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9º Período Sucessões

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1
FUNDAMENTOS DO DIREITO SUCESSÓRIO
• Propriedade: propriedade que não se transmite com a morte é mero usufruto. 
• Solidariedade familiar: a Constituição Federal garante a herança como direito fundamental. 
TERMINOLOGIAS
• Autor da herança ou de cujus: quem morreu. 
• Sucessor: um mesmo sucessor pode ser herdeiro e legatário. Não existe melhor, depende do que a pessoa vai receber. 
• Legatário: recebe a título singular (bem certo e determinado). Quem recebe uma quota do todo (“um terço do patrimônio") recebe a 
título universal, porque não sabe o que vai receber. O legatário recebe o carro x de placa y (tem que ser especificado). 
• Herdeiro: recebe a título universal. O herdeiro pode ser: 
• Testamentário. 
• Legítimo: é herdeiro por força de lei, segundo a ordem de vocação hereditária. Um mesmo herdeiro pode ser legítimo e 
testamentário (tira o do testamento e do que sobra divide entre os legítimos, incluindo a pessoa). A ordem de vocação hereditária 
vai mudando com o tempo, porque é um reflexo da evolução da sociedade. O cônjuge, por exemplo, foi ganhando importância. Os 
herdeiros legítimos podem ser: 
• Necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge. Tem direito à “legítima”, que corresponde a 50% do patrimônio do de cujus 
(pode até ser maior que 50%). Não pode excluir alguém da legítima. Mas como você faz o que quiser com a parte disponível (os 
outros 50%), você pode beneficiar mais um deles usando dessa pate. É uma diferenciação tolerável, uma vez que respeita a 
legítima. O desrespeito à legítima não invalida o testamento: o juiz faz a redução da disposição para que a legítima do herdeiro 
necessário seja preservada, e mantém o resto (vai ser cumprido, mas não da maneira que foi feito). Todos os herdeiros 
necessários recebem patrimônio? Não! No Brasil os ascendentes só recebem na falta dos descendentes, não imposta o grau. 
Então se tiver descendentes o ascendente fica fora da legítima, não sendo mais considerado herdeiro necessário. 
• Facultativos: não tem assegurada a legítima, então podem ou não participar. “Todo herdeiro necessário é legítimo, mas nem todo 
legítimo é necessário”. 
• Deserdação bonamente: é a clausulação da legítima. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador 
estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima (antes não precisava 
de justa causa, então com o advento do CC 2002 o testador teve um ano - entre 2003 e 2004 - para aditar o testamento, senão não 
cabe mais a cláusula; se morreu entre 2003 e 2004, a cláusula vai valer normal). O Código Civil não fala o que é justa causa, então é 
subjetivo. Entende-se: álcool, drogas, etc. Como a regra geral é não ter cláusula restritiva, a doutrina entende que, cessada a justa 
causa, pode pedir para o juiz levantar a cláusula. A dificuldade é comprovar que essa cláusula cessou. A cláusula de inalienabilidade 
implica a impenhorabilidade e a incomunicabilidade dos bens, enquanto que com as outras cláusulas só acontece uma coisa (se tem 
cláusula de impenhorabilidade só não pode penhorar, mas pode comunicar e alienar, por exemplo). É uma questão lógica, porque para 
comunicar tem que alienar. E, se pudesse penhorar, ia ser fácil burlar através de simulação. Se a pessoa precisar penhorar de verdade, 
sem simulação, problema dela, porque quando ela contraiu a dívida já sabia disso. Mediante autorização judicial e havendo justa 
causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos 
primeiros. É uma exceção, em que vai poder alienar com autorização judicial, se houver justa causa (exemplo: fazenda com cláusula de 
inalienabilidade, mas não sei administrar fazenda). Jurisprudência também entende que, por exemplo, você tem uma justa causa pra 
vender e só precisa de 3 milhões (pra custear um tratamento de saúde, por exemplo). Se a fazenda vale 10 milhões você vende, pega 
os 3 milhões e compra outro imóvel com a cláusula com os outros 7 milhões. 
• Herança e espólio: herança é um conceito de direito material, enquanto espólio é um conceito de direito processual. Herança é o 
patrimônio transmitido depois da morte (passivo e ativo). O espólio, por sua vez, nada mais é do que a representação processual da 
herança. Para as questões patrimoniais, a legitimidade passiva é do espólio. Para questões existenciais (investigação de paternidade 
ou legitimidade da união estável), os herdeiros devem ser citados. É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é 
a de petição de herança. Usa a cláusula de prescrição geral do CC: 10 anos. Lembrar que não corre prescrição contra o 
absolutamente incapaz (até 16 anos). No CC anterior a cláusula de prescrição geral era de 20 anos. 
• Características da herança: 
• Bem imóvel: considera-se bem imóvel, para os efeitos legais, o direito à sucessão aberta. Como consequência, o cônjuge precisa de 
autorização para renunciar a herança (a não ser na separação absoluta), e, além disso a renúncia deve se dar por instrumento 
público ou frente ao juiz. 
• Bem universal e indivisível: a herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Como consequência, até 
a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas 
ao condomínio. 
• “Droit de saisine”: ficção jurídica que determina que após a morte o patrimônio não fica um segundo sequer sem titularidade. A 
transmissão do patrimônio ocorre, então, no exato momento da morte (assim que y morre o patrimônio vai para seu marido x). 
• Comoriência: é o que ocorre quando duas pessoas morrem ao mesmo tempo (ex: acidente de avião). Entre os comorientes não há 
pacto sucessório (não transmite de um pro outro - se morreram juntos, faz-se a sucessão individual de cada um, porque como não sabe 
 2
quem morreu primeiro não tem como falar que o patrimônio de um vai pra outro). A comoriência não precisa necessariamente decorrer 
de morte no mesmo acidente. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Atenção: critério para doação de órgãos é morte cerebral, e 
critério sucessório é ausência de sinais vitais. Então morte cerebral não abre sucessão, mas quando você autoriza e tira os órgãos a 
sucessão abre e os bens passam para o cônjuge (se o cônjuge também estiver com morte cerebral não abre a dele). 
• Pacta corvina: contrato que tem como objeto herança de pessoa viva é nulo. O sucessor poode ceder os direitos sucessórios depois 
que o autor da herança morrer, mas, como é herança (bem imóvel), deve ser feito por instrumento público. 
LEGITIMAÇÃO PARA SUCEDER
• Legítima: legitimam-se a suceder as pessoas nascidas com vida ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. 
• Testamentária: pode beneficiar no testamento pessoa nascida, pessoa já concebida ou não, pessoa jurídica (já existente ou não - no 
último caso, deve ser determinada a constituição por meio de fundação). Não pode beneficiar cachorro, só pessoa, mas posso colocar 
disposição com encargo (“deixo 50 mil para x cuidar do cachorro y”). Pode beneficiar também prole eventual. O novo CPC fala em 
prazo de dois anos da morte para participar da sucessão. Em relação a embriões (pessoa morreu e deixou os embriões congelados no 
laboratório, para quem sabe um dia a esposa usar) existem diversas correntes, mas a majoritária fala para fazer a sucessão normal e 
depois, se utilizar os embriões, entrar com a petição de herança. O problema dessa corrente seria que não corre prescrição contra os 
absolutamente incapazes. Só que embrião não é pessoa, então a prescrição corre normal, Quando nasce suspende, e ao completar 16 
anos retoma o prazo. 
ASPECTOS PROCESSUAIS
• Local:“o foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento 
de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, 
ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro”. A competência por localidade é relativa, então, se ninguém impugnar, prorroga, e 
acaba que pode ser feita em qualquer lugar (vai pagar ITCD de bens imóveis segundo a lei do local do bem, e, de bens móveis, 
segundo a alíquota do estado em que abriu o inventário). 
• Prazo: o processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se 
nos 12 meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte. E se não abrir no prazo? 
Eventualmente pode ter multa (em MG não tem, no DF tem). Não confundir com multa por causa de ITCD, são multas distintas (se não 
pagar o ITCD em 180 dias da aberta da sucessão paga multa, e se pagar em até 90 dias tem desconto). 
• Lei que regula a sucessão: casos em que o autor tem patrimônio fora do Brasil. O juiz brasileiro não tem competência para fazer 
sucessão de bens localizados fora do brasil. Se a lei do outro país foi mais benéfica, aplica-se essa lei. 
REPRESENTAÇÃO
• Conceito: diz-se que recebe “por estirpe” quem recebe herança representando alguém, e e que recebe “por cabeça” aquele que tem o 
direito próprio (sem representação). Dá-se o direito de representação quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em 
todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse. Fala-se em representação apenas quando tem algum parente do mesmo grau 
vivo (se tem dois filhos vivos e um morto, os netos filhos do morto recebem por estirpe; se os três filhos estão mortos, os netos recebem 
por cabeça). 
• Cabimento: o direito de representação dá-se na linha reta descendente, e na linha transversal, em favor dos filhos de irmãos do 
falecido, quando com irmãos deste concorrerem. Não existe representação para ascendentes ou na sucessão testamentária. Os 
representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse. O quinhão do representado partir-se-á por 
igual entre os representantes. 
• Sucessão dos colaterais: em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente. Se 
não houver cônjuge sobrevivente, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. Na classe dos colaterais, os mais 
próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Concorrendo à herança do 
falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Não 
concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais; na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não 
os havendo, os tios. 
ACEITAÇÃO E RENÚNCIA
• Aceitação: pode ser expressa, tácita ou presumida. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, 
vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob 
pena de se haver a herança por aceita. 
 3
• A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita. Quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios 
da qualidade de herdeiro (exemplo: pagar ITCD). Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os 
meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. Também não importa aceitação a cessão gratuita, pura e 
simples, da herança, aos demais co-herdeiros. 
• Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. 
• Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo. Ou você aceita tudo ou renuncia tudo. Se for 
herdeiro e legatário muda, porque pode aceitar ou um ou outro, ou os dois. 
• Renúncia: ninguém é obrigado a aceitar herança, sendo possível renunciar. 
• Renúncia não se presume, devendo constar expressamente de instrumento público ou termo judicial, no próprio inventário. Se o filho 
renunciou a herança do pai, quando o avô morrer tem direito à parte que o pai receberia. Como não se presume renúncia não é 
possível afirmar que ao renunciar a do pai renunciou a do avô. 
• A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança. 
• Renúncia em vida é nula, porque herança de pessoa viva não pode ser objeto de contrato. 
• Na exclusão do direito de herança por indignidade, só o excluído é considerado “pré-morto”, logo, os ascendentes/descendentes 
receberem a parte cabível (representação). 
• Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se 
aos da subseqüente. 
• Na renúncia não é possível a representação do renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros 
da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. 
• Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do 
renunciante. A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. Pagas as dívidas do 
renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros. 
• São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. 
EXCLUSÃO
• Hipóteses: são excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: 
• Que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se 
tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente. 
• Que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge 
ou companheiro. 
• Que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de 
última vontade. 
• Questões polêmicas: 
• É só para herdeiro e legatário. 
• O rol de hipóteses é taxativo, não admitindo interpretação extensiva. 
• Efeito legal: quem é excluído por indignidade é considerado pré-morto. “São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do 
herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. O excluído da sucessão não terá direito ao 
usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens”. A 
exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. A exclusão tem que 
esperar a sentença transitar em julgado? Não, porque a exclusão descreve um fato, e não um crime, aí não tem presunção de 
inocência. Na prática isso não acontece, e o juiz do cível espera a sentença transitar em julgado. 
• Prazo para demandar a exclusão: o direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da 
abertura da sucessão. Como desconstitui um direito, é prazo decadencial. 
• Legitimidade para demandar a exclusão: o enunciado 116 da jornada CJF determina que “o Ministério Público, por força do art. 1.815 
do novo Código Civil, desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover ação visando à declaração da 
indignidade de herdeiro ou legatário”. Então o MP tem legitimidade para pedir se houver interesse público. Walsir não concorda, acha 
que quem tem legitimidade seria, então, quem vai se beneficiar com a saída do herdeiro legatário (município, DF ou União, no caso de 
não houverem herdeiros; tutor, no caso de herdeiro menor). 
• Alienações a terceiro de boa-fé: se fez cessão dos direitos hereditários antes da exclusãoo terceiro de boa-fé não tem que devolver. 
“São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo 
herdeiro, antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e 
danos”. 
• Frutos e rendimentos: o excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da herança houver 
percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservação deles. 
 4
• Nova admissão à sucessão: pode perdoar o indigno, e aí ele será admitido a suceder. O ofendido deve expressamente reabilitar o 
indigno por ato autêntico (testamento, por exemplo). Mesmo que não haja reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento 
do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária. 
DERSERDAÇÃO
• Hipóteses: “os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser 
excluídos da sucessão”. Só há deserdação na sucessão testamentária, então, para deserdar alguém, você tem que obrigatoriamente 
deixar testamento, com expressa declaração de causa da deserdação (ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a 
deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador). Além disso, só é possível deserdar herdeiro necessário, 
que é quem tem assegurada a legítima. Os outros você não deserda: simplesmente deixa de beneficiar no momento da elaboração do 
testamento. Só tem hipóteses específicas de deserdação para ascendentes e descendentes, então o cônjuge só pode ser deserdado 
nas hipóteses de exclusão. 
• Além das causas mencionadas de exclusão, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: 
• Ofensa física. 
• Injúria grave. 
• Relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto. 
• Desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. 
• Além das causas mencionadas de exclusão, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: 
• Ofensa física. 
• Injúria grave. 
• Relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta. 
• Desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. 
• Prazo para ajuizar ação de deserdação: o direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da 
data da abertura do testamento. Foi um erro do legislador porque o único testamento que tem que abrir é o cerrado, o testamento 
público ou particular já são abertos. A doutrina se divide sobre a solução para essa questão: 4 anos do registro do testamento ou 4 
anos da abertura da sucessão. 
SUCESSÃO DO CÔNJUGE E DO COMPANHEIRO
• Sucessão do companheiro: a companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos 
onerosamente na vigência da união estável (participa só em relação a esses bens), nas condições seguintes: 
• Concorrendo com filhos comuns: terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho (divide igual entre os filhos e o 
companheiro). 
• Concorrendo com descendentes só do autor da herança: tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles. 
• Concorrendo com outros parentes sucessíveis: terá direito a um terço da herança. 
• Não havendo parentes sucessíveis: terá direito à totalidade da herança. 
• Sucessão do cônjuge: 
• 1ª etapa: verificar se estavam separados judicialmente ou de fato (assim como ocorre em vida, a separação de fato deve colocar fim 
ao direito sucessório). Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não 
estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se 
tornara impossível sem culpa do sobrevivente. 
• 2ª etapa: verificar se tem ascendentes ou descendentes. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por 
inteiro ao cônjuge sobrevivente.
• 3ª etapa: só tem ascedentes? Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge 
sobrevivente. Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. Havendo igualdade em 
grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Concorrendo 
com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança. Caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, 
ou se maior for aquele grau.
• 4ª etapa: tem descendente? O cônjuge concorre com os descendentes dependendo do regime de bens. Separação obrigatória + 
comunhão universal não concorre (na separação convencional concorre! Não seria meeira mas seria herdeira). Comunhão parcial só 
concorre se o autor da herança tiver deixado bem particular (é herdeira mas não foi meeira). Aí vai concorrer só em relação ao bem 
particular. Em concorrência com os descendentes caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a 
sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer (se for pai dos descendentes, 
não pode herdar menos que 1/4 - só é relevante se tem mais que 3 filhos).
USUFRUTO VIDUAL E DIREITO REAL DE HABITAÇÃO
• Direito real de habitação ao cônjuge sobrevivente: direito de habitação do imóvel de residência da família ao cônjuge sobrevivente, 
qualquer que seja o regime de bens. 
 5
• Legislação: 
• Código Civil de 1916: previa o usufruto vidual e o direito real de habitação. 
• Usufruto vidual: “o cônjuge viúvo se o regime de bens do casamento não era o da comunhão universal, terá direito, enquanto durar 
a viuvez, ao usufruto da quarta parte dos bens do cônjuge falecido, se houver filho deste ou do casal, e à metade se não houver 
filhos embora sobrevivam ascendentes do de cujus”. 
• Direito real de habitação: “ao cônjuge sobrevivente, casado sob o regime da comunhão universal, enquanto viver e permanecer 
viúvo será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habilitação relativamente ao imóvel 
destinado à residência da família, desde que seja o único bem daquela natureza a inventariar”. 
• Lei 9.278/96: trouxe o direito real de habitação para o convivente em união estável, enquanto não constituísse nova união. Ou seja: 
casados sem ser em comunhão universal só tinham a opção do usufruto (era mais vantajoso constituir união estável). 
• Código Civil de 2002: trouxe o direito real de habitação para todos regimes, e de forma vitalícia, desde que seja o único imóvel 
destinado à residência da família. “O cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da 
participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde 
que seja o único daquela natureza a inventariar”. Hoje em dia entende-se majoritariamente que, apesar da omissão do Código Civil 
de 2002 em relação à união estável, aplica-se a Lei 9.278/96, uma vez que não foi revogada nem é incompatível. Então, apesar do 
Código não falar disso, existe direito real de habitação para conviventes em união estável. 
SEGURO DE VIDA E PREVIDÊNCIA PRIVADA
• O art. 792 do Código Civil determina que “na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a 
que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, 
obedecida a ordem da vocação hereditária”. Assim, só segue a ordem de vocação hereditária se não houverem beneficiários, o que é 
raro. Por isso é muito importante lembrar de ir mudando os beneficiários. Exemplo: pessoa casa e coloca a mulher como única 
beneficiária (100%). Depois tem3 filhos, divorcia, casa de novo, mas não muda. Aí ela morre e vai 100% para a ex-mulher. 
LEI Nº 6.858/80 E DECRETO Nº 85.845/81 (FGTS, SALDO DE SALÁRIO, PIS/PASEP)
• Vocação hereditária é subsidiária. O critério principal para receber FGTS, saldo de salário, PIS/PASEP é a dependência para fins 
previdenciários (cônjuge, filho capaz até 21 anos, etc), então só segue a ordem de vocação hereditária se não houverem herdeiros 
habilitados perante o INSS. 
• A condição de dependente habilitado será declarada em documento fornecido pela instituição de Previdência ou se for o caso, pelo 
órgão encarregado, na forma da legislação própria, do processamento do benefício por morte. 
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
• Características do testamento: 
• Ato personalíssimo: não admite assistência nem representação. Em MG demora pra fazer testamento público. Porque? Segundo 
entendimento da corregedoria, só o tabelião pode lavrar testamento, e não substituto (interpretação de lei anterior ao CC - outros 
estados entendem diferente, tipo SP). Além disso, o tabelião responde objetivamente, então não gosta de fazer porque não vale a 
pena (além da responsabilidade, recebe um valor fixo de 300 reais, independentemente do valor do testamento). 
• Ato solene: solenidade que consta na lei deve ser respeitada, sob pena de o testamento ser considerado inexistente. Tão solene 
quanto, só casamento. 
• Negócio jurídico a título gratuito: não exige contraprestação da outra parte. Pode ter testamento com encargo, mas o encargo será 
inferior ao que a pessoa irá receber. 
• Negócio unilateral: depende apenas da vontade de testador. 
• Essencialmente revogável: posso elaborar um testamento todo dia, um revogando o outro. Em regra, vai prevalecer a última 
manifestação de vontade. Único ato irrevogável é o reconhecimento de paternidade. 
• Ato causa mortis: só produz efeitos após a morte, apesar de ter sido elaborado enquanto a pessoa ainda estava viva. 
• Para disposições patrimoniais e não patrimoniais: posso elaborar um testamento apenas para reconhecer um filho, por exemplo. 
• Capacidade testamentária ativa: idade núbil no Brasil é a partir de 16 anos, mas para casar entre 16 e 18 precisa de autorização dos 
pais ou do representante legal. A capacidade testamentária também é a partir dos 16 anos, mas já é plena, não precisa de assistência 
ou representação, porque o testamento é um ato personalíssimo. "Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não 
tiverem pleno discernimento. Podem testar os maiores de dezesseis anos". 
• Se chegar um cara de 90 anos pra testar, o tabelião testa? Acima de 18 anos a presunção é de capacidade, de modo que não existe 
presunção de incapacidade por idade. Na prática, pede-se um atestado de sanidade mental, e aí arquiva junto com o testamento, 
pra ficar mais difícil de anular (pessoa x veio testar na data y, capaz, segundo relatórios médicos w e z anexos). Isso não é 
obrigatório, é cautela, porque se tem idade avançada a chance de alguém pedir anulação é muito grande, ainda que a presunção 
seja de capacidade. 
• E o pródigo interditado? A interdição é para proteger ele mesmo e não seus parentes ou outras pessoas. Como testamento é ato 
causa mortis, o entendimento majoritário é que mesmo interditado pode testar. 
 6
• A dúvida é se no Brasil haveria como testar durante os intervalos de lucidez. Ex: toxiconomo interditado que parou de usar drogas 
por um tempo. No Brasil não se trabalha com a teoria dos intervalos lúcidos, então nesse caso só poderia testar se levantasse a 
interdição, porque não dá pra saber se no intervalo os efeitos da droga se mantém, se realmente parou, etc. 
• A capacidade testamentária ativa se verifica no momento de confecção do testamento, e não no momento da abertura da sucessão. 
Assim, a incapacidade superveniente não invalida o testamento. Da mesma forma, se quando ele testou ele era incapaz, a 
capacidade superveniente não valida o testamento que ele elaborou quando era incapaz. "A incapacidade superveniente do testador 
não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade". 
• Art. 1.852 x 1.909, parágrafo único: 
• Art. 1.852: "Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo da data do seu registro". A 
contagem do prazo de 5 anos para extinção do direito de impugnar a validade do testamento começa a ser contada a partir da 
apresentação do testamento em juízo, e não sendo achado vício externo, que o torne suspeito de nulidade ou falsidade, o juiz 
mandará que seja registrado, arquivado e cumprido. O prazo decadencial conta a partir do registro. Passado o prazo, não tem como 
impugnar a validade. 
• Art. 1.909, parágrafo único: "São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo ou coação. Parágrafo único. 
Extingue-se em quatro anos o direito de anular a disposição, contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício". Vício de 
vontade. Argumentam que a anulabilidade deveria sim ter um prazo menor, mas que deveria ser contado a partir do registro. O 
conhecimento do vício pode ser alegado depois de 10 anos, e a partir daí vai contar 4 anos pra pedir a anulação, o que gera 
insegurança jurídica. 
• Testamento conjuntivo: no Brasil não é permitido, porque não se pode ter mais de uma manifestação de vontade em um único ato 
(testamento é ato personalíssimo). Tem vedação expressa no Código Civil. Testamento é nulo. 
• Testamentos ordinários: 
• Público: você vai ditar sua última vontade para o tabelião. Ele vai redigir e fazer a leitura para o testador e duas testemunhas, de uma 
única vez (as testemunhas tem que estar presente o tempo todo). Eles assinam e o testador sai de lá com o traslado (primeira cópia 
fiel do documento). Na prática não é assim que funciona: você manda por e-mail a minuta, já paga os emolumentos e ele vai marcar 
o dia e horário pra você ir lá com as duas testemunhas pra ele marcar a leitura do testamento. Muitas vezes o tabelião tem uma 
linguagem própria, então ele recebe seu texto e modifica de acordo com a linguagem do tabelionato. Tem que tomar cuidado pra 
nessa brincadeira ele não alterar o conteúdo do testamento. Ele é o único que só pode ser feito no idioma nacional, porque nele você 
vai ditar sua vontade, então tem que ser na língua nacional. Nos outros é só contratar um tradutor juramentado depois, as 
testemunhas podem falar a língua do testamento e tá ok. Cego só pode elaborar o público, porque tabelião tem fé pública. Nessa 
hipótese, a leitura do testamento vai ser feita duas vezes (uma pelo tabelião e outra por outra pessoa). Analfabeto também só pode 
elaborar testamento público. 
• Cerrado: também tem que procurar o tabelião e também são duas testemunhas. A diferença é que no cerrado, se você não contar, 
ninguém fica sabendo do conteúdo do seu testamento (nem o tabelião nem as testemunhas). O tabelião pega o documento, verifica 
de longe para ver se não tem rasura ou espaço em branco, e, sem ler, lavra na última linha o auto de aprovação. Depois vai assinar, 
fechar e coser (costurar). A ideia é que depois da morte só o juiz pode abrir. Problema: se a pessoa não apresentar pro juiz, a 
vontade não vai ser cumprida. No cartório fica apenas o registro de que você foi lá fazer, mas não o conteúdo do documento. Então o 
mais seguro é o público, porque, além disso, o tabelião tem formação jurídica, então se tiver cláusula nula ele vai saber. No cerrado 
tem mais risco de anular (porque tabelião não analisa o conteúdo), não apresentar (ou abrirem antes, porque só o juiz pode abrir, e aí 
se tiver aberto tem que fazer prova pra cumprir), etc. A vantagem do cerrado é o sigilo (o público tem publicidade? Não! É uma 
publicidade relativa, a publicidade plena só ocorre após a sua morte. Enquanto o testador for vivo só ele ou alguém que ele tem 
nomeado como procurar pode pedirsua certidão - regulamentado pelo CNJ). Outra coisa: no público se rasgar ou perder o traslado 
pode pedir certidão no cartório, porque o conteúdo fica lá. No cerrado, não. 
• Particular: particular pode ser feito em qualquer lugar, desde que tenham 3 testemunhas (quando for abrir deve ter pelo menos uma 
testemunha viva). Desvantagem: a mesma do cerrado! Se perder não tem registro do conteúdo. Art. 1.879: "Em circunstâncias 
excepcionais declaradas na cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado pelo testador, sem testemunhas, poderá ser 
confirmado, a critério do juiz”. Legislador não fala em circunstâncias excepcionais, fica a critério do juiz. Surdo e mudo só não pode 
elaborar o particular, porque nele você tem que fazer a leitura. 
• Há hierarquia entres testamentos? Não! Prevalece a última manifestação de vontade, independentemente do tipo de testamento 
(particular pode anular público, público pode anular cerrado, etc. O testamento não prevalece pelo tipo e sim pela data). Detalhe: o 
direito brasileiro não admite repristinação, então em matéria de testamento também não pode ocorrer. Outro detalhe: só vai 
prevalecer o último testamento quando há uma disposição incompatível entre os testamentos. Se não houver, é possível, sem 
problemas, mandar cumprir mais de um testamento. 
• Testemunhas: quem figura como testemunha de um testamento não pode ser beneficiada por ele. 
• Testamentos especiais: testamentos especiais não tem nada a ver com risco de morte, e sim com a situação que a pessoa se encontra. 
Os testamentos especiais caducam, ou seja, a partir do momento que você sai da situação especial (desembarca, volta da guerra) 
você tem 90 dias (prazo de caducidade) pra elaborar um ordinário. Se não elaborar, aquele que você testou de forma especial não vale 
mais (vale se você morrer antes do prazo). Pode elaborar testamento público ou cerrado. 
• Marítimo: quando se está a bordo de um navio nacional. O comandante elabora um testamento como se fosse o tabelião, na 
presença de duas testemunhas. O registro do testamento será feito no diário de bordo. O testamento ficará sob a guarda do 
comandante, que o entregará às autoridades administrativas do primeiro porto nacional, contra recibo averbado no diário de bordo 
(não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto 
onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária). 
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• Aeronáutico: quando se está a bordo de um avião. Uma pessoa designada pelo comandante elabora um testamento como se fosse o 
tabelião, na presença de duas testemunhas. O registro do testamento será feito no diário de bordo. O testamento ficará sob a guarda 
do comandante, que o entregará às autoridades administrativas do primeiro aeroporto nacional, contra recibo averbado no diário de 
bordo. 
• Militar: quando se está a serviço militar. “O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha, 
dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações interrompidas, poderá fazer-se, não 
havendo tabelião ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não souber assinar, caso em 
que assinará por ele uma delas”. No Brasil não se admite testamento oral, o testamento só pode ser escrito. Exceção: testamento 
militar pode ser oral. É chamado testamento nuncupativo. Ocorre quando as pessoas aptas a testar dessa forma, estando 
empenhadas em combate, ou feridas, podem testar oralmente, confiando a sua última vontade a duas testemunhas (não terá efeito o 
testamento se o testador não morrer na guerra ou convalescer do ferimento). 
• Codicilo: por meio de codicilo você pode fazer disposição de última vontade, mas não é testamento. Por isso que codicilo não revoga 
testamento (testamento só pode ser revogado por testamento), mas testamento revoga codicilo (codicilos revogam-se por atos iguais, e 
consideram-se revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer natureza, este os não confirmar ou modificar). Codicilo não é 
solene, só precisa ser um documento datado e assinado, não precisa nem de testemunhas. Por isso seu objeto é mais restrito, porque é 
mais fácil de falsificar. Você pode deixar por meio de codicilo bens móveis de pouco valor (tem que aferir se é de pouco valor ou não 
de acordo com o patrimônio a ser inventariado), fazer disposições sobre enterro e nomear testamenteiro. 
• Testamenteiro: é quem faz com que sejam cumpridas as disposições do testamento. Toda sucessão testamentária tem um 
testamenteiro, normalmente indicado no próprio testamento ou por meio de codicilo (se o testador não indicar o juiz tem que nomear 
alguém). Admite-se nomeação em conjunto ou sucessiva (X e Y, ou X, e Y se X não quiser ou não poder). A pessoa não é obrigada a 
aceitar a indicação. O testamenteiro tem direito à “vintena" (remuneração). O testador pode indicar: nomeio X como testamenteiro para 
receber Y. Se não indicar o CC dispõe que o juiz vai fixar um valor de 1 a 5% da herança líquida, de acordo com o trabalho realizado 
pelo testamenteiro (esse valor sai da parte disponível). O testamenteiro pode ser um herdeiro ou legatário, diferentemente da 
testemunha, que não pode ser beneficiada. Se você nomear um herdeiro ou legatário como testamenteiro ele não pode receber 
herança ou legado + vintena. Ele só pode receber um dos dois, e é ele (testamenteiro) quem escolhe. É uma vantagem porque você 
não diminui o patrimônio que está deixando, já que aquela pessoa iria receber de qualquer jeito. 
• Revogação do testamento: feita por outro testamento de qualquer natureza (porque não tem hierarquia entre testamentos). Pode ser 
expressa ou tácita, total ou parcial. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o testamento, que a encerra, vier a caducar por 
exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado. A revogação não valerá, se o testamento revogatório for anulado por 
omissão ou infração de solenidades essenciais ou por vícios intrínsecos. 
• Revogação expressa: quando você faz testamento que tem como objeto a revogação do testamento anterior. 
• Revogação tácita: quando o novo testamento traz disposição incompatível com a do anterior. Pode ser também que um testamento 
não revogue o outro, porque em cada um se tem disposições diferentes, de modo que suas disposições são compatíveis. 
• Revogação presumida ou rompimento do testamento: presume o legislador que se o Celso soubesse da existência de sua filha não 
teria beneficiado a amiga Júlia. Aí se Celso deixou tudo que tinha pra Júlia e aparece um filho depois, rompe-se o testamento em 
todas as suas disposições, Júlia fica com nada e o filho com tudo. Pode contornar isso se deixar expresso no testamento "no caso de 
aparecerem descendentes ou herdeiros necessários deixo a parte disponível para Júlia". A situação é diferente se já tiver um filho. 
Exemplo: patrimônio de 120 milhões, deixo 60 milhões pra Júlia e 60 pro filho. Se aparece outro filho depois fica os 60 pra Júlia e 30 
pra cada filho. Não rompeu nessa hipótese porque mesmo sabendo da existência do filho ele beneficiou a amiga, então não tem 
presunção de que beneficiaria completamente o outro filho uma vez que não beneficiou completamente o que já era nascido. 
• Importância dos artigos 1973 a 1974: um complementar o outro. Se você não souber da existência de herdeiros necessários, por 
exemplo, seus pais, se eles aparecerem depois o testamento rompe. Mas ainda que você tenha beneficiado os pais, se aparece 
descendentes depois o testamento rompe (prioriza a superveniência de descendentes). 
• Testamento vital: não é de fato um testamento, porque não é ato causa mortis ou ato solene. É um documento em que a pessoa, em 
gozo de plena capacidade mental, determina qual tratamento gostaria de receber diante de um diagnóstico de estado terminal de vida.Testamento vital é espécie de um gênero (DAV - Diretivas Antecipadas de Vontade). Dentro das DAV’s tem-se o testamento vital (a 
pessoa fala por qual tipo de tratamento quer ser submetida) ou o mandado duradouro (indica uma pessoa para cumprir a vontade da 
pessoa). Importante: o Brasil proíbe a eutanásia (não pode falar disso no testamente vital), evita a distanásia (manter a pessoa vida a 
qualquer custo, prolongando seu sofrimento) e promove a ortotanásia (tratamento paleativo, dando um fim digno à pessoa). 
• Disposições testamentárias: 
• Art. 1.897: a nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se pura e simplesmente, sob condição (evento futuro e incerto - pode 
ser suspensiva ou resolutiva), para certo fim ou modo (com encargo), ou por certo motivo. 
• Art. 1.898: a designação do tempo em que deva começar ou cessar o direito do herdeiro, salvo nas disposições fideicomissárias, ter-
se-á por não escrita. 
• Art. 1.899: quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a 
observância da vontade do testador. 
• Art. 1.900: é nula a disposição: 
• Que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que este disponha, também por testamento, em benefício do 
testador, ou de terceiro. 
• Que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar. 
• Que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua identidade a terceiro. 
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• Que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado. 
• Que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 (não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: a pessoa que, a 
rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; as testemunhas do 
testamento; o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco 
anos; o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o 
testamento) e 1.802 (são nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando 
simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa). 
• Art. 1.901: valerá a disposição: 
• Em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou 
pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado. 
• Em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro 
ou de outrem determinar o valor do legado. 
• Art. 1.902: a disposição geral em favor dos pobres, dos estabelecimentos particulares de caridade, ou dos de assistência pública, 
entender-se-á relativa aos pobres do lugar do domicílio do testador ao tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, salvo se 
manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra localidade (as instituições particulares preferirão sempre às 
públicas, já que as públicas tem garantia de recurso). 
• Art. 1.903: o erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa legada anula a disposição, salvo se, pelo contexto 
do testamento, por outros documentos, ou por fatos inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador queria 
referir-se. 
• Art. 1.904: se o testamento nomear dois ou mais herdeiros, sem discriminar a parte de cada um, partilhar-se-á por igual, entre todos, 
a porção disponível do testador. 
• Art. 1.905: se o testador nomear certos herdeiros individualmente e outros coletivamente, a herança será dividida em tantas quotas 
quantos forem os indivíduos e os grupos designados. 
• Art. 1.906: se forem determinadas as quotas de cada herdeiro, e não absorverem toda a herança, o remanescente pertencerá aos 
herdeiros legítimos, segundo a ordem da vocação hereditária. 
• Art. 1.907: se forem determinados os quinhões de uns e não os de outros herdeiros, distribuir-se-á por igual a estes últimos o que 
restar, depois de completas as porções hereditárias dos primeiros. 
• Art. 1.908: dispondo o testador que não caiba ao herdeiro instituído certo e determinado objeto, dentre os da herança, tocará ele aos 
herdeiros legítimos. 
• Art. 1.909: são anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo ou coação (extingue-se em quatro anos o direito de 
anular a disposição, contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício). 
• Art. 1.910: a ineficácia de uma disposição testamentária importa a das outras que, sem aquela, não teriam sido determinadas pelo 
testador. 
• Art. 1.911: a cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. 
No caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência econômica do donatário ou do herdeiro, 
mediante autorização judicial, o produto da venda converter-se-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos 
primeiros. 
SUCESSÃO LEGATÁRIA
• Legado de coisa alheia: é ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da abertura da sucessão. 
• Legado de coisa do herdeiro ou do legatário: se o testador ordenar que o herdeiro ou legatário entregue coisa de sua propriedade a 
outrem, não o cumprindo ele, entender-se-á que renunciou à herança ou ao legado. 
• Legado de coisa comum: se tão-somente em parte a coisa legada pertencer ao testador, ou, no caso do artigo antecedente, ao 
herdeiro ou ao legatário, só quanto a essa parte valerá o legado. 
• Legado que determine o gênero: se o legado for de coisa que se determine pelo gênero, será o mesmo cumprido, ainda que tal coisa 
não exista entre os bens deixados pelo testador. Ao herdeiro tocará escolher a coisa, guardando o meio-termo entre as congêneres da 
melhor e pior qualidade. Quando a escolha for deixada a arbítrio de terceiro ou do juiz, eles também tem que observar esse meio-
termo. Se a opção foi deixada ao legatário, este poderá escolher, do gênero determinado, a melhor coisa que houver na herança; e, se 
nesta não existir coisa de tal gênero, dar-lhe-á de outra congênere o herdeiro, observado o meio-termo. 
• Legado de coisa singularizada: se o testador legar coisa sua, singularizando-a, só terá eficácia o legado se, ao tempo do seu 
falecimento, ela se achava entre os bens da herança; se a coisa legada existir entre os bens do testador, mas em quantidade inferior à 
do legado, este será eficaz apenas quanto à existente. 
• Legado de coisa ou quantidade localizada: o legado de coisa que deva encontrar-se em determinado lugar só terá eficácia se nele for 
achada, salvo se removida a título transitório. 
• Legado de crédito ou de quitação de dívida: o legado de crédito, ou de quitação de dívida, terá eficácia somente até a importância 
desta, ou daquele, ao tempo da morte do testador. Cumpre-se o legado, entregando o herdeiro ao legatário o título respectivo, e este 
legado não compreende as dívidas posteriores à data do testamento (o perdão se limite às dívidas anteriores ao testamento). Não o 
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declarando expressamente o testador, não se reputará compensação da sua dívida o legado que ele faça ao credor (subsistirá 
integralmente o legado, se a dívida lhe for posterior, e o testador a solveu antes de morrer). 
• Legado de alimentos: se o legatário não dispuser quanto está deixando de alimentos, o legado de alimentos abrange o sustento, a 
cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário viver, além da educação, se ele for menor. É ato de vontade, então não é hipótese de 
prisão. 
• Legado de usufruto: o legado de usufruto, sem fixação de tempo, entende-se deixado ao legatário por toda a sua vida (tratando-se de 
pessoa jurídica, se não estabelecer prazo, será de 30 anos). É possível estabelecer usufruto com condição.• Legado de imóvel: se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois novas aquisições, estas, ainda que contíguas, não se 
compreendem no legado, salvo expressa declaração em contrário do testador (a não ser que sejam benfeitorias necessárias, úteis ou 
voluptuárias). 
• Dos efeitos do legado e seu pagamento: desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo 
se o legado estiver sob condição suspensiva (propriedade, e não posse - só se tem a posse após o cumprimento da legítima). 
• Frutos do legado (art. 1923, §2°): o legado de coisa certa existente na herança transfere também ao legatário os frutos que produzir, 
desde a morte do testador (até a posse), exceto se dependente de condição suspensiva, ou de termo inicial. 
• Legado em dinheiro (art. 1925): o legado em dinheiro só vence juros desde o dia em que se constituir em mora a pessoa obrigada a 
prestá-lo (só incide juros após a notificação da pessoa obrigada a prestá-lo - correção monetária incide desde a abertura da 
sucessão). 
• Em prestações periódicas (art. 1926 a 1928): se o legado consistir em renda vitalícia ou pensão periódica, esta ou aquela correrá 
da morte do testador. Se o legado for de quantidades certas, em prestações periódicas, datará da morte do testador o primeiro 
período, e o legatário terá direito a cada prestação, uma vez encetado cada um dos períodos sucessivos, ainda que venha a 
falecer antes do termo dele. Sendo periódicas as prestações, só no termo de cada período se poderão exigir (se as prestações 
forem deixadas a título de alimentos, pagar-se-ão no começo de cada período, sempre que outra coisa não tenha disposto o 
testador). 
• Em alternativo (art. 1932 a 1933): no legado alternativo, presume-se deixada ao herdeiro (devedor) a opção. Se o herdeiro ou 
legatário a quem couber a opção falecer antes de exercê-la, passará este poder aos seus herdeiros. 
• Pagamento do legado (art. 1934 a 1935): no silêncio do testamento, o cumprimento dos legados incumbe aos herdeiros e, não os 
havendo, aos legatários, na proporção do que herdaram. Não havendo disposição testamentária em contrário, esse encargo caberá 
ao herdeiro ou legatário incumbido pelo testador da execução do legado; quando indicados mais de um, os onerados dividirão entre 
si o ônus, na proporção do que recebam da herança. Se algum legado consistir em coisa pertencente a herdeiro ou legatário, só a 
ele incumbirá cumpri-lo, com regresso contra os co-herdeiros, pela quota de cada um, salvo se o contrário expressamente dispôs o 
testador. 
• Entrega do legado (art. 1936 e 1937): se não dispuser diversamente o testador, as despesas e os riscos da entrega do legado 
correm por conta do legatário, porque desde o óbito ele é proprietário. A coisa legada entregar-se-á, com seus acessórios, no 
lugar e estado em que se achava ao falecer o testador, passando ao legatário com todos os encargos que a onerarem (tem que 
respeitar servidão de passagem, por exemplo). 
• Descumprimento dos legados com encargo (art. 1938 + 553 e 555): o donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, 
caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. O MP que vai intervir para o cumprimento do encargo de 
interesse geral, sob pena de perda do legado, já que a inexecução do legado implica em sua revogação. 
• Caducidade dos legados (1939 a 1940): 
• Quando ocorre mudança substancial da coisa. 
• Legatário falecer antes do testador. 
• Quando o testador vende o legado, em todo ou em parte (nesse caso, caducará até onde ela deixou de pertencer ao testador). 
• Quando a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido do seu cumprimento. 
• Se o legatário for excluído da sucessão. 
• Do direito de acrescer entre herdeiros e legatários (1941 a 1946): só existe quando a nomeação for conjunta, sem especificar a cota 
de cada herdeiro legatário (“quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à 
herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-
herdeiros, salvo o direito do substituto”). Aí se um não quiser ou não puder (porque morreu primeiro, porque foi excluído por 
indignidade) receber, divide igualmente entre os demais co-herdeiros. Se especificou cota (50% pra X, 40% pra Y e 10% pra Z), se Z 
renuncia os 10% voltam pro montante a ser dividido e vai ser dividido entre os herdeiros legítimos (não há direito de acrescer). 
• Direito de substituição (art. 1947): “o testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário nomeado, para o caso de um 
ou outro não querer ou não poder aceitar a herança ou o legado, presumindo-se que a substituição foi determinada para as duas 
alternativas, ainda que o testador só a uma se refira”. É importante no Brasil porque na sucessão testamentária não existe direito de 
representação. Ex: deixo automóvel para X, e se não puder ou não quiser deixo pra Y. Y recebe por substituição, e não por 
representação. Mesmo que o testador só fale de uma hipótese (só não poder, por exemplo), consideram-se englobadas as duas 
alternativas. A substituição pode ser simples, coletiva, recíproca. 
• Substituição fideicomissária: tem três pessoas: fideicomitente (testador), fiduciário (Celso) e fideicomissário (André). Com o 
implemento de condição o bem passa do Celso para o André. Ex: "deixo a casa para o André em fideicomisso por 30 anos pro 
Celso". É diferente do usufruto porque lá só se tem um proprietário (André), enquanto aqui se tem dois proprietários 
sucessivamente (propriedade de Celso é restrita e resolúvel). Então como Celso é proprietário ele pode vender, mas aí a pessoa 
sabe que em X anos tem que passar a casa pro André. Com a morte do fiduciário a propriedade se consolida nas mãos do 
fideicomissário. Se o fideicomissário morre antes, não passa para ninguém. Exceção: substituição compendiosa (substituição 
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ordinária dentro da fideicomissária), que é quando o testador fala "se Celso não quiser ou não puder vai pro filho dele". Aí se Celso 
morre vai pro filho dele, por substituição, e depois do tempo restante vai pra André. É nulo fideicomisso depois do segundo grau, 
então qualquer disposição além do segundo grau é nula (exemplo: deixo a casa para o André em fideicomisso por 15 anos pro 
Celso e depois 15 anos pro fulano). Walsir acha que não é caso de nulidade, e sim de ineficácia. Só pode ser indicado como 
fideicomissário a prole eventual. Se quando morrer a prole eventual já tiver nascido, o outro passa a ter apenas usufruto. Exemplo: 
falo que deixo para André até sua morte e depois pro filho que a Alessandra vai ter. Só que fiz esse testamento há 10 anos atrás, e 
hoje, quando morri, ela já tinha um filho de 2 anos. Aí o filho vira proprietário e André deixa de ser proprietário e passa a ter o 
usufruto do bem até que a condição se extingua (morte de André). 
• Redução das disposições testamentárias: o remanescente pertencerá aos herdeiros legítimos, quando o testador só em parte dispuser 
da quota hereditária disponível. As disposições que excederem a parte disponível reduzir-se-ão aos limites dela (proporcionalmente). 
Em se verificando excederem as disposições testamentárias a porção disponível, serão proporcionalmente reduzidas as quotas do 
herdeiro ou herdeiros instituídos, até onde baste, e, não bastando, também os legados, na proporção do seu valor (a redução ocorre 
primeiro entre os herdeiros, e, se não for suficiente, reduz o dos legatários). Se o testador, prevenindo o caso, dispuser que se inteirem, 
de preferência, certos herdeiros e legatários, a redução far-se-á nos outros quinhões ou legados. Mas como reduz legado? Fazenda, 
por exemplo, é divisível de uma maneira geral. O bem pode ser fisicamente divisível mas economicamente indivisível (ex: anel de 
brilhantes). Aí a fazenda pode teruma cachoeira em uma parte, a sede em outra.... Mas no geral é totalmente divisível. Se for divisível, 
é só fazer a divisão proporcionalmente. Se for indivisível, tem que observar se o excesso do legado ultrapassa 1/4 do valor do bem. Se 
ultrapassar, o bem fica inteiro na herança, ficando com o direito de pedir aos herdeiros o valor que couber na parte disponível. Se não 
ultrapassar, aos herdeiros fará tornar em dinheiro o legatário, que ficará com o prédio. Se o legatário for ao mesmo tempo herdeiro 
necessário, poderá inteirar sua legítima no mesmo imóvel, de preferencia aos outros, sempre que ela e a parte subsistente do legado 
lhe absorverem o valor. 
INVENTÁRIO E PARTILHA
• É possível inventário em conjunto? Pelo novo CPC sim, porque os herdeiros são os mesmos. Facilita o processo. 
• Inventário extrajudicial: só foi introduzida a possibilidade no Brasil em 2007 (Lei 11.441/07 + Res. 35/07 CNJ). É uma faculdade, até 
porque pode ficar mais caro. A diferença entre o valor do inventário judicial pro extrajudicial vai depender, porque a tabela de custas é 
diferente da tabela de emolumentos. Na de emolumentos você calcula de acordo com os imóveis, então se tem mais imóveis fica mais 
caro. 
• Requisitos: não pode ter herdeiro menor e incapaz e o autor da herança não pode ter deixado testamento (se não cumprir um desses 
dois requisitos é caso de participação obrigatória do MP, então vai ter que ser judicial). Deve haver consenso entre os herdeiros 
(capazes e emancipados), e a participação de advogado é dispensável, mas, se tiver, pode ser um mesmo advogado para todos 
(uma vez que há consenso). A escritura pode ser lavrada por meio de procurador (a presença pessoal de cada um é dispensável), e 
há previsão expressa no sentido de que é possível reconhecer união estável na escritura. 
• Local: pode lavrar a escritura em qualquer cartório de notas do país, mas, para isso tem que comprovar que pagou o ITCD de acordo 
com o local em que os bens estão situados (não se aplicam as regras de competência para inventário extrajudicial). Então se você 
quiser lavrar em Curitiba vai ter que mostrar que pagou o ITCD dos seus bens em BH. 
• Inventariante: no inventário extrajudicial também tem inventariante. Todos se reúnem e lavram uma escritura que dá poderes de 
inventariante, aí a pessoa vai no banco e pede pra ver o extrato na data do óbito, acesso às aplicações, etc. 
• Inventário negativo: diz respeito à comprovação de inexistência de bens do de cujus. É admissível a realização de inventário negativo 
não só judicial, como também extrajudicial, por escritura pública. 
• Sonegação do inventário: inventário é para levantar os bens, então sua ocultação gera penalidades. A sonegação é muito comum, e às 
vezes com o consentimento de todos os herdeiros, pra pagar menos imposto. Também é comum para prejudicar outros herdeiros (filha 
que mora com a mãe e sabe onde ficam as jóias). 
• Penas: a pessoa que sonega bens a serem inventariados perde o direito aos bens sonegados (mas continua herdando outros bens). 
Se o sonegador for o inventariante, perde a inventariança. Se não se restituírem os bens sonegados, por já não os ter o sonegador em 
seu poder, pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos. 
• Meio processual adequado: como inventário não admite indagação, os herdeiros ou credores tem que que propor ação de sonegação 
para que a pena seja aplicada. 
• Ônus da prova: é de quem alega. Um meio de prova interessante é oficiar Banco Central para ver se tinha conta, e perguntar quanto 
tinha na data do óbito (fora situação de urgência, qualquer movimentação deve ser com autorização judicial - pode pedir alvará só 
uma vez para pagar despesas fixas (escola, luz, etc); pra despesas extraordinárias tem que pedir um alvará de cada vez). 
• Momento de arguição: 
• Sonegação do inventariante: só se pode argüir de sonegação o inventariante depois de encerrada a descrição dos bens, com a 
declaração, por ele feita, de não existirem outros por inventariar e partir. Nesse caso é mais difícil de verificar a sonegação do 
inventariante, porque inventário pode demorar 10 anos. para terminar. 
• Sonegação do herdeiro: só se pode argüir se sonegação o herdeiro, depois de declarar-se no inventário que não os possui. 
Herdeiro tem que ser intimado a apresentar o bem sonegado pra apresentar essa declaração, e só aí pode entrar com a ação. 
• Colação: há uma presunção de que doação de ascendente para descendente significa adiantamento da parte que lhe cabe na 
herança. Presume o legislador de que quando você deu o carro para o Celso era apenas um adiantamento de herança, para que não 
haja tratamento desigual entre os irmãos. Aí vai colacionar o bem e voltar para a parte legítima, para dividir igualmente entre os irmãos. 
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Você pode doar o carro para o Celso e dispensá-lo da colação no ato da doação, mas ninguém faz isso. Só existem duas formas de 
dispensar, e, se não respeitar, o negócio é nulo. Pode ser no próprio ato da deliberalidade (escritura de doação) ou no testamento. Se 
não teve a dispensa você é obrigado a colacionar, sob pena de sonegação. Normalmente um irmão não pede o outro pra colacionar, 
porque os dois foram beneficiados em algum momento. Mas também é comum que o filho do casamento seja muito mais beneficiado 
que o filho da relação extraconjugal. Não podemos confundir colação com doação inoficiosa (doou mais do que podia, ultrapassando a 
parte disponível à época - art. 549 CC - “nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da 
liberalidade, poderia dispor em testamento”). Objetivo da colação é, então, igualar a legítima dos filhos, para não haver diferenciação 
entre herdeiros. 
• Cálculo: conjuga art. 1.847 com o parágrafo único do art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente 
comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de 
sonegação. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do 
funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será 
computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível. 
• Qual valor que vai colacionar? O da doação do bem ou atual? É difícil afirmar, então o legislador que tem que falar. O problema é 
que cada um fala uma coisa. Caput do art. 2004 (CC): “o valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou estimativo, que 
lhes atribuir o ato de liberalidade” (critério: valor da sua liberalidade). Antigo CPC: art. 1014 (“…calcular-se-ão pelo valor que 
tiverem ao tempo da abertura da sucessão”). Novo CPC: parágrafo único do art. 639. “Os bens a serem conferidos na partilha, 
assim como as acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-se-ão pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da 
sucessão” (critério: valor da abertura da sucessão, assim como o CPC antigo). Como soluciona isso? Critério da especialidade e da 
hierarquia não resolvem porque são duas leis ordinárias no mesmo plano. Sobrou o critério mais fraco, que é o cronológico. Pro STJ 
prevalecia o Código Civil, que era mais recente. Agora pelo mesmo critério vai prevalecer o novo CPC, então é o valor do bem ao 
tempo da abertura da sucessão. 
• Enunciado 119 da I Jornada CJF: “119 – Art. 2.004: para evitar o enriquecimento sem causa, a colação será efetuada com base no 
valor da época da doação, nos termos do caput do art. 2.004, exclusivamente na hipótese em que o bem doado não mais pertença 
ao patrimônio do donatário. Se, ao contrário, o bem ainda integrar seu patrimônio, a colação se fará com base no valor do bem na 
época da abertura da sucessão, nos termos do art. 1.014 do CPC, de modo a preservar a quantia que efetivamente integrará a 
legítima quando esta se constituiu,ou seja, na data do óbito (resultado da interpretação sistemática do art. 2.004 e seus 
parágrafos, juntamente com os arts. 1.832 e 884 do Código Civil)”. Segundo o CJF, se você doou ou vendeu o bem, você vai 
colacionar com base no valor da sua liberalidade. Se ainda integrar o patrimônio do donatário, a colação vai ser com base no valor 
do bem à época da abertura da sucessão. Problema: doou para dois filhos, um vendeu e outro não. Aí vai ter um tratamento 
desigual entre os filhos no momento da colação. Então apesar dessa enunciado, o STJ não incorporou esse entendimento, 
prevalecendo a lei mais recente. 
• Obrigados a colacionar: apenas descendentes. Pode ser que o ascendente tenha que devolver porque a doação foi inoficiosa, mas 
isso vale pra qualquer um, até pra um amigo que recebeu doação (não confundir doação inoficiosa com colação!). Todo 
descendente é obrigado a colacionar? Não! Exceção: art. 2005, p. único: “presume-se imputada na parte disponível a liberalidade 
feita a descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário”. Exemplo: doação 
para neto. Neto não seria chamado à sucessão se pai está vivo quando avô morre, então não é chamado para colacionar. O caso 
muda se o pai do neto tiver morrido, porque aí o neto será chamado como herdeiro necessário. Se pais doaram junto tem que 
colacionar 50% no pai e colacionar os outros 50% quando a mãe morrer. 
• Colação do cônjuge: CC não fala expressamente disso, mas doutrina e jurisprudência entendem de forma pacífica que se o 
descendente é obrigado a colacionar o cônjuge também é. Eles falam isso com base no art. 544, que fala que a doação de 
ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. 
• Então: descendente e cônjuge colacionam, apesar de não ter previsão sobre o cônjuge e do descendente comportar exceção. 
Ascendente, por sua vez, nunca vai ter que colacionar. Tem que colacionar não só as doações formais, como também as doações 
simuladas. No caso de doação simulada, ônus da prova é de quem alega. 
• Despesas ordinárias: o CC traz as “despesas ordinárias”, que não virão à colação. “Art. 2.010. Não virão à colação os gastos 
ordinários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas 
enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime”. Erro do 
legislador: ele repetiu o artigo do código interior, sem alteração (a maioridade civil era 21 anos). Hoje não tem como menor praticar 
crime (antes tinha, entre 18 e 21 anos). Segundo erro: você só é obrigado a alimentar seu filho e pagar escola até os 18 anos? Para o 
STJ, a obrigação alimentar vai até os 24 anos. Se for obrigação legal não é obrigado a colacionar, mas se é ato de liberalidade 
(viagem para Europa, segundo curso superior) é obrigado a colacionar. 
• Partilha: inventário é o procedimento judicial através do qual será realizado o levantamento dos bens, valores, dívidas e sucessores do 
autor da herança. A partilha, por sua vez, representa procedimento para divisão do acervo hereditário que será atribuído os sucessores 
do autor da herança. Juiz nomeia alguém para observar: “a máxima igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à qualidade dos 
bens; a prevenção de litígios futuros; a máxima comodidade dos coerdeiros, do cônjuge ou do companheiro, se for o caso”. Fez e 
homologou a partilha. Tem como anular? Tem três prazos. Se a partilha foi só consensual e o juiz homologou tem prazo de 1 ano 
(defeito do negócio jurídico: coação, erro…). Se juiz fez e homologou pode ajuizar rescisória em dois anos (se for litigiosa). Tanto a 
consensual quanto a litigiosa você participou do processo de inventário. Se só depois do ajuizamento você tomou conhecimento que 
era filho (não participou da partilha)? É o prazo da petição de herança, que é de 10 anos da abertura da sucessão. 
• Feita a partilha, os herdeiros respondem pelas dívidas do falecido? Apenas no limite da herança. A responsabilidade solidária ou 
divisível? Solidariedade não se presume, então deveria estar previsto expressamente em lei ou ser acordado. Regra geral, então, é 
ser divisível. 
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• Arrolamento: é uma inventário simplificado, em que você faz tudo em uma petição e o juiz só homologa no final. Existem dois tipos de 
arrolamento, comum e sumário. 
• Comum: para herança em pequeno valor. Antes era disposto em OTN. O NCPC não usou OTN (art. 664). Agora são 10 salários 
mínimos (aumentou bastante). Pode ter filho menor. 
• Sumário: se valor for maior é hipótese de arrolamento sumário (art. 665). “O inventário processar-se-á também na forma do art. 664, 
ainda que haja interessado incapaz, desde que concordem todas as partes e o Ministério Público”. Ou seja, só pode ter incapaz se 
as partes e o MP concordarem.

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