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Aborto Dilemas, polêmicas e incertezas Definições: Abortus – ab: privação; e ortus: nascimento O aborto é classificado como a interrupção de uma gravidez. Alguns obstetras, para defini-lo, delimitam o tempo de gestação até a 22ª semana de gravidez. Após esse período, a interrupção é considerada parto prematuro e, se houver óbito do feto, este é considerado natimorto. Ou seja, até os cinco meses e meio de gravidez a expulsão do feto é considerada aborto pela medicina; dos cinco meses e meio em diante, parto prematuro. Verificamos, no entanto, que a grande maioria dos abortamentos obedece a um prazo bem menor que as 22 semanas delimitadas pelos obstetras 1) Aborto espontâneo: aquele que acontece por causas naturais, sem intervenção externa. 2) Aborto induzido (ou provocado): aquele que acontece pela intervenção do homem. 2.1) Aborto terapêutico: quando o aborto é provocado para salvar a vida da mãe. 2.2) Aborto eugênico: quando é provocado para livrar-se de um feto que apresente anomalias, defeitos ou doença fetal prevista, já constatados em exame pré-natal. 2.3) Aborto sócio-econômico: quando é provocado por falta de condições para criar uma família, moradia sem espaço, doenças na família, falta de proteção à mãe solteira e aos filhos excepcionais. 2.4) Aborto sentimental (ético): quando é provocado por motivos chamados morais tais comoestupro, incesto, adultério, relação fora do matrimônio. No Brasil: O aborto é prática clandestina por excelência. Considerado ilegal pelo atual Código Penal, em vigor desde 1940. Segundo Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (artigos 124 a 128), somente duas modalidades de aborto não são puníveis: o aborto terapêutico - feito como tentativa de salvar a vida da gestante e o aborto sentimental - decorrente de gravidez por estupro. - No Século XIX, o aborto expandiu-se consideravelmente entre as classes mais populares, em função do êxodo crescente do campo para a cidade e da deterioração de seu nível de vida. - Hoje em dia torna-se mais comum que o número de defensores da prática livre do aborto venha crescendo respaldados em razões de ordem econômica, política, social e demográfica (materialismo). Quadro indicador das relações entre os diversos países do mundo e o tratamento dado à questão do aborto, teríamos: o aborto é realizado por meio de simples solicitação - 35% o aborto é realizado por razões de ordem social - 24% o aborto é realizado por razões de ordem médica, eugênica ou humanitária - 20% o aborto é realizado para salvar a vida da mãe - 13% o aborto é totalmente proibido - 4% - situação desconhecida - 4% LEGISLAÇÃO Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Forma qualificada Art. 127 - As penas assinaladas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal Documentos e procedimentos obrigatórios - Autorização da grávida - ou, em caso de incapacidade, de seu representante legal - para realização do abortamento, firmada em documento de seu próprio punho, na presença de duas testemunhas - exceto pessoas integrantes da equipe do hospital - que será anexada ao prontuário médico. - Informação à mulher - ou a seu representante legal - de que ela poderá ser responsabilizada criminalmente caso as declarações constantes no Boletim de Ocorrência Policial (BOP) forem falsas. - Registro em prontuário médico, e de forma separada, das consultas, da equipe multidisciplinar e da decisão por ela adotada, assim como dos resultados de exames clínicos ou laboratoriais. - Cópia do Boletim de Ocorrência Policial Recomendados - Copia do Registro de Atendimento Médico à época da violência sofrida. - Cópia do Laudo do Instituto de Medicina Legal, quando se dispuser.” PROJETOS DE LEI (PL) que tramitam na Câmara: Há, dois projetos que visam liberar a prática do aborto por qualquer razão: O PL nº 1.135/91 propõe suprimir o art. 124 do Código Penal, com o efeito pretendido de descriminalizar o aborto. Sua aprovação como se encontra criaria uma clara contradição com o art. 126 daquele Código. O PL nº 176/95 pretende não apenas a legalização do aborto sem restrições (exceto a idade gestacional “até 90 dias”), mas também que a rede hospitalar pública e conveniada seja obrigada a proceder ao aborto mediante simples manifestação de vontade da interessada. O ponto nevrálgico das discussões travadas no seio da sociedade sobre o aborto é o caso dos bebês portadores de enfermidades congênitas graves que inviabilizam uma vida normal; a anencefalia é o exemplo mais eloqüente. O Projeto de Lei nº 1.174 de 1991 e a maior parte de seus apensos, tratam especificamente disso, divergindo apenas em detalhes: . O PL nº 4.834/05 propõe inclusão, no art. 128 do Código Penal, de inciso contemplando casos comprovados de anencefalia. O PL nº 1.174/91 e o PL nº 660/07 também pretendem a inclusão de inciso naquela artigo, porém não se restringem unicamente a anencéfalos. . Os Projetos de Lei nº 3.280/92, nº 1.956/96 e 4.304/96 têm semelhante intento, de permitir a realização de aborto em casos de enfermidades incuráveis. Somente diferem dos citados no item anterior por não proporem modificar o Código Penal. Qualquer um deles, se aprovado na forma como se encontra, criaria uma contradição entre normas legais (porém, como exposto, estão apensados ao PL 1174/91). VIDA OU MORTE ??? Com 22 semanas, esta pequena garota sem nome é resultado de um aborto com utilização de uma solução salina que lhe causou a morte. Com 21 semanas, o pequeno Samuel sai do ventre de sua mãe e segura o dedo do médico que operou ele. O pequeno Samuel alguns meses depois .... Considerações: Na mesa de madeira em frente à porta de uma sala de audiências no Fórum Criminal de São Paulo, repousa uma lista com os processos a serem julgados naquela tarde. Em alguns minutos, será a vez de Marta* ser absolvida sumariamente ou ir a júri popular e pegar até 4 anos de prisão. A primeira folha do processo diz que Marta "provocou aborto em si mesma" e isso basta para condená-la, já que a prática é crime previsto pelo artigo 124 do Código Penal. Mas, quem seguir lendo os autos, saberá que Marta tinha 37 anos, era mãe solteira de três filhos pequenos (com idades entre 1 e 6 anos), vinha de um histórico de abandono por parte dos pais das crianças (inclusive o da gravidez que interrompeu) e estava desempregada quando, em 2010, em um ato de desespero, comprou um remédio abortivo de uma prostituta por R$ 250, tirados de sua única fonte de sobrevivência - a pensão da filha. Descobrirá também que Marta é pobre, só completou o primeiro grau, e que morava com os filhos em um bairro afastado de São Paulo quando, três dias após introduzir o remédio na vagina (de forma incorreta, já que não tinha a quem pedir orientação), ainda não havia parado de sangrar e de sentir fortes dores, e por isso procurou o pronto-atendimento de um hospital público de seu bairro. O leitor ficará surpreso ou aliviado, dependendo de suas convicções, ao saber que a médica que a recebeu, imediatamente fez a denúncia à Policia Militar, explicando que retirou uma "massa amorfa" de seu útero, "provavelmente" uma placenta resultante de um aborto malsucedido. Matéria apresentada na TV Globo - Fantástico: Uma jovem é estuprada e engravidada: os pais da gestante e avós do bebê em formação uterina pedem na Justiça pela autorização do aborto. A autorização chega após avançado estado da gravidez. O bebê nasce e passa a ser amado pela família. 10 anos depois a equipe do “Fantástico” retorna ao lar e pergunta aos avós e a mãe do bebê não abortado: O que seria para eles se o aborto tivesse sido feito? Resp. “A pior coisa desse mundo.” O que representa para a família aquela criança, agora com 10 anos de idade? Resp. “Ela é a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas. É a alegria da família.” Obs.: enquanto o cinegrafista fazia as filmagens a criança, um menino, branco e de cabelos loiros entra a brincar na sala da casa esbanjando alegria, saúde e amor pelos seus familiares. Após a realização de um aborto: Mulheres que estão enfrentando dificuldades precisam resolver três questões: 1. O meu filho pode me perdoar? 2. Deus pode me perdoar? 3. Eu posso me perdoar? Muitos homens são afetados emocionalmente e espiritualmente. Dependendo do grau de seu envolvimento no aborto, o pai pode experimentar raiva, dor e tristeza, impotência, abuso de álcool e drogas, comportamentos de risco, e outras emoções e comportamentos não saudáveis. Sem esquecer que um feto desde o momento da fecundação ele é, e está predestinado a ser, um ser humano, deixando de lado o nível de inteligência, pois também, uma criança não tem capacidade de discernimento igual a nós, mas nem por isso ele é menos. Tudo tem a ver com as diferentes etapas de desenvolvimento humano a qual todos nós estamos expostos. E como ser humano que é, ele tem os mesmos direitos que nós, e o mais importante e básico de todos: o direito de viver. E esse direito só pode ser protegido pela sua própria mãe. Ela pode tomar esse direito de seu filho ? A resposta é com você (e sua consciência) .... “Esperar que os nossos sistemas de moral e as nossas éticas possam tornar os homens virtuosos, nobres e santos, é tão insensato como imaginar que os nossos tratados sobre estética possam produzir poetas, escultores, pintores e músicos” (SCHOPENHAUER – filósofo alemão)
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