos como um todo equilibrado. Se o dançarino 
estiver apto a quebrar o ciclo de movimentos desalinhados e fortalecer os 
apropriados, ele pode não apenas se tornar mais habilidoso como também 
reduzir os riscos de lesão (FRANKLIN, 2012, p. 2).
Falar em condicionamento na dança não é algo tão simples, pois são inúmeros os estilos e as técnicas 
existentes. Portanto, deve-se conhecer a técnica do estilo de dança a ser trabalhado, bem como investigar 
quais são as exigências físicas que precisam ser desenvolvidas. De modo geral, a preparação física na 
dança consiste no evolução da coordenação neuromuscular e cinestésica, alinhamento, flexibilidade, 
força, resistência, equilíbrio e agilidade. 
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Unidade II
8.4.1 Aquecimento/resfriamento
Para um bom desempenho em um ensaio, treino ou aula de dança, é essencial fazer o aquecimento 
para elevar o fluxo sanguíneo, acelerar a respiração, aumentar a temperatura corporal e lubrificar as 
articulações, tornando o corpo mais elástico e hábil para as próximas etapas. 
Um bom profissional deve estar atento para necessidade de se aquecer o corpo de acordo com os 
movimentos similares aos que serão requisitados nas aulas, danças ou composições coreográficas. Dessa 
forma, ele estará apto para executar os movimentos solicitados com melhor desempenho.
Autores como Volianitis (2001) sugerem que é preciso dividir o aquecimento em três fases: organizar 
o corpo (fisiológico), captar a percepção (psicofisiólogico) e preparar a mente (psicológico).
Todo bailarino ou dançarino deve desenvolver um alto grau de percepção corporal, buscando 
identificar as partes mais tensas, rígidas e fracas, enfim, as áreas mais deficientes. Depois, é preciso 
ajustar mudanças para preparar dispor de forma adequada o seu corpo.
 Lembrete
Ao aquecer o corpo, os alongamentos devem servir como uma forma de 
acordar os músculos, e não para aumentar a flexibilidade.
Não devemos parar de modo repentino os exercícios na aula de dança, ensaios ou espetáculos. Por 
fim, temos o resfriamento, que deve acontecer de forma lenta e gradativa para que o seu corpo retorne 
ao estado de repouso.
 Segundo Franklin (2012, p. 10),
[...] essa mudança abrupta do exercício para a posição sentada faz com 
que o sangue se acumule nos membros inferiores, e o coração e todos 
os sistemas do corpo reduzam o ritmo rápido demais. Da mesma forma, 
resíduos metabólicos acumulados pelo músculo durante o exercício não são 
facilmente removidos do tecido se não houver uma fase de resfriamento. 
O resultado é dor, músculos cansados, articulações doloridas e menos 
resistência geral no dia seguinte.
Recomenda-se que sejam executados leves exercícios de respiração e alongamento nos principais 
músculos trabalhados para seu relaxamento, o que reduzirá as dores localizadas.
 Observação
Não é aconselhável trabalhar o alongamento de forma intensa no 
resfriamento, pois há grande possibilidade de lesionar as fibras musculares.
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8.4.2 Percepção corporal e o alinhamento
Para executar movimentos de dança ou de qualquer outra atividade esportiva que busca a 
autoexibição, a qualidade de movimento e a excelência técnica, é essencial que o dançarino ou atleta 
tenha um conhecimento básico sobre ossos, articulações e músculos e a percepção espaço-temporal 
em que o corpo se manifesta. Isso indica que, para um trabalho consciente, é preciso desenvolver a 
percepção em relação ao alinhamento das estruturas ósseas, aos músculos envolvidos no movimento, 
à força que se emprega, às sensações de desconforto, tensões, dor, estresse, enfim, conseguir sentir as 
possíveis distorções na postura. Além disso, é imperioso assimilar como o corpo ocupa o espaço em 
relação aos planos e eixos.
• planos: sagital, frontal e horizontal;
• eixos: longitudinal/crânio-caudal, transversal/látero-lateral, antero-posterior/sagital.
Figura 24 
O alinhamento é uma relação dos ossos do corpo aos planos geométricos. 
Neste caso, um plano sagital mediano imaginário secciona o corpo humano 
no nariz, no centro da mandíbula, no esterno e na sínfise púbica. Um plano 
frontal imaginário disseca o corpo humano na articulação atlanto-occiptal, 
na ponta dos ombros, no trocanter maior e logo à frente da parte externa 
do osso do tornozelo. Uma distorção na postura pode ser encontrada no 
plano horizontal. A cabeça pode ser virada para a direita em relação ao 
ombro e à pelve, e rotada para a esquerda em relação aos pés. Se você olhar 
para o corpo a partir de cima, tanto as orelhas quanto a ponta dos ombros, 
o trocanter maior e os tornozelos devem estar idealmente localizados 
aproximadamente no mesmo plano frontal (FRANKLIN, 2012, p. 87).
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Unidade II
Portanto, executar movimentos de dança com o corpo alinhado reduz o estresse sobre os músculos, 
facilita a execução, diminui o esforço, eleva a flexibilidade e traz beleza às formas do movimento, 
promovendo plasticidade.
8.5 Equilíbrio
Figura 25 – Primeira bailarina do Teatro Municipal, Rio de Janeiro
A dança e a ginástica rítmica trabalham muito com o virtuosismo, que nada mais é do que possuir 
um grande domínio sobre uma técnica e executá-la com grande perfeição e graciosidade. Na imagem 
anterior, vemos uma bailarina em equilíbrio sobre a ponta dos dedos do pé. Para adquirir esse grau 
de habilidade, é vital desenvolver percepção corporal. Então, deve-se alinhar as estruturas ósseas, 
centralizar a postura (encontrando o eixo corporal), marcar um ponto fixo com a cabeça, empregar o 
tônus necessário e usar a força contrária (vetores). 
Possuímos reflexos ou reações de endireitamento que fazem com que a 
cabeça se alinhe com a coluna ou o eixo do corpo inteiro em relação à 
gravidade. Esses reflexos nos orientam em direção ao nosso centro para que 
saibamos onde estamos em relação ao nosso eixo e possamos responder 
a outros estímulos de forma eficiente. As reações de endireitamento são 
controladas por inúmeros órgãos sensoriais nos músculos do pescoço (fusos 
musculares) e órgãos de equilíbrio no ouvido interno (vestíbulo) e nos olhos 
(endireitamento óptico) (FRANKLIN, 2012, p. 30).
Vamos falar sobre os pés, sustentáculos do corpo. Em primeiro lugar, o corpo deve estar 
aquecido e com os dedos alongados, assim é possível aumentar a base de apoio. O peso deve 
ser distribuído sobre o 1º e o 5º metatarsais e o calcanho, formando um triângulo. Os maléolos 
precisam ser alinhados e o tornozelo deve estar firme. Dessa forma, temos uma boa base de apoio 
para manter o equilíbrio.
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RITMO E DANÇA
Usar as metades do corpo (estruturas ósseas e musculares) em simetria ajuda a adequar o 
alinhamento corporal, evitando entortá-lo e tensionar os músculos de modo desnecessário, 
causando a instabilidade. No desenho a seguir, podemos observar um corpo com simetria: ombros, 
quadril e coluna alinhados.
Figura 26 – Corpo alinhado, em simetria
8.6 Força muscular equilibrada
Podemos notar que o tronco é essencial na dança, quase todos os movimentos são gerados a partir 
dele. Para que essa base seja estável, é preciso um controle postural, força muscular equilibrada e uma 
respiração eficiente. A maioria dos estilos de dança possui em suas coreografias movimentos que exigem 
uma grande desestabilidade do tronco. Para evitar o impacto na coluna vertebral, é necessário um core 
(força do centro) forte e preparado. 
Para fortalecer o tronco, é fundamental desenvolver uma força muscular equilibrada na coluna 
lombar, nos músculos do abdômen, no diafragma e no iliopsoas. Então, esses músculos proporcionam 
estabilidade para executar os movimentos mais complexos de forma segura. 
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Unidade II
Na figura a seguir, nota-se uma bailarina executando um plié (flexão dos MMII) em 2ª posição dos pés. 
Figura 27 – Movimento alinhado do plié
Vamos analisar a figura e destacar algumas ações relevantes:
• esse trabalho requer uma rotação da coxofemoral (en dehors), exigindo a flexibilidade dos 
membros inferiores;
• o corpo se encontra em simetria, trazendo harmonia e equilíbrio entre os lados;
• o alinhamento das estruturas ósseas é vital para qualidade e êxito no movimento, e na imagem 
notamos que os ombros estão alinhados em relação à crista ilíaca, os ísquios, ao calcanho, e a 
patela, ao centro dos pés;
• o trabalho de força contrária ajuda a posicionar o corpo no espaço de forma correta e possibilita 
o espaçamento nas articulações, o que traz mais flexibilidade e facilita a rotação da coxofemoral;
• quanto mais o bailarino flexiona o seu plié (dobra suave dos joelhos), mais força equilibrada ele 
emprega no tronco para elevação do centro de gravidade;
• os pés bem posicionados no solo aumentam a base de apoio, estabilizando o movimento;
• o tônus empregado deve ser apenas o necessário para manter a posição firme e equilibrada.
• ao executar o plié na fase de descida, inspire pelo nariz e perceba que o diafragma e os músculos 
do assoalho pélvico se expandem.
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RITMO E DANÇA
8.7 Flexibilidade
Encontramos na literatura muito a respeito da história da dança, dos criadores e de suas criações, 
bem como seus principais representantes, mas poucos estudos são encontrados a respeito dos aspectos 
funcionais e morfológicos. Certas atividades esportivas, lutas e danças necessitam de maiores níveis de 
flexibilidade para se atingir desempenhos superiores (SILVA; BONORINO, 2008).
Em virtude de a flexibilidade estar relacionada à técnica dos movimentos da dança e também por 
compor grande parte das exigências dos movimentos executados, é uma capacidade física valorosa para 
a modalidade e relacionada à performance desse bailarinos (MONTEIRO, 2009). 
 A flexibilidade é uma aptidão física essencial na dança, permitindo ao atleta realizar ações motoras 
que requerem amplitude articular. Assim, a falta da flexibilidade é uma enorme limitação ao bailarino.
O treinamento de flexibilidade ajuda a aumentar a extensão de movimento nas articulações e em 
outras estruturas do corpo, promovendo um movimento menos tenso, mais livre e amplo. Segundo 
Franklin (2012), esse treinamento tem um papel crucial na manutenção geral da saúde do corpo, 
garantindo o fluxo suficiente de sangue através dos tecidos e a lubrificação de articulações. Há uma 
grande conexão entre flexibilidade equilibrada, estabilidade e redução de lesões.
Ganhamos mais flexibilidade ao combinar exercícios que elevam a temperatura do corpo aos de 
alongamentos leves. Um modo vantajoso de alongar o tronco e trazer mais flexibilidade à coluna 
vertebral é trabalhar com o espaçamento das vertebras ou o alongamento do esqueleto axial (crânio, 
coluna vertebral, costelas e sacro). 
Esse trabalho ocorre quando empregamos forças antagônicas, aumentando os espaçamentos e tornando 
a coluna mais flexível e os movimentos mais amplos e reduzindo o risco de lesões. A seguir, vemos o 
desenho de um esqueleto axial e duas setas ou vetores indicando a direção da força antagônica aplicada.
Figura 28 – Esqueleto axial: vetores indicando as forças opostas para atingir o alongamento 
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Unidade II
 Saiba mais
Para aprofundamento sobre preparação física na dança, leia o livro 
a seguir:
HAAS, J. G. Anatomia da dança. São Paulo: Manole, 2011.
 Resumo
Nesta unidade, abordamos a dança em seus mais variados estilos, 
métodos e áreas de atuação, como: a educação, a Educação Física, a 
reabilitação, a religião, a dança da cultura popular ou folclórica, entre 
outras. A esse respeito, percebemos o quão amplo é o universo de trabalho 
nessa área.
Vimos que desde a pré-História a dança permeava a vida do homem. 
Cumpria diversas funções, por exemplo, expressão religiosa, artística e 
cultural, de acordo com o contexto histórico.
Destacamos os estudos de Laban sobre as oito ações básicas de 
movimento: deslizar, flutuar, pontuar, sacudir, pressionar, torcer, chicotear 
e socar. Tais informações nos auxilia a executar os movimentos em relação 
ao tempo, ao espaço e à força que deve ser empregada. 
Estudamos a dança integrativa e apresentamos diversos exemplos: 
dança circular sagrada, dança social de salão e dança folclórica. Sua 
importância está relacionada aos diversos benefícios que ela traz: 
desenvolve autoconfiança, gera sociabilização e divertimento, estimula 
a circulação sanguínea, desenvolve a coordenação motora, melhora o 
sistema cardiorrespiratório, dá agilidade e flexibilidade, diminui o estresse e 
aumenta a resistência muscular, promovendo ritmo e percepção corporal.
Também evidenciamos que a preparação física para a dança é essencial. 
Preparar o corpo com um aquecimento bem elaborado, abordando 
especificamente as necessidades do bailarino, promoverá excelentes 
resultados em sua performance. Desenvolver as habilidades como 
flexibilidade, força, agilidade, equilíbrio, coordenação e alinhamento tornará 
o bailarino mais apto a criar um trabalho com consciência corporal, com 
qualidade em seus movimentos, evitando o risco de lesões e alcançando 
um nível técnico desejado.
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RITMO E DANÇA
Fizemos, ainda, um breve histórico da dança em seus mais variados 
aspectos e contextos, com o intuito de ampliar seus conhecimentos e 
buscar descobertas, aprofundamentos e realizações.
 Exercícios
Questão 1. O grupo de percussão corporal Barbatuques é referência internacional em percussão corporal, 
ou seja, utiliza todas as possibilidades de extrair sons harmoniosos do corpo de seus integrantes. O grupo faz 
música e ritmos através de variações de palmas, assobios, estalos dos dedos, batidas no peito, sopros entre as 
mãos unidas, sapateados, efeitos de voz, todos estes sons em mais completa sintonia. Foi fundado

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