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Emile Durkheim e sua teoria sociológica

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SOCIOLOGIA: 
EMILE DURKHEIM (1858-1917)
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EMILE DURKHEIM
Emile Durkheim nasceu em Epinal, Lorena, na França, em 1858. Na Alemanha, estudou ciência positiva da moral. Atuou nas cadeiras de Pedagogia, mas o teor sociológico de suas lições fizeram a disciplina chamar-se, em 1913, “Sociologia”. Funda a revista L’Année Sociologic, em 1896, grande órgão de expressão de sua escola. Recebe o título de doutorado com a tese “A divisão do trabalho social” (1893). Viveu no contexto da “belle époque”, de progresso e otimismo pelas grandes invenções, apesar de já aparecerem os problemas da vida moderna (questão social). Em 1915 morre na guerra seu único filho. Durkheim, entristecido, morre dois anos depois.
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EMILE DURKHEIM
Influências:
Positivismo (Comte) – crença na razão, na ciência, nas leis.
Evolucionismo (Spencer) – natureza e sociedade obedecem à lei da evolução. Recepção da influência da biologia.
Conservadorismo (Burke, De Maistre, Bonald) - ordem, estabilidade, moralidade
Teoria Sociológica Funcionalista – função na origem (causa eficiente), não no futuro (finalidade).
Preocupação com o método científico – tratar os fatos sociais como coisas. (ver p. 67)
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EMILE DURKHEIM
O ESTUDO: “A DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL” (1893)
PROBLEMA BÁSICO: Como o indivíduo pode se tornar mais autônomo e mais dependente da sociedade ao mesmo tempo? 
HIPÓTESE: Está-se vivendo uma transição da solidariedade social, devido ao desenvolvimento da divisão do trabalho, em sociedades mais vastas (com alta densidade material e moral). (Vocês concordam com isto?)
OBJETIVO: Comprovar que existe uma solidariedade que advém da divisão do trabalho, e em que medida ela contribui para a integração social.
PRESSUPOSTOS E MÉTODO:
A divisão do trabalho é um fator moral, não só econômico.
A moralidade, em seu essencial, objetiva-se em normas jurídicas;
Classificar os vários tipos de laços sociais (solidariedade).
Comparar a proporção dessa solidariedade da divisão do trabalho com as demais, na totalidade das normas jurídicas;
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EMILE DURKHEIM
O ESTUDO: “A DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL”
O que causa a solidariedade? (a força das normas que a impõe ou a força da moralidade que gera a norma?) 
Durkheim observa que quanto mais solidários, mais os homens travam relações, logo, mais normas jurídicas há. (e os conflitos?)
Para Durkheim, as normas jurídicas são a expressão do essencial, permanente e organizado da vida moral.
Logo, o direito expressa todas as formas de solidariedade e sua proporção na integração social em cada sociedade.
DÚVIDA METÓDICA: Mas há formas de solidariedade que não se expressam no direito? E a parte subjetiva da moralidade, não interfere nela?
SOLUÇÃO: Durkheim acredita que o que não chega a constituir direito (ex. costumes) é a sua base; que só se pode conhecer as causas pelos efeitos observáveis; que as predisposições psíquicas não materializadas não tem importância social.
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EMILE DURKHEIM
CONSTATAÇÕES DE DURKHEIM
O direito reproduz as mais importantes formas de solidariedade;
Durkheim classifica as distintas normas conforme o tipo de sanção dessas normas (sanções restitutivas e repressivas – e estas, divididas em organizadas e difusas);
As normas de sanções repressivas (de direito penal) materializam a solidariedade mecânica.
As normas de sanções restitutivas (de direito civil, comercial, administrativo etc.) materializam a solidariedade orgânica.
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EMILE DURKHEIM
CONSTATAÇÕES DE DURKHEIM
Em relação à consciência Coletiva, as normas jurídicas seriam:
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EMILE DURKHEIM
 CONSTATAÇÕES DE DURKHEIM
Será que as normas de sanção restitutivas representam as soluções apenas de relações entre os particulares? Como a sociedade intervêm nestas relações? 
Os particulares poderiam estabelecer ou desfazer essas relações de qualquer maneira? Estariam eles liberados, já que a consciência coletiva comum é mais fraca, a agir (solidariedade positiva) e a omitir-se (solidariedade negativa) como quisessem? Por que?
As funções, mesmo diferenciadas e individualizadas, precisam funcionar de maneira regular e colaborativa. 
Na solidariedade orgânica, cada qual depende mais da sociedade, quanto mais dividido o trabalho, mas é também mais pessoal a sua atividade, quanto mais especializada ela for.
A sociedade se move mais, quanto mais mobilidade têm os seus membros.
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EMILE DURKHEIM
CONSTATAÇÕES DE DURKHEIM
Será possível uma solidariedade mecânica humana universal? E uma solidariedade pela divisão do trabalho? 
Para Durkheim, o único moderador dos egoísmos individuais é o grupo; e dos egoísmos do grupo, um grupo ainda maior.
É bom, moralmente, levar a especialização do trabalho tão longe quanto necessário; o quanto se distribui entre essa especialização e a comunidade dos interesses depende de cada sociedade, de seu estado de saúde moral.
Mas essa extrema especialização não nos desumanizaria, por tornar-nos seres sempre incompletos? Para Durkheim, ser uma pessoa é ser uma fonte autônoma de ação, e isto só se realiza na especialidade, no não comum.
Mas essa especialização deve ser justa para gerar solidariedade ( e não a divisão desigual capitalista).
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EMILE DURKHEIM
O Suicídio (1897)
O ato de suicidar-se também tem causas sociais.
Suicídio egoísta: o indivíduo tenta se sobrepor ao coletivo, e pensa que sua vida é disposição sua, pois não sente as contenções e proteções do grupo, a vida, como depende de sentir-se útil aos demais, perde o sentido.
Suicídio altruísta: o do que se sente tão entregue ao grupo, que morre por ele (mártir, homem bomba etc.)
Suicídio anômico: em momentos de crise (para pior ou até para melhor), perturba-se a ordem vigente, e ainda não há outra no lugar. As expectativas em deveres e recompensas não são claras, e há a sensação de injustiça, pois não há limites ainda ao que se pode querer, e a frustração é uma constante.
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EMILE DURKHEIM
As formas elementares de vida religiosa (1912)
Analisando o totemismo australiano como a forma mais básica e primária de expressão religiosa, Durkheim elabora uma teoria sociológica da religião, admitindo que esta surge quando a sociedade divide duas esferas de sua existência – a sagrada e a profana.
O Sagrado: conjunto de coisas, crenças, ritos que conduzem à uma unidade social, uma identidade. Incluem elementos positivos (deveres) e negativos (proibições).
O Profano: as esferas da vida prática, cotidiana (economia, família, etc.), que pode não diferenciar o grupo dos demais.
Daí, uma sociologia do conhecimento, este que, para Durkheim, tem sua origem na religião – primeira forma de representação do mundo e que nos leva a classificar tal mundo.
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EMILE DURKHEIM
Projeto Político Conservador
Apesar de apreciarem as transformações industriais e científicas, os teóricos positivistas queriam restaurar a integração da sociedade como um todo coerente e ordenado, daí seu reforço sobre questões morais.
Daí a sociologia ter por papel encontrar as patologias sociais (atos e coisas que não cumprem mais suas funções ou prejudicam as funções necessárias) e resolvê-las, restaurando o equilíbrio.
Durkheim apregoava o valor moral da dignificação do indivíduo como forma de eliminar os egoísmos, e a criação/fortalecimento das instituições responsáveis pela difusão dessa moral - na crise da religião, da família e do Estado, estas seriam as corporações. (p. 89)

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