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Aula 2 de Direito adm II

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Capítulo 2 - Contratos Administrativos III
FORMALIZAÇÃO – PRORROGAÇÃO – INEXECUÇÃO - RESCISÃO
 Direito Administrativo II 
Prof.º Sérgio Roberto de Abreu
seroabreu@gmail.com
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O instrumento de contrato: 
é obrigatório: nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades.
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
Formalização (art. 62 e § 2º)
Contrato Verbal - Nulo
“É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.” (art. 60, Parágrafo Único)
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Alteração do projeto ou da especificação 
 Arts 58 e 65,I
Superveniência: de fato excepcional /imprevisível e estranho à vontade das partes que altere fundamentalmente as condições do contrato
Interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e interesse da Administração.
Prorrogação:
HIPÓTESES QUE AUTORIZAM A PRORROGAÇÃO:
Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato nos limites autorizados pela lei. Arts. 65, §  1º, 2º  e  65 4º
Impedimento da execução por ato ou fato de terceiro reconhecido pela Administração, através de documento escrito contemporâneo à ocorrência.
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Prorrogação Automática: Art. 79, § 5º 
Impedimento 
Paralisação 
Sustação do contrato
Condições para a Prorrogação:
Não há contrato por prazo indeterminado ( artigo 57, § 3º)
justificativa por escrito
previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato; (artigo 57, § 2º)
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Execução dos contratos:
Princípio pacta sunt servanda – art. 66.
Acompanhamento e fiscalização – art. 67.
Subcontratação – somente dentro dos limites admitidos pela Administração.
Recebimento do objeto- art. 73.
Rejeição do objeto – art. 76.
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Inexecução dos contratos
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        Art. 78.  Constituem motivo para rescisão do contrato:
        I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
        II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;
        III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;
        IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
        V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;
       
Inexecução dos contratos
CULPOSA DO CONTRATADO
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VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; 
        VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
 XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis 
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XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
       
Inexecução dos contratos
CULPA DA ADMINISTRAÇÃO
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XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
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TEORIA DA IMPREVISÃO
Segundo André de Laubadère,
Ocorre quando, no curso de contrato, sobrevêm eventos excepcionais e imprevisívieis que subvertem a equação econômico-financeira do pacto.
Acontecimento anormal, transitório, excedente do riscos normais
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“A CONVENÇÃO NÃO PERMANECE EM VIGOR SE
AS COISAS NÃO PERMANECEREM COMO ERAM
NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO”
Cláusula REBUS SIC STANTIBUS
Art. 66
APLICA-SE A TODA ALTERAÇÃO NO MUNDO DOS FATOS PROVOCADA PELA ADMINISTRAÇÃO.
TEORIA DA IMPREVISÃO
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Instabilidade econômica e social:
 Excepcionais
 Imprevisíveis
 Determinantes de perturbação da situação financeira do contratado
TEORIA DA IMPREVISÃO
Para Marçal Justen Filho, deriva da conjugação dos seguintes requisitos:
Imprevisibilidade do evento ou incalculabilidade de seus efeitos.
Inimputabilidade do evento às partes.
Grave modificação das condições do contrato.
Ausência de impedimento absoluto.
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 Prova de que o contrato foi feito de boa fé e que suas bases econômicas correspondiam à situação na época em que foi efetuado.
 O aumento dos preços dos materiais e mão-de-obra tenha sido demasiado acarretando prejuízo.
 O contratante tenha sido beneficiado com a sua valorização.
TEORIA DA IMPREVISÃO
STJ - Teoria da imprevisão somente pode ser aplicada quando o fato não está coberto pelos riscos do contrato.
Somente é possível se o fato extraordinário e imprevisível causador de onerosidade excessiva é aquele que não está coberto objetivamente pelos riscos próprios da contratação.
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TEORIA DA IMPREVISÃO
Efeito:
Rescisão sem atribuição de culpa: quando a parte não puder cumprir, de nenhum, modo, as obrigações contratuais.
Revisão do preço: se o cumprimento for possível, mas acarretar ônus para a parte.
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RMS 15154/PE - STJ - CONTRATO ADMINISTRATIVO. EQUAÇÃO ECONÔMICO FINANCEIRA DO VÍNCULO. DESVALORIZAÇÃO DO REAL. JANEIRO DE 1999. ALTERAÇÃO DE CLÁUSULA REFERENTE AO PREÇO. APLICAÇÃO DA TEORIA DA IMPREVISÃO E FATO DO PRÍNCIPE.
1. A novel cultura acerca do contrato administrativo encarta, como nuclear no regime do vínculo, a proteção do equilíbrio econômico-financeiro do negócio jurídico de direito público, assertiva que se infere do disposto na legislação infralegal específica (arts. 57,§ 1º, 58, §§ 1º e 2º, 65, II, d, 88 § 5º e 6º, da Lei 8.666/93.
2. Deveras, a Constituição Federal ao insculpir os princípios intransponíveis do art. 37 que iluminam a atividade da administração à luz da cláusula mater da moralidade, torna clara a necessidade de manter-se esse equilíbrio, ao realçar as "condições efetivas da proposta".
3.O episódio ocorrido em janeiro de 1999, consubstanciado na súbita desvalorização da moeda nacional (real) frente ao dólar norte-americano, configurou causa excepcional de mutabilidade dos contratos administrativos, com vistas à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro das partes.
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Cont. RMS 15154/PE - STJ 
3. Rompimento
abrupto da equação econômico-financeira do contrato. Impossibilidade de início da execução com a prevenção de danos maiores. (ad impossiblia memo tenetur).
4. Prevendo a lei a possibilidade de suspensão do cumprimento do contrato pela verificação da exceptio non adimplet contractus imputável à administração, a fortiori , implica admitir sustar-se o "início da execução", quando desde logo verificável a incidência da "imprevisão" ocorrente no interregno em que a administração postergou os trabalhos. Sanção injustamente aplicável ao contratado, removida pelo provimento do recurso.
5. Recurso Ordinário provido.
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O Estado introduz modificação do regime jurídico, através de diretivas abstratas e impessoais.
A modificação torna impossível a continuidade da execução do contrato.
 
Ex.: art. 65, II, d) e § 5º
FATO DO PRÍNCIPE
Determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente a execução do contrato administrativo. (HLM)
No Brasil, por constituir-se numa federação, aplica-se quando o ato prejudicial ao equilíbrio econômico-financeiro for emanado do mesmo ente político que celebrou o contrato.
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Conduta imputável à Administração e que não se configura como ato normativo genérico.
Não se confunde com a força maior, pois esta é fato estranho à vontade das partes.
 
Ex. art. 78, inc XIV a XVI. 
FATO DA ADMINISTRAÇÃO
É toda ação ou omissão do Poder Público, que incidindo direta ou indiretamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execução. (HLM).
ÁLEA ADMINISTRATIVA
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É o evento da natureza que, por sua imprevisibilidade e inevitabilidade, cria para o contratado impossibilidade intransponível de regular execução do contrato. (HLM). 
FORÇA MAIOR
É o evento humano que, por sua imprevisibilidade e inevitabilidade, cria para o contratado impossibilidade intransponível de regular execução do contrato. (HLM)
Ex. greve no setor de transportes ou produção.
CASO FORTUITO
CARACTERIZAÇÃO: IMPREVISIBILIDADE E INEVITABILIDADE E IMPOSSIBILIDADE ABSOLUTA DE EXECUÇÃO.
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Ocorrências materiais não cogitadas pelas partes que surgem na sua execução de modo surpreendente e excepcional.  
INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS
 ... FATOS DE ORDEM MATERIAL, QUE PODIAM JÁ EXISTIR NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO, MAS QUE ERAM DESCONHECIDOS PELOS CONTRATANTES. (MSZ di Pietro)
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“Depois de meses de lentidão atribuída à chuva, em maio de 2002, a obra paralisou pela descoberta de um lençol freático sob a área onde seria feita a instalação dos pilares. O projeto precisou ser refeito para que a construção recomeçasse”. (ZH, 20/10/2006) 
Acesso ao Salgado Filho
Onde fica: na entrada de Porto Alegre, na BR-116
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Obra na Rua Anita Garibaldi é retomada nesta segunda-feira, trabalhos na via estavam parados por causa de encerramento de contrato.
Os trabalhos na trincheira da Rua Anita Garibaldi, em Porto Alegre, serão retomados na manhã desta segunda-feira (18). Um novo consórcio assumiu a construção, após o encerramento de contrato com a empresa que deveria concluir os trabalhos, no início de abril. A companhia desistiu porque uma rocha foi encontrada no local e aumentou o custo da reforma, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (veja o vídeo).
Com isso, a prefeitura foi atrás das outras empresas que tinham participado da licitação. A segunda colocada não aceitou assumir a obra. Mas o terceiro colocado, o Consórcio Tradição, deu resposta positiva para a retomada dos trabalhos pelo mesmo preço. (G1 - http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/transito/noticia/2015/05/obra-na-rua-anita-garibaldi-e-retomada-nesta-segunda-feira.html)
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        I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior.
        II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração.
        III - judicial, nos termos da legislação.
Art. 79:
  A RESCISÃO DO CONTRATO 
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Caminante, no hai camino:
Se hace camino al andar.
Antonio Machado

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